segunda-feira, 10 de março de 2014

Vamos “transformar o que não dá mais”







Renato Simões*

Cartaz SDC2014_v2smallAs manifestações populares e da juventude em junho de 2013 retrataram a insatisfação generalizada do povo brasileiro com o atual sistema político e eleitoral do país e escancararam a crise da democracia representativa, que se aprofunda há muito tempo no Brasil e mesmo no mundo. “Não me representa” foi de longe um dos lemas mais emblemáticos do descontentamento com os atuais canais institucionais de participação política.
O alcance da mobilização espantou até mesmo organizações populares, sindicatos e partidos políticos. Alguns deles até já haviam proposto a reforma do sistema político, mas, presos ao velho sistema de representação, não conseguiam mobilizar as massas. Resolveram aproveitar o movimento e, com as ruas já tomadas, colocar de vez o tema como central dentre o leque de reformas democráticas e populares (reforma política, agrária, urbana, tributária/econômica e dos meios de comunicação) necessárias para a transformação do país.
Dadas as reiteradas negativas do Congresso Nacional em promover sua auto-reforma e a das outras instituições políticas do Estado, o tema vai se firmando como parte essencial da agenda política de 2014.
Dezenas de instituições populares organizam um amplo processo de consulta à população sobre a Constituinte Exclusiva e Soberana para a Reforma Política, a desenvolver-se desde já até a Semana da Pátria, quando milhões de brasileir@s serão chamad@s a pronunciar-se sobre o assunto. Repudiada pelas elites econômicas, políticas e jurídicas do país, a Constituinte Exclusiva encontrará nas ruas seu espaço de consolidação como alternativa ao conservadorismo do Congresso.
A entrada das Pastorais da Juventude (PJ, PJE, PJMP e PJR) neste debate mostra que elas estão totalmente conectadas com as questões mais importantes da sociedade e da vida da Igreja. A Semana da Cidadania, que será realizada de 14 a 21 de abril, com o tema “Juventude na luta pela reforma política” e o lema “É hora de transformar o que não dá mais” é uma atividade fundamental neste processo. As atividades a serem realizadas nas dioceses de todo o país são fundamentais para fazer com que o debate alcance os grupos de base, legitimando a discussão e os resultados.
Em agosto, a Semana do Estudante ampliará ainda mais o horizonte do debate. Sem perder o foco da reforma política, as PJs debaterão sobre a “Participação estudantil na construção do projeto popular para o Brasil”. Todo o país irá junto na luta desta juventude, que não corre da raia à troco de nada e, além da reforma política, debaterá sobre todas as reformas necessárias para a transformação da sociedade brasileira.
Para além dos eventos próprios, as PJs participam também do processo de formação e construção do Plebiscito Popular e de todas as atividades realizadas pelos movimentos e pastorais sociais e pelas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Essa participação é intrínseca à identidade das PJs. Desde seu surgimento as PJs sempre estiveram junto das CEBs, das demais pastorais e movimentos sociais, enfim, das lutas do povo em busca de sua libertação.
A reforma do sistema político é parte desta luta, em sua caminhada pela construção de um projeto popular para o Brasil. Todos estamos nesta mesma luta!




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