Para celebrar a passagem de Eduardo Galeano por este planeta, não poderá
faltar abraços, boas histórias como as que ele nos contou, vinho,
música e a alegria de saber que por causa de homens como ele, vale a
pena viver e acreditar que ainda podemos participar dos esforços para
melhorar a nós e o mundo. Sem deixar de ser também acompanhado de boas histórias, vinho,
música e abraços..
Taiguara Chalar da Silva (Montevidéu, 9 de outubro de 1945 —
São Paulo, 14 de fevereiro de 1996) foi um cantor e compositor brasileiro
nascido no Uruguai, mesma nacionalidade de Eduardo Galeano, durante uma temporada de espetáculos de seu pai, o
bandoneonista e maestro Ubirajara Silva.
OS ALUNOS - Eduardo Galeano
"Dia após dia nega-se às crianças o direito de ser crianças.
Os fatos, que zombam desse direito, ostentam seus ensinamentos na vida cotidiana.
O mundo trata os meninos ricos como se fossem dinheiro, para que se acostumem a atuar como o dinheiro.
O mundo trata os meninos pobres como se fossem lixo, para que se transformem em lixo.
E os do meio, os que não são ricos nem pobres, conserva-os atados à mesa do televisor, para que aceitem desde cedo, como destino, a vida prisioneira.
Muita magia e muita sorte têm as crianças que conseguem ser crianças."
“Um homem do povoado de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir
alto no céu e na volta contou: disse que tinha contemplado, lá de cima, a
vida humana. E disse que somos um mar de foguinhos. O mundo é isso,
revelou: um monte de gente, um mar de foguinhos. Não existem dois fogos
iguais. Cada pessoa brilha com luz própria, entre todas as outras.
Existem fogos grandes e fogos pequenos, e fogos de todas as cores.
Existe gente de fogo sereno, que nem fica sabendo do vento, e existe
gente de fogo louco, que enche o ar de faíscas. Alguns fogos, fogos
bobos, não iluminam nem queimam. Mas outros, outros ardem a vida com
tanta vontade que não se pode olhá-los sem pestanejar, e quem se
aproxima se incendeia.”
Eduardo Galeano
canção de um dos autores de canções preferidos de Eduardo Galeano.
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5 livros essenciais para entender a obra do escritor Eduardo Galeano
Morre o escritor uruguaio Eduardo Galeano
O ditado popular diz que o que os olhos não vêem o coração
não sente, embora no mundo real seja diferente, pois quem é negro,
mora na periferia,
com pouca estudo ou que estuda em escola pública, que ganha salário
mínimo ou que está desempregado o que vê? Falta de respeito pelos
direitos humanos mais elementares, o principal deles o direito a vida,
quase sempre negado através da sujeira, buracos, ônibus velhos e
atrasados, assaltos, mortes, escolas tristes, falta de praças e de outros espaços para a prática da cultura, do esporte e do lazer, desemprego etc...
E o sentimento dominante é de impotência, de acomodação, de passividade, não adianta fazer nada, é muito difícil mudar, a única solução e entregar tudo na mão de Deus e esperar a solução que virá do alto E assim as pessoas vão vivendo e de tão comum os olhos e ouvidos já se acostumaram.
E para fugir da realidade ou para fazer com que as pessoas vejam, mas não enxerguem, há gente de todo tipo. Desde os vendedores de milagres até os traficantes, passando pela maioria dos donos das associações de moradores, das quadrilhas juninas, dos times de futebol, dos bares e muitos, mas muitos cabos eleitorais empregados nas escolas e postos de saúde. Todos eles agindo com a cobertura de uma fabrica de idiotas, a televisão, que como diz o grupo musical Titãs “ Está sempre deixando as pessoas muito burras, burras demais”.
Mas há pessoas que escapam, há aqueles que querem ver com os olhos do coração, aqueles que querem ver o essencial que na opinião do pequeno príncipe é invisível aos olhos do rosto , há aqueles que começam a querer ver com os olhos e os ouvidos do espirito o qual segundo Jesus Cristo muda a forma de ver, de ouvir e as atitudes. “Quem tiver olhos para ver, veja”. “Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça”.
São nessas pessoas que querem ver e ouvir com o coração, com o espirito, que reside a esperança de um mundo melhor. E estas pessoas estão presentes nos milhares de iniciativas socioculturais espalhados pelo Brasil afora. Estas ações desenvolvidos na sua maioria por ONGs, Movimentos Sociais e setores conscientes das religiões, buscam um olhar que valorize o que se é, mas que procure ir sempre além. Um ouvido que descubra outros sons e outros tons, que não somente o superficial, o efêmero que se ouve em quase todas as rádios. Um olhar critico que considere que assim como a dança, o teatro e a música são criações humanas, a miséria, o desrespeito aos direitos do cidadão, a falta de dignidade também são ,e, portanto podem ser transformados, porque quem transforma o corpo em instrumento para transmissão de beleza e alegria pode também transmitir mensagens de socorro e de solidariedade e intervir nos acontecimentos políticos como bons artistas que aprenderam a lutar pela justiça, para alcançar a paz.
Conta Eduardo Galeano, no Livro dos Abraços que um garoto chamada Diego não conhecia o mar, seu pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o sul: Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai. - Me ajuda a olhar!
É isto que me estimula a participar de iniciativas que buscam descortinar através das infinitas possibilidades de beleza e criatividade que a arte oferece um mundo de justiça e felicidade.
Penso que seja um bom papel que a arte pode desempenhar em um pais que consegue, sabe Deus como, conviver lado a lado com tanta beleza e com tanta feiura. Ajudar a olhar o que das tradições que herdamos merece ser preservado, o que deve ser jogado fora. Ajudar a olhar o que alimenta as nossas esperanças e os nossos sonhos, e o que nos faz deixar de acreditar e de lutar por eles. Ajudar a olhar o que nos torna diferentes e originais, ao contrário daquilo que nos confunde e que nos deixa bastante parecidos com os demais.
Publicado no Jornal da Cidade em 19 de maio de 2004 com o titulo “Outro mundo é possivel, outro olhar é necessário."
e no Webjornal Balaio de Noticias
Eduardo Galeano
canção de um dos autores de canções preferidos de Eduardo Galeano.
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Galeano - para viver sem medo
5 livros essenciais para entender a obra do escritor Eduardo Galeano
Morre o escritor uruguaio Eduardo Galeano
Outro Brasil é possivel. Outro olhar é necessário.
E o sentimento dominante é de impotência, de acomodação, de passividade, não adianta fazer nada, é muito difícil mudar, a única solução e entregar tudo na mão de Deus e esperar a solução que virá do alto E assim as pessoas vão vivendo e de tão comum os olhos e ouvidos já se acostumaram.
E para fugir da realidade ou para fazer com que as pessoas vejam, mas não enxerguem, há gente de todo tipo. Desde os vendedores de milagres até os traficantes, passando pela maioria dos donos das associações de moradores, das quadrilhas juninas, dos times de futebol, dos bares e muitos, mas muitos cabos eleitorais empregados nas escolas e postos de saúde. Todos eles agindo com a cobertura de uma fabrica de idiotas, a televisão, que como diz o grupo musical Titãs “ Está sempre deixando as pessoas muito burras, burras demais”.
Mas há pessoas que escapam, há aqueles que querem ver com os olhos do coração, aqueles que querem ver o essencial que na opinião do pequeno príncipe é invisível aos olhos do rosto , há aqueles que começam a querer ver com os olhos e os ouvidos do espirito o qual segundo Jesus Cristo muda a forma de ver, de ouvir e as atitudes. “Quem tiver olhos para ver, veja”. “Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça”.
São nessas pessoas que querem ver e ouvir com o coração, com o espirito, que reside a esperança de um mundo melhor. E estas pessoas estão presentes nos milhares de iniciativas socioculturais espalhados pelo Brasil afora. Estas ações desenvolvidos na sua maioria por ONGs, Movimentos Sociais e setores conscientes das religiões, buscam um olhar que valorize o que se é, mas que procure ir sempre além. Um ouvido que descubra outros sons e outros tons, que não somente o superficial, o efêmero que se ouve em quase todas as rádios. Um olhar critico que considere que assim como a dança, o teatro e a música são criações humanas, a miséria, o desrespeito aos direitos do cidadão, a falta de dignidade também são ,e, portanto podem ser transformados, porque quem transforma o corpo em instrumento para transmissão de beleza e alegria pode também transmitir mensagens de socorro e de solidariedade e intervir nos acontecimentos políticos como bons artistas que aprenderam a lutar pela justiça, para alcançar a paz.
Conta Eduardo Galeano, no Livro dos Abraços que um garoto chamada Diego não conhecia o mar, seu pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o sul: Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai. - Me ajuda a olhar!
É isto que me estimula a participar de iniciativas que buscam descortinar através das infinitas possibilidades de beleza e criatividade que a arte oferece um mundo de justiça e felicidade.
Penso que seja um bom papel que a arte pode desempenhar em um pais que consegue, sabe Deus como, conviver lado a lado com tanta beleza e com tanta feiura. Ajudar a olhar o que das tradições que herdamos merece ser preservado, o que deve ser jogado fora. Ajudar a olhar o que alimenta as nossas esperanças e os nossos sonhos, e o que nos faz deixar de acreditar e de lutar por eles. Ajudar a olhar o que nos torna diferentes e originais, ao contrário daquilo que nos confunde e que nos deixa bastante parecidos com os demais.
Publicado no Jornal da Cidade em 19 de maio de 2004 com o titulo “Outro mundo é possivel, outro olhar é necessário."
e no Webjornal Balaio de Noticias
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