segunda-feira, 18 de março de 2024

“Que a Quaresma seja tempo de decisões comunitárias, de pequenas e grandes opções contracorrente.”- Papa Francisco

 

Fonte:  Vatican News no facebook e instagram de @maupal.artist.

Essas palavras, presentes na Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2024, acompanham mais uma ilustração do artista romano Mauro Pallotta @maupal.artist. O Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral @vaticanihd, através de uma série de pôsteres, nos convida a interpretar o texto do Pontífice, que também fala da importância de ações concretas pelo bem comum:

“A forma sinodal da Igreja, que estamos a redescobrir e cultivar nestes anos, sugere que a Quaresma seja também tempo de decisões comunitárias, de pequenas e grandes opções contracorrente, capazes de modificar a vida quotidiana das pessoas e a vida de toda uma coletividade: os hábitos nas compras, o cuidado com a criação, a inclusão de quem não é visto ou é desprezado. Convido toda a comunidade cristã a fazer isto: oferecer aos seus fiéis momentos para repensarem os estilos de vida; reservar um tempo para verificarem a sua presença no território e o contributo que oferecem para o tornar melhor.”

O novo pôster mostra o Papa, seguido por três outros jovens, pedalando em direção à estrada que aponta para o “bem comum”, deixando para trás a estrada do “lucro”. A Mensagem do Pontífice para a Quaresma deste ano tem como tema: “Através do deserto, Deus guia-nos para a liberdade”. Inspira-se na passagem do Livro do Êxodo: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egito, da casa da servidão” (Ex 20,1-17).

.#quaresma #papafrancisco #arte #vaticannewspt 

 "#Oração#esmola e #jejum não são três exercícios independentes, mas um único movimento de abertura, de esvaziamento". #PapaFrancisco #Quaresma 2024.

“Lancemos fora os ídolos que nos tornam pesados, fora os apegos que nos aprisionam. Então o coração atrofiado e isolado despertará.” #PapaFrancisco para a #Quaresma 2024.


#PapaFrancisco: “Também hoje o grito de tantos irmãos e irmãs oprimidos chega ao céu. Perguntemo-nos: E chega também a nós? Mexe conosco? Comove-nos?” #Quaresma  #fraternidade




domingo, 17 de março de 2024

Aracaju vista do Industrial. Por Pe. Anderson Gomes


Para entender Aracaju devemos descer da colina de Santo Antônio e seguir na convergência das águas de Março que fluem no Rio Sergipe. Aqui chegaram muitas famílias vindas do interior desejosas de saírem da sua ruralidade com o sonho de contemplar a vida urbana.  

 No bairro Industrial temos hoje a síntese de toda cidade de Aracaju. É real. Fábricas, operários, pescadores, trabalhadores, transeuntes e muita distopia com o que poderíamos ser e não somos. Aracaju não pode ser contada, cantada e amada sem a Sergipe Industrial, sem a Confiança, sem a histórica capela São João Batista no Aracaju Parque Shopping, sem a vila dos pescadores, sem os artesanatos feitos pelo nosso povo na nossa Orlinha no espaço Chica Chaves. Por aqui, temos o Parque da Cidade, temos o Moinho Sergipe, temos a lavanderia na Rua Manoel Preto por hora abandonada. Temos o Colégio Dom José Vicente Távora, Presente!!! Temos o Estádio Sabino Ribeiro, Confiança!!! Temos o lar de idosos SAME, a Ponte Aracaju-Barra e ainda o centenário Seminário Propedêutico Sagrado Coração de Jesus, hoje fechado.



As portas do avanço tecnológico romperam com as memórias que nos fizeram. Temos a Rua São João em que gerações aprenderam o autêntico forró, temos as avenidas que ligam todas as idas e vindas do povo de Sergipe. Ao lado do Industrial os mercados municipais e o terminal pesqueiro de Aracaju. Ainda fechado.  Os entraves da 'política' levam os trabalhadores a trabalharem em condições sub humanas ali no cartão postal de Aracaju. Pare e sinta o mau cheiro que por ali experimentamos quando estamos pedalando ou caminhando. 

Aracaju vista do Industrial é cheia de belezas naturais dos centenários e centenárias que visitamos dentro da nossa missão que vai passando tão breve. Temos vidas belas. Sentimos falta de um ponto policial. Quem quer vir à Orlinha do Industrial? Sentimo-nos seguros? Nessa via banhada de jovens mortos, cresci como pessoa.

 Vamos contemplar os barcos parados dos mais maduros cansados das promessas não possíveis. Eles param no final da tarde bem aqui perto de mim e esperam o dia da liberdade chegar. Aracaju deveria ser: jovem, pão, partilha. Ela sumiu antes do tempo. Mas o seu brilho continua. Aracaju sou eu, Aracaju é você. A real. A outra é ilusão. Termino com esses poetas daqui, tão reais:   

"lá vem o dia, despertando a natureza

Vou seguindo a correnteza

Na incerteza de chegar

Dia após dia

Noite e dia sem cessar

Tanta dor, tanta agonia

Eu assim não vou ficar

Eu quero o cheiro das manhãs da minha terra

Ver o sol nascer na serra

E o vento norte soprar

Eu quero mesmo é ficar bem juntinho dela

Na praia de Atalaia

Mirando as ondas do mar..." (  CLÁUDIO MIGUEL E JOSÉ DE GOUVÊA.  ), 

E eu,  um filho desta terra de araras e caju, de tantas memórias que ficaram para trás e são elas que fazem meu coração arder e cantar. E sonhar sonhos reais! Parabéns Aracaju! 

Aracaju é isso e muito mais...

Padre Anderson Gomes é pároco da Paróquia São Pedro Pescador no bairro Industrial. 




Aracaju completa 169 anos neste 17 de Março de 2024. Como a cidade está se preparando para ser governada por uma mulher evangélica de direita, quase extrema-direita?


Zezito de Oliveira 

 Neste dias que antecedem o aniversário de Aracaju, o maior intelectual negro destas terras outrora dos cajueiros e das araras, Severo D' Acelino publicou no facebook "Aracaju Gospel! 169 - Alê meu Santo Antônio. Aweto! (*)

E como resposta escrevi: Ao contrário do que afirmou Jorge Ben anos atrás, quem estão chegando nestes tempos que rugem não são os alquimistas, mas àqueles que querem transformar o Brasil em uma espécie de talibã cristão. E sem swing, sem o swing. Quão diferente são os alquimista do genial Jorge Ben. 

E abaixo outra pessoa comenta nessa mesma postagem de Severo: Teologia do dominio.

Dias antes,  Ras de Sá, agente cultural de longa data em Aracaju,  nos enviou a seguinte observação.

Eu não sei se você sabe disso

Que o Restaurante Padre Pedro em Aracaju agora é como se fosse um núcleo neopentecostal

As pessoas aguardam suas refeições sentadas na quadra do antigo Vasco Clube.

Ouvindo músicas gospel

Funcionários dessas igrejas ficam lá fazendo uma coisa ou outra, ou nada

Mas ficam também. Fui informado que pastores aparecem na quadra e chamam toda a multidão (a quadra está sempre lotada no horário do almoço) a fazer orações de estética neopentecostal

Os neopentecostais estão infiltrados em tudo e em um país com tantas pessoas sem esperança, a tendência é que o número deles continue subindo rapidamente

A pobreza e os narcóticos são verdadeiras fábricas em grande escala desses adeptos

Não é exagero algum dizer que as cúpulas neopentecostais terão todos os poderes do país nas mãos em um futuro próximo.

Já no Instagram, outra grande liderança e intelectual orgânico de nossa cidade, José Firmo, apresenta artigo de sua autoria publicado no site da agência Mangue Jornalismo. A quem pertence Aracaju?

A minha resposta:  Por isso é a cidade mais do haverá do que houvera. Como diz Paulo Lobo em uma de suas belas canções. E o haverá já está presente com a degradação ambiental, aumento da temperatura na cidade, desconforto no trânsito, transtorno nas chuvas, perda irreversível da memória e identidade cultural. E o mais grave, não há outro veículo de imprensa para dar a importância merecida às questões citadas no artigo e nesse comentário. As candidaturas para as próximas eleições, salvo exceções, também não apresentarão propostas de mitigação ou de redução de danos que mereçam atenção. É um cenário desolador.

Ruas de Ará

Vamos ao artigo:  A quem pertence a jovem Aracaju? A cidade tem pouquíssimos donos que dominam as estruturas de poder e o rol de normas para facilitar esse domínio

Do ponto de vista histórico e geográfico, Aracaju “nasceu” de Nossa Senhora do Socorro. Ou seja, a Resolução 413, de 17 de março de 1855, transformou a Vila de Nossa Senhora do Socorro da Cotinguiba, cujo território não era apenas o atual, em Aracaju.

Do ponto de vista econômico e social, Aracaju “nasceu” por interesse dos poderosos produtores de cana, destronando a então capital, São Cristovão, que era uma cidade com condições urbanas estáveis, sendo implantada uma Aracaju no meio do nada, dentro de uma área totalmente inapropriada.

O dispêndio, o prejuízo social, financeiro e ambiental foram muito grandes. Da reação contra a mudança da capital do estado de São Cristóvão para Aracaju, quase não se tem registro, exceto o conhecido caso de João Nepomuceno Borges, também conhecido como João Bebe-Água.

Ignácio Barbosa e as leis provinciais estavam a serviços da fidalguia daquela época.

Do resumo introdutório acima, o que mudou nos 169 anos de Aracaju? Eu diria que praticamente nada mudou.

Assim como em 1855, os atuais donos de Aracaju não somos os mais de 600 mil habitantes de hoje. Aracaju tem pouquíssimos donos, os quais dominam as estruturas de poder e o rol de normas usadas para facilitar esse domínio.

A dinâmica urbana de Aracaju sofre forte interferência do mercado imobiliário. A agressão à flora e à fauna é cotidiana e vem com ares de legalidade.

O espalhamento da cidade em direção ao litoral sul – o pouco que resta de flora e fauna ainda preservadas – se dá de forma veloz e violenta.

Os últimos mandatários de Aracaju, de ambos os poderes, não revisam o Plano Diretor e demais regras urbanas; não licitam e não organizam o sistema de transporte coletivo e a mobilidade no geral; não atendem com equipamentos urbanos básicos várias comunidades e ainda assim não sentem vergonha de olhar na cara e de falar com a população.

Em 2021, sem demonstrar o menor receio, os poderes Executivo e Legislativo de Aracaju, em pleno auge da pandemia da COVID-19 e sem qualquer tipo de diálogo com a população local, de uma só tacada, transformou tudo que era Zona de Expansão Urbana em bairros.

As desculpas dadas foram as mais absurdas. Se agissem com responsabilidade não era sequer para fragmentar a legislação. Porém, se houvesse a real necessidade de atualização, que fosse feito no bojo da revisão do Plano Diretor.

A intenção de integrantes do Poder Executivo Municipal e da maioria dos vereadores não era o que se falou naqueles dias. Paralelamente à mudança de Zona de Expansão (povoados) para bairros, uma série de licenciamentos já vinha sendo gestada. E uma característica desses licenciamentos é a pouca ou nenhuma preocupação com o meio ambiente, assim como a permissividade para se cercar as margens dos rios Vaza Barris e Santa Maria.

Neste ritmo, em pouco tempo o acesso aos rios vai ser um direito apenas de quem puder pagar pelo lote nos condomínios.

O modus operandi de parte dos empresários

Ainda falando do modus operandi de parte dos empresários, está algo que torna a cidade ainda mais refém da destruição: tratam-se de pessoas supostamente representantes da sociedade ou profissionais ditos conscientes, mas que estão a serviço desse invisível progresso.

Um exemplo dessa perigosa relação, testemunhamos no mês de novembro do ano passado, quando, em 21/11/2023, numa audiência pública convocada pela procuradora da República Gisele Dias de Oliveira Bleggi Cunha, justamente para tratar das agressões à flora e à fauna e dos possíveis crimes ambientais em Aracaju.

Pasmem, dentro do MPF, num claro de desrespeito ao órgão e à procuradora -, várias pessoas se fizeram presentes se dizendo representar entidade da sociedade, entretanto, no dia 24/11/2023, a Câmara Municipal de Aracaju realizou uma Audiência Pública, cujo tema foi “O mercado das incorporações imobiliárias e as associações pró-construção no âmbito do município de Aracaju” e aquelas mesma pessoas, participaram da audiência na Câmara Municipal discursando como representantes e defensoras das construtoras.

Assim, os pouquíssimos donos da cidade arranjam meios para dispor do solo urbano, dentro da legalidade e obtendo seus lucros em detrimento da esmagadora maioria da população, sem se importarem com o meio ambiente, com a falada qualidade de vida e com as atuais e futuras gerações.

Esse mesmo povo (os pouquíssimos donos da cidade e os seus serviçais) certamente jurará amores e desejará feliz aniversário à cidade, a qual, aos poucos, ele próprio vai destruindo.

*Integrante do Fórum em Defesa da Grande Aracaju, especialista em gestão urbana e planejamento municipal.

E voltando a postagem principal, sobre  o porquê do título, o fundamento são as pesquisas de opinião que colocam em melhor posição na disputa eleitoral de 2024, mulheres de direita bolsonaristas e/ou ligadas ao centrão, nem todas evangélicas, é verdade, mas independente disso, a força da teologia do dominio dentro da câmara dos vereadores e da prefeitura de Aracaju  tende a sair mais fortalecida,  mesmo na Aracaju governada até o final de 2024,  por um prefeito trabalhista e ex-comunista e por outros do mesmo naipe, desde 1985, quando  Jackson Barreto foi eleito prefeito da capital pela primeira vez, e depois incluindo Marcelo Déda, petista, durante seis anos..

Ou seja,  a despeito disso,  perdemos a guerra cultural em nossa cidade, por isso Aracaju está culturalmente madura para ser governada por homens e mulheres de direita, quase extrema-direita.  Como já acontece em muitas cidades brasileiras e assim o sonho de cidades  e de  uma nação realmente solidária (s)  e plural (is) vai encontrando mais dificuldades e obstáculos para se realizar, sonho manifestado nas duas canções abaixo:

Tomara

Coração Civil



Quanto a esquerda, tomara que consiga dobrar a bancada de dois para quatro nomes na câmara de vereadores, o que não será fácil. 

E para completar o meme que abre essa postagem, "eleitores inteligentes escolhem quem prioriza a cultura local". O que significa priorizar também por meio da arte e da cultura de forma transversal - educação, saúde, segurança pública, geração de renda e etc.

Que venham candidatos "inteligentes" o blog está aberto para conhecer e divulgar suas proposta de Felizcidade. Aweto!! 

(*) A palavra Aweto na língua Bantu significa “que assim seja” ou “Amém”.

É uma saudação utilizada para atrair coisas positivas! Utiliza-se como resposta também quando alguém te deseja coisas boas!



Leia/assista também:

Aracaju vista do Industrial. Por Pe. Anderson Gomes



domingo, 18 de fevereiro de 2024

Aracaju está entre ‘a vez mulheres’ e o perigo da falsa quebra de paradigma. Por Narcizo Machado






sábado, 16 de março de 2024

Uma narrativa em construção: não houve golpe graças aos militares. Só os tolos, os cegos e os néscios acreditarão em tamanha asneira

  

Jeferson Miola

Os depoimentos dos comandantes militares são um duro golpe no Bolsonaro e outros conspiradores.

Celebrados pela mídia e pelas cúpulas militares, os depoimentos consolidaram a versão diversionista do salvacionismo e heroismo democrático dos militares.

Lula sentirá ter ainds mais razões pra errar brutalmente em relação à abordagem necessária. E pensará estar certo em relação à escolha sobre o 31 de março.

E Bolsonaro vai reforçar a narrativa de mártir, da vítima do sistema e da ditadura do STF com Lula que cooptou militares-melancia pra tirá-lo da política.

E seguirá encantando multidões fanáticas.

https://www.metropoles.com/blog-do-noblat/ricardo-noblat/uma-narrativa-em-construcao-nao-houve-golpe-gracas-aos-militares

Esqueça que pesquisas de opinião realizadas à época atestaram que mais de 80% dos brasileiros eram contra o golpe, fosse eleito quem fosse no dia 30 de outubro de 2022. Esqueça que o governo americano e os governos da Comunidade Europeia foram contra o golpe.

No caso do americano, Bolsonaro chegou a pedir pessoalmente ao presidente Joe Biden que apoiasse sua reeleição porque Lula seria um risco para os interesses dos Estados Unidos. Biden disse não. E autorizou a Casa Branca a vazar o pedido que Bolsonaro lhe fez.

Biden fez muito mais: despachou para o Brasil secretários de Estado e até o chefe da CIA, a mais famosa agência de espionagem do mundo, para dizer aos nossos militares que não ousassem dar um golpe. Se dessem, o Brasil sofreria retaliações pesadas.

Esqueça que mesmo assim, obedientes a Bolsonaro, os generais acolheram à porta de quartéis os que clamavam por um golpe para impedir a posse de Lula. Quer dizer: anular o resultado das eleições e assegurar a permanência de Bolsonaro no poder. Um golpe.

Esqueça também que os então comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, em 11 de novembro de 2022, assinaram nota defendendo os golpistas acampados. A nota dizia que se tratava de livre manifestação de pensamento, algo simplesmente previsto na Constituição.

Os acampamentos atraíram integrantes da família militar, solidários com os golpistas. Maria Aparecida Villas Bôas, por exemplo, casada com o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, apareceu por lá em 28 de dezembro. O general Braga Netto, vice de Bolsonaro, idem.

Maria Aparecida, mais linha dura dos muitos generais, estava a bordo de uma van adaptada para deficientes físicos e, ao acenar para os bolsonaristas, fez gestos que sugeriam a presença do marido no veículo. Villas Bôas foi o maior cabo eleitoral de Bolsonaro na eleição de 2018.

Esqueça ainda que o general Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército entre março e fim de dezembro de 2022, recusou-se a participar da cerimônia de transmissão do cargo ao seu sucessor, o general Júlio César de Almeida, escolhido por Lula.

Em momento algum, é o que se sabe, Freire Gomes comunicou ao Alto Comando o que estava sendo proposto a ele por Bolsonaro: um golpe em três versões, à escolha do freguês. Freire Gomes reuniu-se duas vezes com Bolsonaro para discutir o golpe, mas acabou não topando.

Bolsonaro voou para os Estados Unidos em 30 de dezembro para não dar posse a Lula, mas a ideia do golpe não o acompanhou. Ficou aqui acampada. E saiu diretamente dos acampamentos para celebrar a “Festa da Selma”, a tentativa amadora e malsucedida do golpe de 8 de janeiro.

Esqueça, por fim, que os chefes militares assistiram de braços cruzados à invasão da Praça dos Três Poderes e dos prédios do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal. E que de braços abertos receberam generosamente de volta os golpistas frustrados.

Por sinal, prestaram-lhes o último favor: barraram a chegada ao acampamento de uma tropa da Polícia Militar do Distrito Federal que tinha a missão de prendê-los. Para isso, o general Júlio César de Almeida moveu tanques e soldados. A prisão ficou para o dia seguinte.

Foi só birra do general? Afinal, a prisão seria inevitável. Não foi birra. O adiamento deu tempo para que membros conhecidos da família militar fugissem do acampamento de madrugada. Alguns fugiram de táxi. Outros com parentes e amigos que foram buscá-los.

Está em construção a narrativa de que não houve golpe no Brasil em dezembro de 2022 e em janeiro de 2023 graças às robustas convicções democráticas dos nossos bravos militares. Só os tolos, os que se fingem de cegos e os néscios acreditarão em tamanha asneira. Eles são muitos.

É desaconselhável bater palmas para golpistas. Vai que eles continuem ativos e não desistam do que não deu certo desta vez. Haverá sempre uma próxima. A democracia brasileira não é nenhuma Brastemp.



sexta-feira, 15 de março de 2024

CINECLUBE PARA UMA IGREJA EM SAÍDA - A PRIMEIRA NOITE DO INICIO DA RETOMADA DO CINE REALIDADE

Se é verdade que aumentou o número de cães danados do fascismo  que ladram e que nos últimos  anos até estão atacando,  vindo para cima da caravana dos humanistas, em alguns casos ferindo e até matando. Também é verdade que tem muita gente que está fazendo o que pode e até o que não pode para aumentar o cordão ou a caravana dos humanistas, buscando seguir adiante para avançar e  tentar corrigir o processo civilizatório afim de adiar o fim do mundo, como bem escreveu Ailton Krenak.  Um exemplo neste sentido  é o Papa Francisco, assim como Ailton Krenak , os presidentes Lula e Pepe Mujica, cientistas como Michel Nicolelis e etc..

Por isso foi espetacular a retomada do Cine Realidade nesta noite de sexta-feira com os crismandos da Paróquia São Pedro Pescador.

Nossos agradecimentos aos Padres Anderson  Gomes, José Soares,  Débora Rabelo, coordenadora da crisma da paróquia, e aos demais educadores da crisma. O  padre Anderson não pode chegar por conta da presença na via sacra em uma das comunidades da paróquia, já Padre Soares esteve presente e deu importante contribuição na conversa pós apresentação do documentário.  

Pelo Cine Realidade estiveram presentes este que escreve, Maíra Ramos e Rás de Sá, um agente cultural e cinéfilo de primeira grandeza dessa nossa querida Aracaju que completa 169 anos no próximo domingo, 17 de Março. Brilhantes também foram as falas de Rás de Sá e Maira Ramos pós exibição do documentário.


E para lembrar  as fontes de inspiração para essa nota acima, além do acontecimento dessa noite. Um ditado popular,  duas canções e o livro de Ailton Krenak.

1- Ditado popular – “Os cães ladram enquanto a caravana passa”.

2 - Momento Novo - 

Deus chama a gente pra um momento novo

De caminhar junto com o Seu povo

É hora de transformar o que não dá mais

Sozinho, isolado, ninguém é capaz

Não é possível crer que tudo é fácil

Há muita força que produz a morte

Gerando dor, tristeza e desolação

É necessário unir o cordão

Por isso vem entra na roda com a gente também

Você é muito importante

A força que hoje faz brotar a vida

Habita em nós pela sua graça

É ele quem nos convida pra trabalhar

O amor repartir e as forças juntar


Pedrada - Chico César

Cães danados do fascismo

Babam e arreganham os dentes

Sai do ovo a serpente

Fruto podre do cinismo


Para oprimir as gentes

Nos manter no escravismo

Pra nos empurrar no abismo

E nos triturar com os dentes


Ê república de parentes pode crer

Na nova Babilônia eu e você

Somos só carne humana pra moer

E o amor não é pra nós


Mas nós temos a pedrada pra jogar

A bola incendiária está no ar (vai voar)

Fogo nos fascistas

Fogo, Jah!


"Ideias para adiar o fim do mundo": uma parábola sobre os tempos atuais, por um de nossos maiores pensadores indígenas. 
Ailton Krenak nasceu na região do vale do rio Doce, um lugar cuja ecologia se encontra profundamente afetada pela atividade de extração mineira. Neste livro, o líder indígena critica a ideia de humanidade como algo separado da natureza, uma “humanidade que não reconhece que aquele rio que está em coma é também o nosso avô”.
Essa premissa estaria na origem do desastre socioambiental de nossa era, o chamado Antropoceno. Daí que a resistência indígena se dê pela não aceitação da ideia de que somos todos iguais. Somente o reconhecimento da diversidade e a recusa da ideia do humano como superior aos demais seres podem ressignificar nossas existências e refrear nossa marcha insensata em direção ao abismo. 
Desde seu inesquecível discurso na Assembleia Constituinte, em 1987, quando pintou o rosto com a tinta preta do jenipapo para protestar contra o retrocesso na luta pelos direitos indígenas, Krenak se destaca como um dos mais originais e importantes pensadores brasileiros. Ouvi-lo é mais urgente do que nunca.

Quem quiser assistir o documentário exibido nesta noite de 15 de Março na internet,  é só clicar abaixo:

"60 anos da Campanha da Fraternidade" Dir. Tv Aparecida. Doc. Brasil. 2024. 57 min. Livre

A repórter Camila Morais viajou ao Rio Grande do Norte para conhecer o início dessa iniciativa. Na reportagem, será mostrado o surgimento da campanha na região, que passa por transformações sociais. E também com a chegada das Irmãs Vigárias, que são as Missionárias de Jesus Crucificado, na cidade de Nísia Floresta, onde a cultura da solidariedade foi colocada em prática. E por fim, a produção vai explicar a proposta da Campanha da Fraternidade de 2024, que tem como tema "Fraternidade e Amizade Social".

As próximas sessões do Cine Realidade na Paróquia São Pedro Pescador.


PROGRAMAÇÃO DO CINE REALIDADE 
1º Semestres de 2024                                                                                                         
2º sessão – 19 de Abril  – 19 horas
 Papa Francisco: Um Homem de Palavra. Dir. Wim Wenders, Doc. Alemanha. 2018. 96 min. Livre
Em uma era de profunda descrença dos políticos e pessoas no poder, Papa Francisco é representado pelas suas muitas visitas espirituais pelo mundo e suas respostas às questões globais atuais sobre morte, justiça social, imigração, ecologia, desigualdade econômica, materialismo e o papel da família.
3ª sessão – 07 de junho – 19 horas
A Carta. Dir. Carla Rebai. Doc. Vaticano. 2022. 82 min.  Livre
Aborda  o poder da humanidade para deter a crise ecológica. Os protagonistas do documentário são um indígena da Amazônia, um refugiado do Senegal, uma jovem ativista indiana e dois cientistas estadunidenses. Vozes representando outras vozes, muitas vezes não ouvidas, sobre as questões críticas relacionadas às mudanças climáticas.

quarta-feira, 13 de março de 2024

Cineclube Realidade retoma atividades nessa sexta-feira , 15 de Março, às 19 horas, com exibição de documentário sobre os 60 anos da Campanha da Fraternidade.

quarta-feira, 13 de março de 2024

CAMPANHA da FRATERNIDADE (NOTA IV) Por José Soares & Sessão de homenagem aos 60 anos da Campanha da Fraternidade - 12/03/2024 - Câmara dos Deputados

O caminho quaresmal engloba a CF - 2024 e remete a uma questão muito séria que é a transversalidade do tema sobre a Amizade Social. Queremos afirmar que ele corta pelo meio e de forma construtiva todos os últimos temas que meditamos de 2019 para cá. No Texto Base o n. 58 diz: "O tema deste ano é uma questão transversal a todas as outras. Vivemos um período em que o valor do indivíduo se tornou predominante a ponto de não se perceber que individualidade e fraternidade se complementam". 

FALAMOS sobre o que sentimos e construímos na cotidianidade da política, da cultura, das artes, da sociedade e da religião. No mundo atual existe uma exposição imensa de questões que levam a inimizade e a intolerância. A Campanha da Fraternidade deste ano, deseja "cortar" - no sentido de perpassar - o tecido social e eclesial, colocando provocações necessárias para uma sadia relação entre as pessoas. Notemos aqui alguns temas dos anos anteriores:

- Ano 2019: Fraternidade e Políticas Públicas.

- Ano 2020: Fraternidade e vida: Dom e Compromisso.

- Ano 2021: Fraternidade e diálogo: compromisso de amor. 

- Ano 2022: Fraternidade e Educação.

- Ano 2023: Fraternidade e Fome.

QUANDO abraçamos a CF é porque a quaresma pede purificação e conversão da nossa parte. Converter-se para o vazio ou para obras de piedade sem uma finalidade amorosa e social com quem sofre, é um gesto de mentira e hipocrisia religiosa. Temos que ter clareza das causas de tanta dor e do porque de tanta separação entre nós. Do n. 64 ao 67 o Texto Base expõe com detalhe as causas, mas, vamos frisar o que segue: "Entre as graves causas de tudo isso que vivemos, encontram-se a destruição do coletividade e a construção do indivíduo solitário e autossuficiente" (TB. n. 64).

Combater o bom combate e expor com clareza que somos defensores da Campanha nos seus sessenta anos, pode ajudar a muitas pessoas superarem o estigma da separação, do rancor, da violenta divisão e sobretudo do desejo de eliminar o outro só porque pensa diferente de mim. Salve a CF - 2024 e, hoje, parabéns ao décimo primeiro ano do pontificado de FRANCISCUS DE ROMA. VIVA O PAPA.

Padre Soares - Vigário na Paróquia São Pedro Pescador

Assessor das CEBs em Aracaju!






Cultura tira lições e volta a sonhar com pluralidade após conferência nacional

 


Conferência Nacional de Cultura aprova 30 propostas de políticas públicas

Conferência Nacional de Cultura aprova 30 propostas de políticas públicas
Previsão é que, até outubro deste ano, o texto da proposta seja enviado ... Leia mais em https://www.cartacapital.com.br/cultura/conferencia-nacional-de-cultura-aprova-30-propostas-de-politicas-publicas/