Neste dia 17, aniversário de 160 anos de Aracaju, nós:
Coletivos, Grupos, Bandas, Agitadores e guerrilheiros
Culturais, viemos dizer a partir deste manifesto, a nossa concepção sobre a
cidade.
Aracaju, que ainda é uma “adolescente”, carrega consigo os
rastros dos velhos coronéis, que aqui,
se perpetuaram no poder.
Não poderia ser de outra forma, pois o coronelismo que nos
governa, além de se manter no poder, impossibilita que o povo se reconheça em
sua própria história.
Assim foi e permanece sendo, mas por enquanto.
Nós, que vivemos e realizamos as nossas vidas nas ruas dessa
cidade, sabemos das dificuldades e contradições que passamos diariamente.
Todos os dias a cidade é planejada para atender aos
interesses dos ricos,
dos empresários e para encher os bolsos que já estão cheios
demais.
Enquanto isso, a maior parte da nossa população é empurrada
para fora das decisões. Sendo negado, diariamente, o direito de participar e
decidir sobre o lugar onde vivemos.
Hoje, a cultura é encarada pelos gestores como uma
ferramenta eficaz de publicidade política,
com grandes eventos que, em sua maioria, não representam a
nossa cultura, o nosso sotaque
e a nossa vida que é realizada aqui.
A cultura é direito e
deve ser garantida.
Chega da política de favores. Estamos aqui para exigir o que
é nosso.
Por isso, nos juntamos e formamos um verdadeiro bando em
defesa da nossa cultura e da nossa cidade.
É necessária uma política séria de cultura, que garanta a
continuidade do trabalho cultural.
É necessária a descentralização dos espaços de cultura.
Não queremos dividir a nossa Aracaju, mas queremos retomar
as praças, as ruas, os bairros e transformar em espaços coletivos de cultura.
Não aceitaremos mai s sermos expulsos da cidade por falta de condições e porque
ela não abraça a nossa arte. Se não existem condições, iremos criar e construir
a partir de agora e diremos a eles:
TIREM AS MÃOS DA NOSSA CIDADE!
É por isso, que chamamos todas as pessoas que compõem
Aracaju, para somarem neste bando, em defesa da cultura e da cidade.
A nossa arte, a nossa poesia, a dança, a música, o cinema e
o nosso teatro não devem existir para entreter e enriquecer o bolso dos
empresários.
A nossa cultura existe para sermos completos.
A nossa cultura existe para permitir que a gente escreva a
nossa própria história. E nós, existimos para sermos protagonistas dela.
MANIFESTO CULTURAl–POLÍTICO EM DEFESA DA CULTURA E DA CIDADE
DE ARACAJU
Aracaju, 17 de março de 2015
Assinam este Manifesto: Coletivo Sarau Debaixo • Coletivo
Marginal do Coqueiral • Diane Veloso e o Grupo Caixa Cênica • Bloco Maré
Coletivo Maré Maré • Ibura • Sossego em Jah • Movimento Não Pago • JaHuts •
Grupo de Teatro A tua Lona • Alex Santana • Boca de Cena - Dudu Cordelista •
Cigari • Ares Mar • Gabriel Carvalho - The Baggios A banda dos Corações
Partidos • Héloa • Vinicius Chucro • Fernando Correia Fotografia • João
Henrique - Victor Balde • Snapic Fotografia • Dj Rafa Aragão • A tua Lona
E é assim que faremos.
Em bando, a partir de agora. E defesa da cultura, em defesa da
cidade
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