segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Arquidiocese de Aracaju: O apelo dos leigos de uma igreja que sofre ao Papa Francisco

Nossa Senhora da Conceição - Padroeira de Aracaju


 Exmo. Sr. Dom Giambattista Diquattro

Digníssimo Núncio Apostólico no Brasil

0 CNLB – Conselho Nacional do Laicato do Brasil na Arquidiocese de Aracaju, vem respeitosa e fraternalmente à presença de Vossa Eminência, porta-voz do nosso querido Papa Franciso, à luz do evangelho, do Concílio Vaticano II e dos demais documentos da nossa Igreja, apresentar algumas reflexões e ponderações diante do desvio da missão cristã/católica na nossa Arquidiocese e ao final requerer que, sendo possível, sejam considerados ou observados os pleitos a seguir expostos.

NOSSA ARQUIDIOCESE E SEU PERFIL

Inicialmente, vimos aduzir que a “renúncia” de D. João José Costa foi um passo importante para evitar maiores escândalos na nossa Arquidiocese e para salvaguardar o próprio Arcebispo, entretanto e infelizmente, este ato não foi e não será capaz de resolver os graves problemas que afligem nossa igreja particular, para impulsioná-la a sua missão cristã conformada ao Evangelho, ao Vaticano II, ao Papa Francisco e a sua importante proposta Sinodal.

Apesar de chamados pelo batismo à perfeição do Pai, cada um em seu próprio caminho... apesar do sacerdócio comum que atinge a todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado - consoante nos ensina a LG, nº11, fomos contaminados por um forte clericalismo que impede o nosso crescimento como Igreja que testemunha Jesus Cristo, inviabiliza a corresponsabilidade eclesial, a infantiliza e a nossa fé, a nossa vocação, o nosso chamado particular de filhos.

A vocação e formação sacerdotal e laical de nossa Igreja particular, em grande parte, está contaminada pelo saudosismo, pela doutrina do Concílio Vaticano I, pelo clericalismo, pelo medo e combate sistêmico ao Concílio Vaticano II e aversão ao nosso Papa Francisco. O conservadorismo eclesial local, tem esta fisionomia!

Somos uma Igreja de Conservação, que se funda e perpetra sua missão, em grande parte, na consecução dos sacramentos, em missas “terapêuticas” e/ou fincadas em sermões descontextualizados do tempo presente. Somos uma igreja sem estímulo à missão social e/ou à responsabilidade cristã coletiva - uma Igreja insensível às dores dos irmãos mais fragilizados!

Nossas Paróquias, em sua maioria, estão sob o domínio de um Padre, sem a coparticipação real dos leigos, salvo como executores de ordens. Estamos distantes de visualizar nossas paróquias como um Oikos ( Casa - MC16/ MC 1, 29, MC2,1), ou um espaço teológico, uma Comunidade de Comunidades conforme reconhecida no documento SD, n. 58. Antes, somos uma igreja em desconstrução, desanimada, com uma cultura eclesial individualizada, sem profetismo! Uma igreja eminentemente hierárquica, institucional, uma igreja enferma!

REVITALIZAÇÃO DA IGREJA LOCAL

A conjuntura acima apresentada faz-nos clamar ao Vaticano que detenha um olhar especial sobre nossa Arquidiocese visando a sua reconstrução, o resgate e edificação da nossa Igreja como Povo de Deus, como Igreja em saída e não apenas uma massa religiosa.

A necessária revitalização de nossa igreja particular passa, especialmente, pela cuidadosa escolha de um Bispo para nossa Arquidiocese, um bispo que seja alinhado ao Evangelho de Jesus Cristo, ao Concílio Vaticano II e documentos correlatos, ao pastoreio do nosso Papa Francisco. Um pastor capaz de acolher, formar, ser misericordioso, capaz, inclusive, de exigir e até afastar cristãos presbíteros, religiosos e leigos que usam os cargos eclesiais para ir de encontro ao amor e à fraternidade na medida que atentam contra a saúde física e mental das pessoas.

NOSSOS CLAMORES

Diante dos fatos apresentados, clamamos a Vossa Eminência:

1- Que seja escolhido, à luz do Espírito Santo e dos sinais aqui e outrora apresentados, e enviado em missão para nossa Arquidiocese de Aracaju um PASTOR especialmente humano e cristão, com autonomia e autoridade para promover as mudanças necessárias, com habilidade para aplainar, atualizar, corrigir e frutificar o pastoreio local. Talvez, se essa for a inspiração do Espírito Santo e do Vaticano, um Bispo que não tenha convivido diretamente com nossa realidade eclesial;

2- Que se promova e adeque a formação dos nossos seminaristas, presbíteros, religiosos de acordo com os ensinamentos do evangelho, do Vaticano II, Doutrina Social da Igreja e os importantíssimos documentos publicados pelo Papa Francisco;

3- Que sejam promovidas formações do laicato, inclusive, fundadas nos documentos acima referenciadas, conforme preconizado em Christifideles Laici, 35, visando um laicato maduro e responsável - elemento essencial e obrigatório da Plantatio Ecclesaiae.

4- Que sejam criadas comissões com representações de todo povo de Deus, para ver em profundidade a conjuntura local e seus principais desafios, julgá-las à luz do evangelho e ao final para agirmos dentro desta perspectiva sinodal, em busca da nossa transmutação em uma igreja viva, dialógica, misericordiosa, capaz de gerar DEUS entre nós e no mundo;

5- Que as comissões locais, principalmente a comissão VELM, saia da formalidade habitual passando a ser um verdadeiro sinal de amor para as vítimas feridas pelos abusos praticados no interior da igreja, sinal de amor para os agressores na medida em que forem julgados em processos com ampla defesa, condenados quando necessário e afastados dos seus encargos.

Na certeza do cuidado amoroso do nosso amado Papa Francisco cujo pontificado ilumina nossa Igreja em seus constantes desafios, rogamos ao Pai Celeste, ao seu filho Jesus Cristo e ao Espírito Santo que viabiliza nosso caminhar cristão, que este pedido seja acolhido, que reconstruamos nossa igreja com o espírito sinodal e fraterno. Que sejamos luz e sal da terra!

Respeitosamente,

Paulo Almeida Machado Junior

Presidente CNLB Aracaju

Conselho Nacional do Laicato do Brasil

Na Arquidiocese de Aracaju

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Oremos e trabalhemos

https://www.youtube.com/watch?v=eHxy7_sR0_w


https://www.youtube.com/watch?v=EhJesRdCXd4


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NOTA DE ESCLARECIMENTO AO POVO DE DEUS QUE ESTÁ NA ARQUIDIOCESE DE ARACAJU

“Se vocês permanecerem na minha palavra, são de fato meus discípulos; e conhecerão a verdade, e a verdade libertará vocês” Jo 8, 31-3 

0 CNLB – Conselho Nacional do Laicato do Brasil na Arquidiocese de Aracaju - CONAL, diante da divulgação indevida de nossa Carta à Nunciatura nas redes sociais, vem apresentar ESCLARECIMENTOS sobre os fatos ocorridos. A Carta do Conselho de Leigos endereçada ao Exmo. Sr. Núncio Dom Giambattista Diquattro, quando ainda estava em fase de discussão e edição, por um equívoco foi enviada indevidamente a um clérigo da nossa igreja, no sábado dia 25 de agosto de 2023, e no mesmo dia a referida carta circulou no grupo de WhatsApp dos padres. Em seguida foi divulgada nas redes sociais. 

O documento somente foi enviado à Nunciatura pelo Conselho de Leigos nesta segunda-feira, dia 28 de agosto de 2023, após aprovação e assinatura dos membros da Presidência. Informamos, também, que o documento tinha carácter sigiloso e a nossa pretensão era atender ao Papa Francisco, ao chamado da Igreja à SINODALIDADE - onde todo o povo de Deus deve ser ouvido e participar das decisões eclesiais. 

Os leigos, até este momento, não foram consultados sobre a escolha do novo Bispo, como o foram alguns presbíteros e integrantes da hierarquia. Não ousamos indicar nomes de possíveis Bispos no documento, mas apresentar nossas preocupações com a igreja local e a importância vital da nomeação de um Pastor com cheiro de ovelhas - capaz de orientar nossa Igreja à luz do Concílio Vaticano II e dos documentos editados pelo Papa Francisco. A análise eclesial apresentada não tem intenção de atingir clérigos em particular, mas de ressaltar o distanciamento do olhar e práticas eclesiais das orientações do Vaticano II e do magistério do Papa Francisco. 

Precisamos, em conjunto, aprofundar nossas análises e discussões sobre nossa caminhada cristã e o seguimento de Jesus. O CONAL está aberto a escuta e ao diálogo e promoverá uma plenária arquidiocesana para aprofundarmos a análise de nossa realidade eclesial. Amamos a Igreja de Jesus Cristo e com ela todas as vocações e vocacionados. Por este amor tão profundo, calçamos a sandália de peregrinos e o profetismo que nos desinstala e nos lança à fraternidade.

Conselho Nacional do Laicato do Brasil

Na Arquidiocese de Aracaju

A Presidência

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CNLB – E-mail: conal.aracaju@hotmail.com/ - SITE: www.conalaju.com.br

Facebook: CONALAracaju

O Papa: ainda há resistências na Igreja, mas a porta está sempre aberta a todos

Foi publicada pela La Civiltà Cattolica a conversação completa de Francisco com os jesuítas de Lisboa, durante sua viagem a Portugal para a JMJ. Uma conversa espontânea, intercalada com perguntas, na qual o Pontífice expressa preocupação com as guerras, reitera o apelo para dar a "todos" um lugar na Igreja, incluindo homossexuais e pessoas trans, e reitera que o Sínodo não é uma "invenção" sua nem uma "busca de votos"

Excelente matéria. Vale a pena a leitura.

"Quanto mais a Igreja se volta para si mesma, ainda que a preocupação deste voltar-se seja encontrar uma unidade perdida, mais a Igreja se atola em suas próprias contradições. Ao contrário, ao abandonar-se numa entrega apaixonada à causa da redenção do Ser humano, de forma concreta e sofrida, ela descobre aquilo que não havia buscado: a sua própria unidade."

Ruben Alves. In: "O enigma da religião", 1984. Citado pelo professor Romero Venâncio (UFS)

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Adicionado em 01 de Setembro de 2023

Cebs

PAPA FRANCISCO FALA:

FALA:

ü Em encontro com os seus irmãos – Os Jesuítas.

ü Durante a Jornada Mundial para a Juventude, em Portugal.

ü Respondendo aos seus críticos.

A DOUTRINA CATÓLICA:

ü Não é monolítica. Se atua com o tempo.

ü É necessário compreender, para a prática do Evangelho, que há uma justa evolução na compreensão das questões de fé e moral.

ü Quando se prende ao passado, a Doutrina dá lugar as ideologias.

ü A ideologia abafa a fé e esconde a afirmação de pertença a Igreja.

A PENA DE MORTE E A ESCRAVIDÃO:

ü Segundo a Doutrina constituem pecados graves. Não podem e não devem ser praticadas sob o silêncio da Igreja.

ü No passado, alguns Pontífices toleraram.

QUANDO NOS FECHAMOS AO PASSADO:

ü Se perde a verdadeira tradição e se recorre as ideologias.

ü A Palavra de Deus é sempre atual. Deus fala ao Seu Povo, segundo as realidades em que vive.

QUANDO AS MENTALIDADES SE ENRIJEM:

ü Os seus protagonistas se isolam, se fecham em si mesmos.

ü A Igreja de Jesus é sempre aberta e inclusiva.

ü A Doutrina está em contínua atualização, para atender os reclamos do tempo presente.

ü Quando desconsideramos a dinâmica da Doutrina nos fossilizamos e nos perdemos como numa guerra.

UM JESUITA LHE PERGUNTOU: A QUEM A IGREJA DEVE SE DIRIGIR?

ü Responde Francisco: “A todos”!

ü Hoje a temática sobre a homossexualidade é muito forte.

ü A sensibilidade para essa temática muda de acordo com as circunstâncias históricas.

ü A Igreja precisa estar atenta para as pastorais de orientação e acolhida.

NÃO ME AGRADA:

ü Afirma Francisco: A Igreja não deve olhar para os pecados da carne, com lupa, e fechar os olhos para os pecados derivados da palavra e da ação relacional com irmãos, irmãs e com a natureza.

ü Todo pecado é objeto da misericórdia de Deus. Ele veio para acolher todos os pecadores e pecadoras.

ü Para acompanhar as pessoas espiritualmente e pastoralmente é preciso muita sensibilidade e criatividade.

ü A Igreja precisa e deve ser aberta. Receber e orientar a todos mostrando o amor de Jesus. Não se esqueçam disso!

VEJAM! CONTINUA O PAPA FRANCISCO:

ü Graças ao trabalho pastoral de uma religiosa, já há algum tempo, na audiência geral das quartas-feiras, recebo, homens e mulheres transexuais.

NUMA DESSAS AUDIÊNCIAS:

ü Um grupo de mulheres chorou profundamente.

ü Perguntei: “Por que vocês choram”?

ü Responderam: “Nunca imaginávamos que o Papa pudesse nos receber”!

ü Respondi: “Todos são convidados”!

ü Percebi, então, que essas pessoas se sentem rejeitadas.

A ORAÇÃO:

ü É uma abertura para Deus! Deixar que a Trindade venha e habite em nós.

ü Com a trindade somos fortes, para sem medo vivermos a missão que o Evangelho nos determina.

ü Como se diz aqui em Portugal: A pessoa que não ora é como um bacalhau. É seca e fechada em si.

ü A oração nos faz abertos, para encontrar com as pessoas e nos fortalecer contra o risco de buscarmos o mundanismo, as armadilhas do sexo virtual e o afã da autopromoção.

ü Minha avó dizia: É preciso e necessário progredir! Continuava: Progredir sem subir sobre os outros. Quem progride dessa forma mostra o traseiro.

Marília, 31 de agosto de 2023.

Prof. Antonio Batista.

FONTE:

Revista IHU

REPORTAGEM:

De Fabrizio Mastrofini.

PUBLICAÇÃO:

I’ Unitá – 29-08-2023.

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