
Ontem
 a noite(03/09)  fui assistir ao último show da banda Catedral no Teatro
 Tobias Barreto. Com o fim dessa turnê, os três artistas que formam  a 
banda,  Kim,  Julio e Guilherme,  passarão a desenvolver  outros 
projetos, sem a utilização do nome Catedral. 
 Foi um show 
bacana, para quem gosta do pop–rock romântico, sentimental e em alguns 
momentos  com uma leve pegada religiosa e de critica social e politica. 
 Quem deu o empurrão foi o ex-aluno Nissinho Satriani, através 
do facebook,  pois a programação que planejei  para o sábado a noite, 
não deu certo. Embora tivesse pensado no show do Catedral como segunda 
opção, a  lembrança já  tinha se esvaído em meio a outras questões da 
vida que corre.
 Ao chegar ao local pensei em encontrar muitos 
“coroas” como este que escreve, porém para minha surpresa, encontrei  
bem menos gente de mais  idade. O que vi e senti foi a vibração de uma 
moçada com média de idade entre vinte e trinta anos, e muitos com menos 
idade do que isso e que nem tinham nascido no ano de surgimento da 
Catedral (1988) e  anos subsequentes, periodo de maior sucesso da banda 
(décadas de 1990 e 2000).
 Ao chegar em casa, perguntei ao meu  
filho de 14 anos se tinha conhecimento da banda  Catedral e se gostaria 
de ir, ele disse que sim, aí tive que pedir desculpas, por não tê-lo 
convidado, por achar que o som do Catedral era um som datado. Ledo 
engano, é um som  atemporal e pode atravessar gerações, ainda mais em 
tempos  de acesso facilitado a arquivos de produção/reprodução digital e
 de internet.
 Observação importante: Na época de maior sucesso do
 Catedral eu não tive muito contato com a música do grupo. Somente 
quando a banda se abriu mais, para além do gospel, foi que eu descobri  
que é possível ouvir uma som maduro, consciente e diferente  do padrão 
alienado, característica de destaque na cultura gospel.
 Para 
gostar de ouvir um som como Catedral e  outros tipos,  tão diferentes 
esteticamente, contribuíram para isso,  algumas influencias bem fortes 
em minha vida, desde a adolescência. Pela ordem: O movimento 
tropicalista, o programa livre do Serginho Groissman, o projeto 
reculturarte no bairro américa (década de 1990), as ofcinas de 
arte-educação popular no Centro Nordestino de animação popular (Cenap) 
no Recife PE, durante a década de 1990, o movimento de danças circulares
 dos povos, o projeto ecarte e ponto de cultura juventude e cidadania no
 conjunto Jardim e o programa cultura viva. Hoje politica nacional 
cultura viva, do qual os pontos de cultura formam o  eixo central.
 Evidente que não considero válido tudo ou qualquer coisa em matéria de 
arte e cultura. Assim também, o gosto cultural amplo que tenho, 
considera não apenas os elementos estéticos, como também os aspectos 
sociológicos e antropológicos. Ou seja posso “curtir” um som, não apenas
 por um suposto valor ou qualidade estética e cultural melhor ou pior, 
mas pelo significado que este som tem para a vida de um bocado de gente.
 Penso na música e nas demais linguagens artísticas como forma de uma 
conexão mais profunda  com as pessoas.  É como a linguagem convencional 
 da fala e da escrita, podemos aprender outras para  ter acesso ao mais 
íntimo de outras culturas e das outras pessoas.  Não precisamos ficar 
apenas falando e escrevendo em português e nem ter preferência por 
apenas uma lingua. Há ambientes e oportunidades para o uso de cada uma. 
Assim como há mentes, corações e sensibilidade para cada tipo ou estilo 
de canção.
 P.S.: 1 - Pesquisando recentemente sobre a história da
 banda Catedral, descobri que o surgimento se deu em Nilopólis. Outra 
banda pelo qual tenho predilação especial, Cidade Negra, também surgiu 
na baixada fluminense, mais precisamente em Belford Roxo. Como morei 
nesta região durante uma parte da juventude, fiquei muito feliz em saber
 disso.
 P.S.: 2 - Disse Nissinho em sua linha do tempo: 
"Catedral, gênero banda de pop rock gospel e romântica. Surgiu em 1988,
  formada por 3 irmãos, Kim, Cézar, Júlio e o amigo  Guilherme. Os 4 
jovens se reuniram dentro de uma igreja, a 1ª Igreja Presbiteriana de 
Nilópolis RJ e explodiram no cenário gospel anos 1990. A partir do ano 
2000,  ampliaram os seus  horizontes no meio secular. Neste ano de 2016 
encerram suas atividades com uma turnê de despedida. Eu tive o prazer de
 acompanhar e  curtir os discos deles por 18 anos. Muito grato a banda 
CATEDRAL. "
 P.S.: 3 - Assim como outras bandas e artistas de 
rock, a banda Catedral também foi envolvida em polêmicas. Porém, a 
matéria prima do "ba-fá-fá" ou da "treta", passou longe de sexo e 
drogas.
Vale a pena conferir essa entrevista para ficar a par do assunto e ler os posts abaixo.
Zezito de Oliveira - educador e produtor cultural de iniciativas de base comunitária.
Essa seleção contou com a colaboração de Nissinho Satriani e Felipe Freire do Programa PuroRock, com a indicação da música "Os filhos de Caim".
Vale a pena conferir essa entrevista para ficar a par do assunto e ler os posts abaixo.
Zezito de Oliveira - educador e produtor cultural de iniciativas de base comunitária.
 Polêmica: jornalista pede desculpas à Banda Catedral ou aproveita o artigo para divulgar seu livro?
Abaixo, algumas canções selecionadas.A entrevista pivô da crise.
Essa seleção contou com a colaboração de Nissinho Satriani e Felipe Freire do Programa PuroRock, com a indicação da música "Os filhos de Caim".
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