12 de janeiro de 2015
Igor se define apenas como seguidor de Jesus e critica intolerância às diferenças
Igor de Moura Frota, 25, já foi
católico, teve uma passagem pelo protestantismo e hoje se considera
independente de igrejas e religiões. É mais próximo do espiritismo, mas
diz não se identificar totalmente com o credo também. “Não sou muito
preso a nenhuma titularidade”.
Definindo-se apenas como alguém que
“acredita nos ensinamentos de Jesus Cristo e tenta seguir”, é crítico a
não aceitação das diferenças, o jovem veio participar do Curso de Verão
pela primeira vez e encontrou pessoas que pensam como ele.
O educador social está na tenda
(oficina) “Liderança de Grupos Populares”, que tem o objetivo de
refletir sobre o papel dos líderes por meio do pensamento de Paulo
Freire. Igor conversou com a equipe de comunicação sobre suas
experiências religiosas e as impressões sobre o 28º Curso de Verão. Leia
a entrevista a seguir.
Para alguém que não faz parte de nenhuma religião hoje, nem de nenhuma igreja, o que você está achando de um curso ecumênico?
Nossa, foi uma realização eu vir para um
curso ecumênico! Porque eu sempre pensei nisso e confesso que eu não
sabia que existiam cursos ecumênicos. Eu não sabia e, na verdade, eu ia
continuar sem saber por falta de buscar conhecimento. Eu busquei esse
curso ecumênico pelo meu serviço, que é a Associação Rede Rua, e os meus
líderes lá me ofereceram essa matrícula nesse curso para enriquecimento
pessoal mesmo. Para tentar implantar alguma coisa que a gente aprende –
que é muita coisa mesmo – aqui no serviço e, eventualmente, eu aceitei
essa oportunidade e vim.
Nessa independência de igreja e religião, você se sente identificado com o ecumenismo?
Eu sempre fui uma pessoa não muito
ligada a preconceitos. Desde pequeno, eu sempre achei que não havia
religião certa, não pelo mal sentido, mas pelo bom sentido: todas as
religiões que acreditam em alguma coisa, que acreditam em algum deus,
seriam certas… Sem essa mania de grandeza, sem alguém falar que esta é
certa e aquela é errada. Desde pequeno eu pensei nisso, eu penso nisso e
sou muito adepto, sim, do ecumenismo.
Foi por essa questão que você acabou afastando-se de igreja e religião?
Particularmente, sim. Vou dar um
exemplo. Eu fui a algumas igrejas protestantes e lá eu não encontrei um
ambiente muito saudável. Não vou generalizar todas, mas não encontrei um
ambiente muito saudável.
Como é a questão de aceitar as outras religiões e as diferenças?
O que eu vou falar é sempre visando as
diferenças. Não tinha a aceitação, até porque eu sempre pensei de tal
maneira: se eu vou a uma igreja, eu vou receber a palavra e o
ensinamento e vou filtrar esse ensinamento. O que for bom, eu pego para
mim. Se eu fosse à Igreja Católica (Apostólica Romana), eu filtrava e
ficava com alguma coisa. Se eu fosse à igreja evangélica, eu filtrava e
ficava com alguma coisa. Mas é claro que tinha algumas coisas que eu não
concordava e por não concordar com alguns pontos, eu confesso que
deixei para lá, não procurei mais.
Essa não aceitação, você também se deparou com ela na Igreja Católica Apostólica Romana?
Sim.
Você tem vontade de voltar à ideia de religião e igreja com um curso ecumênico? Te ajuda a pensar um pouco em relação a isso?
Eu participo de uma ONG que é
kardecista, Irmãos da Nova Era. Eu acho que se fosse para escolher
alguma religião, a caridade me toca muito. Essa caridade eu vi em alguns
lugares, vi na Igreja Católica (Apostólica Romana), vi em algumas
igrejas protestantes, mas, no kardecismo, eu vi essa caridade como regra
básica. Eu gostei muito dessa ideologia e se fosse para eu me intitular
de alguma religião, me intitularia espírita.
Essa caridade está presente aqui também no Curso de Verão?
Sim, com certeza. Aqui é um mundo que
você não imagina. Você chega em um lugar onde quase 99% dos
participantes são jovens e eles se abraçam, se beijam e um compreende o
outro. Essa união é totalmente diferente do que eu encontrei em qualquer
tipo de lugar que eu já passei.
O que você mais gostou até agora no Curso?
As diferenças. Gosto muito das diferenças e de você expressar a sua opinião sem represálias.
Arthur Gandini
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2015 – 28º Curso de Verão
JUVENTUDE E RELAÇÕES AFETIVAS
DATA: de 06 a 14 de Janeiro de 2015
Apresentação
Juventude
e relações afetivas é o tema do Curso de Verão de 2015. Será abordado
no horizonte da corporeidade, da espiritualidade e da sua diversidade.
Indagar-se sobre o afeto e a sexualidade é tocar sempre na dimensão
maior do amor humano, de sua grandeza e contradições e ser capaz de
aproximar-se com respeito de suas diferentes formas de expressão e
vivências, sem a ilusória pretensão de desvendar inteiramente seu
mistério.
A casa do ser humano é sua corporeidade. Esta se exprime na busca por sentido mais profundo na espiritualidade e no incessante afã por tornar-se sujeito respeitado e reconhecido no seu direito à diversidade e não mero objeto na teia de relações sociais e pessoais no seio da família, dos círculos de amigos/as, no trabalho, no lazer e na aventura das escolhas amorosas.
A banalização das relações afetivas, com sua superexposição nas redes sociais; a fragilização da família; a exploração do corpo feminino na publicidade; os preconceitos e discriminações no campo da sexualidade; o inveterado machismo e patriarcalismo de nossa sociedade e o tráfico de pessoas e de órgãos humanos constituem afronta à dignidade humana, que a reflexão ética é chamada a enfrentar.
Com este tema desafiador das relações afetivas (2015), o Curso de Verão completa o triênio de estudos voltados para a juventude. Em 2013, foi abordada a temática das Redes digitais e, em 2014, Juventudes em foco, com o exame das políticas públicas inclusivas em educação, trabalho e cultura.
O Curso de Verão é um programa de formação popular no campo sócio-político-cultural, a partir da realidade e seus desafios, à luz da Bíblia, Teologia e Pastoral e do empenho na transformação da sociedade. É um espaço ecumênico e inter-religioso de convivência, partilha de vida, intercâmbio de experiências, celebração e compromisso. Com especial atenção aos jovens, acolhe participantes de todas as idades e proveniências, empenhados na busca da compreensão e respeito entre mulheres e homens, no esforço para transformar as pessoas e a sociedade, na linha da justiça, solidariedade e salvaguarda do meio ambiente.
É um curso realizado em mutirão, onde pessoas, famílias, comunidades, movimentos populares e instituições educativas e religiosas colocam-se gratuitamente a serviço de sua preparação ao longo do ano e de sua realização na PUC de São Paulo. O curso tem caráter nacional, organizado para um grande número de participantes. Oferece, ao mesmo tempo, atenção muito pessoal a cada cursista que é acolhido em grupos menores, dentro da metodologia da educação popular, que combina reflexão e criatividade, arte e celebração, vivência e compromisso.
A casa do ser humano é sua corporeidade. Esta se exprime na busca por sentido mais profundo na espiritualidade e no incessante afã por tornar-se sujeito respeitado e reconhecido no seu direito à diversidade e não mero objeto na teia de relações sociais e pessoais no seio da família, dos círculos de amigos/as, no trabalho, no lazer e na aventura das escolhas amorosas.
A banalização das relações afetivas, com sua superexposição nas redes sociais; a fragilização da família; a exploração do corpo feminino na publicidade; os preconceitos e discriminações no campo da sexualidade; o inveterado machismo e patriarcalismo de nossa sociedade e o tráfico de pessoas e de órgãos humanos constituem afronta à dignidade humana, que a reflexão ética é chamada a enfrentar.
Com este tema desafiador das relações afetivas (2015), o Curso de Verão completa o triênio de estudos voltados para a juventude. Em 2013, foi abordada a temática das Redes digitais e, em 2014, Juventudes em foco, com o exame das políticas públicas inclusivas em educação, trabalho e cultura.
O Curso de Verão é um programa de formação popular no campo sócio-político-cultural, a partir da realidade e seus desafios, à luz da Bíblia, Teologia e Pastoral e do empenho na transformação da sociedade. É um espaço ecumênico e inter-religioso de convivência, partilha de vida, intercâmbio de experiências, celebração e compromisso. Com especial atenção aos jovens, acolhe participantes de todas as idades e proveniências, empenhados na busca da compreensão e respeito entre mulheres e homens, no esforço para transformar as pessoas e a sociedade, na linha da justiça, solidariedade e salvaguarda do meio ambiente.
É um curso realizado em mutirão, onde pessoas, famílias, comunidades, movimentos populares e instituições educativas e religiosas colocam-se gratuitamente a serviço de sua preparação ao longo do ano e de sua realização na PUC de São Paulo. O curso tem caráter nacional, organizado para um grande número de participantes. Oferece, ao mesmo tempo, atenção muito pessoal a cada cursista que é acolhido em grupos menores, dentro da metodologia da educação popular, que combina reflexão e criatividade, arte e celebração, vivência e compromisso.
Conteúdo e Assessores
1. Corporeidade e identidades: mapeando o universo da sexualidade humana e das relações afetivas
Ana Cristina Canosa: psicóloga, terapeuta e educadora sexual; coordenadora e professora do Curso de Pós-Graduação em Educação Sexual do UNISAL.
2. Relações afetivas, sexualidade e família no horizonte da reflexão ética.
Edward Guimarães: teólogo, professor do Departamento de Ciências da Religião da PUC Minas, coordenador do CESTEP (Centro Superior de Estudos Teológicos e Pastorais).
3- CF. 2015 – TEMA: Fraternidade, Igreja e Sociedade
Lema: Eu vim para servir (Mc 10, 45)
Pedro Ribeiro de Oliveira: sociólogo, professor do Mestrado em Ciências da Religião da PUC-Minas, membro de ISER-Assessoria e da coordenação do Movimento Nacional Fé e Política.
4. Viver a sexualidade como caminho espiritual
Marcelo Barros: Monge beneditino, biblista, teólogo e escritor. Membro da Comissão Teológica da ASETT (Associação Ecumênica de Teólogos do Terceiro Mundo) e do CEBI.
Ana Cristina Canosa: psicóloga, terapeuta e educadora sexual; coordenadora e professora do Curso de Pós-Graduação em Educação Sexual do UNISAL.
2. Relações afetivas, sexualidade e família no horizonte da reflexão ética.
Edward Guimarães: teólogo, professor do Departamento de Ciências da Religião da PUC Minas, coordenador do CESTEP (Centro Superior de Estudos Teológicos e Pastorais).
3- CF. 2015 – TEMA: Fraternidade, Igreja e Sociedade
Lema: Eu vim para servir (Mc 10, 45)
Pedro Ribeiro de Oliveira: sociólogo, professor do Mestrado em Ciências da Religião da PUC-Minas, membro de ISER-Assessoria e da coordenação do Movimento Nacional Fé e Política.
4. Viver a sexualidade como caminho espiritual
Marcelo Barros: Monge beneditino, biblista, teólogo e escritor. Membro da Comissão Teológica da ASETT (Associação Ecumênica de Teólogos do Terceiro Mundo) e do CEBI.
Local do Curso
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