O programa Rouanet Nordeste, uma iniciativa estratégica do Ministério da Cultura (MinC), encerrou seu período de inscrições com um número extraordinário: 2.882 propostas culturais enviadas de todos os cantos do Nordeste. Sergipe, porém, foi o último dos estados da região em número de projetos: apenas 78.
Já Bahia foi o estado foi o campeão absoluto de inscrições na Lei Rouanet, enviando incríveis 632 propostas. Logo atrás, Pernambuco confirmou seu lugar de destaque no cenário artístico nacional com 550 projetos, e o Ceará fez bonito com 402 inscrições. A adesão maciça demonstra a sede de fomento e a vastidão de talentos que aguardam uma oportunidade para florescer.
A princípio, o volume de inscrições feitas no Nordeste é uma declaração potente da efervescência cultural. Desse modo, supera com folga outros programas especiais da Lei Rouanet, como o Norte (1.074), o das Favelas (330) e o da Juventude (1.086). Com um investimento total de R$ 40 milhões, o programa é uma parceria entre o MinC e grandes empresas como Banco do Brasil, Petrobras, Caixa Econômica Federal e outras, com um objetivo claro: fortalecer a diversidade cultural e descentralizar o acesso aos recursos.
Ao analisar as áreas culturais, fica claro onde pulsam mais forte as expressões artísticas da região. As Artes Cênicas (teatro, dança, circo) dominam o panorama, representando 24,32% do total, com 701 projetos. A Música, outra paixão nacional com raízes profundas no Nordeste, vem em um close segundo lugar, com 674 propostas (23,39%).
O Audiovisual completa o top 3 com expressivos 553 projetos (19,19%), mostrando a força da produção de cinema e vídeo na região. As demais áreas se distribuíram entre Patrimônio Cultural, Artes Visuais e Humanidades.
Projetos pela faixa de valor solicitada:
65,6% (1.892 projetos): até R$ 200 mil
22,5% (648 projetos): entre R$ 200 mil e R$ 500 mil
11,9% (342 projetos): entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão
Isso indica uma predominância de projetos de menor e médio porte, muitos deles provavelmente capitaneados por artistas independentes e coletivos culturais, que são o coração da cena cultural local.
Confira a tabela completa com a distribuição por estado:
Unidade Federativa (UF) Quantidade de Propostas
Bahia 632
Pernambuco 550
Ceará 402
Maranhão 293
Paraíba 276
Rio Grande do Norte 203
Piauí 177
Alagoas 117
Sergipe 78
Total 2.882
Fonte: Portal NE9
Olhando somente o número de projetos selecionados na Roaunet Nordeste 2025 em Sergipe, a expectativa inicial era que fossem da ordem de seis e até mais.
Porém, considerando os números acima da quantidade de inscritos fica claro serem o número de quatro selecionados proporcional ao menor número de projetos inscritos por sergipanos, 78 ao todo.
Se mesmo quatro é um número provavelmente inédito e o volume de dinheiro da Rouanet investido em Sergipe é expressivo, a pequena quantidade de projetos aprovados nos mostra o fracasso das gestões passadas e atual na formação e qualificação cultural dos fazedores de cultura sergipanos para participar em melhores condições de concurso de editais regionais e nacionais? Quem achar que pode se manifestar pode responder nos comentários. E mais do que apontar o erro ou os grandes erros das gestões, o que pode ser feito para mudar esta realidade no médio e longo prazo, inclusive com recursos da Lei Aldir Blanc e de emendas parlamentares? No segundo caso temos um bom exemplo AQUI , acatando sugestão do editor deste blog pela vereadora Ângela Melo "in memorian".
Para o escritório local do MINC sugiro produzir release sobre o que significa para Sergipe a aprovação provavelmente inédita da quantidade de projetos e de dinheiro que será investido na cadeia produtiva da cultura em nosso estado através da Lei Rouanet, inclusive por causa da criatividade e compromisso do MINC em fazer um processo de seleção mais democrático e inclusivo, mesmo utilizando uma lei concentradora e elitista.
Por outro lado, mesmo que Sergipe tenha captado uma quantidade maior de recursos, de acordo com informações que temos, isso aconteceu em um contexto de patrocinio a grandes eventos realizados com iniciativa do poder público.
Em razão do exposto acima, o estudo da quantidade de investimento na cultura local via Lei Rouanet pode merecer um bom estudo no campo da graduação e da pós graduação, sem esquecer da publicação, para fazer jus ao escrito no meme abaixo.
Zezito de Oliveira
Lei Rouanet no Nordeste contempla 126 propostas
O Ministério da Cultura divulgou as 126 propostas selecionadas pelo programa Rouanet Nordeste, iniciativa de R$ 40 milhões realizada em parceria com Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa, Emgea, Petrobras, Serpro e Transpetro.
O edital tem como foco ampliar o acesso ao financiamento cultural no Nordeste e em municípios do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, reforçando a estratégia de descentralização dos incentivos fiscais.
Pernambuco lidera o número de contemplados, com 28 propostas, seguido por Bahia (19), Ceará e Piauí (12). Também foram selecionadas iniciativas de Alagoas (11), Paraíba (10), Maranhão, Minas Gerais e Rio Grande do Norte (8 cada), Espírito Santo (6) e Sergipe (4). Do total, 77% são projetos iniciantes, e 97 submissões vieram de proponentes que nunca haviam participado da Lei Rouanet.
Para a ministra Margareth Menezes, o resultado confirma o compromisso do governo com a redução das desigualdades regionais no acesso aos instrumentos de fomento. Segundo ela, o programa reforça a necessidade de levar o incentivo fiscal a públicos historicamente excluídos. O secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, Henilton Menezes, destacou que o volume de novos proponentes demonstra o avanço do MinC.
As Artes Cênicas concentram 37 propostas selecionadas, seguidas por Audiovisual (26), Música (25), Patrimônio Cultural (18), Humanidades (14) e Artes Visuais (6). Quanto aos valores, 83 projetos ficaram na faixa de até R$ 200 mil, 30 entre R$ 200 mil e R$ 500 mil e 13 entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão.
A análise das propostas foi feita por uma comissão interdisciplinar, com critérios que consideraram abrangência geográfica, viabilidade técnica, democratização do acesso e inclusão de proponentes estreantes, além de ações afirmativas voltadas a grupos minorizados. Para classificação, era necessário atingir ao menos 30 pontos. Empates foram decididos com base na pontuação de ações afirmativas.
Os projetos seguem agora para a etapa técnica, que inclui verificação documental e avaliação da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC). O repasse dos recursos dependerá da aprovação final e da formalização dos contratos com as patrocinadoras.








