sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

O campo da cultura em Aracaju ficou em aberto. Se a nova prefeita de Aracaju Emilia Corrêa (PL) souber preencher pode surpreender Aracaju, Sergipe e além fronteiras.

 


Se o legado orçamentário não está sendo bom para a gestão,  daí a importância de definir logo o gestor, assim como o  formato institucional,  se secretaria ou fundação, colocar dinheiro para a cultura no orçamento 2026, além de ações emergenciais para começar a apagar o legado anterior com ações positivas... Va lá que uma prefeitura comandada por uma integrante do PL consegue dar melhor atenção a cultura  que um prefeito do PDT. Será manchete em grandes veículos de comunicação no eixo Rio-SP.

Importante não esquecer, politica cultural não pode se resumir majoritariamente a eventos, como tem sido comum em Aracaju e Sergipe, desde sempre.

Por isso a luta hercúlea de agentes culturais Brasil a fora,  incluindo Sergipe,  pela construção e aprovação das Leis Paulo Gustavo (LPG) e Lei Aldir Blanc 2 (PNAB), assim como destinação de dinheiro, no caso da segunda, via orçamento federal, o que só foi possível graças ao compromisso assumido e cumprido pelo  Presidente Lula na campanha eleitoral de 2022 e nos primeiros dias do seu governo,  com potencial de colaborar na necessária  revolução cultural em favor da democracia e dos direitos humanos. 

ZdO

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O Sergipense, no Instagram

Criado em 2001, o “Projeto Verão” é um dos grandes eventos anuais do calendário cultural da prefeitura de Aracaju. O evento tem como marca a diversidade de estilos e contempla atividades culturais, shows, campeonatos e atividades esportivas. Apesar do sucesso de público que marcou as últimas edições, neste ano a prefeitura não realizará o evento.

O cancelamento do “Projeto Verão” reflete o clima do início da gestão de Emília Corrêa (PL), marcado por queixas acerca da situação financeira da prefeitura de Aracaju. Em recentes pronunciamentos, a prefeita afirma que a antiga gestão deixou dívidas milionárias, incluindo a empresa de coleta de lixos e outra empresa que gere a maternidade do município. Somente com a empresa responsável pela coleta de lixo, Emília afirma haver uma dívida superior a R$ 63 milhões.

Nesse cenário, a prefeitura decidiu por não realizar o “Projeto Verão” e justificou que “a gestão anterior não colocou o Projeto Verão no orçamento de 2025 e nem deixou dinheiro em caixa para realização de eventos”. Apesar de o argumento de não haver dinheiro em caixa ir em concordância com o discurso da prefeita acerca das condições em que recebeu a prefeitura, o orçamento atual prevê R$ 3,2 milhões para o chamado “calendário verão cultural”.

Com o cancelamento, a Prefeitura de Aracaju aproveitou para afirmar estar empenhada em organizar as comemorações do aniversário de 170 anos da cidade, que será celebrado em março. A expectativa na gestão é de que a celebração seja maior do que as realizadas em 2024, buscando superar as críticas frequentes recebidas durante a gestão de Edvaldo Nogueira (PDT).

É lamentável que o ano comece com a ausência de um evento tão querido pela população, que, em edições anteriores, transformou a Orla de Atalaia em um espaço de celebração da vida e da arte. Resta a esperança de que, em 2026, o “Projeto Verão” retorne ao calendário cultural de Aracaju, trazendo de volta a energia e a diversidade que marcaram suas edições.

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A discussão precisa além dos shows musicais: o município ainda não definiu a fonte do Fundo de Cultura, o Conselho ainda não tem a parte civil eleita como determina o Marco Regulatório, o Plano de Cultura foi aprovado às pressas para não perder o prazo da PNAB, contendo um texto frágil que precisa ser revisado pra ontem. A nova gestão ainda não bateu o martelo se a Cultura seguirá no organograma como Fundação ou Secretaria, começou o ano sem um gestor definitivo. Tem muita coisa rolando e é preciso estar atento para cobrar política pública a longo prazo.

Jéssika Lima no Instagram

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Perigo! A democracia continua sob ataque da extrema direita. Dessa vez por meio da fake do PIX. E agora? As respostas dos jornalistas Wilson Ferreira, Rodrigo Savazoni e Mauro Lopes

 LULA PRECISA CRIAR GABINETE DE INTELIGÊNCIA SEMIÓTICA, DIZ ESPECIALISTA


8 de janeiro de 2025
Presidente Lula, convoque seus hackers: é hora de agir. Precisamos de uma volta às origens. Às nossas origens.
Rodrigo Savazoni

Hoje faz dois anos que um bando de celerados invadiu o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal para tentar impedir o início do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Os golpistas que se articularam em rede, por meio do uso de plataformas proprietárias de redes sociais, eram buchas de canhão de um golpe de estado que estava sendo articulado nos bastidores pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e alguns covardes generais. Há alguns anos, e mais intensamente depois dos tristes episódios de destruição que vimos em 2023, as instituições democráticas brasileiras têm agido para impedir o avanço da infâmia, condenando os criminosos que atentam contra a nossa frágil democracia. A mão pesada da lei age, mas isso ainda é pouco, porque o golpismo segue se multiplicando na sociedade, por meio de articulações virtuais e atuais.
Ontem, num movimento que antecipa a posse de Trump como presidente e de Elon Musk como CEO dos Estados Unidos, Mark Zuckerberg anunciou mudanças nas políticas de moderação das plataformas Facebook, Instagram e Whatsapp, geridas pela Meta, sua corporação global. Segundo ele, essa atitude configura-se como uma volta às origens dos sites de redes sociais, que teriam surgido para “dar voz” às pessoas. Na prática, o empresário decidiu remover uma série de mecanismos de filtragem desenvolvidos nos últimos anos por força da pressão social democrática para impedir a propagação de mentiras. Mas não foi só isso. Ele também anunciou que irá reduzir o controle dos conteúdos políticos em suas plataformas e que irá agir alinhado à política externa do novo presidente americano, em busca de enfrentar o que chamou de “censura”.
Zuckerberg citou três territórios que quer enfrentar e apresentou suas razões para isso. Segundo ele, a Europa possui leis restritivas, que drenam a inovação; a China impede, dentro de suas fronteiras, a presença de suas empresas; e a América Latina é uma região onde a remoção de conteúdos ocorre na surdina através da atuação de tribunais secretos, numa alusão ao STF brasileiro. O movimento da Meta é geopolítico, baseado nessas falsas premissas apresentadas pelo seu CEO, e precisa ser respondido à altura. O que ocorre no Brasil não é secreto. Muito pelo contrário. É a aplicação de medidas baseadas em leis criadas para proteger nossa sociedade. Mais que nunca, fica evidente que a convivência pacífica com corporações cuja missão é a propagação de valores da extrema direita (portanto do fascismo) não é possível. Sim, enfrentar o poder político e econômico dessas plataformas golpistas não é um desafio simples, ainda mais por conta do uso intensivo de redes sociais feito no Brasil. Mas é a hora de fazer isso.
Como? Também precisamos de uma volta às origens. Às nossas origens. No início do primeiro governo de Lula, o Brasil se destacou por promover um discurso crítico e inovador sobre a internet, baseado em reconhecimento do potencial democratizante da rede mundial de computadores. A aliança criativa entre hackers e gestores públicos produziu uma visão de mundo que tinha como premissa a nossa soberania digital e a aposta no investimento público em robustas infraestruturas cidadãs. A falta de apoio estratégico para essa visão, somada aos movimentos globais de concentração de capital, impediu que pudéssemos ter, atualmente, um outro arranjo que não fosse tão dependente desses monstros corporativos que não respeitam leis democráticas. Mas a política é assim, dá suas voltas, e a declaração de guerra de Zuckerberg convoca o presidente Lula a dar uma resposta à altura. 
O episódio da Praça dos Três Poderes, de dois anos atrás, está conectado com a declaração de Zuckerberg. São movimentos correlacionados articulados por uma onda global autoritária que, se não for combatida, resultará na destruição da nossa humanidade. 
Por isso, presidente, chame pra perto os hackers e realize um grande encontro, o quanto antes, para pensar uma política soberana, do Brasil para o mundo. Temos inteligência acumulada neste país para fazer algo urgente, que resulte em um conjunto de ações cujo objetivo será promover a nossa independência digital. Neste cenário absurdo, presidente, políticas estratégicas seguem sendo articuladas por meio de grupos de Whatsapp. Provavelmente, seus ministros estão discutindo a declaração de guerra da Meta por meio de canais corporativos. Precisamos mudar isso. Lembre-se de sua luta pela liberdade de Assange. Do que nos ensinou Snowden, anos atrás. O senhor tem legitimidade para liderar esse processo e irradiar para o mundo uma resposta: não aceitamos que meninos mimados do Vale do Silício governem o planeta de forma antidemocrática.




Uma onda de notícias falsas levou governo a recuar da decisão sobre o Pix
A cronologia da crise inclui um vídeo falso feito por inteligência artificial, um comentário de Bolsonaro e a atuação do deputado Nikolas Ferreira: https://bbc.in/4g0eSIE

sábado, 5 de novembro de 2022 (atenção a data) Lula tem que desativar máquina de manipulação de Bolsonaro. Da série: É a comunicação também, estúpidos!! (2) Lula precisa urgentemente investir em recursos que lhe permitam mergulhar no pântano do adversário", diz Helena Chagas https://acaoculturalse.blogspot.com/2022/11/lula-tem-que-desativar-maquina-de.html

as as reações:

domingo, 12 de janeiro de 2025

38º Curso de Verão - 2025 – “Semear o bem-viver: caminhos para o cuidado da saúde mental

 

Mística do Dia realizada em 11/01. Com o símbolo das mãos como inspiração, o encontro promoveu reflexões sobre cuidado, união e memória coletiva.

Entre os momentos marcantes estão:

🎶 Cantos simbólicos como "Dá-nos um coração" e "A tua mão na minha", que embalaram a roda de ciranda. 🤲 Uma vivência de cuidado mútuo, com uma massagem coletiva conduzida por Cida da Sala da Saúde. 💐 A emocionante homenagem à Ya Neide, referência de acolhimento e dedicação. Assista e confira como as mãos podem ser ferramentas poderosas de transformação e afeto.

O QUE É O CURSO DE VERÃO?
O Curso de Verão é Popular, ecumênico e realizado em mutirão é organizado para um grande número de pessoas e, ao mesmo tempo, garante trabalho em pequenos grupos. Dentro da proposta metodológica da Educação Popular, combina reflexão e criatividade, arte e celebração, além da convivência fraterna e o compromisso transformador no retorno à prática nas pastorais e movimentos sociais. Tem caráter nacional, mas é aberto à participação de pessoas de outros países que falem/entendam a língua portuguesa. Dedica especial atenção às juventudes, que iniciam a sua militância pastoral e social.

MAIS INFORMAÇÕES:
assista os vídeos com as palestras desta semana no canal do curso de verão no youtube. A partir de amanhã, 13/01/2025, a transmissão retoma no canal.


recorte da vivência da roda da terapia comunitária




Roberto Malvezzi que fecha o curso de verão 2025 na PUC-SP é conhecido e querido de muitos sergipanos, esteve aqui várias vezes.. É um dos  melhores intelectuais orgânicos que temos em nossa região, mesmo tendo nascido em São Paulo. 
Uma pergunta:
​​Gogó, como convencer nossas lideranças religiosos a compreenderem a necessidade de fazer a Laudato Si e a Fratelli Tutti, serem popularizadas por meio de ação cultural e da arte educação popular?

ZdO



quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

PENSANDO NA IDA DE FREI RUTIVALTER E NOS POUCOS, MAS BONS MOMENTOS DE NOSSA CONVIVÊNCIA.

 

Acabo de saber do falecimento de um amigo querido: Frei Rutivalter (Franciscano Capuchinho). Figura rara. Ontem na madrugada pensei na situação dele e de como a nossa morte em geral se unirá ao Frei querido. Seguirá em paz na sua Páscoa.

Romero Venâncio (UFS)

Lembrando o Cap. 3 do livro bíblico Eclesiastes..

  Tempo para ir... Tempo para chegar..

Tempo para receber.. Tempo para entregar..

O tempo todo para aprender e de surpreender..

O planeta terra como uma estação. Aqui lembro o genial Bituca e seus amigos também geniais do clube da esquina. 

“Todos os dias é um vai e vem

A vida se repete na estação

Tem gente que chega pra ficar

Tem gente que vai pra nunca mais”

De onde para onde? As tradições espirituais, as filosofias  e as ciências buscam oferecer respostas..

Uma certeza, a morte tem uma sabedoria oculta, necessária, assim como a vida. Há pouco tempo comecei a entender São Francisco de Assis e a forma como se referia a morte, como irmã.

Vida e morte... A cara e a coroa de uma mesma moeda..

Vida eterna para quem  viveu ou pode viver o aqui e o agora da melhor maneira...

Vida eterna para quem foi impedido de bem viver o aqui e o agora, no presente e no passado..

Zezito de Oliveira - Ação Cultural

Pássaro da PAZ.

Cantamos a vitória 

Herodes perdeu, 

Bom para os Magos 

Que a Jesus defendeu.

Cantamos nas CEBs 

"Irá chegar um novo dia" 

É a pátria dos que vencem,

Com o sol e o clarão 

De um santo capuchinho 

Que ensinou a ser irmão.

Descanse em paz,

Amigo de S. Francisco. 

Ilustre pregador, 

Alegre no sorriso,

Que fique a Esperança,

Do teu hábito contrito.

(Herodes sempre perde 

Herodes sempre perderá, sempre.

Herodes como os covardes se escondem. 

A vida, não, ela sempre se mostra. Ela é vitoriosa, "ressurecta", extraordinária e bela como a flor que surgiu do túmulo desse capuchinho).

Feliz Páscoa, amigo e irmão.

Frei Rutivalter Brito - descanse irmão em paz.]

Pe. José Soares de Jesus - Arquidiocese de Aracaju


quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Afinal, haverá ou não haverá diminuição do dinheiro do orçamento federal para a cultura?


 O que afirma o MINC...

Sobre a Medida Provisória da Lei Aldir Blanc: os R$ 15 bilhões para a cultura estão garantidos. Este é um compromisso reforçado pelo Governo Federal! A partir de 2025, os estados e municípios deverão comprovar investimentos em cultura para poder acessar os novos repasses de recursos. Isso fortalece o caráter estruturante da Aldir Blanc e amplia a responsabilidade compartilhada entre governo federal e governos locais no fomento à cultura.

A partir de 2025, os estados e municípios deverão comprovar investimentos em cultura para poder acessar os novos repasses de recursos. 

Isso fortalece o caráter estruturante da Aldir Blanc e amplia a responsabilidade compartilhada entre governo federal e governos locais no fomento à cultura.


Lei Aldir Blanc fortalecida! 💪

Com a Medida Provisória da Lei Aldir Blanc publicada hoje, os recursos para a cultura estão garantidos!

A MP também fortalece o Sistema Nacional de Cultura, nosso SUS da Cultura, reforçando a participação social e incentivando gestões públicas eficientes.

🚨 Atenção: não há qualquer risco de cortes ou redirecionamento dos valores destinados à cultura!

Veja alguns avanços trazidos pela MP:

* Critérios claros para a execução dos recursos pelos estados e municípios

* Estados e municípios só poderão receber novos recursos da PNAB se tiverem executado um percentual mínimo dos valores já recebidos

💡 Leia a nota completa do Ministério da Cultura e espalhe a informação: https://abrir.link/zhfvH

Já  as associações dos gestores estaduais e municipais, mesmo com tanto recurso da Lei Paulo Gustavo e da PNAB parado nas contas de muitos estados e municipios, afirmam: 

CARTA ABERTA

As 3 entidades representativas dos gestores públicos de cultura do Brasil, estaduais e municipais, publicaram conjuntamente uma Carta Aberta sobre a Medida Provisória que altera a Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).

A preocupação é com a garantia dos repasses anuais de R$ 3 bilhões para estados e municípios, mesmo que no texto esteja estabelecido o valor total destinado à lei.

Leia a carta na íntegra abaixo:

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Bizarro! A oração do padre em favor do golpe neofascista que previa o assassinato de lideranças politicas democráticas...

 


A mensagem em que o padre pede orações por militares consta no relatório final da Polícia Federal, entregue ao STF
Mateus Salomão
26/11/2024 18:49, atualizado 26/11/2024 19:59

O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, indiciado por participar de um plano para decretar um golpe de Estado no Brasil, teria criado e disseminado uma “oração do golpe”. É o que conclui a Polícia Federal (PF) em relatório que veio à tona nesta terça-feira (26/11), após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo a PF, após o término das eleições presidenciais, o padre enviou uma mensagem a um contato identificado como “Frei Gilson”, com uma mensagem em que todos os brasileiros, católicos e evangélicos incluam em suas orações os nomes do ministro da Defesa e de outros dezesseis Generais 4 estrelas.

O MAL QUE O BOLSONARISMO FEZ/FAZ A IGREJA CRISTÃ NO BRASIL. UMA REFLEXÃO
Romero Venâncio (UFS)
Novembro de 2024. A notícia: "A Polícia Federal indicia Bolsonaro, Braga Netto e mais 35 por tentativa de golpe. Dentre eles, um padre..." A informação poderia até passar despercebida em outro momento. Não no atual contexto de Brasil. Saudades daqueles tempos em que padre, bispo ou agente de pastoral da Igreja Católica eram acusados publicamente de ajudar camponeses em ocupação de terra, ocupações urbanas, em lutas populares ou na luta em defesa de pobres de toda sorte neste país. Uma memória que não pode ser esquecida. Religiosos já enfrentaram polícias na defesa de pessoas marginalizadas sem voz e sem vez. Criticados pela mídia da casa grande, esses religiosos mantinham a cabeça erguida pela consciência tranquila nas escolhas que haviam feito. Muito diferente é quando um padre se junta a um grupo de extrema direita violento que tem como objetivo destruir as frágeis instituições democráticas. Mais do que isto: foi um dos "mentores ideológicos" de uma tentativa de golpe de estado e trama macabra para assassinar pessoas. Isto é muito sério e merece uma reflexão mais séria ainda. Como chegamos a isto?
Desde 2013 que estamos assistindo um setor significativo do catolicismo brasileiro se ligar a um movimento de extrema direita. Aproximaram-se de figuras  como Olavo de Carvalho (vejamos as fotos com o pe. Paulo Ricardo exibindo armas), aprenderam a usar as redes digitais, criaram canais ou ficaram como youtubers, organizaram formação dentro de um catolicismo reacionário e militante, atacaram pessoas como Pe. Júlio Lancellotti, a CNBB, Leonardo Boff, Dom Vicente Ferreira, Dom Joaquim Mol, Pe. Manoel Godoy, pastora Romi Bencke... e tantos outros/outras. Elaboraram todo um material de estudos no que tem de mais conservador dentro do catolicismo: livros, traduções, vídeos, palestras, cursos... Com uma beligerância pouco visto na Igreja Católica no Século XX/XXI. 
Com esse "arsenal teológico", o caminho não poderia ser outro: a extrema direita católica encontra-se (naturalmente) com a extrema direita política e bolsonarista. Ainda mais, essa extrema direita católica sempre foi auxiliar do pior bolsonarismo. Um desses grupo de extrema direta, conhecido como Centro Dom Bosco tentou levar Bolsonaro (ainda presidente da República) para o feriado de Aparecida para rezar um Rosário em frente a uma Igreja e com a cidade lotada de gente. Quase ocorre o triste  e perigoso evento. Tudo devidamente registrado. Muitos católicos motivados por estas ideologias extremistas foram para a porta de quartéis pedir golpe e rezar por ele. Lembram? inesquecível. 
O pe. José Eduardo não é uma exceção e nem é um desconhecido nas redes digitais. O que foi, na verdade, ele foi o mais ávido nas relações com o núcleo do bolsonarismo e seus militares. O padre não é vitima, mas consequência de suas escolhas políticas e de toda uma extrema direita católica. A melhor definição de quem é e o que faz o padre em questão, foi dada num inquérito policial (quem diria!):
“Como apontado pela autoridade policial, José Eduardo possui um site com seu nome no qual foi possível verificar diversos vínculos com pessoas e empresas já investigados em inquéritos correlacionados à produção e divulgação de notícias falsas’”.
Ministro Alexandre de Moraes. Sobre o Pe. José Eduardo no inquérito que apura a tentativa de golpe de estado. In: Metrópoles, 21/11/2024.
Todas estas ações de uma extrema direita católica já deveria merecer mais atenção da CNBB e suas pastorais sociais. O caso desse padre José Eduardo que atua no pior esgoto de uma extrema direita golpista e violenta, merece uma profunda reflexão na Igreja Católica no Brasil. A coisa tá ficando séria e chegando às barras dos tribunais. Atentemos.










Golpe santo: Quem são os padres citados no relatório da PF

A última fase das apurações trouxe à tona a participação surpreendente de líderes religiosos, especialmente de alguns padres, na tentativa de causar instabilidade política no país


Os outros 2 padres citados pela PF no relatório do inquérito do golpe





Abaixo depoimento de um padre democrata sobre o filme "Ainda estou aqui"
Pe. Manuel Joaquim R. dos Santos 
Arquidiocese de Londrina
Enquanto assistia ao longa “Ainda estou aqui” percebi que minha amiga estava soluçando.  Não era a única na sala. No final, quando lhe perguntei qual a parte que mais a impactara, não hesitou: “foi quando a viúva, finalmente, conseguiu a certidão de óbito”! Não era pra menos! Aquele pedaço de papel representava, não apenas o reconhecimento (tardio) pelo Estado da morte de Rubens Paiva, como essencialmente o final de um processo demorado de luto, com todas as consequências nefastas para a família. 
O filme é extraordinário. Uma das melhores películas nacionais que já assisti. Retrata do jeito adequado os porões fétidos da ditadura militar e combate a sua negação, mostrando os fatos, que longe do passado, nos assombram agora fora das telas. Um período trágico da história brasileira que “ainda está por aqui”! Paiva é uma das 434 pessoas desaparecidas ou mortas, sem processos legais legítimos, sem defesa, assassinados pelo Estado que escondia a sua cara no anonimato de paisanos caricatos, com ar de autoridade. Segundo a Human Rights Watch, cerca de 20 mil cidadãos foram torturados.  Foi uma noite longa, a preto e branco, que podava sonhos com a mesma foice que segava as vidas de inocentes. Uma escuridão defendida até hoje por perversos mentirosos, que se locomovem na penumbra de uma memória coletiva ultrajada. Se o Carlos Ustra foi “brilhante”, como nos moveremos com segurança nos dias de hoje, sabendo que todos eles estão soltos e impunes? Como dar consistência à argamassa que nos torna um país forte, se usamos um cimento ruim e em quantidade ínfima? Se varremos para o abismo da história os que conspiraram contra ela, que garantias teremos de que fantasmas não assolarão o nosso presente e futuro?
“Ainda estou aqui” é mais do que um resgate histórico. O que já não seria pouco! Porém, encontramos nessas duas horas de filme, uma tentativa bem sucedida de dar o protagonismo a quem de fato merece! Chega de evidenciar na tinta dos jornais ou nas redes sociais, quem adquiriu com a sua maldade, um posto no lixo da história! O filme, muito sabiamente, dá voz e vez às vítimas, aos que “esperam contra toda a esperança”, aos que não desistem de lutar, aos que continuam a acreditar neste país! Um filme assim, presta um serviço extraordinário à sociedade brasileira, repondo as peças corretamente no tabuleiro do arcabouço social que nos constitui e provocando lágrimas nos que nunca deixaram de se iindignar com este período da nossa história. Minha amiga chorou! E eu também! 
Os acontecimentos recentes indiciando e condenando centenas que atentaram contra a Democracia e o Estado de Direito, revela o que o filme teme: Há, desde 1889, um conceito equivocado dentro das Forças Armadas de que elas poderão intervir na história com golpes e contra golpes, criando “estados de exceção”, podando liberdades e desconfigurando totalmente a própria missão das Forças Armadas. O último governo, ter levado para a esplanada dos ministérios militares, alimentou dentro das Forças desejos perniciosos ocultos de tomada de poder, como evidenciam as gravações do processo sobre Golpe de Estado. Eles ainda estão aqui!
Em 1974 os militares portugueses deram um golpe de Estado. Mas muito diferente dos seus homólogos chilenos, que em 1973 inauguraram uma das ditaduras mais cruéis da América latina. Em terras lusas, com cravos vermelhos nas metralhadoras, os “capitães de abril” devolveram o poder ao povo e imediatamente regressaram aos quartéis. Até hoje as Forças Armadas estão sujeitas ao poder civil legitimamente validado nas urnas. 
Ainda estou aqui, é um triste alerta. É um convite incisivo para que ninguém neste país baixe a guarda. Uma democracia, não se consolida com uma magnifica Constituição. É um processo histórico sobre o qual não se poderá jamais tergiversar. A anistia que Trump usará nos EUA é uma farsa fascista que não cabe no nosso país nem em qualquer outro que preze o Estado de Direito. 

Pe Manuel Joaquim R. dos Santos 
Arquidiocese de Londrina 


UMA OPORTUNIDADE HISTÓRICA
Romero Venâncio (UFS)
Vivemos um sentimento paradoxal nestas duas semanas neste Brasil quase-sempre-em-transe. Por um lado, estamos vendo/vivendo uma história que se desvela para quem quiser reparar com atenção. Por outro lado, parece que nada ocorre fora das redes digitais. Um país bestializado com o que vem sabendo? impotentes diante dos fatos revelados? ou descrença completa nas instituições?
Independente do que faremos com tudo isto revelado no inquérito da polícia federal e com a revelação de uma trama golpista que envolvia assassinatos e tudo o mais, a situação nos joga na cara algo grave e que será a herança desse "bolsonarismo" que castiga ideologicamente este Brasil.
Porém, uma aparente coincidência não poderá passar despercebido por todos nós: tudo isto ocorre no ano em que lembramos os 60 anos do golpe militar de 1964!!! Um golpe que matou, exilou, torturou, fez desaparecer corpos, nos empurrou para um modernização conservadora sem paralelo na história e legou uma inflação brutal que esmagou a vida da classe trabalhadora e concentrou renda como nunca na história. Pena que tudo isto não mobilize movimentos de rua que possa colocar esses militares no seu devido lugar na história. E pior, nem o governo de plantão que tem origem nas esquerdas e nas lutas democráticas percebeu a chance histórica que foi jogada em seu colo. Ou percebeu e nada acredita que pode fazer devido a seus compromissos e alianças. paciência. 
Termino lembrando uma frase do filósofo Herbert Marcuse que lemos no prefácio ao livro de Karl Marx: "O 18 Brumário de Luís Bonaparte":
"Como se chegou a essa situação em que a sociedade burguesa só pode ainda ser salva pela dominação autoritária, pelo exército, pela liquidação e traição das suas promessas e instituições liberais? (...) Isso é cômico, mas a própria comédia já é a tragédia, na qual tudo é jogado fora e sacrificado."
Em tempo!


Rudá Analisa: A Casa Caiu! Relatório da PF detalha o plano de crime de Bolsonaro



terça-feira, 26 de novembro de 2024

Programação do Festival de Arte de São Cristóvão (FASC) 2024

 






Versão FULL HD qualidade máxima da Live transmitida dia 3/4/2021










Confira abaixo a programação dos três dias -  sexta, sábado e domingo.


https://www.instagram.com/festivaldeartesdesaocristovao/



O Festival de Arte de São Cristóvão que temos e o FASC que podemos ter.

 Entrevista com Paola Santana FUMCTUR

https://acaoculturalse.blogspot.com/2024/11/o-festival-de-arte-de-sao-cristovao-que.html

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Zezito de Oliveira, um galo da cultura continua avisando, o Festival de Arte de São Cristóvão é bom, mas precisa ser melhor, para sustentar a sua continuidade caso no futuro lideres de extrema direita assumam os governos municipal, estadual ou federal..