terça-feira, 31 de agosto de 2021

Zezito de Oliveira: Da intubação ao reconhecimento

Para encerrar nossa Domingueira, um exemplo de vida e de motivação. José de Oliveira Santos, o Zezito. Professor da rede estadual de ensino, recebeu esta semana o prêmio Destaque organizado por Jorge Lins, em homenagem a sua dedicação e incentivo à cultura nas escolas. Zezito ainda se recupera de uma das mais severas apresentações da Covid-19. Foram meses no hospital, da intubação para uma enfermaria e, por fim, a vinda para casa só conquistada sob a condição de uma equipe médica e homecare. Enquanto estava internado, perdeu a mãe para a covid-19, sem chances de despedidas. Zezito, que ainda se recupera, é daqueles brasileiros natos, não desiste nunca, sonha e se dedica em um dia ver um Brasil mais justo. Mereceu a homenagem e nós merecemos esta inspiração. Desistir? Nunca!

Narcizo Machado

https://fanf1.com.br/politica/2021/08/22835/brigas-paroquiais-e-a-disputa-pelo-governo-de-sergipe.html#.YSt5S_Lf0aA.whatsapp




Os representantes de Zezito de Oliveira no recebimento da homenagem. Jesse Oliveira e Raoni Smith.

domingo, 29 de agosto de 2021

NAMASTÊ: A ESCOLA-EMPRESA E O PROFESSOR GRATILUZ

Por Jornal GGN O jornal de todos os Brasis -23 de agosto de 2021

Por Plínio Gentil[1]

Do Coletivo transforma MP

Aqueles integrantes de carreiras jurídicas que, como eu, há décadas construíram também uma carreira como docentes nas faculdades de Direito, puderam perceber a virada da educação superior, de um direito para um serviço. O motor dessa virada foi a transformação da escola-instituição em escola-organização, ou escola-empresa, sem enraizamento social ou histórico, movida pelos ideais de gestão, controle, êxito e lucro, estimulada pela competição. Seu motivo é o que muitos chamam de reforma empresarial da educação, fruto de um movimento do capital internacional, a partir da década de 1990, que se voltou para a exploração da educação como mercadoria, impondo, sobretudo nos países periféricos, a lógica do Consenso de Washington.

Portanto era preciso padronizar os conteúdos escolares, formação de professores e critérios de avaliação, pois o capital trabalha com horizontes claros e odeia correr riscos. Assim vieram programas, diretrizes e recomendações de organismos supranacionais, cujas intenções declaradas eram melhorar a qualidade do ensino, acabar com a evasão escolar e democratizar a escola, “preparando os países subdesenvolvidos para um salto que os capacitaria a responder aos desafios do século XXI”. Todo esse palavrório representa, por óbvio, um eufemismo para edulcorar a exploração da educação como mercadoria no terceiro mundo, criando oportunidades para sócios locais, com a adesão, é claro, dos respectivos governos.

Mudado o ambiente escolar, muda também o perfil do professor. Educação converte-se em aprendizagem, o educador torna-se uma espécie de tutor. Assim, nesse novo cenário, a figura de um professor tarefeiro, sem empáfia nem glamour, vai substituindo, nas faculdades de Direito, aqueles doutores de antigamente, tornados professores mais por seus títulos que por suas qualidades para a docência. Mas, ao contrário do que se pode pensar, isso não representa evolução alguma: na verdade troca-se um problema por outro e o professor com algum brilho, capaz de provocar inquietação no aluno, continuará opaco e nivelado pela ditadura dos itens e planilhas de uma avaliação padronizada, que produz robôs tarefeiros, de quem apenas se pede o cumprimento das metas da organização, num horizonte em que a pesquisa instigante e a inútil igualam-se completamente.

Eis que, como uma subespécie do professor tarefeiro, surge o professor gratiluz. Dócil, feliz, acredita que é quase um sócio da organização escolar que o emprega. Convencido pela pregação neoliberal, acha que a ciência é neutra, acredita na imparcialidade das instituições e na sacralidade do direito. Na sua vida pessoal, se algo não lhe saiu bem, entende que foi por sua própria culpa.

O professor gratiluz é, ao mesmo tempo, uma vítima e um produto da reforma empresarial da educação, que formou a escola-empresa. Como não se sente pertencendo a uma categoria, dirige-se aos colegas sempre os chamando de ‘professor’, evitando intimidades. Sem o perceber, nega-lhes pessoalidade, reduzida a um crachá, e interdita o companheirismo. O fato de compartilharem o balcão da cantina e as exigências da coordenação e da secretaria não o faz sentir-se parte de um grupo que possa, em bloco, reivindicar alguma coisa, parecendo-lhe natural que qualquer questão há de ser tratada individualmente com a organização. Uma modalidade mais radical do professor gratiluz, ao referir-se a si mesmo, fala suavemente com os alunos na terceira pessoa do singular, neles projetando uma infantilização que reflete sua própria visão pueril do processo de ensino-aprendizagem. Um infantilismo produto, em parte, da própria organização, ao tratar alunos como clientes que não devem ser desagradados, especialmente com notas baixas e registro de faltas.

Na escola-empresa as demissões ocorrem fria e mecanicamente, nada mais significando, aos olhos do professor gratiluz, que uma reposição de peças numa engrenagem; tanto que, sobre os colegas descartados, esse professor, agradecido por sua sobrevivência, vai aderir a um pacto geral de silêncio. Demitidos e recém contratados não lhe despertam saudades nem júbilo e o professor gratiluz adestrou-se para não sentir emoções inconvenientes. Diferente do oportunista, que monta um negócio no entorno da escola-empresa, e do militarista assumido, que grita contra a universidade pública e os direitos humanos e apoia o escola sem partido, o professor gratiluz habita uma espécie de mundo esotérico, no qual uma relação entre energias cósmicas, fé e trilhas na mata faz todo o sentido. Seu repertório emocional externa-se em palminhas no grupo de whatsapp e saudações metafísicas em que esbanja gratidões e enaltece um mundo de luz, flores, pássaros e corações. Exalando uma humildade sem sentido concreto, escreve ‘namastê’ e clica enviar. Dessa maneira exterioriza um intimismo que só encontra espaço numa dimensão imaterial, contra o qual ninguém haverá de se insurgir, justamente porque situado para além de uma existência real.

Acata agradecido tudo que a organização lhe passa e, mesmo oprimido pela gradual e constante imposição de novas tarefas, espalha nas redes carinhas de contente e disponível.  Ante a súbita obrigação de navegar em intrincadas plataformas, legendadas em inglês, que a reforma empresarial da educação introduziu, especialmente durante a pandemia do coronavírus, sente-se genuinamente feliz, quase orgulhoso, quando percebe que, depois de horas e horas não remuneradas diante do próprio computador, consegue dominar, mesmo precariamente, algo daquele universo virtual. O professor gratiluz vê oportunidade nesse aprendizado de outras tarefas e não uma nova modalidade de superexploração, graças à qual a organização economiza recursos, quer deixando de contratar, quer demitindo funcionários especializados.

Aceita integrar grupos e redes por meio dos quais será cobrado em tempo integral e em prazos exíguos, como uma espécie de Diário Oficial acelerado, sem limite de horas ou fins de semana. É a organização que, criando à sua revelia um e-mail institucional, lhe determina o lugar em que receberá correspondências, contrariando aquela regra da natureza de que é o morador quem fornece o endereço de sua casa. Para atender exigências dos medidores de qualidade das escolas, precisadas de bom nível no ranking, concordará em se inscrever em eventos pagos de seu bolso, assim como agrupar-se com colegas para uma pesquisa de duvidoso interesse científico, cuja publicação pagará para algum veículo parte dessa indústria da publicação que surgiu nas imediações da educação mercantilizada.

O professor gratiluz, totalmente de bem com a vida, não desenvolverá qualquer percepção estrutural dessa sua condição, nem de sua precariedade. Vendo profissionalismo nesse alheamento e proclamando-se apolítico, seguirá contente, como um profissional good vibes, que aprendeu a sentir-se parte da escola-empresa, ao invés da categoria laboral que integra. Insciente do papel que ele próprio poderia representar no antagonismo entre capital e trabalho, serve a um modelo em que vai aos poucos sendo substituído por plataformas de ensino, ou vídeo aulas, onde o que menos importa é justamente a figura do professor. Crente que seu mérito individual o distinguirá frente ao empregador, repudia qualquer sinal de vida associativa. É uma peça moldada pela escola-empresa, que o faz personagem de uma narrativa modernosa, destilada pela mídia corporativa. Assim, sua ínfima relevância para o modelo é adornada pela imagem de um colaborador, não mero empregado: um predestinado luminoso, dotado de tamanha grandeza, que não lhe fica bem ocupar-se com quinquilharias como acúmulo de funções ou reduções indiretas de salário e mais besteiras desse naipe.

A palavra namastê, em sânscrito, designa um sentimento de respeito obsequioso, e deve ser pronunciada com as mãos postas e uma ligeira curvatura de cabeça: isso possui um sentido real, apropriado a certas relações interpessoais nas culturas indiana e nepalesa. Fora de contexto, utilizada naquela dimensão metafísica em que o professor tutor tarefeiro gratiluz proclama aos céus a alegria de ser explorado, insistindo em se manter ingenuamente alheio a essa realidade, namastê representa o coroamento do sucesso, para o capital, da reforma empresarial da educação, que desmobiliza a reivindicação e deslegitima sindicatos e associações em sua luta secular por redução do abismo social entre a propriedade e o trabalho. Esse namastê dirige-se, na verdade, à escola-empresa, à qual é dito ‘eu humildemente me curvo e a saúdo’. Difícil, muito difícil, fazer cumprir-se dessa maneira o papel histórico da educação, incorporado no texto constitucional (art. 205), que é emancipar de toda opressão.

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[1] Professor universitário. Integrante do Grupo de Pesquisa Educação e Direito (UFSCAR)

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Lembrando o bem viver com o LP Em Canto lançado em Sergipe no ano de 1993 em Propriá.

Show de lançamento do LP Em Canto no Ginásio Diocesano em Propriá (SE).
Maria Cleía - Uma das integrantes da caravana que foi a Propriá participar do Show de lançamento de Em Canto. Acima em foto no Curso de Inverno em João Pessoa (PB). Inicio dos anos 1990.
Fotos: Emanuel Rocha

A transmissão na tarde do sábado, 31/07/2021,  do encontro musical de celebração dos trinta anos do lançamento do  LP Em Canto, reavivou a memória de muita gente espalhada Brasil a fora que tiveram contato com esta obra, além de alguns países do exterior.

O trabalho de Zé Vicente e Babi Fonteles foi lançado em um momento bem  difícil para nós brasileiros, com muitas semelhanças com o momento atual.  Lembro  de  ter visto o LP pela primeira vez em uma manhã de segunda feira na sede da Associação dos Moradores do Bairro América (AMABA).

Naquele tempo, ano de 1993  , a AMABA era o cenário e palco principal de um intenso trabalho de arte-educação popular, um trabalho social-educativo com linguagens artísticas realizado com crianças e adolescentes de um importante bairro da periferia de Aracaju.

O LP me foi apresentado por Emanuel Rocha, então coordenador geral do Projeto Reculturarte (Reeducação, Cultura e Arte), o qual foi acompanhado até a cidade de Propriá, por sete pessoas, entre jovens como ele e adolescentes, todos educadores do Reculturarte, além de educadores e militantes de organizações e movimentos sociais de Aracaju, alguns nascidos em Propriá,  e um amigo residente na cidade baiana de Camaçari, Francisco Glória, educador popular que veio se encontrar com a caravana de Aracaju rumo ao show Em Canto em Propriá.

Nessa cidade havia  um bispo católico progressista, Dom José Brandão de Castro,  em atuação desde a década de 1960, isso favoreceu bastante  a presença de Zé Vicente, Babi Fonteles  e as canções do Em Canto.

Quando soube da disposição dos educadores do Reculturarte em participar do show de lançamento em Propriá  fiquei muito feliz, porque como um dos fundadores e dirigente da AMABA, assim como  um dos principais idealizadores do Projeto Reculturarte, sempre busquei conhecer pessoas e iniciativas socioculturais semelhante a proposta do Reculturarte, assim como favorecer o mesmo aos educadores do Reculturarte. O que não era tão fácil em nosso entorno, tendo em  vista não haver iniciativas semelhantes em Aracaju e cidades próximas, salvo por  um período curto de tempo no inicio dos anos de 1960 com o trabalho desenvolvido pelo Movimento de Educação de Base (MEB), mas que as perseguições da  ditadura civil-militar de 1964 e as disputas ideológicas internas da igreja católica levaram  ao fim no final dos anos de 1960 e apagamento de uma parte significativa da memória.

Clique em cima das frases em azul para ter acesso a mais informações.

            Zé Vicente. Quem é este cantor

    Essa e outras histórias estarão nos três volumes do livro sobre a     AMABA/Projeto Reculturarte, cujo primeiro volume será lançado em     dezembro de 2021. 

    Livro AMABA/Projeto Reculturarte no facebook

No ano de 2020 recolhendo material documental para a escrita do livro sobre a AMABA/Projeto Reculturarte, chegou até minhas mãos um conjunto de fotografias que avivou a memória pessoal acerca do lançamento de Em Canto em Propriá. Estas fotografias chegaram em minhas mãos por intermédio de  Crécia Paixão, uma das adolescentes que estiveram presentes ao acontecimento.

Também vieram fotografias da participação de Emanuel Rocha e Maria Cleia no Curso de Inverno em João Pessoa na Paraíba. Cleia veio a ser sua namorada e esposa. Fez parte da equipe de educadores  do Reculturarte, tendo infelizmente falecido no ano de 2005,   após ter dado importante contribuição para o sucesso das oficinas culturais, atividades educativas e mostras culturais do projeto.

Foi no Curso de Inverno no inicio da década de 1990, destinado a formação integral  de educadores, agentes culturais e religiosos ligados a teologia da libertação, todos com atuação em comunidades que Emanuel e Cleia tiveram o primeiro contato com Zé Vicente e sua arte, assim como a arte de  outros artistas populares  ligados as comunidades eclesiais de base e a iniciativas culturais de base comunitária.

Em meados da  década de 1990, também me recordo em Recife ,  ter participado com imenso prazer de uma coreografia com uma das músicas emblemáticas de EnCanto, “Companheira”, organizada por um grupo de mulheres residentes em Fortaleza, tratava-se de um seminário/oficina  acerca da questão de gênero, organizado para um publico misto de educadores (as)  populares na linha do mesmo espirito dos Cursos de Inverno na Paraíba. A promoção foi do Centro Nordestino de Animação Popular (CENAP).

    Ouça aqui as canções de Em Canto

            Conheça Propriá

Em termos de conceito,  “Em Canto” trazia uma proposta de canção popular na linha do que conhecemos como “Cantoria”, uma canção folk nordestina que remete a toada tradicional, porém carregadas de elementos da canção brasileira contemporânea. Ou seja, uma canção boa para tocar no rádio, sem ficar nada a dever ao que foi produzido por Geraldo Azevedo, Xangai, Vital  Farias, Ednardo, Belchior,  Sá e Guarabyra, Boca Livre e etc....

Em 23 de setembro de  2005, cantei “Companheira” junto com Rosângela Souza, ex-educadora do Reculturarte,  na missa de sétimo dia do falecimento de  Maria Cleia.

Em 13 de dezembro de 2013, cantei a mesma canção junto com Irene Smith, minha esposa, em nosso casamento, celebrado na igreja católica.

Zezito de Oliveira

O texto acima foi publicado no boletim da AMABA


Para assistir ou rever a transmissão do encontro virtual para celebrar os 30 anos de Em Canto.






"Babi Fonteles & Zé Vicente Em Canto" - O Long Play

Eu sou do tempo do LP, ou long play.
Quem não gravou um LP, não conhece a emoção do demorado processo que era a produção daquele imenso disco preto, cheio de sulcos a serem preservados de arranhões, que tocava um som com fundo de chuva fina.

O primeiro - e o único - LP que gravei, "Babi Fonteles & Zé Vicente Em Canto", uma produção independente, carrega consigo muitas histórias. Desde sua primeira versão em cassete, em 1991, este álbum me levou a lugares a pessoas entre os/as mais inusitados/as de minha vida. Lembro, por exemplo, o show realizado no Teatro Romano, em Verona, na Itália, no dia 13 de junho de 1992, quando milhares de pessoas se apinhavam dentro do recinto para nos assistir e, depois, invadindo o palco para cantar nossas canções e pedir bis inúmeras vezes, até que os seguranças nos pedissem para parar, por receio de que a estrutura do palco não aguentasse o peso de tanta gente.

Compartilho com vocês, amig@s, este trabalho já em sua maioridade de 18 anos!

Guardarei as histórias para contá-las aos poucos, neste espaço. Por ora, ofereço a vocês o texto escrito a quatro mãos com o parceiro Zé Vicente, que serviu de apresentação no encarte do LP.

Babi Fonteles - 2009

BOM LEMBRAR!

Junho de 91.

Nos encontramos em Recife,

Primeira gravação em cassete de “Em Canto”.

Era inverno no litoral

Chovia, chovia.

Tudo marcado de novidade e sonho.

A banda juvenil “Flor da Pele”

- Geraldo, Naldo, Léo, César Michilles –

Meninos lindos, plenos de audácia e alegria!

Ana Diniz, a Bisquí, presente

Companheira na voz e no carinho.

Margareth Malfliet nos olhando de longe

Encorajando com sua solidariedade concreta,

Dizendo sempre “vão sem frente!”

A vocês, cambada querida,

A quem deu força sem nada exigir,

Um beijo de ternura e saudade!

Nasceu “Em Canto”

Com direito até àquelas vigílias e lágrimas

Noite adentro,

Coisas da vida!

Março de 93,

Fortaleza 31 graus.

Estamos gravando o disco “Em Canto”.

Novo adjunto de energias, recursos, suores e paixão!

Tem mais gente se “em cantando”

Na cartada,

Nossos parentes artistas:

Pingo de Fortaleza, Eugênio Leandro, Flávio Paiva,

Luis Carlos Fonteles e tantos outros

Indicam contatos importantes,

Vêm participar com brilho e cumplicidade.

Nossos queridos Zé Maria, Lúcia, Durval, Geosa

Nos entregam a “chave da casa”

E nos sentimos em família!

O bloco de apoio econômico

E é um leque que se abre sempre mais

Contemplando até apoios “anônimos”,

Incluindo algumas instituições a quem recorremos

Na certeza da importância cultural do nosso projeto,

Mas na humildade de quem necessita:

Companheiros(as) de Cà Forneletti – Itália,

Universidade Federal do Ceará (UFC),

CBC & Associados Propaganda LTDA.

Estamos certos, outras mãos chegarão
E já respiramos aquele ar de satisfação

E reconhecimento!

Olhamos aqui, prá dentro da gente,

E sussurramos ao coração:

- vamos, pé na estrada

Afirmando na música

Que vale a vida, a beleza,

Todos os passos de resistência cultural

Ensaiados por nós, povo,

Aqui, no sertão do mundo.

A hora exige

O coração pede.

Valeu, povo querido!

Zé e Babi.

Assista também:

Babi Fonteles e Zé Vicente em Bovolone, Italia, 28.05.1992

Apresentação musical de Babi Fonteles e Zé Vicente realizada na cidade Bovolone durante a turnê do Movimento de Artistas da Caminhada - MARCA realizada na Itália, no período de abril a junho de 1992. Nesta apresentação, marcam presença também os companheiros/as de caravana, artistas da pintura e do teatro, além de muitos amigos e amigas das instituições que organizaram nossa turnê, na plateia