Renato Simões*
As
manifestações populares e da juventude em junho de 2013 retrataram a
insatisfação generalizada do povo brasileiro com o atual sistema
político e eleitoral do país e escancararam a crise da democracia
representativa, que se aprofunda há muito tempo no Brasil e mesmo no
mundo. “Não me representa” foi de longe um dos lemas mais emblemáticos
do descontentamento com os atuais canais institucionais de participação
política.
O alcance da mobilização espantou até mesmo organizações populares,
sindicatos e partidos políticos. Alguns deles até já haviam proposto a
reforma do sistema político, mas, presos ao velho sistema de
representação, não conseguiam mobilizar as massas. Resolveram aproveitar
o movimento e, com as ruas já tomadas, colocar de vez o tema como
central dentre o leque de reformas democráticas e populares (reforma
política, agrária, urbana, tributária/econômica e dos meios de
comunicação) necessárias para a transformação do país.
Dadas as reiteradas negativas do Congresso Nacional em promover sua
auto-reforma e a das outras instituições políticas do Estado, o tema vai
se firmando como parte essencial da agenda política de 2014.
Dezenas de instituições populares organizam um amplo processo de
consulta à população sobre a Constituinte Exclusiva e Soberana para a
Reforma Política, a desenvolver-se desde já até a Semana da Pátria,
quando milhões de brasileir@s serão chamad@s a pronunciar-se sobre o
assunto. Repudiada pelas elites econômicas, políticas e jurídicas do
país, a Constituinte Exclusiva encontrará nas ruas seu espaço de
consolidação como alternativa ao conservadorismo do Congresso.
A entrada das Pastorais da Juventude (PJ, PJE, PJMP e PJR) neste
debate mostra que elas estão totalmente conectadas com as questões mais
importantes da sociedade e da vida da Igreja. A Semana da Cidadania, que
será realizada de 14 a 21 de abril, com o tema “Juventude na luta pela
reforma política” e o lema “É hora de transformar o que não dá mais” é
uma atividade fundamental neste processo. As atividades a serem
realizadas nas dioceses de todo o país são fundamentais para fazer com
que o debate alcance os grupos de base, legitimando a discussão e os
resultados.
Em agosto, a Semana do Estudante ampliará ainda mais o horizonte do
debate. Sem perder o foco da reforma política, as PJs debaterão sobre a
“Participação estudantil na construção do projeto popular para o
Brasil”. Todo o país irá junto na luta desta juventude, que não corre da
raia à troco de nada e, além da reforma política, debaterá sobre todas
as reformas necessárias para a transformação da sociedade brasileira.
Para além dos eventos próprios, as PJs participam também do processo
de formação e construção do Plebiscito Popular e de todas as atividades
realizadas pelos movimentos e pastorais sociais e pelas Comunidades
Eclesiais de Base (CEBs). Essa participação é intrínseca à identidade
das PJs. Desde seu surgimento as PJs sempre estiveram junto das CEBs,
das demais pastorais e movimentos sociais, enfim, das lutas do povo em
busca de sua libertação.
A reforma do sistema político é parte desta luta, em sua caminhada
pela construção de um projeto popular para o Brasil. Todos estamos nesta
mesma luta!
Leia mais: AQUI
Leia mais: AQUI
Nenhum comentário:
Postar um comentário