Mais Culturas nas Escolas
13.02.2014
As
crianças e jovens das escolas públicas brasileiras experimentarão a
dança, a pintura, o canto e o artesanato dos povos indígenas; técnicas
de audiovisual para a produção de animação infantil, além dos elementos
culturais do hip hop, como a dança de rua, o graffiti e o rap.
Esses
são alguns dos exemplos das atividades que estão sendo selecionadas
para serem desenvolvidas nas 5 mil escolas de ensino fundamental e médio
incluídas no Programa Mais Cultura nas Escolas. As escolas selecionadas
para participarem do Programa estão sendo divulgadas pelos Ministérios
da Cultura e Educação em três etapas. A primeira lista, com 1.001
escolas foi publicada no site dos dois ministérios no dia 10 de janeiro e
a segunda, com mais 447 escolas foi divulgada nesta quinta-feira (13). No dia 10 de março, o MinC e o MEC divulgarão mais uma lista de selecionados.
O
Programa Mais Cultura nas Escolas, uma parceria dos Ministérios da
Cultura e da Educação, tem investimento de R$ 100 milhões em sua
primeira etapa e cada projeto selecionado receberá entre R$ 20 mil e R$
22 mil do Programa Dinheiro Direto na Escola do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação para desenvolver as atividades culturais em
2014. O valor será calculado conforme o número de alunos matriculados na
escola. O recurso deverá ser investido na contratação de serviços
culturais relacionados às atividades artísticas e pedagógicas, que
poderão acontecer dentro ou fora da escola - durante o ano letivo, por
no mínimo 6 meses.
"As
crianças e os jovens terão oportunidade de vivenciar experiências
inovadoras nesse processo educacional com iniciativas culturais
produzidas em sua localidade", comenta o secretário de Políticas
Culturais do Ministério da Cultura, Américo Córdula. A Secretaria de
Políticas Culturais, por meio da Diretoria de Educação e Comunicação
para a Cultura, é a responsável pela criação e desenvolvimento do
Programa Mais Cultura nas Escolas.
O
Mais Cultura Nas Escolas pretende potencializar processos de ensino e
aprendizado por meio da democratização do acesso à cultura e da
integração de práticas criativas e da diversidade cultural brasileira à
educação integral.
Eixos Temáticos
Cada
um dos projetos inscritos poderia dialogar com um ou mais eixos. Desse
modo, o Mais Cultura nas Escolas procura incentivar o diálogo entre as
várias linguagens artísticas e a diversidade da cultura brasileira. Os
nove eixos temáticos estabelecidos pelo Programa são: Criação,
Circulação e Difusão da Produção Artística; Cultura Afro-brasileira;
Promoção Cultural e Pedagógicas em Espaços Culturais; Educação
Patrimonial; Tradição oral; Cultura Digital e Comunicação; Educação
Museal; Culturas Indígenas; e Residências Artísticas para Pesquisa e
Experimentação nas Escolas.
Das
14 mil escolas habilitadas para participarem do Programa Mais Cultura
nas Escolas 63,17% escolheram apenas um eixo, sendo o mais procurado o
de Criação, Circulação e Difusão da Produção Artística, com 10.070
projetos. O segundo eixo que teve mais inscrições foi o de Cultura
Afro-brasileira, com 3.937 projetos apresentados. O eixo Promoção
Cultural e Pedagógicas em Espaços Culturais foi o terceiro mais
procurado, com 2.890 projetos, seguido do eixo Educação Patrimonial, com
2.386 inscrições.
O
eixo Tradição Oral foi o quinto mais procurado, com 1.685 projetos
inscritos, e em seguida, o eixo Cultura Digital e Comunicação com 1.580
inscrições. Em sétimo lugar ficou o eixo Educação Museal com 982
projetos apresentados, seguido pelo eixo Culturas Indígenas com 834
inscrições. O eixo menos procurado foi o de Residências Artísticas para
Pesquisa e Experimentação nas Escolas com 777 projetos inscritos.
Veja alguns do Projetos Aprovados
Cultura Indígena
A Escola Municipal de Ensino Básico Ítalo Damiani de São Bernardo do Campo (SP) e próxima à aldeia
guarani que fica na região de Taquacetuba, propiciará a seus alunos o a
vivência da cultura indígena do povo guarani. O projeto de atividades
culturais, que será desenvolvido pelo professor e ator Roger Muniz,
incluem realizações, semanalmente, de brincadeiras indígenas, envolvendo
música e teatro; apresentação de cânticos guarani por indígenas da
região – crianças, adultos e idosos; e contação e encenação de histórias
indígenas. O professor Roger Muniz, que desenvolve trabalhos com a
aldeia Krukutu, levará ainda os alunos para conhecerem a vivência da
comunidade indígena, promovendo a integração entre estudantes da escola
com a comunidade indígena vizinha à escola.
Cultural Digital e Comunicação
A Escola Municipal Professora Aurora Costa de Carvalho, no município de
Nísia Floresta (RN), selecionou um projeto do eixo Cultura Digital e
Comunicação, que será ministrado pelo desenhista, ilustrador, editor e
produtor de filmes e animações Lula Borges. Pelo projeto, os alunos da
escola receberão formação em linguagem audiovisual, especialmente na
técnica da animação, com a perspectiva de se formar um grupo local de
realizadores e de se contribuir com a difusão do cinema de animação. O
projeto prevê a realização de 60 exibições de filmes de animação,
oficinas básicas de animação – com aulas de roteiro, massinha e desenho -
e produção da série de animação com ao menos 10 filmes realizados pelos
alunos. No final do projeto será realizada uma Mostra de Cinema de
Animação no município.
Cultura Afro-Brasileira
A
Escola Municipal de Ensino Fundamental Senador Teotônio Vilela de São
Paulo(SP), oferecerá aos seus alunos, por meio do Programa Mais Cultura
nas Escolas, aulas sobre Cultura afro-brasileira. O Plano de Atividades,
que será desenvolvido pelo Coletivo Cultural Poesia na Brasa – o
Saraunabrasa da Vila Brasilândia-, incluirá as três linguagens
artísticas (literatura, dança e música) vivenciadas sob a perspectiva da
Cultura afro-brasileira. As aulas, que serão ministradas Sidnei Silva
Júnior, propiciarão aos alunos conhecimentos como a poesia e a
literatura afro-brasileira de identidade e resgate cultural. As
atividades de dança abordarão as heranças africanas no Brasil e como
isso se refletiu sobre a Cultura Popular Brasileira e terão oficinas de
danças como o Samba de Bumbo e Jongo. Na área da música, além da
História da Música afro-brasileira, os alunos conhecerão os ritmos do
berimbau, além de fazerem oficina para aprender a construir o
instrumento. Durante o desenvolvimento do Plano de Atividade Cultural os
participantes deverão escolher lugares relacionados à história da
cultura afro-brasileira para que os mesmos sejam visitados.
Criação, Circulação e Difusão da Produção Artística
A
Escola Municipal de Ensino Fundamental Bela Flor, que fica no município
de Epitacolândia (AC), levará aos seus estudantes, conhecimentos
relacionado às artes como teatro de fantoches e contação de histórias. O
Projeto de Atividade Cultural, apresentado pela Biblioteca de
Epitacolândia e que será desenvolvido pela agente de leitura da região
Lilia Valdivino de Oliveira ao longo de seis meses, terá como foco o
cotidiano escolar e a cultura local. Estão previstas roda de leitura de
literatura de cordel, além da criação e apresentação de musicais por
alunos da escola e funcionários da Biblioteca e a realização de saraus
na escola.
Confira aqui a lista total com as 1.448 escolas já selecionadas.
Texto: Heli Espíndola, Ascom/SPC/MinC
Fotos: Foto 1-Gustavo Pires
Foto 2-Jogos Indígenas- Lenine Martins/Secom/MT
Foto 3-Conferência de Cultura do Extremo Sul/BA-Divulgação/Comunicação/Regional MinC/Bahia e Sergipe
Fotos: Foto 1-Gustavo Pires
Foto 2-Jogos Indígenas- Lenine Martins/Secom/MT
Foto 3-Conferência de Cultura do Extremo Sul/BA-Divulgação/Comunicação/Regional MinC/Bahia e Sergipe
Edição: Ascom / MinC
Leia mais: AQUI
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PROJETO QUILOMBO/ALDEIA JARDIM
O projeto inscrito pela Escola Estadual Júlia Teles em parceria com a Ação Cultural, é fruto de uma demanda colocada em reuniões de professores que geraram a iniciativa pioneira de realização da Semana
da Consciência Negra no ano de 2011. O sucesso da iniciativa, em razão da
receptividade dos alunos (as), assim como o amparo da Lei 11.645/08 que versa sobre o ensino da História e cultura afro-brasileira e indígena
em sala de aula, motivou alguns professores a dar prosseguimento e aprimorar a
proposta inicial, por meio da elaboração de um projeto mais amplo e detalhado,
após duas reuniões e colhidas algumas sugestões, tem-se o QUILOMBO/ALDEIA
JARDIM.
Através desse projeto pretende-se, por meio de
oficinas de capoeira, dança, rap e fotografia/video, proporcionar um espaço
para aprendizagem artistica, reflexão e
práticas pegagógicas e de convivência relacionadas a herança ancestral
africana e indigena, visando fortalecer
a identidade cultural, o senso de pertencimento e os laços de solidariedade e
coesão social.
Em termos quantitativos pretende-se atingir 100 estudantes da Escola Estadual Júlia
Teles.
Para divulgar os resultados e aumentar a adesão da
sociedade, serão produzidos ações de culminância com apresentação do resultado
das oficinas e produção de blog, video
documentário e boletim impresso .
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O produto cultural a ser gerado, se constitui em uma mostra final das oficinas
culturais, produzidas em duas etapas, a primeira antecedendo quatro meses da
data de celebração do dia da consciência negra, 20 de novembro. A segunda
constará de oficinas culturais, produzidas com antecedência de 70 dias da data
de celebração do dia do índio, 19 de abril.
O processo de construção da
mostra final por meio das oficinas artísticas e pedagógicas, será mostrado
através de outros três produtos, o DVD documentário (100 und), o boletim
informativo (4000 und) e o blog de
internet. A distribuição gratuita do primeiro será realizada para professores
de escolas públicas, com isso, espera-se
que estes sejam estimuladas a realizar ou aprimorar iniciativas semelhantes com
base na experiência acumulada e apresentada por meio do Quilombo/Aldeia Jardim. Quanto
ao boletim, distribuído também de forma
gratuita, junto ao público diretamente atingido pelo projeto, para outras escolas, pontos de cultura, ONGs
e órgãos públicos que trabalham com a cultura negra e indígena. Conterá fotos, entrevistas, textos de oficineiros e
mediadores, informações sobre o metodologia e recursos/materiais didáticos
e etc. Todos estes produtos estarão disponíveis
no blog para download gratuito.
A opção escolhida do projeto em
trabalhar com o formato oficina, tem, entre outros pressupostos fundamentais, a percepção
de que a crise da escola, não apenas da escola pública, decorre das bases
fragilizadas sobre as quais estão assentadas os princípios e as técnicas dos
atuais modelos de ensino-aprendizagem.
Explicando melhor, os modelos tradicionais de ensino ainda estão sustentados na
ideia de um estudante com pouca ou nenhuma informação, no predomínio da
comunicação verbal e na divisão entre produtor e consumidor de
informação, em outras palavras, os modelos tradicionais de ensino caminha a
passos muito lentos para adentrar no século XXI. Tempos de maior facilidade de
acesso a informação, algo nunca visto na história da humanidade,
com uma sociedade cujas aprendizagens e relacionamentos sociais são mediados
pelo uso de imagens e com as inúmeras possibilidade da incorporação de
pessoas comuns aos circuitos de produção de conteúdos e projetos e
criações de diversos tipos e integrados as cadeias de circulação e consumo.
Com a opção realizada no projeto Quilombo/Aldeia Jardim, será possível contemplar
as novas gerações com um método de aprendizagem de conteúdos educacionais e
fruição da cultura que contemple as diversas dimensões do ser, como
alegria, afeto, diálogos com o diferente ou com aquilo que já é conhecido, porém em outras perspectivas ,
descobertas ou aprimoramento por meio do aprendizado e desenvolvimento de
habilidades artisticas e no campo da comunicação. Tudo junto e misturado.
Identificação do Proponente
A Ação Cultural foi fundada em 13 de agosto
de 2004. É composta por artistas e produtores culturais emergentes, além de
educadores e lideranças de comunidade envolvidas com atividades culturais na
periferia de Aracaju e municípios adjacentes. Obteve o titulo de utilidade pública estadual
conferido pela Assembléia Legislativa do Estado da Sergipe (Lei 6.588 de 15 de
abril de 2009).
A criação da entidade inicialmente, reuniu agentes culturais vitoriosos numa
mobilização pela aprovação da Lei 3.173 de 10 de Março de 2004 que cria
o Programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) pela Câmara Municipal
de Aracaju.
A entidade
tem como missão e fim institucional apoiar e realizar iniciativas
voltadas para o desenvolvimento social, artístico e cultural das comunidades .
PRINCIPAIS INICIATIVAS DE SUCESSO
I e II Fóruns
Comunitários de Politicas Públicas e criação da Rede de Agentes Culturais do
Conjunto Jardim. –
(2001 a 2003)
Projeto Estatuto da
Criança e do Adolescente com Arte (Ecarte). (2001
e 2006) – Edital da Coordenadoria Ecumênica de
Serviços (CESE)
Fóruns Populares de
Cultura –
(2005 a 2007) - Edital da Coordenadoria
Ecumênica de Serviços (CESE) e do Banco
do Nordeste do Brasil (BNB)
Encontro trimestral
de Danças Circulares, Oficinas semestrais e Bailes anuais. (2001 até 2011)
Consórcio Cultural
– 2007 a 2009
Projeto Juventude,
Cultura e Cidadania, selecionado na edição 2010/2011 do edital do programa
Cultura Viva (Pontos de Cultura) baseado na experiência do Projeto Ecarte.
Movimento PRÓ-FASC
- 2011
2ª
Jornada Ecologia & Espiritualidade – Edital da Cáritas Brasileira –
2011/2012
Caravana Luiz Gonzaga vai à Escola – Edital Centenário Luiz
Gonzaga/FUNARTE – 2012/2013
Para saber mais sobre a Escola Estadual Júlia Teles, clique AQUI
Para saber mais sobre a Escola Estadual Júlia Teles, clique AQUI
Para saber sobre os pré-requisitos para a apresentação de projetos ao Edital Mais Cultura nas Escolas. AQUI
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