No dia 03 de Outubro de 2021, um dia anterior a festa de São Francisco de Assis, lá fui eu ao Bairro América, levar uma cesta básica para um ex-diretor da AMABA que foi para o sinal pedir dinheiro para comprar comida. Tendo sido encontrado nessa condição por um outro ex-diretor mais jovem.
Isso fez com que montassemos uma rede de solidariedade que está entregando uma cesta de alimentos mensalmente, durante um ano.
Conseguimos reunir uma lista de 12 pessoas, que faz a entrega mensal, cada um por vez. Muitos destes também ex-diretores e/ou colaboradores próximos de diretorias da AMABA.
Logo ao me despedir do amigo, lembro de ter dito a ele, esse gesto era uma prova que o espirito da AMABA ainda vivia, e que espirito era esse? O espirito de solidariedade fraterna e ao mesmo tempo engajada politicamente em especial por meio da comunicação alternativa e da arte e cultura, do qual o cidadão também foi um construtor. Por isso reforçamos a necessidade de retomada de iniciativas como a AMABA e consequente novas redes de solidariedade. Espero poder estimular/inspirar isso por meio do livro em tela.
Um exemplo disso pode ser conferido no depoimento de Maria do campo do vidro, publicado no livro AMABA: O esquecido circulo de cultura da Aracaju dos anos de 1980.
"Entrei na Amaba através de Zezito, Givaldo e Demerval. Lembro de uma das primeiras ações que realizamos juntos. Tinha um pessoal lá perto da minha casa que estava precisando de cesta básica e a gente não tinha, mas a gente fomos pedir para outras pessoas da comunidade colaborarem com eles, além de nós. A partir da minha participação nesta campanha fui convidada para participar das reuniões. "
Capitulo V – Retalho de Memória sobre as lutas comunitárias e ações educativas realizadas pela AMABA na década de 1980. Pág. 53
Em outro trecho do livro, a propósito do I Encontro de Menores do Bairro América na Escola Santa Rita de Cássia. 1990. assim falou Paulo Sérgio, primeiro coordenador administrativo do projeto Reculurarte.
"Teve uma apresentação do próprio projeto Reculturarte, por meio de um esquete de teatro e uma apresentação do grupo de dança FAMA, cujo responsável era o professor Henrique. Além de gincanas e brincadeiras. E não poderia faltar o lanche e o almoço. O almoço me marcou, porque quase todas as crianças do nosso projeto passavam por situações difíceis por necessidade e algumas até fome e o almoço foi bom, porque vimos a alegria e a felicidade dos pais dizerem, poxa em nosso bairro tem uma entidade que promoveu um encontro esclarecedor, de educação, sobre cultura, nos oferece um lanche e um almoço desse. Estamos num bairro bom. Não existia somente a guerra da maconha, o lado negativo."
Capitulo XIII – Início do Projeto Reculturarte. Pág. 158
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