25.3.2015 - 17:00
Organizado pela Secretaria de Articulação Institucional (SAI), o bate-papo foi transmitido pela internet. (Foto: Oliver Kornblihtt) |
O Ministério da Cultura começou nesta quarta-feira (25/3) uma série de conversas sobre participação social na área cultural.
Um
dos principais temas discutidos foi a criação do Gabinete Digital no
ministério. O debate foi organizado pela Secretaria de Articulação
Institucional (SAI), por meio de um bate-papo transmitido pela internet.
"A atividade de hoje é muito importante. Estamos revisando os
procedimentos para construir processos participativos, onde podemos
aprofundar, pensar formulações nascidas na instituição", afirmou o
ministro Juca Ferreira,que participou do início do debate.
Segundo o secretário de Articulação Institucional, Vinícius Wu, essa
discussão ampliada com a sociedade vai reposicionar o ministério.
"Queremos criar uma estrutura através das redes digitais. Hoje é o ponto
de partida, o inicio do processo, que tem o diálogo como instrumento
central", resumiu.
O ministro defende que a
construção das políticas públicas não seja feita mais de forma
verticalizada, apenas a partir do governo. "Vamos aprimorar o sistema de
participação, buscando os que refletem sobre isso, buscando a academia,
e também os que militam na área cultural, as pessoas que têm interesse
nesta construção", completou.
Com relação à
ampliação das participações, o secretário Vinícius Wu apontou a
necessidade de incluir representantes dos Pontos de Cultura nas
discussões do Conselho Nacional de Política Cultura (CNPC) e também
repensar na atual sub-representação de negros e indígenas. "É preciso
trazer para a agenda grupos que não encontram eco nas estruturas formais
de representação."
Novos participantes
Professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o cientista
político Leonardo Avritzer destacou que a participação social tem de ser
ainda mais ampla do que já é atualmente. "Hoje, temos um grande dilema
de como estender e ampliar a participação para novos setores, como
aqueles que participaram das manifestações de junho de 2013, que tinham
um perfil mais jovem, com renda um pouco mais alta e nível de educação
mais alto", observou.
Na mesma linha, a
professora da Universidade de Brasília (UnB) Débora Cristina Rezende
defende que haja uma revisão nos conselhos e nas conferências
realizadas pelo ministério. "É preciso rever em que medida estas
instituições precisam criar mecanismo de comunicação mais amplo".
Um dos caminhos que o professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Wilson Gomes apontou foi a popularização das redes sociais de internet.
Segundo ele, houve um acréscimo de canais que trouxe um público
disposto a usar estes meios digitais para discutir, comunicar e
participar.
O diretor teatral e escritor
Marcus Faustini ressaltou que a participação social deve sempre ter uma
"causa" a ser buscada e defendida, como foi a ideia de democratização da
cultura a partir de 2003. Para ele, uma das causas mais urgentes é
evitar os cortes nos orçamentos públicos deste ano nas áreas culturais,
previstos nos programas de ajuste fiscal.
Os
temas debatidos neste bate-papo servirão como base para produção de um
documento que incluirá o planejamento de reestruturação do Conselho
Nacional de Políticas Culturais (CNPC); a definição de um novo modelo de
Conferência Nacional de Cultura; e a criação do Gabinete Digital do
MinC.
Oficina
Durante a oficina, o secretário Vinícius Wu apresentou algumas
propostas como divulgar previamente as pautas do Conselho Nacional de
Política Cultural (CNPC) para permitir a possibilidade de interação do
público com os conselheiros; a abertura de um processo de eleição de
integrantes do CNPC via internet; o estabelecimento de cotas nas
delegações regionais para a Conferência Nacional de Cultura; a
instituição de algum grau de decisão sobre o orçamento, a utilização do
futuro gabinete digital para consulta pública sobre projetos de lei,
entre outras.
Os participantes contribuíram
no sentido de se certificar sobre a efetividade da participação social
como base para as construções de políticas públicas para a cultura. Além
disso, a participação se daria em todo o processo: da concepção,
passando por monitoramento até execução.
As propostas serão reunidas em um documento que será em breve disponibilizado nos canais de comunicação do MinC.
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura
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