CIDADE EDUCADORA PARA QUE?
O conceito de Cidade Educadora não deixa de considerar a escola como um espaço de educação privilegiado, porém insuficiente.
O conceito de Cidade Educadora não deixa de considerar a escola como um espaço de educação privilegiado, porém insuficiente.
As mudanças ocorridas nos últimos anos, em especial no campo dos
avanços tecnológicos e dos meios de comunicação e de transporte, fazem
com que a situação de confinamento ao mundo fechado da escola, não seja
mais possível.
Em que pese o acesso ao mundo externo da
educação “positiva” extramuros seja desigual, a depender das
condições socioeconômicas, localização territorial e etc.
Em muitas regiões do Brasil esse entendimento é transformado em
politica pública. Aqui em Aracaju e nos demais municípios sergipanos não
conheço algo desse tipo. Se isso ocorrer, será bom para as escolas e
para os espaços e iniciativas culturais.
Os primeiros tem um
grande público, mas sedentos de uma educação mais viva. Os segundos tem
arte e cultura pulsante, mas não tem público suficiente, na maioria
das vezes.
Enquanto isso não acontece, como professores do
ensino regular, muitos de nós acompanhamos alunos para fazer visita a
museus e centros históricos e , enquanto agentes culturais, quando é o
caso, acompanhamos aprendizes crianças, adolescentes e jovens dos
Pontos de Cultura e outras iniciativas semelhantes, para participarem
de uma série de atividades extramuros, como passeios fotográficos, idas
a cinema de arte ou cinema “cultural”, como um deles afirmou
recentemente, entrevistas com mestres da cultura popular, ida a debates
com temáticas ligadas ao campo da cultura, educação e cidadania e etc.
Que não demore a compreensão de nossos dirigentes politicos, gestores,
técnicos e colegas professores acerca da importância desse tipo de ação,
para que mais estrutura e recursos possam ser destinados a ações que
considerem a cidade como espaço educativo, podendo também ser um lugar
terapêutico, porque não.
Pode estar nisso, uma das grandes
possibilidades para começarmos a diminuir a violência nas escolas e em
nossas comunidades. E muito mais.
P.S.: Detalhe importante, como
toda "boa idéia" no Brasil, pode ocorrer um desvirtuamento dessa
proposta, quando os dirigentes politicos e/iu gestores escolares,
utilizam essa estratégia como medida de compensação para o não
investimento na estrutura fisica ou material das escolas. Neste sentido,
a idéia de cidade educadora não pode ser para dividir pobreza, mas para
somar riquezas. Por exemplo: A escola não possui quadras de esporte e
nem busca investimentos para isso, então se improvisa utilizando a única
quadra do entorno da escola, cheia de problemas, podendo até expor
alunos e professores a situações de vulnerabilidade, dependendo do
contexto. Fazendo isso utilizando o conceito de cidade educadora, de
forma empobrecida e reduzida. Fazendo com que este deixe de ser potência
de expansão, para ser compensação limitadora.
Zezito de Oliveira - Educador e Agente/Produtor Cultural
Leia também:
CONSTRUINDO PONTE E VIADUTOS MENTAIS PARA APROXIMAR A CIDADE PARTIDA
Circulando por diversos territórios de nossa cidade partida, no dia de
ontem, sábado, 26/08/2017, periferia, centro e zona sul. Construindo ou
reforçando pontes ou viadutos no plano cultural, a começar por dentro de mim.
De manhã no Conj. Jardim acompanhando o último ensaio/encontro da oficina de teatro do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania, nesta fase da parceria com a Secult-Se e MINC.
Pela tarde, fazendo uma visita rápida a oficina de RAP e acompanhando 5 meninos (as) para assistir a estréia nacional de “Filme de Cinema", no Cine Vitória. São egressos da oficina de audiovisual já encerrada, mas retroalimentada através de ações como essa.
A noite na Reciclaria, espaço cultural alternativo localizado na zona sul de Aracaju ,assistindo ao show do excelente The Baggios, com a participação de Joésia Ramos, Patricia Polayne e Alex Santana, outros excelentes artistas sergipanos convidados. Com direito a Fora e Morra Temer! Mas sem a resposta magnifica que veriámos em outros locais, por razões óbvias.
Este última ação, na companhia da amada companheira. Revejo pessoas legais conhecidas, vejo muitas que não conheço e até uma pessoa que me conheceu nos tempos de jovem, lá pelas bandas do Bairro América, como ativista social e cultural nos idos dos anos de 1980 e 1990. Esta pessoa morou fora de Aracaju durante um bom tempo.
Isso de circular por diversas territórios da "cidade partida", na feliz expressão do jornalista e escritor carioca Zuenir Ventura, começa antes do bairro américa e merece texto a parte.
Nossos agradecimentos especiais a amiga Maria Rosali que colaborou com a cessão dos 5 ingressos para o Cine Vitória.
Quem for parceiro do Cine Vitória por meio do cartão fidelidade e quiser colaborar com doação de ingressos, estará participando desse esforço de aproximar os Brasis.
E assim, vamos fazendo desse lugar um bom país, esperando a mudança dos ventos de Brasilia, Mas que não mudará se não começarmos a fazer isso em nossos bairros e cidades.
Quem foi citado direta ou indiretamente aqui nesse texto já faz isso. Lembrando um poema de Fernando Pessoa
“Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
Zezito de Oliveira - Educador e Agente/Produtor Cultural
http://educacaointegral.org.br/glossario/cidade-educadora/
Cidade Educadora
A concepção de Cidade Educadora remete ao entendimento da cidade como território educativo.
Nele, seus diferentes espaços, tempos e atores são compreendidos como
agentes pedagógicos, que podem, ao assumirem uma intencionalidade
educativa, garantir a perenidade do processo de formação dos indivíduos
para além da escola, em diálogo com as diversas oportunidades de ensinar
e aprender que a comunidade oferece.
Movimento das Cidades Educadoras
Este conceito ganhou força e notoriedade com o movimento das Cidades Educadoras, que teve início em 1990 com o I Congresso Internacional de Cidades Educadoras, realizado em Barcelona, na Espanha. Neste encontro, um grupo de cidades pactuou um conjunto de princípios centrados no desenvolvimento dos seus habitantes que orientariam a administração pública a partir de então e que estavam organizados na Carta das Cidades Educadoras, cuja versão final foi elaborada e aprovada no III Congresso Internacional, em Bolonha, na Itália, em 1994.
Leia também: 19 elementos que você pode encontrar em uma cidade educadora
Na Carta, o movimento afirma:“A cidade educadora deve exercer e desenvolver esta função paralelamente às suas funções tradicionais (econômica, social, política de prestação de serviços), tendo em vista a formação, promoção e o desenvolvimento de todos os seus habitantes. Deve ocupar-se prioritariamente com as crianças e jovens, mas com a vontade decidida de incorporar pessoas de todas as idades, numa formação ao longo da vida. As razões que justificam esta função são de ordem social, econômica e política, sobretudo orientadas por um projeto cultural e formativo eficaz e coexistencial”.
Assim, o movimento de Cidades Educadoras confere centralidade à educação como elemento norteador das ações e políticas de todas as áreas, na medida em que é compreendida como basilar para o desenvolvimento humano e social.
Referências bibliográficas
APRENDIZ, Associação Cidade Escola.Entrevista com Ladislau Dowbor. In: Pesquisa-ação comunitária, São Paulo: Editora Moderna, 2011.
ARROYO, Miguel.O direito a tempos-espaços de um justo e digno viver. In: MOLL, Jaqueline (org.), Caminhos da educação integral no Brasil: direito a outros tempos e espaços educativos. Porto Alegre: Penso, 2012.
BERNET, J. T.Introdução. In: E. A. Educadores, La Ciudad Educadora = La Ville Éducatrice Barcelona, Barcelona: Ajuntament de Barcelona, 1990 (pp. 6-21). Carta das cidades Educadoras.Acesso online em 24/04/2012.
TEIXEIRA, Anísio. O ensino cabe à sociedade. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, v.31, n.74, 1959. p. 290-298.
Este conceito ganhou força e notoriedade com o movimento das Cidades Educadoras, que teve início em 1990 com o I Congresso Internacional de Cidades Educadoras, realizado em Barcelona, na Espanha. Neste encontro, um grupo de cidades pactuou um conjunto de princípios centrados no desenvolvimento dos seus habitantes que orientariam a administração pública a partir de então e que estavam organizados na Carta das Cidades Educadoras, cuja versão final foi elaborada e aprovada no III Congresso Internacional, em Bolonha, na Itália, em 1994.
A carta é ainda hoje o referencial mais importante da Associação Internacional de Cidades Educadoras, que reúne mais de 450 cidades em 40 países do globo.
O movimento compreende a educação como um elemento norteador das políticas da cidade e o processo educativo como um processo permanente e integrador que deve ser garantido a todos em condições de igualdade
e que pode e deve ser potencializado pela valorização da diversidade
intrínseca à vida na cidade e pela intencionalidade educativa dos
diferentes aspectos da sua organização: do planejamento urbano, da
participação, do processo decisório, da ocupação dos espaços e
equipamentos públicos, do meio ambiente, das ofertas culturais,
recreativas e tecnológicas.Leia também: 19 elementos que você pode encontrar em uma cidade educadora
Na Carta, o movimento afirma:“A cidade educadora deve exercer e desenvolver esta função paralelamente às suas funções tradicionais (econômica, social, política de prestação de serviços), tendo em vista a formação, promoção e o desenvolvimento de todos os seus habitantes. Deve ocupar-se prioritariamente com as crianças e jovens, mas com a vontade decidida de incorporar pessoas de todas as idades, numa formação ao longo da vida. As razões que justificam esta função são de ordem social, econômica e política, sobretudo orientadas por um projeto cultural e formativo eficaz e coexistencial”.
Assim, o movimento de Cidades Educadoras confere centralidade à educação como elemento norteador das ações e políticas de todas as áreas, na medida em que é compreendida como basilar para o desenvolvimento humano e social.
Referências bibliográficas
APRENDIZ, Associação Cidade Escola.Entrevista com Ladislau Dowbor. In: Pesquisa-ação comunitária, São Paulo: Editora Moderna, 2011.
ARROYO, Miguel.O direito a tempos-espaços de um justo e digno viver. In: MOLL, Jaqueline (org.), Caminhos da educação integral no Brasil: direito a outros tempos e espaços educativos. Porto Alegre: Penso, 2012.
BERNET, J. T.Introdução. In: E. A. Educadores, La Ciudad Educadora = La Ville Éducatrice Barcelona, Barcelona: Ajuntament de Barcelona, 1990 (pp. 6-21). Carta das cidades Educadoras.Acesso online em 24/04/2012.
TEIXEIRA, Anísio. O ensino cabe à sociedade. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, v.31, n.74, 1959. p. 290-298.
Para saber mais
Portal Aprendiz, site que reúne notícias e textos opinativos sobre experiências de educação na cidade.
Cidades Educadoras, programa da Cidade Escola Aprendiz.
Carta das Cidades Educadoras, em espanhol.
Site da Associação Internacional de Cidades Educadoras, com informações e notícias sobre a organização e sobre o tema.
Banco de Documentos
de Cidades Educadoras, indicando experiências realizadas pelos municípios associados em diferentes países do globo.
de Cidades Educadoras, indicando experiências realizadas pelos municípios associados em diferentes países do globo.
A relação escola-cidade garante uma Cidade Educadora?, texto da Diretora geral da Associação Cidade Escola Aprendiz sobre o tema.
OUÇA A PLAYLIST.
A ARTE DE VIVER DA ARTE. AQUI
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