“ Um evento cuja temática e palestrantes me surpreenderam pela qualidade das suas experiências e da sistematização elaboradas por eles em cima das práticas artísticas e pedagógicas e pela forma como passaram para nós, de forma clara, sem cansar e com emoção”
Essas palavras proferidas por um participante do 3º Fórum Popular de Cultura que aconteceu nos dias 23, 24 e 25 de Novembro sintetizam muito bem a impressão da maioria que estiveram presentes no Gonzagão, local que sediou a edição 2007 do Fórum.
Organizado pela Ong Ação Cultural e contando com o patrocínio do Programa BNB de Cultura o evento contou também com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura e reuniu no horário de maior concentração de público 80 pessoas, que assistiram a mesa redonda “Cultura & Inclusão” e 400 pessoas na mostra “Arte & Cidadania”.
Para os organizadores o mérito principal do evento foi fomentar o inicio da discussão a respeito da elaboração de estratégias para trabalhar com arte e cultura junto a crianças e adolescentes da periferia, cujas “mentes e corações” estão ocupadas com os ritmos e sons que estão na moda, em geral esta necessidade é citada por intelectuais, educadores e artistas, mas pouco é realizado neste sentido.
Conforme discutido durante o fórum não se trata de forçar os adolescentes a abandonar os gostos próprios ou “impostos” pelos meios de comunicação de massa mas, de conhecer e valorizar outros tipos de música, de movimentos, de sensibilidades.
Em termos práticos isso foi apresentando na mostra artística a partir da apresentação do resultado da oficina de dança desenvolvida pela Caravana Arcoiris, desde o inicio do mês de outubro, no Gonzagão, e que preparou um trabalho coreográfico em forma de colagem, onde os adolescentes envolvidos mostraram o que aprenderam de diferente: afro peruano, dança do ventre, contemporâneo e aquilo que eles conheciam: forró e dança de rua.
Essa mesma abordagem também foi destacado na oficina apresentada por Paula Gonçalves e Ketully Costa Leal, da Em Cena Arte e Cidadania, a qual mobilizou os participantes em torno da necessidade de construir coreografias partindo dos referenciais estéticos e históricos de cada um, sem perder de vista, evidentemente, a necessidade de agregar novos conhecimentos aos que eles possuem, reforçando as palavras de Clébio Correia de Araujo que mostrou a necessidade de darmos especial atenção ao processo de trabalho, pois se queremos preparar pessoas com autonomia, não obteremos esse resultado fazendo-os tão somente repetir os movimentos do coreógrafo ou os modelos de arte teatral concebidos pelo professor e/ou diretor.
Outras questões também foram apresentadas como a necessidade de organizarmos um programa de formação de agentes culturais para darmos continuidade e aprofundarmos algumas questões levantadas na discussão sobre as identidades, memória histórica e ação cultural nas escolas que foram apresentadas na discussão coordenada por Marcial Araujo Lima e Clébio Correia de Araujo, a propósito da experiência do projeto “ A escola como pólo cultural da comunidade ”, realizado com estudantes de escolas públicas de Maceió.
A propósito da apresentação desse tema o professor João Brasileiro, afirmou a coincidência sobre alguns questionamentos que estavam sendo feitas por ele e por alguns colegas da Escola Albano Franco, no bairro Santa Maria e a abordagem realizada por Marcial que muito o ajudará na condução dos trabalhos junto aos colegas e alunos da escola onde trabalha.
Outra proposta que teve boa aceitação foi à formação de mini-caravanas formada por agentes culturais para visitar-se mutuamente e desta forma poderem trocar experiências e fortalecer os laços de amizade e de cooperação.
Da parte da Ação Cultural a expectativa principal é que encontros com a metodologia do fórum, cuja característica principal é aproximar quem faz e que elaborou/ elabora reflexão sobre a prática, de quem já faz isso ou que quer ampliar os seus horizontes nesse sentido, sejam organizados por parte do gestores das Secretaria de Educação, Inclusão Social e Cultura, neste último caso os Encontros Culturais que é realizado em várias cidades do estado, em especial o de Laranjeiras pode ser um espaço onde os temas e a metodologia dos fóruns populares de cultura podem ser incorporados.
Ao término do fórum a partir da avaliação com os participantes a opinião predominante é que as pessoas sentem necessidade de mostrar e conhecer experiências exitosas e cujos aprendizados possam ser incorporados por todos , afinal, virar esse mundo em “festa, trabalho e pão” exige muita vontade, estudo e habilidade, pois como afirmou Marcial “é simples, mas não é fácil”.
Leia também: http://www.overmundo.com.br/overblog/o-central-da-periferia-na-escola
informações voltadas ao fortalecimento das ações culturais de base comunitária, contracultura, educação pública, educação popular, comunicação alternativa, teologia da libertação, memória histórica e economia solidária, assim como noticias e estudos referentes a análise de politica e gestão cultural, conjuntura, indústria cultural, direitos humanos, ecologia integral e etc., visando ao aumento de atividades que produzam geração de riqueza simbólica, afetiva e material = felicidade"
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