Se o legado orçamentário não está sendo bom para a gestão, daí a importância de definir logo o gestor, assim como o formato institucional, se secretaria ou fundação, colocar dinheiro para a cultura no orçamento 2026, além de ações emergenciais para começar a apagar o legado anterior com ações positivas... Va lá que uma prefeitura comandada por uma integrante do PL consegue dar melhor atenção a cultura que um prefeito do PDT. Será manchete em grandes veículos de comunicação no eixo Rio-SP.
Importante não esquecer, politica cultural não pode se resumir majoritariamente a eventos, como tem sido comum em Aracaju e Sergipe, desde sempre.
Por isso a luta hercúlea de agentes culturais Brasil a fora, incluindo Sergipe, pela construção e aprovação das Leis Paulo Gustavo (LPG) e Lei Aldir Blanc 2 (PNAB), assim como destinação de dinheiro, no caso da segunda, via orçamento federal, o que só foi possível graças ao compromisso assumido e cumprido pelo Presidente Lula na campanha eleitoral de 2022 e nos primeiros dias do seu governo, com potencial de colaborar na necessária revolução cultural em favor da democracia e dos direitos humanos.
ZdO
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Criado em 2001, o “Projeto Verão” é um dos grandes eventos anuais do calendário cultural da prefeitura de Aracaju. O evento tem como marca a diversidade de estilos e contempla atividades culturais, shows, campeonatos e atividades esportivas. Apesar do sucesso de público que marcou as últimas edições, neste ano a prefeitura não realizará o evento.
O cancelamento do “Projeto Verão” reflete o clima do início da gestão de Emília Corrêa (PL), marcado por queixas acerca da situação financeira da prefeitura de Aracaju. Em recentes pronunciamentos, a prefeita afirma que a antiga gestão deixou dívidas milionárias, incluindo a empresa de coleta de lixos e outra empresa que gere a maternidade do município. Somente com a empresa responsável pela coleta de lixo, Emília afirma haver uma dívida superior a R$ 63 milhões.
Nesse cenário, a prefeitura decidiu por não realizar o “Projeto Verão” e justificou que “a gestão anterior não colocou o Projeto Verão no orçamento de 2025 e nem deixou dinheiro em caixa para realização de eventos”. Apesar de o argumento de não haver dinheiro em caixa ir em concordância com o discurso da prefeita acerca das condições em que recebeu a prefeitura, o orçamento atual prevê R$ 3,2 milhões para o chamado “calendário verão cultural”.
Com o cancelamento, a Prefeitura de Aracaju aproveitou para afirmar estar empenhada em organizar as comemorações do aniversário de 170 anos da cidade, que será celebrado em março. A expectativa na gestão é de que a celebração seja maior do que as realizadas em 2024, buscando superar as críticas frequentes recebidas durante a gestão de Edvaldo Nogueira (PDT).
É lamentável que o ano comece com a ausência de um evento tão querido pela população, que, em edições anteriores, transformou a Orla de Atalaia em um espaço de celebração da vida e da arte. Resta a esperança de que, em 2026, o “Projeto Verão” retorne ao calendário cultural de Aracaju, trazendo de volta a energia e a diversidade que marcaram suas edições.
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A discussão precisa além dos shows musicais: o município ainda não definiu a fonte do Fundo de Cultura, o Conselho ainda não tem a parte civil eleita como determina o Marco Regulatório, o Plano de Cultura foi aprovado às pressas para não perder o prazo da PNAB, contendo um texto frágil que precisa ser revisado pra ontem. A nova gestão ainda não bateu o martelo se a Cultura seguirá no organograma como Fundação ou Secretaria, começou o ano sem um gestor definitivo. Tem muita coisa rolando e é preciso estar atento para cobrar política pública a longo prazo.
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