quinta-feira, 17 de março de 2022

Aracaju em seus 167 anos nas redes virtuais..

https://www.youtube.com/watch?v=mr94rZ8u2XE



Live do deputado estadual e professor Iran Barbosa, em comemoração aos 167 anos de Aracaju, com participação de Sarah França, arquiteta, urbanista e professora doutora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Sergipe (UFS); e Antônio Wanderley, professor de História das redes públicas estadual (aposentado) e municipal de Aracaju.

Para assistir, clique AQUI


A força de grana que ergue e vorazmente destrói coisas belas.

Ana Luiza Libório no facebook

O que será?
E hoje festejamos mais um aniversário da cidade. E o que dizer  sobre ela ?
Da infância tenho diáfanas lembranças: a colina do Santo Antônio com seus pés de sapoti e jenipapos. Meu tio morava na casa da encosta da encosta, àquela quase normanda, onde já aconteceu a Casa Aracaju. Lá passamos férias memoráveis entre árvores frondosas e enormes esquadrias de caixilho de madeira e vidro.
A  Atalaia? Um imenso coqueiral. Em 1966 veraneamos por lá . Verão inesquecível para as crianças . Toda manhã íamos a praia, totalmente deserta, e a tarde pescávamos siris na maré do Apicum. A noite ficávamos no escuro, ainda não tinha energia elétrica, observando atentos a passagem da luz do antigo farol.
Na adolescência verdadeiro paraíso. Passear pelo comércio, visitar  livrarias, lojas de tecidos  e ir nos os armarinhos comprar contas e botões de madre pérola, uma rotina . O cachorro quente no Parque era programa certo nessas tardes descompromissadas.
Sábado a noite o programa imbatível era comer carangueijo na Atalaia. O Veludo o bar mais famoso. Talvez o primeiro grande empreendimento na Atalaia. O Manequito mais mocó e o Barraco para os descolados de então.
Cine Palace aos domingos, tomar sorvete na Cinelândia e na volta parar no relógio da Praça Fausto Cardoso ou, ainda, as matinees da Atlética, as noites dançantes do Iate  e na Oxente, no Cotinguiba, onde só enxergávamos os dentes e roupas brancas.
Mas e a Aracaju pós pandemia? O que nos trouxe de aprendizado o isolamento e o mergulho na tecnologia? 
Será que finalmente ingressaremos, urbanamente civilizados, no  século XXI? 
Será que o uber vai frear a demolição em massa que se abateu sobre o Bairro São José?
E os antigos  casarões da Rua de Estância, a um passo do Rio Sergipe, sobreviverão? 
E as casas modernistas da inigualável Rua da Frente, também?
Será que a zona de expansão vai enfim ser tratada como área de preservação paisagistica?
Será que o trabalho remoto vai resolver o problema da mobilidade?
Será que o preço dos combustíveis, a economia verde, ou mesmo a guerra, vai nos ajudar a virar a chave? 
Voltaremos a morar perto do Centro, das praças, dos bancos e lojas e poder andar a pé pelas cidades? 
Ou será que vamos repetir o equívoco de outras capitais desenhadas para carros em alta velocidade com calçadas estreitas e hostis aos pedestres? Será essa a cidade que queremos para morar?
Foto Hernani Romero Libório 



Aracaju, parabéns pela existência; não pela forma e pelo local onde nasceu!

Firmo Santos no facebook

João Bebe Água tinha razão: a capital de Sergipe não poderia ter deixado de ser São Cristóvão.

Ao que se sabe, a capital de Sergipe foi transferida de São Cristóvão, uma cidade – para a época - com infraestrutura, com comércio, com serviços, com uma população urbana, com um conjunto arquitetônico considerável, para uma área inóspita, formada por mangues, lagoas, dunas e matagal, apenas por interesse os latifundiários, produtores de cana do Vale do Cotinguiba.

Ao contrário do que determinada corrente quer nos fazer crer, o que prevaleceu não foi o interesse da maioria da população; não foi uma visão futurista de Ignácio Barbosa, no sentido de criar uma capital “planejada”. Foi por interesse ou por pressão dos verdadeiros mandatários da época: os grandes produtores de açúcar e outros produtos manufaturados.

Quanto, financeiramente, deve ter custado para os cofres de Sergipe, abandonar uma capital, numa cidade – pode-se dizer – consolidada, para começar a construir uma cidade dentro de um charco? 

Quanto, culturalmente, deve ter custado para o povo da então capital, São Cristóvão, ver o seu posto de capital ser derrubado a canetadas de deputados e de um governador?

Quanto, ambientalmente, perdeu Sergipe ao permitir que uma região frágil e ao mesmo tempo rica, do ponto de vista ambiental, fosse destruída? Neste ponto devemos dar um desconto porque, certamente, à época não se pensava sobre o impacto que seria trazer a capital para cá. E também devemos dar mais um desconto porque sendo ou não capital a área poderia estar, hoje, destruída da mesma forma.

Vindo para a atualidade, como a cidade e, principalmente, o seu povo é maltratado por aqueles que são eleitos para cuidar da cidade e do seu povo?

Como prefeitos, vereadores, governadores, deputados, senadores, se omitem diante do uso indevido da cidade por uma minoria gananciosa?

Como tais autoridades permitem que a cidade e o seu povo sejam agredidos e malcuidados, somente para beneficiar uma minoria?

Como tais autoridades usam os meios legais única e exclusivamente para dispor a cidade aos agressores e criminosos do meio ambiente?

Aracaju é uma cidade linda e tem um povo também muito ordeiro, muito receptivo, merece ser parabenizada diariamente, mas em todos os seus aniversários não há como deixar de lembrar do quanto ela (Aracaju) e o seu povo mais pobre “apanham” de autoridades e dos gananciosos.





Opinião - O 167º aniversário do Aracaju, que nasceu nos charcos



2 comentários:

Fórum Artes Visuais de Sergipe disse...

É muito bom termos visões distintas sobre a nossa Aracaju.

AÇÃO CULTURAL disse...

Exatanente! Penso que este postagem coletiva ficou legal por essa razão. Valeu!!!