Circenses, músicos, grafiteiros,
fotógrafos, cineastas e atores transformaram os 13 andares do edifício
em um efervescente centro cultural, onde ocorrem oficinas de arte e
debates políticos
Pri Villariño/RBA - Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/entretenimento/2015/04/predio-ocupado-por-artistas-quer-oferecer-oficinas-para-ocupacoes-do-centro-de-sao-paulo-8225.html
Paredes, escadas, corredores e janelas se transformaram em verdadeiras obras de arte
São Paulo – Rua do Ouvidor, 63. Quem passa em frente
ao prédio pode imaginar que seja mais uma das ocupações lideradas por
movimentos de moradia no centro de São Paulo, cidade com um dos maiores
déficits habitacionais do país. Engana-se. Com o olhar e os ouvidos
atentos é possível perceber a música que vem do edifício e a
movimentação animada de quem circula pelos apartamentos. Trata-se de uma
ocupação de artistas que se propõe a preencher com arte o espaço, até
então à mercê da especulação imobiliária, e a oferecer oficinas para
moradores de ocupações vizinhas.
Circular pelo prédio já é por si só uma experiência interessante: paredes, escadas, corredores e janelas dos 13 andares se transformaram em verdadeiras obras de arte com o trabalho dos moradores. O porão é o ponto de encontro desse efervescente centro cultural, onde ocorrem oficinas, sessões de filmes e assembleias, que reúnem os pelo menos 50 artistas que vivem no local, entre circenses, músicos, pintores, grafiteiros, fotógrafos, cineastas e atores. Em geral, são artistas vindos, como eles definem, das “quebradas” da cidade, além de viajantes da Argentina e do Uruguai, que também encontraram refúgio no local.
“É também uma luta ideológica. Este prédio estava ocioso, e os aluguéis em São Paulo são muito caros. Isso te força a trabalhar muito mais. Se não houvesse esse gasto extra, da especulação imobiliária, teríamos todos mais tempo para estudar, produzir arte e nos engajar na militância. As pessoas precisam colocar na sua organização de vida a demanda por aprender e se realizar pessoalmente”, diz o artista circense que se identificou como Furlan. “Entrar no sistema é muito mais fácil, você pode fazer isso a qualquer momento. Nós aqui estamos resistindo e isso nos exige muito mais.”
O próximo passo, e principal objetivo dos moradores da chamada Ocupa 63, é trazer os moradores das ocupações vizinhas, especialmente as crianças e adolescentes, para participar das atividades culturais e das oficinas de arte. Para isso, eles já iniciaram diálogo com as lideranças das ocupações e dos movimentos de moradia e pretendem estruturar um calendário de atividades, a ser divulgado entre eles. Já estão previstas aulas de esperanto, de ioga, malabares e artes marciais, sessões de filmes de temática social e oficinas de serigrafia. “Queremos que aqui seja um ponto de encontro para as ocupações do centro. Um local onde as pessoas possam trazer seus filhos para aprender arte e discutir sobre a luta social por moradia”, afirma o músico e artista circense Pastor, morador da Ouvidor 63. “Os artistas têm realizado trabalhos que as famílias daqui podem se interessar. Nas primeiras conversas já percebemos que eles têm sede muito grande de aprender e acreditamos que pode ser uma troca muito rica.”
No dia 1º maio, a ocupação da Ouvidor 63 completará seu primeiro ano. No último Dia do Trabalho, um grupo de então 80 artistas ocupou o prédio, que inicialmente pertencia à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e depois foi entregue ao INSS, como pagamento de dívida.
O edifício já foi ocupado por um movimento de moradia, que sofreu uma reintegração de posse em 2003. Desde então, o local permaneceu vazio, até a chegada dos artistas no ano passado. Já estabelecidos e produzindo arte, o desafio agora é vencer as barreiras técnicas e financeiras e conseguir realizar reparos na elétrica e hidráulica do prédio.
Circular pelo prédio já é por si só uma experiência interessante: paredes, escadas, corredores e janelas dos 13 andares se transformaram em verdadeiras obras de arte com o trabalho dos moradores. O porão é o ponto de encontro desse efervescente centro cultural, onde ocorrem oficinas, sessões de filmes e assembleias, que reúnem os pelo menos 50 artistas que vivem no local, entre circenses, músicos, pintores, grafiteiros, fotógrafos, cineastas e atores. Em geral, são artistas vindos, como eles definem, das “quebradas” da cidade, além de viajantes da Argentina e do Uruguai, que também encontraram refúgio no local.
“É também uma luta ideológica. Este prédio estava ocioso, e os aluguéis em São Paulo são muito caros. Isso te força a trabalhar muito mais. Se não houvesse esse gasto extra, da especulação imobiliária, teríamos todos mais tempo para estudar, produzir arte e nos engajar na militância. As pessoas precisam colocar na sua organização de vida a demanda por aprender e se realizar pessoalmente”, diz o artista circense que se identificou como Furlan. “Entrar no sistema é muito mais fácil, você pode fazer isso a qualquer momento. Nós aqui estamos resistindo e isso nos exige muito mais.”
O próximo passo, e principal objetivo dos moradores da chamada Ocupa 63, é trazer os moradores das ocupações vizinhas, especialmente as crianças e adolescentes, para participar das atividades culturais e das oficinas de arte. Para isso, eles já iniciaram diálogo com as lideranças das ocupações e dos movimentos de moradia e pretendem estruturar um calendário de atividades, a ser divulgado entre eles. Já estão previstas aulas de esperanto, de ioga, malabares e artes marciais, sessões de filmes de temática social e oficinas de serigrafia. “Queremos que aqui seja um ponto de encontro para as ocupações do centro. Um local onde as pessoas possam trazer seus filhos para aprender arte e discutir sobre a luta social por moradia”, afirma o músico e artista circense Pastor, morador da Ouvidor 63. “Os artistas têm realizado trabalhos que as famílias daqui podem se interessar. Nas primeiras conversas já percebemos que eles têm sede muito grande de aprender e acreditamos que pode ser uma troca muito rica.”
No dia 1º maio, a ocupação da Ouvidor 63 completará seu primeiro ano. No último Dia do Trabalho, um grupo de então 80 artistas ocupou o prédio, que inicialmente pertencia à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e depois foi entregue ao INSS, como pagamento de dívida.
O edifício já foi ocupado por um movimento de moradia, que sofreu uma reintegração de posse em 2003. Desde então, o local permaneceu vazio, até a chegada dos artistas no ano passado. Já estabelecidos e produzindo arte, o desafio agora é vencer as barreiras técnicas e financeiras e conseguir realizar reparos na elétrica e hidráulica do prédio.
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