quinta-feira, 2 de abril de 2015

Primeiros resultados da primeira fase da exibição do Kit Democratizando - Cinema e Direitos Humanos no Conj. Jardim.



ANTECEDENTES
A escolha da Ação Cultural/Ponto de Cultura Juventude e Cidadania, parceiro cultural da Escola Estadual Júlia Teles, como um dos 1000 pontos nacionais de exibição da mostra Democratizando – Cinema e Direitos Humanos,  foi saudada  com grande alegria por fortalecer a continuidade de um trabalho realizado desde 2012 e que tem produzido alguns frutos, como a discussão acerca  da criação de uma produtora junior de produção audiovisulal, com egressos das oficinas realizadas pelo Ponto de Cultura e a seleção do curta “Flores do Jardim”, produzido na oficina do projeto Inventar com a Diferença, selecionado para participar da mostra geração,  festival Rio 2014.
A noticia da seleção como ponto de exibição, foi divulgada em dois momentos,  por meio do blog da Ação Cultural  e nas páginas do coletivo e da Escola Júlia Teles no facebook.  
(...) A atividade  será realizada em parceria com a Escola Estadual Júlia Teles, localizada no Conjunto Jardim, município de Nossa Senhora do Socorro.  (...)A Ação Cultural foi criada em 2004, porém, antes disso, o grupo fundador já se organizava como um coletivo de produção cultural. No que se refere à área geográfica, a principal base de atuação é o Conjunto Jardim (município de Socorro), onde é realizado oficina de audiovisual com estudantes de escolas públicas.  Através destas oficinas,  é buscado a  formação de um  olhar voltado para a necessidade de mostrar como pensa e vive a juventude que mora na periferia. Um novo olhar assumido pelos jovens participantes da oficina e por aqueles  que assistem ao resultado final do trabalho. Outro objetivo é alargar o campo de visão dos meninos e meninas envolvidos na oficina  no que se refere a valores estéticos e éticos, buscando transformar a realidade de exclusão e invisibilidade em que vivem. (...)  Uma das atividades é a exibição de produções de longa metragem, curtas e animação  através do formato cineclube, realizado de forma esporádica em escolas, na sede da Ação Cultural e em salões comunitários de igrejas.”
Da parte dos professores da escola, três    manifestaram  interesse, sendo que o professor  de geografia, Ricardo Santana, se comprometeu em dedicar um tempo para  assistir os filmes do Kit programação,   para analisar quais conteúdos se adequam melhor,  para quando exibi-los no decorrer de 2015  poder  fazer isso  com uma boa contextualização e aproveitamento pedagógico.
No caso do professor Zezito de Oliveira,  responsável pelas matérias de História, Artes  e Sociologia ficou bem mais fácil,  por conta da  proximidade temática  dos filmes com os conteúdos programáticos das  três matérias citadas. 
REALIZAÇÃO DAS SESSÕES
Diante disso, as sessões foram realizadas nos horário destas matérias, sendo uma sessão no período da tarde e duas sessões no período da noite. Os alunos do turno da tarde, de faixa etária menor, assistiram aos documentários  “Pelas Janelas” e” Flores do Jardim”.
Na exibição destes dois documentários , vale ressaltar o interesse pelo primeiro, mesmo com alguma dispersão em alguns momentos, por tratar-se  de uma espécie de making-off do projeto Inventar com a Diferença, realizado  em diversas escolas do país, incluindo o Júlia Teles.  
Como é um universo próximo dos meninos e meninas que assistiam a sessão, foi bem interessante a acolhida, sendo que o máximo do interesse e atenção aconteceu quando alguns colegas, a escola e a comunidade aparece na tela, na hora do segundo documentário “Flores do Jardim”.
Já para o curso noturno, o primeiro escolhido e único exibido até agora, foi “CabraMarcado para Morrer”, exibido em duas partes, sendo duas para completar uma sessão  e uma terceira sessão,  com exibição integral.
O destaque foi a concentração e interesse, sem problemas de dispersão, por tratar-se de pessoas de maior idade e pela narrativa do filme que prende o expectador. Chamou-me a atenção a perplexidade demonstrada por alguns alunos, no momento de alguns diálogos do filme que  apresentam lembranças de situações agudas de dor e  sofrimento. Como na fala “Isso é tipo de revolução? (referindo ao golpe civil-militar de 1964). Pegar um cabra lascado que nem eu e deixar meus filhos todos morrendo de fome, aí? (...) Era melhor mandar me fuzilar, né? Do que fazer uma miséria dessas!” conta João Virgínio da Silva, um dos líderes do Engenho Galieia, e um dos mais marcantes personagens entrevistados por Eduardo Coutinho, diretor do filme.”
No caso de “ Cabra Marcado” , os alunos receberam tarefas de questionário e temas para pesquisa, visando alcançar  um mergulho dentro dos temas e do contexto histórico apresentado .
Para os alunos do turno da tarde foi solicitado um questionário mais simples, em virtude da série e da faixa etária.
O total de alunos que assistiram a exibição foi de 50 alunos, sendo 30 no horário noturno e 20 no horário vespertino.

CONTINUIDADE
A proposta é prosseguir a continuidade das sessões de exibição, tanto dentro das aulas, como em dias de sábado, como parte da programação do projeto Rap na Escola, cujo inicio será nos próximos dias, fruto da parceria da Ação Cultural, Escola Júlia Teles e coletivos de Rap existentes na comunidade onde a escola está inserida. Sendo que neste caso, com filmes e documentários cujas narrativas façam referência ao universo da cultura hip-hop e a questões ligadas as periferias , aos guetos, as quebradas. O que é contemplado no kit da programação com o filme “A Vizinhança do Tigre”, de Affonso Uchoa. Além de outros que dispomos e/ou que podemos obter.
A expectativa é que possamos ser contemplados na seleção 2015, além de outras iniciativas. Tanto na proposta Democratizando – Cinema e Direitos Humanos, como no projeto Inventar com a Diferença.
Legal se puder fornecer  material escrito ou em PDF  com sugestão para os filmes serem trabalhados como provocadores de debates e pesquisas.  Alguns documentário ou filmes que tiveram maior repercussão poderiam contar com um vídeo gravado em forma de mesa redonda, apresentando comentários de especialistas no tema e na linguagem. como também propondo questões para debate e/ou aprofundamento.
Neste conjunto de propostas acima,  podem ser incluídos, no rol dos 1000 pontos de exibição  selecionados,  sugestões de  quem realizou atividades de debates e/ou de pesquisas, entre outros tipos,  para um melhor  aprofundamento dos temas e/ou das narrativas.

Professor Zezito de Oliveira 
 






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