segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Disputando lógicas e narrativas com as danças circulares dos povos..



Quando a lógica racional  ou instrumental torna impossível ou improvável o atendimento a determinados desejos ou demandas, basta explicar a lógica que está por trás. Há situações que bem explicadas tornam desnecessárias muita discussão. Pois esta mesma lógica não possibilita muitas saídas ou soluções, se permanecermos dentro dela.

 Um exemplo é a politica de demitir pessoas para diminuir custos. Se é uma empresa que funciona dentro da lógica econômica capitalista, pode fazer sentido.

Já quando utilizamos a  lógica sensível,   podemos encontrar maneiras diferentes para chegarmos a outras saídas ou  soluções, mas esta  requer uma compreensão mais aprofundada e,  decerto que uma mudança de perspectivas e até de conceitos duramente estabelecidos em  nossa psique.

Não podemos esquecer, no caso da demissão de trabalhadores, quem permanece preso a lógica econômica capitalista, acredita que o sistema baseado na exploração do homem pelo homem e no lucro é um sistema único e que fora dele não existe outra forma melhor de produzir e distribuir riqueza e, portanto,  demitir pessoas para maximizar lucros, é algo bastante natural. 

Mas para mudar essa maneira de pensar, se     requer mais tempo e muito diálogo. Às vezes necessita do cultivo de outros hábitos, outras formas de relações e outras   formas de acesso ao conhecimento, que não seja apenas por meio dos   padrões ou códigos racionais e cognitivos.

Por exemplo: Lembro o quanto as danças circulares dos povos nos ensinam a compreender o que é diversidade cultural, o que é respeito ao diferente,  o que são  relações de cooperação e horizontalidade, a ampliar ainda mais a consideração pelo feminino e pelas mulheres em geral, a ampliar ainda mais a consciência do que é e  importância da diversidade religiosa, entre outras possibilidades.

Portanto, promover e/ou estimular o encontro das pessoas através de formatos culturais como este, é uma boa oportunidade de cultivarmos outras lógicas. 

É dessa maneira que podemos acreditar que outros mundos são possíveis. Buscando resgatar, recriar ou criar novas  formas de cultivarmos a razão sensível.

Zezito de Oliveira







UM ENSAIO, QUATRO ARTIGOS  E MAIS  VIDEOS SOBRE DANÇAS CIRCULARES

“Que impulso irresistível leva o homem a dançar? Por que, ainda no estado natural mais primitivo, em lugar de economizar suas energias para encontrá-las mais intactas no momento da ação, necessária a seu sustento ou sua defesa, desperdiça-as em movimentos fisicamente esgotantes?

Sem dúvida, por uma necessidade interior, muito mais próxima do campo espiritual que do físico. Seus movimentos, que progressivamente vão se ordenando em tempo e espaço, são a válvula de liberação de uma tumultuosa vida interior que ainda escapa à análise. Em definitivo, constituem formas de expressar os sentimentos: desejos, alegrias, pesares, gratidão, respeito, temor, poder...

No entanto, esses sentimentos estão intimamente relacionados com a necessidade material do grupo humano primitivo. Necessidade de amparo, abrigo, alimento, defesa e conquista; de preocupação, saúde e comunicação. Tais requisitos levam-no, primeiro, a observar a natureza e a relação que existe entre os fenômenos naturais propícios ou contrários à sua necessidade. A cada uma destas manifestações ele atribui um espírito e uma vontade semelhantes à sua.

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http://acaoculturalse.blogspot.com/2008/03/danas-circulares-uma-proposta-cultural.html



3º Baile de Danças Circulares faz desconhecidos darem as mãos e proporciona um mosaico cultural

Tá certo.... o final de todo baile é o silêncio. Mas o desse baile foi diferente. Não foi somente a música que acabou. Era um silêncio diferente, daqueles que faz a gente olhar para dentro, refletir. Vamos rodar a roda do tempo... antes do fim... vamos ao começo.

Findou que num sábado à noite, entre opções culturais noturnas de Aracaju – é possível citar bandas de rock independente no pub do Capitão Cook ou comer crustáceos e bater papo com os amigos nos barulhentos bares da Passarela do Carangueijo – surgiu uma curiosa: um Baile de Dança Circular.

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http://www.overmundo.com.br/overblog/baile-de-integracao
O primeiro contato que tive com as danças circulares se deu em Recife, no ano de 1999, quando participei de um primeiro encontro com William Vale, de Belo Horizonte. A partir de então, continuo tendo essa experiência até os dias de hoje.

Ao receber o convite através do Centro Nordestino de Animação Popular(PE), fiquei em dúvida se a proposta iria muito além de um repertório com base nas divertidas (mas já conhecidas) rodas infantis. E foi muito além mesmo! Pela primeira vez, tive contato com danças de roda de adultos, oriundas de diversos povos e tradições, e de algumas idealizadas por coreógrafos contemporâneos, com exceção das cirandas de Olinda e Recife, a qual já me havia sido apresentada em outras ocasiões, nas minhas andanças por Pernambuco.
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http://www.overmundo.com.br/overblog/a-danca-da-vida-2-movimento-1
Segundo Alcino Ferreira e Clemente Lizana(in memorian), no texto “A questão do corpo nos movimentos populares”, educadores populares da Equipe Habeas Corpus de Recife: “Os nossos corpos são portadores, por assim dizer, de feridas e de cicatrizes imprimidas pela organização do universo político e pela repressão social.”

Já Frei Betto, em artigo de sua autoria intitulado corpo cósmico, afirma: “Esse corpo que somos dorme e sonha, sofre e goza, sabe-se feliz ou contrai-se em tristeza, esbanja saúde ou fragiliza-se na doença. Sobretudo, é capaz de algo inacessível a todos os outros animais: sorrir . E, no entanto, ainda vivemos num mundo submerso em lágrimas. Porque esse corpo, provido de sentimentos e emoções, guarda rancores, iras e ódios, embora tão capaz de compaixão, ternura e amor.”

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O Baile de Danças Circulares realizado no Gonzagão, no sábado, 11 de Outubro de 2008, encerrou com bastante alegria, em Sergipe, o ciclo de comemoração ao centenário de nascimento de Bernhard Wosien, iniciado com a realização da Roda Aberta de Diálogo sobre as Danças Circulares, na noite do dia 26 de setembro, e prosseguindo com a Oficina, nos dias 27 e 28 daquele mês, na Fundação de Seguridade Social (GEAP).

O bailarino, coreógrafo e professor alemão Bernhard Wosien iniciou, a partir dos anos 30 do século passado, o registro e difusão de muitas danças tradicionais européias, tendo sido essa prática posteriormente incorporada por pessoas de outros continentes, garantindo assim que o patrimônio dançante das populações originárias e/ou tradicionais viesse a ser experimentado pelas novas gerações.

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 Reportagem da Tv Aperipê sobre a Oficina de Danças Circulares de Janeiro de 2011.

http://www.youtube.com/user/acaoculturalsergipe1?feature=mhsn#p/u/0/yfogJxMZjRw

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