ANTECEDENTES
A
escolha da Ação Cultural/Ponto de Cultura Juventude e Cidadania, parceiro cultural
da Escola Estadual Júlia Teles, como um dos 1000 pontos nacionais de exibição
da mostra Democratizando – Cinema e Direitos Humanos, foi saudada com grande alegria por fortalecer a continuidade
de um trabalho realizado desde 2012 e que tem produzido alguns frutos, como a
discussão acerca da criação de uma
produtora junior de produção audiovisulal, com egressos das oficinas realizadas
pelo Ponto de Cultura e a seleção do curta “Flores do Jardim”, produzido na
oficina do projeto Inventar com a Diferença, selecionado para participar da
mostra geração, festival Rio 2014.
A
noticia da seleção como ponto de exibição, foi divulgada em dois momentos, por meio do blog da Ação Cultural e nas páginas do coletivo e da Escola Júlia
Teles no facebook.
“ (...) A
atividade será realizada em parceria com
a Escola Estadual Júlia Teles, localizada no Conjunto Jardim, município de
Nossa Senhora do Socorro. (...)A Ação
Cultural foi criada em 2004, porém, antes disso, o grupo fundador já se
organizava como um coletivo de produção cultural. No que se refere à área
geográfica, a principal base de atuação é o Conjunto Jardim (município de
Socorro), onde é realizado oficina de audiovisual com estudantes de escolas
públicas. Através destas oficinas, é buscado a
formação de um olhar voltado para
a necessidade de mostrar como pensa e vive a juventude que mora na periferia.
Um novo olhar assumido pelos jovens participantes da oficina e por aqueles que assistem ao resultado final do trabalho.
Outro objetivo é alargar o campo de visão dos meninos e meninas envolvidos na
oficina no que se refere a valores
estéticos e éticos, buscando transformar a realidade de exclusão e
invisibilidade em que vivem. (...) Uma
das atividades é a exibição de produções de longa metragem, curtas e
animação através do formato cineclube,
realizado de forma esporádica em escolas, na sede da Ação Cultural e em salões
comunitários de igrejas.”
Da parte
dos professores da escola, três manifestaram
interesse, sendo que o professor de geografia, Ricardo Santana, se comprometeu em dedicar um tempo para assistir os filmes do Kit programação, para analisar quais conteúdos se adequam melhor, para quando exibi-los no decorrer de 2015
poder fazer isso com uma boa contextualização e aproveitamento pedagógico.
No caso do
professor Zezito de Oliveira, responsável
pelas matérias de História, Artes e
Sociologia ficou bem mais fácil, por
conta da proximidade temática dos filmes com os conteúdos programáticos das três matérias citadas.
REALIZAÇÃO DAS SESSÕES
Diante
disso, as sessões foram realizadas nos horário destas matérias, sendo uma
sessão no período da tarde e duas sessões no período da noite. Os alunos do
turno da tarde, de faixa etária menor, assistiram aos documentários “Pelas Janelas” e” Flores do Jardim”.
Na
exibição destes dois documentários , vale ressaltar o interesse pelo primeiro, mesmo
com alguma dispersão em alguns momentos, por tratar-se de uma espécie de making-off do projeto Inventar com a Diferença, realizado em
diversas escolas do país, incluindo o Júlia Teles.
Como é um
universo próximo dos meninos e meninas que assistiam a sessão, foi bem
interessante a acolhida, sendo que o máximo do interesse e atenção aconteceu
quando alguns colegas, a escola e a comunidade aparece na tela, na hora do segundo
documentário “Flores do Jardim”.
Já para o
curso noturno, o primeiro escolhido e único exibido até agora, foi “CabraMarcado para Morrer”, exibido em duas partes, sendo duas para completar uma
sessão e uma terceira sessão, com exibição integral.
O destaque foi a concentração e interesse, sem
problemas de dispersão, por tratar-se de pessoas de maior idade e pela
narrativa do filme que prende o expectador. Chamou-me a atenção a perplexidade
demonstrada por alguns alunos, no momento de alguns diálogos do filme que apresentam lembranças de situações agudas de dor
e sofrimento. Como na fala “Isso é tipo de revolução? (referindo ao golpe civil-militar de 1964). Pegar um
cabra lascado que nem eu e deixar meus filhos todos morrendo de fome, aí? (...)
Era melhor mandar me fuzilar, né? Do que fazer uma miséria dessas!” conta João
Virgínio da Silva, um dos líderes do Engenho Galieia, e um dos mais marcantes
personagens entrevistados por Eduardo Coutinho, diretor do filme.”
No caso de “ Cabra Marcado” , os
alunos receberam tarefas de questionário e temas para pesquisa, visando
alcançar um mergulho dentro dos temas e do
contexto histórico apresentado .
Para os alunos do turno da tarde
foi solicitado um questionário mais simples, em virtude da série e da faixa etária.
O total de alunos que assistiram
a exibição foi de 50 alunos, sendo 30 no horário noturno e 20 no horário
vespertino.
CONTINUIDADE
A proposta é prosseguir a
continuidade das sessões de exibição, tanto dentro das aulas, como em dias de
sábado, como parte da programação do projeto Rap na Escola, cujo inicio será
nos próximos dias, fruto da parceria da Ação Cultural, Escola Júlia Teles e
coletivos de Rap existentes na comunidade onde a escola está inserida. Sendo
que neste caso, com filmes e documentários cujas narrativas façam referência ao
universo da cultura hip-hop e a questões ligadas as periferias , aos guetos, as
quebradas. O que é contemplado no kit da programação
com o filme “A Vizinhança do Tigre”, de Affonso Uchoa. Além de outros que
dispomos e/ou que podemos obter.
A expectativa é que possamos ser
contemplados na seleção 2015, além de outras iniciativas. Tanto na proposta Democratizando
– Cinema e Direitos Humanos, como no projeto Inventar com a Diferença.
Legal se puder fornecer material escrito ou em PDF com sugestão para os filmes serem trabalhados
como provocadores de debates e pesquisas.
Alguns documentário ou filmes que tiveram maior repercussão poderiam
contar com um vídeo gravado em forma de mesa redonda, apresentando comentários
de especialistas no tema e na linguagem. como também propondo questões para debate e/ou
aprofundamento.
Neste conjunto de propostas acima,
podem ser incluídos, no rol dos 1000 pontos de exibição selecionados, sugestões de quem realizou atividades de debates e/ou de
pesquisas, entre outros tipos, para um
melhor aprofundamento dos temas e/ou
das narrativas.
Professor Zezito de Oliveira
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