Camila Maciel
Jornalista da Adital
Adital
Com a proposta de discutir o conceito de Economia Criativa e pensar formas de aplicá-lo, o Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) Che Guevara, localizado em Fortaleza, estado do Ceará (Brasil), realiza o 1º Encontro Focal de Economia Criativa. No dia 28 de setembro, o evento reunirá jovens que desenvolvem trabalhos no âmbito da cultura urbana, nas áreas de surf, skate, rock, hip hop, produção cultural e tecnologia da informação. Embora esteja focado nessas seis vertentes, o encontro é aberto ao público, com entrada gratuita.
"Economia Criativa é quando capital intelectual e conhecimento se transformam em geração de trabalho e renda”. A definição do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta para uma oportunidade que já vem sendo desenvolvida por muitos jovens brasileiros, em diferentes realidades. A cultura urbana é um forte exemplo de como o talento e as ideias vindas da juventude se transformam em atividades produtivas, movimentando a economia em diversos setores.
O Hip Hop, por exemplo, tem movimentado os mercados de música, artes visuais, promoção de eventos, dentre outros. "Tem muita coisa sendo feita, mas não é dada a condições de crescimento para esses jovens. O que falta, basicamente, é capacitação para que eles tenham a chance de se desenvolver”, avalia Odinete Santana, supervisora do Núcleo de Economia Criativa do Cuca Che Guevara, equipamento da Prefeitura de Fortaleza.
Diante dessa avaliação, é que o Encontro se propõe a traçar metas comuns juntamente com os jovens das seis áreas. Dentre as metas a serem propostas, está o desenvolvimento de uma agenda conjunta entre os jovens criativos e o poder público. "É fundamental que tenhamos políticas públicas de apoio ao desenvolvimento da economia criativa”, afirma Odinete.
Outra meta a ser proposta aos participantes é o desenvolvimento de planos estratégicos para cada área. Para a supervisora, é preciso formar os jovens que realizam trabalhos de economia criativa, pois "muitas vezes falta a parte organizacional”. Ela cita como exemplo casos em que são cobrados valores pelo produto ou serviço que nem mesmo cobre o custo da produção.
De acordo com Odinete Santana, o plano estratégico possibilitaria, além da formação, a orientação para realização de pesquisas de mercado. "Às vezes quem está dentro do negócio não consegue enxergar as oportunidades de crescimento”, aponta. Tal pesquisa, portanto, permitiria visualizar toda a cadeia produtiva e oferecer chances de desenvolvimento aos jovens criativos em suas áreas de atuação.
Wesley Freitas, de 24 anos, será um dos participantes do Encontro. Com uma história de vida que passa pelo tráfico de drogas, o jovem encontrou na sua criatividade outros caminhos possíveis para colaborar com sua família. Atualmente, ele é designer e desenvolve trabalhos também na área do audiovisual. "Com esses trabalhos consigo tirar algum dinheiro”, relata. O Encontro ajudará tanto Wesley, como o coletivo do qual faz parte, a desenvolver ainda mais suas atividades.
O 1º Encontro Focal de Economia Criativa, que iniciará às 14 horas, contará com a participação de Johnson Sales, da Embaixada Social; Heliane Dallapícula, da Incubadora de Projetos da Universidade Estadual do Ceará (Uece); e Karine Pinheiro, responsável pelo projeto ‘Agentes Jovem’, da Secretaria de Educação do Governo do Estado. Na ocasião, serão apresentadas experiências práticas, a partir do projeto do governo estadual, de como a economia criativa pode ser aplicada.
Para mais informações: 3237.4566 ou www.cucacheguevara.blogspot.com
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