sexta-feira, 3 de março de 2017

MAIS CONVERSAS COM QUEM GOSTA DE CRIAR OU DE PRODUZIR ARTE NA ESCOLA E NA CIDADE.



FOMENTO AO AUDIOVISUAL PARA QUE? NÓS TEMOS FOMES DE QUE? 
 Vamos considerar a possibilidade de incluir um incentivo em termos de pontuação, para projetos de roteiro ou de produção que leve em conta temáticas que digam respeito ao nosso patrimônio artistico, cultural, histórico e natural. E/ou produzir editais especificos.

  Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira

Semana em homenagem a Marcelo Déda será realizada no Centro Cultural de Aracaju
Dos dias 7 a 11 de março, o Centro Cultural de Aracaju será palco de uma grande homenagem ao ex- governador de Sergipe, Marcelo Déda.
A proposta envolverá exibições de curtas sergipanos produzidos/roterizados ou dirigidos pelo nosso saudoso Marcelo Déda, entre os dias 7 de março a 10 de março, e uma comemoração especial no dia 11 de março.
Na ocasião do dia 11 de março, faremos o lançamento do I Prêmio Marcelo Déda de Roteiro Audiovisual. Serão premiados 3 roteiros, produzidos por realizadores(as) sergipanos(as).
Confira a programação completa em: http://migre.me/wausn
 (Re) descobrir Aracaju e  Sergipe. Também precisamos disso? 

Para quem ou para que se destina  o investimento  público em cultura,  pensando coletivamente e da forma mais  abrangente ? 

Como inserir  mais pessoas nessa discussão, para além dos círculos artísticos e intelectuais que tem as  expressões culturais como oficio ou como  objeto de pesquisa e estudo?

O que  temos  que aprender neste sentido, com o legado das gestões Gil/Juca no Ministério da Cultura e em outras gestões de esquerda, como Recife/João Paulo (PT) -João Roberto Peixe- e São Paulo/Haddad (PT) -Juca Ferreira/Nabil Bonduki- ? 

Vale  lembrar no caso da gestão Gil/Juca o programa Revelando Brasis , entre outros. Segundo o site do programa, "Revelando os Brasis é um projeto de formação e inclusão audiovisual de moradores de pequenas cidades. Qualquer brasileiro maior de 18 anos, residente em municípios com até 20 mil habitantes, pode inscrever uma história original real ou de ficção no Concurso Nacional de Histórias."

A questão é que se fala tanto em fortalecer a idéia do senso de pertencimento e da (s) identidade (s) cultural (ais) sergipana (s) e pouco se faz concretamente. Cansei de ir ao simpósio do Encontro Cultural de Laranjeiras por causa disso. Exemplo de um curta que utiliza elementos de nosso patrimônio cultural imaterial e patrimônio natural, sem ser ou parecer “folclórico”. O “ Outro lado do rio,  O ambiente natural e a festa como pano de fundo, já é o bastante.

Zezito de Oliveira - Educador e Realizador/Produtor Cultural.


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A construção de outros mundos possíveis, começa no imaginário. Mundos melhores ou piores.



 OUÇA A PLAYLIST.
A ARTE DE VIVER DA ARTEAQUI
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NA ARTE TUDO É POSSIVEL! SÓ NÃO VALE QUALQUER COISA. (*)

A primeira vez que tive contato com algo relacionado ao trabalho do MC Beijinho, foi através de um post com viés elitista e preconceituoso. Fui atrás e encontrei a música, a situação ou contexto em que ele ficou conhecido, o envolvimento de Caetano Veloso e etc. Isso foi no inicio da semana.


No dia de hoje, acompanhei a polêmica provocada por algumas postagens do colega Dennis Portell , com respostas de outros colegas que enriquecem o debate. Muitas delas expressam um viés mais “livre”, de aceitação das diferenças, da necessidade de sabermos melhor conviver com a diversidade cultural. 

Ao final do debate penso que, o pensamento expresso por   Dennis Portell , é  bem coerente com uma visão que se assemelha ao que penso. Até porque, isso tem sido uma marca da minha trajetória de vida, mesmo antes de ingressar na universidade e na carreira do magistério.

E como sempre, vejo como necessário que mais debates, estudos, ações culturais sejam promovidos e /ou incentivados. Neste caso, podem sempre contar com a nossa contribuição.

Obs. Também não gosto de generalizar como "pobre" ou "ruím" tudo que é produzido por ou para a massa. Porém, não deixa de ser verdade que a indústria cultural trabalha cada vez mais para reduzir ou empobrecer o senso de estética e de ética da maioria da população. Isso reforçado pela fragilidade da nossa estrutura de formação escolar.

Essa realidade também colabora para alimentar a alienação necessária para o crescimento do fascismo. Portanto, a questão é mais séria do que supõe um debate restrito a questão cultural stricto sensu.

O que disse Dennis Portell:
“Luto por um mundo onde um jovem possa sonhar em ser Jimmy Hendrix e não Chimbinha, Carolina Maria de Jesus e não Anitta, Criolo e não MC Beijinho.

Eles querem limitar o nosso povo em termos de intelectualidade e talento.


Tomemos cuidado em não confundimos a contextualização histórica e social de determinados casos e expressões artísticas, com aceitação de padrões impostos por uma sociedade da futilidade do espetáculo e do entretenimento bárbaro como saída para o nosso povo.


Como diz Sérgio Vaz:
Povo lindo, POVO INTELIGENTE.”

(*) escrito em uma camisa produzida por Ensaio Cultural 14 anos

24 de fevereiro de 2017

Merecemos ou não merecemos?
 

Foto: Edinah Mary
Já ouvi comentários de que ninguém mereceu, a maioria dos presidentes escolhidos para a Fundação Cultural de Cultura de Aracaju (Funcaju), com rara exceção. De Déda a João Alves. 

Não é demais lembrar que já tivemos de tudo, desde preposto de empresário ligado a cultura de massa baiana, até quem tem uma espécie de “fetiche” ou obsessão pela cultura popular e não consegue pensar a cultura como um campo dinâmico e plural.

Se isso é verdade, então é preciso estarmos presentes ao simpósio do carnaval promovido pela nova gestão da Funcaju, assim como em outros momentos em que a sociedade for chamada a dialogar.

Como já é lugar comum, um coletivo maior de artistas, intelectuais, professores e população em geral, com mais participação e incidência politica no espaço da formulação e implementação de politicas culturais, colabora para a democratização politica e cultural, tão cantada em prosa e verso.


 Foto: Edinah Mary
Em tempo, ouvi numa conversa de corredor após o segundo dia do simpósio realizado no dia de ontem (21/02/2017), a propósito da presença de grupo folclóricos, como acontece no carnaval de Recife, como uma das alternativas para ampliar a presença da população no carnaval de rua em Aracaju. 

Porém, não é demais lembrar, em se tratando de grupos folclóricos ou de cultura popular o mais correto é, caso tenham ligação com o ciclo do carnaval. Por outro lado, o que alimenta a vitalidade dos grupos de maracatus e caboclinhos do Recife, entre outros, é a presença de crianças e jovens dentro dos mesmos. Muitos brincantes ou foliões adultos que participam, já tem um trajetória de mais tempo.

Neste sentido, investir nos tempos atuais em cultura popular é, fundamentalmente considerar o papel do resgate do conhecimento da criatividade popular, isso a serviço de processos artísticos e criativos com crianças e jovens, incluindo a participação nos ciclos do Carnaval, do São João e do Natal.

Diga-se de passagem, inclusive fazendo encontro de gerações. Com mestres e brincantes mais idosos compartilhando saberes, fazeres e prazeres com os mais jovens. 

Dessa maneira, vale a pena pensar em um simpósio condensado para ir até algumas escolas, preferencialmente reunindo alunos, professores e agentes culturais comunitários envolvidos com ações culturais nas escolas e/ou nas comunidades. 

Ou seja, tem nada a ver reunir dezenas ou centenas de alunos no pátio. O que interessa aqui, é um mínimo de quantidade com a atenção que o debate merece, sobretudo por causa da qualidade surpreendente dos participantes do segundo dia do simpósio.

P.S.: 1 - Urgente! Prefeituras e Governo do Estado. Via edital preferencialmente, gravar docs. com os mestres e brincantes idosos. Um exemplo, conversei para fazer isso em São Cristóvão, com seu Jorge, do grupo Folclórico União, que dança reisado e taieira, isso via Ponto de Cultura Juventude e Cidadania, mas não somos uma grande ong ou seja não temos capital$$ para isso. 

P.S.: 2 - No caso de Aracaju, por causa da excepcional mesa de debates no segundo dia do simpósio de carnaval, promovido pela atual gestão da Fundação de Cultura de Aracaju.

P.S: 3- Que me desculpem os defensores da liberdade de temas para a produção de audiovisual. Também sou, porém há questões que não podem esperar. Destaco: A memória audiovisual da arte,dos artistas e dos intelectuais sergipanos, incluindo os populares e orgânicos. Isso não exclui o tema livre. Um edital pode ser dividido meio a meio, para isso e aquilo. Não precisa ser isso ou aquilo.
Zezito de Oliveira é educador e realizador/produtor cultural.
 Foto: Edinah Mary
22 de fevereiro de 2017
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Quando a cultura é base para a construção politica e econômica.

A direita só está indo pra cima de forma objetiva, porque construiu e constrói as bases subjetivas necessárias nestes últimos anos. E isso remonta a década de 1970.

Os pólos às vezes se invertem, mesmo que a base material ou a estrutura seja o fundamento da organização da sociedade, a base imaterial ou a superestrutura, da metade do século XX para cá, tem ocupado um espaço de relevância inimaginável.

Quem são os autores ligados ao pensamento critico que nos ajudam a perceber isso?

Do contrário, continuando a enxergar a realidade com os mesmos óculos, não conseguiremos avançar em termos de garantia das conquistas e de novas transformações.
22 de fevereiro de 2017
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É importante agregar ou melhor, interligar a formação cultural com a formação politica.
 
Deixo um texto do Professor Wladimir Vladimir Safatle, para embasar a afirmação acima: 

"Uma das características maiores de certa tradição do pensamento crítico do século 20 foi a consciência da necessidade de pensar, de forma indissociável, crítica social e crítica cultural. 

Este era o resultado da aceitação de uma premissa maior, a saber, a análise da produção cultural do presente não deveria ser pensada apenas a partir das funções que músicas, livros, peças de teatro e filmes desempenhariam na repetição dos padrões vigentes da vida social. 


Ou seja, tal produção não deveria ser pensada apenas a partir da sociabilidade que ela sustenta, da reprodução das identidades sociais que ela ajuda a perpetuar, do prazer e do entretenimento que ela causa.

A produção cultural deveria ser analisada a partir da emancipação social que ela seria capaz de gerar. Desde Friedrich Schiller e seu "Educação Estética do Homem", havia a compreensão de que não existiria transformação social possível sem uma "revolução na sensibilidade", ou seja, sem que novas formas de sentir ganhassem corpo, sem que novos circuitos de afetos emergissem. 

Mas, para isso, era necessária uma consciência crítica capaz de procurar a poesia que uma sociedade transformada clamaria, a música que a anunciaria. Produzir a imagem do que ainda não existe.

Sem reflexão crítica sobre a cultura, nunca será possível fugir da alienação." 


Folha de São Paulo 03/02/2017
21 de fevereiro de 2017
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Quando um debate nos faz crescer.... Somei com o que já tinha em mente. 

"O repente, o coco, a embolada, o samba de breque e o RAP.
Os murais mexicanos e os PAINÉIS DE GRAFITE.
Há muito mais o que conversarmos sobre arte popular e arte contemporânea, do que supõe a nossa formação escolar e acadêmica."


21 de fevereiro de 2017

ARTE CONTRA A BARBÁRIE.
 
A idéia da evolução cultural e espiritual da humanidade, interessa e serve aos objetivos da construção de uma sociedade mais democrática e mais justa.

O contrário também é verdade, a degradação cultural e de valores éticos, também favorece os interesses dos 1% mais ricos que exploram e oprimem os 99% restantes, por meio das relações econômicas e sociais capitalistas.

Neste sentido, a luta de classes também está permeada pelas lutas e realizações, que visam tornar a arte e a cultura um componente fundamental da nossa cesta básica, da nossa existência. 

Porque o homem não vive somente do pão, assim fosse não seria homem, seria outro tipo de animal.

Por isso, a indignação justa, a ira santa, de nossos melhores artistas, intelectuais, professores, estudantes, jornalistas e a população consciente e esclarecida, contra o atual "estado da arte" de nossa politica em terras brasilis.

Um copo até aqui de cólera
E qualquer desatenção, faça não, pode ser a gota d´água... Breve homenagem a Darcy Ribeiro e um brinde a Raduan Nassar no botequim mais próximo
http://brasil.elpais.com/…/17/opinion/1487365029_057236.html
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Ao denunciar o golpe, Raduan lava alma do Brasil
http://www.brasil247.com/…/Ao-denunciar-o-golpe-Raduan-lava…
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http://acaoculturalse.blogspot.com.br/…/play-list-arte-de-v…
18 de fevereiro de 2017

 Se quem for de esquerda e/ou progressista não descer as profundezas da nossa alma ou psique brasileira, não teremos como sair do atoleiro. Fundamental para isso começar a descobrir ou redescobrir Mário de Andrade, Darcy Ribeiro, Manoel Bonfim e etc.. 

Enquanto não acontece a descolonização do pensamento e das práticas acadêmicas, isso é tarefa para as organizações da sociedade civil, inclusive os partidos.
17 de Fevereiro de 2017

Para aprofundar o que está escrito acima, leia:

A importante contribuição da formação acadêmica para o mal estar na educação pública.

publicado no sábado, 18 de maio de 2013


Outras leituras recomendadas:

 Políticas culturais no governo Lula


Políticas culturais no governo Dilma - O livro se objetiva a analisar e avaliar as políticas culturais executadas no primeiro mandato de Dilma Rousseff. A reflexão considera a história dessas políticas no mundo e, principalmente, no país. O percurso do Ministério da Cultura, no período, é apresentado e ao final da análise o leitor terá conhecido as continuidades, descontinuidades, avanços e retrocessos das políticas para a cultura.

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