quinta-feira, 28 de junho de 2012

A vida no planeta

Depois da RIO + 20 parece que certo desânimo tomou conta de algumas organizações que lutam pelo meio ambiente. As decisões foram tímidas e a sociedade organizada se pergunta: até quando conviveremos com tanta incerteza? Os próximos meses e anos com a insistência da "crise econômica" na Europa não oferece a humanidade grandes esperanças. O momento é deveras delicado. Num texto emblemático Leonardo Boff aponta:

"Depois das crises que afligem toda a humanidade, particularmente a do aquecimento global, da insustentabilidade do planeta Terra e ultimamente da econômico-financeira, atingindo o coração dos países opulentos, o crescimento do fundamentalismo e a permanente ameaça do terrorismo, os cenários dramáticos que muitos analistas sérios desenham para o próximo futuro da Terra, da Humanidade, da vida[1]...", completamos, não são animadores. A primazia do econômico sobre o social tem sido a grande mazela da nossa civilização ocidental.

As futuras gerações terão um papel fundamental na disputa pela sustentabilidade do planeta. O sistema necrófilo que alimentamos após a Revolução Industrial, precisa mudar rapidamente. Quem da nossa geração - década de 1960 - não se lembra dos engajamentos sociais e políticos durante a ditadura militar no Brasil? Quem não recorda a formação de uma base utópica em meio às religiões e a sociedade da época? Bons tempos. Só que, passaram. O crivo de análise é outro. O subjetivismo exacerbado que vivemos hoje nos aproxima incomensuravelmente da indiferença e da negação do outro. É preciso rever esse quadro.

Nossa geração necessita de uma marca indelével para substituir a depredação do meio-ambiente. E, em coisas pequenas e simples podemos mudar. Tomar atitudes que revelem o lado místico e mistérico de homens e mulheres mais espiritualizados. Esse combate já se iniciou e com palavras motivadoras, Boff nos apresenta esse caminho como essencial:

"Do capital material somos forçados passar ao capital espiritual. O capital material tem limites e se exaure. O espiritual, é infinito e inexaurível. O capital espiritual feito de amor, de compaixão, de cuidado, de criatividade, realidades intangíveis e valores infinitos que não há limites[2]"
Na comunidade eclesial e com a ONG Ação Cultural, queremos esse ano dá mais um passo na conquista desse equilíbrio entre o ser humano, a natureza e a vida de fé sem limites. Estamos preparando para setembro a II Jornada Ecologia e Espiritualidade com Zé Vicente. Venha e some-se a nossa luta e ardente desejo de justiça, solidariedade equilíbrio ambiental e espiritual.

José Soares de Jesus

 


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