sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Olhando o Brasil para a frente com a memória histórica dos anos 1990 até o golpe de 2016

 O Brasil entrou na década de 1990 com um verdadeiro banho de água gelada, a partir da posse do Presidente Collor. 

Isso se considerarmos a ascensão das lutas politicas no decorrer da década de 1980, o que garantiu algumas conquistas importantes, como alguns direitos sociais  e civis inscritos na Constituição de 1988. 

Mesmo que em termos mais práticos, muitos deles foram ampliados e até implementados somente nos anos 2000, com a eleição do Presidente Lula.

As derrotas que sofremos no campo econômico e politico, trouxeram consequências dramáticas para um contingente bastante expressivo da população brasileira naqueles anos. 

Durante o decorrer de mais uma década perdida, os anos 1990, o programa politico e economico conhecido como neoliberalismo começou a provocar ataques avassaladores contra os trabalhadores , inicialmente com Collor e depois com FHC. 

Sendo Collor semelhante a Bolsonaro, este porém uma versão condensada do que pior tivemos de presidentes na década de 1980. O general João Batista Figueiredo e o coronel esclarecido José Sarney. Esclarecido aqui porque escritor e membro da Academia Brasileiro, embora fazendeiro e oligarca..

Com a saída de Collor, e depois de Itamar Franco, um curto periodo de um governo liberal, porém nacionalista até aquilo que poderia ser, assume o sociólogo e professor universitário aposentado Fernando Henrique Cardoso.  Mesmo com àquela frase infeliz em que chamou aposentados de vagabundos.

Eleito por um partido que tinha e tem social democracia no nome, FHC  quase conseguiu completar a obra inicial de construção do estado neoliberal, minimo para os pobres e máximo para os ricos, como vemos no dia de hoje.

Era FHC ou Lula e em duas eleições (1994 e 1998), Lula perdeu a eleição para FHC.

Já na quarta disputa (2002), quando vitorioso, Lula começo pisando em ovos e iniciou seu governo mantendo muita coisa do que foi construído de neoliberalismo por FHC.

Porém, buscou ampliar e implementar muitos dos direitos sociais e civis que estavam inscritos na constituição de 1988, como já afirmamos. 

E também no plano econômico foi buscando reconstruir e ampliar o pouco de estado de bem estar social destruído pelo neoliberalismo, o que só faria e faz sentido com uma presença reguladora do estado na economia, assim como com presença forte por meio de algumas empresas públicas estratégicas ou de economia mista.

Mas aí, eis que os formalmente sociais democratas, mas neoliberais bem assumidos,  resolvem partir para a aliança golpista que deu fim ao governo da presidenta Dilma Roussef, o quarto governo petista do ciclo iniciado por Lula em 2002.

Com isso, favorecem a instalação de um verdadeiro bode na sala, o primeiro foi Collor, o qual o PSDB matreiramente, sorrateiramente,  lhe prestou apoio. Isso foi feito assim, porque no inicio dos anos de 1990 havia um resquicio de social democracia verdadeira no seio do PSDB.

Daí então com essa proposta de termos Alckimin como vice de Lula, temos mais uma vez a presença de nossos sociais democratas falsos, no centro da cena politica.

Isso porque sociais democratas de tradição neoliberal e golpistas, embora Alckimim tenha tido presença discreta nesse imbroglio em que estamos metido, sob o ponto de vista da participação no golpe.

Assim a pergunta que fiz bem lá atrás em redes sociais, quando essa conversa de aliança teve inicio. 

Qual o programa que selará a aliança da esquerda liderada pelo PT com os neoliberais? 

O que, do serviço sujo feito pelo atual governo do Bolsonero poderá ser alterado, conforme esta aliança?

Lembrando no plano dos direitos politicos e civis muito poderá ser retomado, afinal liberais e socialistas concordam em muitas questões neste quesito.

Mas, e no plano social e econômico? Principalmente.

Zezito de Oliveira

Era para ser um textinho, mas virou um textão...

Será também aproveitado para o capitulo sobre conjuntura politica e econômica dos anos 1990, o qual pretendo escrever no segundo volume da trilogia Livro AMABA/Projeto Reculturarte.

Ajudado pelas provocações inteligentes e honestas do jornalista  Breno Altman no facebook e algumas leituras da vida e nos livros...


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