Ação de repressão militar realizada no ano de 1976, em
Aracaju, a 'Operação Cajueiro' inspirou o diretor sergipano Fábio
Rogério a realizar um curta-metragem sobre este momento marcante da
história do Estado. O filme, que está sendo produzido com patrocínio do
Governo de Sergipe, através do Edital de Apoio à Produção de Obras
Audiovisuais promovido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), é
um vídeo-documentário com estrutura narrativa baseada em entrevistas com
pessoas que foram presas durante esta operação.
‘Operação Cajueiro: um carnaval de torturas’, título do curta, nasceu
de uma ideia que foi amadurecida através de conversas entre os
realizadores Fábio Rogério, Vaneide Dias e Werden Tavares com ex-presos
políticos. Segundo Fábio, as gravações, que iniciaram em dezembro de
2013, já foram encerradas e o filme segue na fase de finalização e
edição da trilha sonora. “Queremos reabrir a discussão sobre o período
da Ditadura Militar, e contribuir, através da nossa leitura, com a
discussão”, frisa.
Para a construção do curta, Fábio Rogério entrevistou algumas pessoas
que foram presas, além de advogados e outros personagens fundamentais
para contar essa história. “Conseguimos entrevistar alguns dos
principais presos da operação, mas além deles conversamos com pessoas
como Leila (ex-esposa de Rosalvo Bocão), que nos apresentou o universo
de fora da cadeia, algo muito importante para entendermos como as
famílias foram afetadas com toda aquela operação de repressão. Além
dela, entrevistamos Laete Fraga, uma das advogadas do processo, que nos
passou importantes detalhes”, informa.
Para Werden Tavares, que divide a produção e direção do curta com
Fábio Rogério, a construção do filme tem ar de dever histórico a ser
cumprido. “A missão do realizador é buscar uma forma através da junção
de imagens e som que comunique a sua verdade com o mundo. O momento
político atual com essas manifestações e toda a tentativa de se
entender, pede uma reflexão maior sobre o passado de luta, pra que se
caia nem no discurso reacionário nem no discurso anacrônico. A gente não
pode aceitar que a nossa geração não conheça algo com tanto conteúdo
quanto a Operação Cajueiro”, destaca.
Para os realizadores, o edital da Secretaria da Cultura foi
fundamental para a concretização do curta. “Edital de fomento é sempre
uma parte importante para a nossa cadeia produtiva. Assim, acreditamos
que a Secult exerce um papel importante nesse processo. Mas acreditamos
que não podemos parar por aí, e precisamos avançar mais e mais”, frisa
os realizadores Fábio e Werden.
Sinopse do filme
O documentário fala da maior ação repressiva do governo militar em
Sergipe, conhecida como ‘Operação Cajueiro’, ocorrida no carnaval de
1976, com o objetivo de acabar com a reorganização do PCB em Sergipe.
Memórias vivas nos revelam os acontecimentos deste período obscuro da
história contemporânea de Sergipe e, paralelamente, no contexto atual,
voltam a ganhar espaço as discussões sobre os Direitos Humanos, a
abertura dos arquivos da Ditadura Militar e a revisão da Lei de Anistia.
Sobre o edital
Além destes, a segunda edição do Edital de Apoio a Produções
Audiovisuais da Secult contemplou os seguintes curtas-metragens: 'Para
Leopoldina', de Diane Veloso, 'Conflitos e Abismos', de Everlane Moraes,
'M.A.D.O.N.A.', de André Aragão, e 'A Morena dos Olhos Pretos', de
Isaac Dourado. Cada um deles recebeu R$ 30 mil para execução dos
projetos. A Secult programa o lançamento dos filmes para a primeira
quinzena de março.
(Com informações da Assesoria de Comunicação)
Fonte: http://cultura.se.gov.br/destaques/destaques-audiovisual/operacao-cajueiro-e-tema-de-documentario-patrocinado-pelo-governo
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