Foto 1 - Raimundo Venâncio. Foto 2 - Virginia Lúcia.
ALESE homenageia os atores Virgínia Lúcia e Raimundo .
Escrito por Débora Melo
ALESE homenageia os atores Virgínia Lúcia e Raimundo .
Escrito por Débora Melo
A Assembleia Legislativa de Sergipe irá prestar uma homenagem a dois
grandes atores, concedendo-lhes o Título de Cidadania Sergipana:
Virgínia Lúcia da Fonseca Menezes e Raimundo Venâncio. A justa homenagem
será realizada no próximo dia 05 de dezembro, às 17h, no plenário da
ALESE. Virgínia é autora, diretora teatral, atriz, figurinista,
professora de Artes Visuais com licenciatura e Especialista em Saúde
Coletiva pela UFS, extensão em Direitos Humanos pela UFS/UFPB e
capacitação em Elaboração e Gestão de projetos Culturais pelo MinC/FGV.
Raimundo Venâncio é poeta, dramaturgo, produtor cultural e diretor
teatral, fundador de várias companhias de teatro. Ele integrou o Grupo
de Teatro Mambembe e foi gestor do Complexo Cultural Lourival Baptista
(CCLB) e dirige a Companhia Kaza da Imaginação, que atua especificamente
com projetos culturais. "Virgínia e Raimundo são dois lutadores, dois
artistas engajados, que nos mostram como a cultura pode ser instrumento
de transformação social", resumiu Ana Lúcia, autora do Projeto de
Resolução que previu a outorga da homenagem aos atores.
DISCURSO DE RAIMUNDO VENÂNCIO
Senhor presidente da Assembleia
Legislativa de Sergipe, Deputado Estadual Luciano Bispo, senhora Ana Lúcia,
Deputada Estadual e membro desta casa, demais deputados, minha família,
companheiros de teatro e demais presentes, boa tarde a todos!
Quando fui contemplado com o
título de Cidadão Aracajuano, no ano de 2012, confesso para vocês que naquele
momento jamais imaginei ter o trabalho artístico reconhecido, a ponto de ser
homenageado com tão significativa comenda! Num estado que tem como tradição
homenagear apenas doutores, juízes, empresários e políticos, vejo hoje - para a
sorte dos trabalhadores do seguimento artístico - que esta realidade está de
fato mudando; uma feita que hoje estão sendo homenageados nesta casa “dois
artistas”: eu, Raimundo Venâncio, e minha companheira de profissão, Virgínia
Lúcia.
Então, posso dizer que “hoje” é
um dia que me deixa honrado e muito feliz, pois estou convicto de ter feito a
escolha certa quando decidi pela profissão de ator! Nada tem mais valor para mim do que a arte,
em especial o teatro, que tem me dado o meu sustento, que me deu amigos, e
agora o reconhecimento por minha trajetória e contribuição artística para este
Estado! Agora, ninguém mais vai poder me chamar de forasteiro: sou cidadão
aracajuano, e torno-me, hoje, cidadão sergipano!
Em 1985, quando aportei na cidade
de Aracaju, onde já residiam minha mãe, meu pai e meus irmãos, deixei para
trás, Fortaleza, uma ex-companheira, uma filha, um monte de amigos, meus
livros, meus vinis, minhas revistas de terror, e o grupo de teatro Mandacaru.
Tive como maior incentivadora minha mãe (in memoriam) que, desde pequeno, nos
colocava, a mim e a meus irmãos, para participar dos dramas religiosos que ela
organizava, dirigia e produzia para as paróquias que ela ajudava, em Fortaleza,
no meu Ceará.
Todas as primeiras noções básicas
do teatro eu tive primeiramente com minha mãe! Mesmo semianalfabeta, na ótica
dos “ditos letrados”, foi com ela que aprendi a escrever meus primeiros textos,
a fazer maquiagem, a costurar, a criar efeitos especiais para o teatro, enfim.
Já em Aracaju, mais precisamente
no conjunto JK e Sol Nascente, fundei com alguns amigos sergipanos um grupo de
arte em que trabalhávamos todas as vertentes da arte: do teatro à música, da
literatura à poesia, da dança às artes plásticas. Foi nesses conjuntos
residenciais que criamos a primeira biblioteca de bairro com nome de Biblioteca
Mário Jorge, poeta nosso que dispensa comentários. Foi nesse período das
décadas de 1980 e 1990 que realizamos os primeiros movimentos de rock de
Sergipe, o qual chamávamos de Rocada. E de onde surgiram bandas hoje famosas
como Crove Horrorshow e Carne Crua.
E foi lá também que realizamos
muitas apresentações de teatro. Tempos depois de termos iniciado esse movimento
cultural nestes conjuntos, eu, Wolney Nascimento e Jadilson Moreno nos
inscrevemos num curso de teatro realizado no CULTART, promovido pela
Universidade Federal de Sergipe, e ministrado pelo renomado diretor de teatro,
o pernambucano Maurício Carvalheira (in memoriam), na época residente em São
Paulo. O curso foi dividido em três módulos: História do Teatro, Interpretação
e Direção Teatral. Foi nesse curso que conheci a maioria dos meus amigos de
teatro de Sergipe, pessoas que já brilhavam nesse cenário, que já tinham uma trajetória
construída e que me ensinaram bastante, a exemplo de Isaac Galvão, Virgínia
Lúcia, Lânia Duarte, Tadeu Machado, Amilton Andrade, Luís Carlos Dussantu,
Valfran de Brito, as irmãs Walmir e Walquíria Sandes, entre outros. Foi nesse
curso que eu, Wolney e Jadilson nos destacamos e fomos convidados para atuar em
alguns grupos: eu no Mambembe de Tonhão, Toinho e Virgínia, e Wolney na ÊPA, de
Lânia Duarte e Tadeu Machado, enquanto Jadilson optou por se dedicar à música.
O Mambembe foi a maior escola de
teatro e de vida que tive! Tempos difíceis... Não tinha emprego, mas sustentava
o sonho de viver da minha arte. Tarefa muito difícil, eu já sabia. Por várias
vezes fui de pé para o teatro Lourival Baptista ensaiar, e depois voltava de pé
para o conjunto JK, onde residia.
Apesar das agruras e dificuldades
eu acreditava que conseguiria me tornar um artista e sobreviveria dessa arte. E
foi o Mambembe que me proporcionou a concretização desse sonho, pois foi lá que
montei meu primeiro trabalho profissional como ator: o espetáculo “Quem Matou
Zefinha?”, de Virgínia Lúcia, que revolucionou o teatro de rua sergipano, como
o primeiro grupo a trazer para a rua em seu espetáculo a estética do teatro de
Bertold Brecht! Foi no Mambembe que conheci o movimento sindical, o movimento
social e o PT. E foi esse encontro que me proporcionou a minha experiência
política como militante da arte e da cultura, fincando minha bandeira no teatro
engajado, libertário, e onde me politizei consideravelmente.
Foi no Mambembe que construímos juntos com o
movimento sindical o maior projeto cultural e político que essa cidade já viu:
o SINDIARTE, que acontecia apenas às sextas-feiras na Avenida João Ribeiro,
onde recebíamos em média 800 pessoas que se aglomeravam para ouvir uma boa
música, ver teatro e ouvir mensagens políticas. Projeto que deu espaço a
grandes artistas que, hoje, são famosos em nosso estado, como: Sena e Sergival,
Jorge Dissonância, Gladston Rosa, Nino Karvan, Antônio Rogério e tantos outros.
Projeto este que já praticava a inclusão social e o respeito aos artistas
locais.
Foi no Mambembe que lutamos pelo
o impeachment de Collor de Melo, satirizamos o projeto Pró-Mulher, e fomos
ameaçados de processo por parte da Primeira Dama, na época. Estávamos com a
AMABA e o CESEP na denúncia contra a matança dos meninos do bairro Terra Dura,
hoje Santa Maria. E foi também no Mambembe que apanhamos da polícia naquele
episódio do pênis de espuma, que resultou numa foto histórica na primeira
página do Jornal da Manhã, em que eu, Virgínia e um policial militar fomos
flagrados todos agarrados ao referido órgão fálico revestido de espuma: o
policial querendo prender o pênis e eu e Virgínia querendo defendê-lo.
No teatro, a essa ação chamamos
de tragicômico. Enfim, toda essa confusão só não resultou em prisão por conta
da interferência política do nosso prefeito eleito Edvaldo Nogueira, na época
vereador do PCdoB, que interveio e nos salvou daquela enrascada! O Mambembe, na
verdade, rompeu com o Estado e se transformou em um instrumento de arte e comunicação
popular a serviço dos movimentos e partidos de esquerda.
Um marco de resistência social e
cultural para a época, pois, o Mambembe não era só um grupo de teatro: nós
éramos, inclusive, militantes nos sindicatos e no PT junto a outros partidos de
esquerda! Nós acreditávamos no movimento de mudança da sociedade, de interferir
para transformar a lógica das coisas para o bem da sociedade. Movimento, vale
ressaltar, em que e a deputada Ana Lúcia e o deputado Francisco Gualberto eram
participantes assíduos.
Nós do Mambembe fomos guerreiros
do teatro de rua, lutando por um mundo economicamente melhor distribuído,
usando o teatro como arma feita não para atirar, mas para transformar! O teatro
como tecnologia lúdica de educação, comunicação e principalmente informação!
São por estes fatos que todos nós, atores, que compusemos o Mambembe durante
todo seu tempo de existência, nos sentimos também responsáveis pela mudança
política que ocorreu no Brasil, e em Sergipe nos últimos 12 anos! A exemplo da
eleição de Lula para Presidente, de Déda para prefeito e depois para
Governador. E é por ter participado e construído essa história que hoje
gritamos “Fora Temer!”, “Fora Golpistas” “Fora enganadores do povo”! E não
aceitamos de forma alguma, nem legitimamos os golpistas que hoje estão no poder
destruindo tudo de afirmativo que foi construído pelos partidos de esquerda
desse país! Eu não pulei de paraquedas nessa história. Eu faço parte dela!
Passei momentos de muita
felicidade na arte! Como quando recebi meu primeiro cachê e comprei um
liquidificador para a minha mãe; como o emprego que consegui no SESC, onde
passei 17 anos, para coordenar o setor de teatro; como os prêmios que recebi,
dentro e fora do estado, durante minha carreira artística; como ter sido
diretor do teatro Lourival Baptista por 7 anos; como ter recebido o título de
cidadão aracajuano... Mas, acima de tudo, por ter construído grandes amizades
com meus colegas de profissão! E como nem tudo são flores, também sofri com a
perda da morte de grandes artistas talentosos que se foram, como: Mariano
Antônio, Luiz Carlos Reis, e mais recente, Ivilmar Gonçalves, Juliana Santos,
entre tantos! Além da maior e mais profunda dor de ter perdido um filho: meu
filho Nauã, com apenas 2 anos e meio de idade, no período em que coordenava o
projeto cultural dos 40 anos da Petrobras. E a arte, o teatro, como sempre,
estiveram ali presentes para me segurar, para me impulsionar a seguir em
frente, e não desistir...
Bem, eu costumo dizer que tenho
dois gurus no meu trabalho como diretor: Virgínia Lúcia e Sidnei Cruz. Foram
eles que me deram subsídios teóricos para dirigir meu primeiro espetáculo
profissional: “Do outro lado tem segredo”, texto da brasiliense Rita Felchak. E
por este trabalho que me estreava na direção ganhei dois prêmios: o de melhor
espetáculo infantil, e melhor trilha sonora. Aí, sucederam outras produções com
tamanho sucesso, como: O arquiteto e o imperador; Alzira Power; Quando o
mordomo não é o culpado; Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura, que
está em cartaz há 18 anos; Romeu e Julieta, escrito em cordel, entre tantos
outros. Porém, sem dúvida, o divisor de águas da minha vida se deu a partir da
experiência que tive no CEPS (Centro de Educação Permanente em Saúde) durante 7
anos, quando participei do projeto Saúde Todo Dia, implantado pelo então
prefeito Marcelo Déda. Nesse processo pude refletir sobre minhas práticas
políticas, sociais e artísticas, e sobre possibilidades de mudanças de
comportamento e até da lógica do que fazia.
Foi meu maior aprendizado como
artista e como cidadão. Foi no CEPS que a arte transitou com liberdade pelos
meandros da saúde coletiva, onde nós nos sentíamos partícipes da construção
dessa nova lógica de saúde pública. Foi no CEPS que aprendemos mais sobre ser
humano, e a se doar num trabalho coletivo, onde o principal ator é a pessoa a
ser cuidada. No CEPS, aprendi a controlar o meu egocentrismo e meu complexo de
Narciso, repensei meu olhar sobre o mundo e sobre as pessoas, e aprendi a
ressignificar o lógico estabelecido.
Esse trabalho me rendeu bons
frutos, além do bom salário que recebia. Fui reconhecido pelo Ministério da
Saúde e pela Fundação de Saúde Fiocruz, juntamente com meus companheiros, como
os primeiros artistas educadores em saúde do Brasil! E viva Paulo Freire!
Hoje, 5 de dezembro, dia em que
recebo o título de cidadão sergipano, estou começando a atingir o meu ápice de
reconhecimento nacional. Sonho de todo artista deste estado, que é conseguir a
fama através de um trabalho seu. Deste pedaço de Brasil que ainda trata seus
artistas de forma muito acanhada. Estou me referindo à montagem do espetáculo
teatral Billie Holiday, a Canção, que desde que estreou só tem me dado
alegrias! O texto é do magistral dramaturgo estanciano Hunald de Alencar, um
dos maiores artistas desta terra Serigy - ainda que pouco valorizado por aqui,
embora reconhecido como um dos maiores dramaturgos do Nordeste -, que morreu em
plena temporada de Billie! Morreu triste por não ter conseguido o seu tento de
ter o reconhecimento a altura de sua escrita por parte de seu povo. Passamos 1
ano e 4 meses ensaiando todos os dias, de domingo a domingo, para conseguir uma
excelência teatral jamais vista em Sergipe! Fomos considerados pela crítica e
pelo meio artístico sergipano como “a maior produção do teatro sergipano dos
últimos 30 anos”.
E no dia do encerramento da temporada no
Lourival Baptista recebemos o convite para irmos a Nova Iorque. O convite para
circular o Brasil não demorou a chegar, e já em setembro viajamos à Recife, e
fizemos uma temporada de três dias, onde todo o público, extremamente
qualificado, se rendeu e se encantou com tamanha interpretação da atriz e
cantora Tânia Maria, e ficou vislumbrado com a perfeição da caracterização da
personagem, tanto pelo visual quanto no cantar! Em Recife, recebemos três
críticas ao trabalho - em que todos os críticos são doutores em teatro, e se
renderam ao espetáculo, afirmando que este era para o mundo! Fomos a Salvador,
e obtivemos do público o mesmo espanto e reconhecimento de um trabalho tão
primoroso! Já temos viagens agendadas para o Rio de Janeiro, São Paulo, Minas
Gerais, Porto Alegre e Maceió.
E nesse final de semana, onde
abrimos o 25º festival de Jazz da Macuca, em Pernambuco, recebemos mais um
convite internacional: desta feita para irmos a Atlanta, também nos Estados
Unidos! Outro feito é que Billie levou ao Teatro pessoas que nunca tinham ido
assistir ao teatro sergipano! Políticos, desembargadores, juízes e jornalistas
foram assistir a Billie Holiday, a Canção, e todos saíram orgulhosos de
assistirem a um trabalho totalmente sergipano, porém, tipo exportação! Mas,
minha felicidade não é apenas por estar tendo meu trabalho reconhecido.
Todavia, o de ter construído um espetáculo sem um centavo do governo, da
prefeitura ou de qualquer edital a nível federal. Apenas com recursos próprios
e com a sensibilidade do Sindicato dos Bancários de Sergipe que investiu 25 mil
reais no projeto.
Dia 28 de dezembro, com local
ainda a ser definido, estaremos fazendo a comemoração do sucesso de Billie Holiday,
a Canção com uma apresentação especial para quem já viu e quer ver de novo, e
para quem ainda não assistiu ao espetáculo. Ficaria muito satisfeito se pudesse
ver vocês, deputados, na plateia! Aliás, com exceção da deputada Ana Lúcia e do
prefeito eleito Edvaldo Nogueira, eu nunca vi outro político sergipano nos
espetáculos do teatro sergipano! Está aí uma oportunidade de vocês se
redimirem. Fiquem atentos à divulgação do local e compareçam!
Tentei nesse discurso pontuar os
fatos e acontecimentos mais relevantes que vivenciei ao longo de minha
carreira, pois seria impossível relatar todos os acontecimentos, que foram
muitos, e as vivências inesgotáveis. Mas o que ouviram hoje é, sem dúvida, um
pequeno retrato verdadeiro de minha vida. Com 55 anos, desses mais de 30
morando em Aracaju, posso dizer que me sinto muito feliz. Feliz em ter seguido
a carreira artística, feliz de ser o diretor que mais dirigiu espetáculos de
companhias diversas, feliz por ser um diretor com vários prêmios, inclusive
fora de Sergipe, feliz de meus espetáculos - todos os que montei - serem sempre
bem aceitos pela crítica e pela classe artística! Feliz por ter sido avaliado
pela classe artística e pela população como o melhor diretor que já passou pelo
teatro Lourival Baptista! E feliz por ter o respaldo e o carinho de todos os
meus amigos de profissão, como também o respeito de quem não faz parte do meu
círculo de amizade. Enfim, sou uma pessoa feliz e realizada. E só tenho a
agradecer por Sergipe, em especial a Aracaju, por ter me recebido e me dado a
oportunidade de trabalhar nesta cidade e neste estado.
Porém, como todo artista que se
presa, tenho minhas inquietações e inquietudes. E não suporto a convivência com
determinados tipos de pessoas que valorizam mais um computador do que uma obra
de arte. Pessoas que ficam vinte e quatro horas no facebook ou tuitando, mas
são incapazes de compreender um poema ou se emocionar com uma canção. Pessoas
desprovidas de sensibilidade e despreparadas para cuidar da cultura, pois
entendem muito pouco sobre ela. Pessoas que se travestem do discurso cultural,
mas que estão imbuídas de outros anseios escusos, os quais não têm nada a ver
com a arte. Pessoas que fazem o discurso da sergipanidade, mas valorizam o lixo
que vem de fora. Pessoas que se intitulam representantes dos artistas, e que
amam a nossa arte, mas que eu nunca vi num espetáculo sergipano. Pessoas que
conhecem da arte mundial, mas não conhecem da arte sergipana. Por isso, me
sinto mais aracajuano e mais sergipano do que todas essas pessoas, pois
valorizo o território que me foi dado, e me permito ser impregnado pelos
costumes e pela cultura desse estado.
Chego ao fim de meu discurso
agradecendo especialmente à deputada Ana Lúcia , que agora me concede este
título, aos meus familiares, meus irmãos, meus sobrinhos meus cunhados, meus
filhos aos amigos.
Quero dedicar esta homenagem as minhas duas
filhas, Soraia e Tiara, ao meu irmão Francisco, que reside em Fortaleza, e as
memórias de meu pai Davino Venâncio e de minha mãe Edna de Medeiros Venâncio, e
de meu filho Nauã de Araújo Venâncio.
Vou finalizar o meu discurso
recitando uma poesia de minha autoria chamada Plural:
QUERER SABER
O QUE ESTÁ POR TRÁS DA MENTE
É TÃO DEMENTE QUANTO PENSAR
QUE O CERTO E O ERRADO EXISTEM.
O CERTO É QUE EXISTEM OS
CAMINHOS...
O MAIS SENSATO
É ACHAR O “NÃO” DA VERDADE,
E ENTENDER OS VÁRIOS,
OS DIVERSOS,
A DIVERSIDADE!
É ENTENDER
OS LABIRINTOS,
AS ARMADILHAS,
OS DESEJOS,
OS INSTINTOS.
POIS SÃO DOS HOMENS,
SÃO DA GENTE!
O BOM É PERCEBER A VIDA
COMO UM ANDARILHO
QUE A CADA CAMINHO QUE CORTA
VÊ ALGO NOVO DIANTE DE CADA
PASSADA.
COMO UM VISIONÁRIO
QUE ENXERGA ALÉM DO NARIZ
E TEM UM OLHAR MULTIPLICADOR,
MULTIPLAVISÃO.
QUE ANTEVÊ O VISUAL
E EXPANDE O CAMPO DE ATUAR,
E ACREDITA NA MULTIPOSSIBILIDADE.
É ÁGIL EM VER DEMAIS.
ABRANGENTE!
PORQUE O MUNDO É ASSIM: PLURAL!
O SEXO É PLURAL,
O GOSTO É PLURAL,
O DESEJO É PLURAL,
O VIVER É PLURAL,
A VISÃO É PLURAL.
PORQUE NÃO EXISTE
NEM HOMEM SÃO,
NEM HOMEM LOUCO,
NEM BRANCO, NEM PRETO,
NEM GORDO, NEM MAGRO,
NEM BAIXO, NEM ALTO,
NEM FEIO, NEM BONITO,
NEM MAIS, NEM MENOS:
PORQUE O QUE EXISTEM
SÃO PESSOAS...
DIFERENTES!
O mais, “FORA TEMER”!
Através da presença e da apresentação de duas coreografias de dança e uma música do projeto Rap Identidade Cultural, a homenagem da Ação Cultural/Ponto de Cultura Juventude e Cidadania aos bravos atores da cena cultural sergipana, Virginia Lúcia e Raimundo Venâncio.
Apresentação dos aprendizes da oficina de dança do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania , do aprendiz de MC, César Levines, ex-integrante da oficina Rap Identidade Cultural. Também presentes os aprendizes de fotografia da oficina de audiovisual, Raoni Smith e Isaac Menezes, autores das fotografias deste álbum.
Equipe técnico-pedagógica envolvidos com os trabalhos acima. Zezito de Oliveira (arte educador/coordenador pedagógico), Cristiane dos Anjos (arte-educadora/oficineira dança moderna) David dos Santos, Wilian dos Santos e Vanderson Brow (instrutores/oficineiro de Rap). Marcel Magalhães, André Aragão e Jamile Almeida (arte educadores/oficina de audio-visual)
Dança de Roda - Tereza Cristina
Através da presença e da apresentação de duas coreografias de dança e uma música do projeto Rap Identidade Cultural, a homenagem da Ação Cultural/Ponto de Cultura Juventude e Cidadania aos bravos atores da cena cultural sergipana, Virginia Lúcia e Raimundo Venâncio.
Apresentação dos aprendizes da oficina de dança do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania , do aprendiz de MC, César Levines, ex-integrante da oficina Rap Identidade Cultural. Também presentes os aprendizes de fotografia da oficina de audiovisual, Raoni Smith e Isaac Menezes, autores das fotografias deste álbum.
Equipe técnico-pedagógica envolvidos com os trabalhos acima. Zezito de Oliveira (arte educador/coordenador pedagógico), Cristiane dos Anjos (arte-educadora/oficineira dança moderna) David dos Santos, Wilian dos Santos e Vanderson Brow (instrutores/oficineiro de Rap). Marcel Magalhães, André Aragão e Jamile Almeida (arte educadores/oficina de audio-visual)
Dança de Roda - Tereza Cristina
Vem - Monique Kessous
O RAP da Identidade
2 comentários:
Viva 2016!
Em 2016 houve fato fabuloso sim, apesar de Vanessa Grazziotin falar que não, dessa forma assim:
"O ano de 2016 é, sem dúvida, daqueles que dificilmente será esquecido. Ficará marcado na história pelos acontecimentos negativos ocorridos no Brasil e no mundo. Esse é o sentimento das pessoas", diz Grazziotin.
Mas, por outro lado, nem que seja apenas 1 fato positivo houve sim! É claro! Mesmo que seja, somente e só, um ato notável, de êxito. Extraordinário. Onde a sociedade se mostrou. Divino. Que ficará na história para sempre, para o início de um horizonte progressista do Brasil, na vida cultural, na artística, na esfera política, e na econômica.
Que jamais será esquecido tal nascer dos anos a partir de 2016, apontando para frente. Ano em orientação à alta-cultura. Acontecimento esse verdadeiramente um marco histórico prodigioso. Incrementando sim o Brasil em direção a modernidade, a reformas e mudanças positivas e progressistas. Enfim: admirável.
Tal fato luminoso e sui-generis foi o:
-- «Tchau querida!»
Eis aí um momento progressista, no ano de 2016. Sem hipocrisia do PeTê.
O tempo dirá querido. OU o já está dizendo.
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