informações voltadas ao fortalecimento das ações culturais de base comunitária, contracultura, educação pública, educação popular, comunicação alternativa, teologia da libertação, memória histórica e economia solidária, assim como noticias e estudos referentes a análise de politica e gestão cultural, conjuntura, indústria cultural, direitos humanos, ecologia integral e etc., visando ao aumento de atividades que produzam geração de riqueza simbólica, afetiva e material = felicidade"
Cine Realidade na Escola Estadual Júlia Teles, parceria do projeto Rap Identidade Cultural e a Ação Cultural. Os
filmes apresentados tem como contexto, a realidade que os jovens de
periferia enfrentam no dia a dia, incluindo a dança,o rap,as rádios comunitárias, e teatro,entre outros elementos que
podem mudar a vida desses jovens. O Cine-Realidade não vem apenas para
mostrar uma coisa óbvia, ele vem pra gerar um dialogo entre os jovens
sobre o valor de um trabalho educativo e cultural dentro dessas periferias. Em sua 4ª sessão no dia 07 de novembro último, o Cine-Realidade apresentou o filme Maré, Nossa História de Amor e que levou os jovens presentes a uma reflexão
impressionante sobre o filme e a realidade em que se encontram, um dos
presentes, até sugeriu a mudança do nome do filme para "Conjunto Jardim - Nossa História de Amor", segundo ele, sua realidade estava bem presente naquela
história.
Texto escrito por Maíra Ramos - Jovem ativista, fotográfa e cineclubista, com formação básica em audiovisual através da Ação Cultural/Ponto de Cultura Juventude e Cidadania e Colégio Estadual Costa e Silva. É secretária da Ação Cultural e integra o coletivo de secundaristas do Levante Popular da Juventude.
Fotos da 4ª sessão do Cine Realidade em 07/11, com o
filme Maré- Uma História de Amor. O centro da trama envolve o papel social da dança em meio a guerra do tráfico de drogas por controle e manutenção de território na comunidade da Maré, no Rio de Janeiro.
“Maré, Nossa História de Amor, conta a história de Analídia e Jonatha,
dois jovens moradores da Maré, favela carioca que das palafitas dos anos
60 passou por diversos planos de urbanização chegando hoje a uma
população de cerca de 140 mil pessoas. A Maré é dividida hoje entre dois
grupos que dominam o tráfico de drogas e que talvez se odeiem mais do
que à própria polícia. Quem mora num lado da comunidade não pode ter
contato com o outro, sob pena de punição. Analídia é prima do chefe do
tráfico de um dos lados e Jonatha é amigo de infância do chefe do outro
lado. Ambos estudam num grupo de dança patrocinado por uma ONG, que fica
exatamente no meio dos dois grupos e é dirigido pela ex-bailarina
Fernanda (Marisa Orth).”
"A filha de um dos chefes do tráfico de drogas da Favela da Maré se apaixona pelo irmão do líder de uma gangue rival, e a única coisa que pode fazer com que eles fiquem juntos é a dança."
O filme “Flores do Jardim”, foi
produzido através do projeto “Inventar com a diferença”, da Universidade
Federal Fluminense, que através da parceira com diversas escolas
públicas, favoreceu a produção de oficinas locais e realização do
projeto. “Enquanto professor de uma das escolas parceiras do projeto, me
orgulho de colocar uma comunidade estigmatizada pela sociedade para
mostrar um outro olhar sobre o que elas fazem e forma como vivem”,
ressaltou o professor José de Oliveira Santos.
Os alunos (as) envolvidos na produção, não puderam
participar da sessão porque os demais filmes exibidos, tiveram como classificação indicativa a idade de 18 anos.
Com esta terceira participação, Flores
do Jardim encerra a carreira de participação em Festivais de Audiovisual,
chegando aonde não tinha sido planejado. Festival do Rio 2014. Festival Visões Periféricas
(RJ) 2015 e Curta SE 2015. Em dezembro pretendemos iniciar um abaixo assinado
online e impresso, para cobrar das autoridades, estado e governo federal, o
dinheiro que está retido, para realizarmos em 2016 outras oficinas de
audiovisual, assim como de outras linguagens artisticas. Contamos com a
colaboração de todos (as). Mas o Cineclube Realidade no Conjunto Jardim
prossegue, com exibição quinzenal de filmes, fruto da parceria Ação
Cultural/Ponto de Cultura Juventude, Escola Júlia Teles e Projeto Rap
Identidade Cultural.
Ter, 17 de Novembro de 2015 08:50
A
1º Mostra Competitiva de Curtas Sergipanos do Curta-SE 15 fez parte da
programação da noite de abertura do Festival, exibindo oito produções,
com duração média de 20 minutos. Após os filmes, centenas de pessoas
puderam votar entre curtas dos mais diversos gêneros, como documentário,
animação e ficção, dando notas de 1 a 5 e, assim, eleger a melhor
produção da noite.
Foram exibidos os filmes “A mão do Pajé”
dirigido por Rita Simone Liberato, “Chica Chaves” sob direção de
Gabriela Caldas e Sérgio Borges, “Conflitos e Abismos – A expressão da
condição humana” de Everlane Moraes, “Erasmus Mundus – Engenheiros da
Ásia” de Antônio Ettinger, Daniel Catalão, Catarina Medeiros e Kim Oan
Ung, além de “Flores do Jardim” que teve uma direção coletiva, “Madona e
a Cidade Paraíso” dirigido por André Aragão, “Snapic – Música pra ver”
da Snapic e “Uma mulher à frente da carroça” sob direção de Ewerton
Nunes.
Filmes
O
curta “A mão do Pajé”, primeiro documentário exibido na noite,
apresenta a aldeia Cinta Vermelha-Jundiba, no Vale do Jequitinhonha
(MG), que desenvolve uma série de projetos buscando resgatar os
conhecimentos tradicionais e inseri-los na educação escolar do povo
Pataxó e Pankararu.
Já o filme “Chica Chaves” traz um
olhar sobre o Bairro Industrial, localizado em Aracaju (SE), a sua
memória e educação patrimonial. De acordo com o diretor Sérgio Borges,
“a obra ‘Os Corumbas’, de Armando Fontes, foi fundamental para a
construção do curta. Participo desde o primeiro Curta-SE e, como já
ganhei vários, inscrevo todos os trabalhos que faço aqui no Estado, mas
acredito que a minha grande premiação já é a participação do
documentário no Festival”.
Em seguida,“Conflitos e Abismos – A expressão da condição humana”
abordou a pintura de um artista plástico que exprime o que há de mais
real na vida do homem e que cria a possibilidade do humano se redimir
através da autoavaliação. “Eramus Mundus – Engenheiros da Ásia”, quarto
curta da noite, retratou a vida de estudantes asiáticos mostrando as
diferenças sociais e culturais nos quais foram expostos após mudarem de
cidade.
“Madona e a Cidade Paraíso” leva
ao público a história de conhecido travesti sergipano, tratando da
problemática da violência praticada contra os homossexuais. Segundo
Arthur Pinto, diretor de fotografia de “Madona”, “o filme já foi exibido
em diversos países e agora é a oportunidade de apresentar ao nosso
Estado. Por ser um filme que dialoga, e não só de entretenimento, ver a
reação do público sergipano no Curta-SE já é o nosso prêmio”.
Logo depois, foi a vez do documentário “Snapic – Música pra ver”
que abordou o processo do projeto que envolve o primeiro livro de
fotografia de música de Sergipe, além das três exposições fotográficas
realizadas para difusão do mesmo. Para finalizar a noite, foi exibido o
filme experimental “Uma mulher à frente da carroça”, que retratou a
violação dos direitos humanos, levando pessoas a condições indignas de
vida, ressaltando ainda as consequências do trabalho infantil.
“O filme ‘A mulher à frente da carroça’ me
sensibilizou por mostrar a triste realidade e as dificuldades da vida.
Acredito que este tenha sido o filme que mais se aproximou da realidade,
retratando a falta de necessidades básicas para um ser humano e o
sofrimento de uma mãe e seu filho por conta disso”, afirmou a professora
Rosane Bezerra Soares.
Para o produtor Joseph, o Curta-SE
melhorou muito a visibilidade do audiovisual em Sergipe, por dar a
chance dos artistas mostrarem os seus talentos. “A gente sabe que
trabalhar com arte em Sergipe é muito difícil, mas o Festival mostra que
o cinema em Sergipe está vivo e que nós temos bons produtores e
cineastras aqui em Sergipe. O Curta-SE veio para valorizar o audiovisual
sergipano e ensinar o público a ir ao cinema acompanhar bons filmes”,
completou ele.
O resultado da votação de hoje sairá no
sábado, 21, último dia do Festival. O filme vencedor pelo júri oficial,
receberá o Prêmio CiaRio, no valor de R$ 7 mil em serviços, como locação
de equipamentos, acessórios e maquinaria, e o Troféu Ver ou não Ver.
Além do melhor curta sergipano, também será eleito, através do júri
oficial, o filme com a melhor fotografia e melhor direção. O filme
eleito pelo júri popular também será premiado no próximo sábado.
Curta-SE 15
Através da Lei de incentivo à Cultura, o
festival tem o apoio da Revista Preview, AVBR Produções, Pelicano,
Benedito Lado B Produções, Mix Estúdios, Mistika, Cia Rio, Tagi.i, ABCA,
Pontão de Cultura Digital Avenida Brasil, NET, Shopping Rio Mar,
Festival de Avanca - PT e Fest'Afilm - FR, Superlux, TV
Sergipe, Secretaria de Estado da Cultura, e apoio cultural do Cinema
Vitória, Banco do Nordeste do Brasil, Cinemark e HS Áudio e Vídeo. A
realização é da Casa Curta-SE e Ministério da Cultura /Governo Federal.
Por Carolina Leite e Victor Hugo Oliveira Fotos: Erwin Camara
5ª Sessão do Cine Realidade – 28 de Novembro(sábado), 14h30, Escola
Júlia Teles.
Sessão especial com a apresentação de três curtas metragens sergipanos e um curta de Medellin, Colômbia, exibido na mostra Colômbia do Festival Visões Periféricas 2015, que acontece anualmente no Rio de Janeiro.
O primeiro – A Eterna Maldição do Cacique Serigy –Confiram o link
SINOPSE
Um homem em pleno contato com a natureza se vê ameaçado por uma estranha
embarcação. Depois que ela aportou, nada mais foi paz no seu jardim das
delícias. Um filme eletrizante que traz à tona a estória de um mito. O
mito de uma tribo qualquer brasileira que se prostra diante do canto
embriagante e conveniente de invasores. Muito embora imerso nesse
contexto de inanição de desejos mais concretos, aflora nas brenhas deste
solo as forças da natureza personificadas na figura densa do cacique
Serigy, esbravejador de uma tradição contrária às tradições, esta ao
mesmo tempo que se esmaga, camufla-se nas estruturas desgastadas de
povos quaisquer às nossas vistas, no lugar sem dono, desértico em
atitudes, só ele, o cacique para nos dar essa idéia.
FICHA TÉCNICA
Dados: Ficção, 14:59 minutos, Colorido, Stereo.
Elenco: Andrezza Poconé, Estranho, Fred Leão e Hernany Donato.
Roteiro e Direção: Alessandro Santana, Bruno Monteiro e Mauro Luciano.
O documentário aborda as pichações de protesto
gravadas nos muros da Universidade Federal de Sergipe. São gritos de
revolta pela falta de segurança no campus, estrutura e qualidade de
ensino. As pichações são mostradas como formas de indignação,
reivindicação e também de comunicação contra a apatia das paredes
brancas que abafam os conflitos socioculturais. 15'
Ficha Técnica: Direção: Eudaldo Monção Jr Roteiro: Eudaldo Monção Jr e Amanda Lemos Direção de fotografia: Janaína Vasconcelos Direção de produção: Fernanda Almeida 1ª assistente de produção: Luciana Oliveira 2ª assistente de produção: Renata Mourão Montagem: Eudaldo Monção Jr Trilha Sonora: Família Milgrau Narração: Lucas Itacarambi Som: Rayanne Laysa Animação: Renan Sobral
O terceiro é:Ponto de Cultura - RECAP
É um vídeo de recapitulação de todo o
processo de construção e experiência audiovisual das turmas 01 e 02, ano
2012, da oficina de audiovisual do Ponto de Cultura: Juventude e
Cidadania/Ação Cultural. 12'48
O quarto é:Incultura
Sinopse: Felipe está disposto a tudo pelo amor da Luisa, por isso cruza as
fronteiras imaginárias e sem pensar desata uma batalha entre as gangues
da área, o que o leva a fazer um confronto tendo a cultura como arma para
unir os povos e manter o amor da sua namorada.
Instituição/produtora: Full Producciones
Ficção - Ano de produção: 2015.Duração em minutos: 33.Direção: Juan Carlos Gutiérrez e Didier Molina
Full Producciones é uma produtora que nasce do objetivo de um grupo
de jovens do bairro Villa Laura Comuna 13, centro ocidente de Medellín,
de se converter em uma organização social que gere processos de
comunicação pública nas comunas.
O reconhecimento e a defesa do público se transformam em uma tarefa
permanente que permite à instituição acompanhar a organizações e redes
sociais que, a partir da atividade cultural, artística e do trabalho
comunitário vem desenvolvendo propostas de construção coletiva de
civilidade.
A produção audiovisual é, desta forma, a principal ferramenta para o
trabalho de Full Producciones, já que permite, mediante a linguagem da
imagem em movimento, interpretar a realidade e compartilhar com outros
atores locais, regionais, nacionais e internacionais que, de uma ou
outra forma, tem as mesmas problemáticas nas diferentes periferias do
mundo.
Full Producciones também é conhecida por promover o Festival Comuna
13, a outra história, um festival referência na Colômbia por se dedicar a
exibição de filmes produzidos nas periferias do país e que acontece em
uma das principais comunas de Medellín.
Após a exibição dos filmes, debate com Fernanda Almeida
Fernanda Almeida, produtora, diretora de arte e
fotógrafa. Faz parte da produtora Visagem Audiovisual, da ong Cacimba de
cinema e vídeo, além de produtora do Sercine (festival de cinema
universitário de Sergipe) Tem em seu currículo 5 produções documentais e
está produzindo uma ficção curta metragem.
Minha frase: A periferia é meu lar e meu impulso para produzir.
Coral do Colégio Micael /Kyrie/ Missa dos Quilombos
“A Missa dos Quilombos: Produto Político, Religioso e Cultural” Rafael Senra 1 Mestrando em Letras pela Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ). Email: rararafaels@yahoo.com.br
RESUMO: Este texto pretende analisar a Missa dos Quilombos, de Dom Pedro Casaldáliga, Pedro Tierra e Milton Nascimento, pensando no caráter múltiplo que esta celebração religiosa evoca, tanto em termos de produto cultural quanto de atuação política de resistência. Palavras-chave: Missa dos Quilombos; Milton Nascimento; Dom Pedro Casaldáliga; Pedro Tierra; Walter Benjamin. 1. Considerações sobre a Missa dos Quilombos A Missa dos Quilombos foi idealizada por Dom Helder Câmara, e efetivamente escrita e produzida por Dom Pedro Casaldáliga, na época bispo de São Félix do Araguaia/MT, e Pedro Tierra, poeta. Fruto de dois anos de pesquisa sobre a escravidão negra e o silêncio teológico da igreja católica a respeito do tema, foi pensada como uma continuidade da Missa da Terra Sem Males. Esta, também escrita pelos dois “Pedros” alguns anos antes, tratava da exploração do índio, e da posição da igreja católica sobre o assunto. Milton Nascimento, que Casaldáliga carinhosamente define como “um negro, criança maior”, foi convidado a musicar a missa/poema, além de cantar parte dela. Com produção à cargo de Frei Paulo César Bottas, a Missa dos Quilombos foi celebrada pela primeira vez para um público de sete mil pessoas em 22 de novembro de 1981, na praça em frente à Igreja do Carmo, em Recife. É um local emblemático para o tema, pois ali, em 1695, a cabeça do líder quilombola Zumbi dos Palmares foi exposta no alto de uma estaca. A primeira gravação da “Missa dos Quilombos” foi feita dentro da Igreja da Serra do Caraça, em Minas Gerais, e lançada pela gravadora BMG/Ariola em 1982. Consiste em uma versão editada da Missa dos Quilombos, sem grande parte das narrações originais de Dom Helder Câmara, e mesclando músicas de Milton Nascimento e Fernando Brant em alguns momentos. Desde então, várias versões da Missa foram celebradas ao longo dos anos, nem todas envolvendo Milton Nascimento ou os autores das letras e discursos. Algumas dessas versões misturavam manifestações negras contemporâneas, como o rap e o hip-hop. A mais recente foi feita pela Companhia Ensaio Aberto em 2002, e dirigida por Luís Fernando Lobo. Dom Pedro Casaldáliga diz que o objetivo da Missa é o de se retratar aos povos negros, herdeiros dos negros escravos da época do império, e se desculpar pelos equívocos da escravidão: “Para escândalo de muitos fariseus e para alívio de muitos arrependidos, a Missa dos Quilombos Confessa, diante de Deus e da História, esta máxima Culpa Cristã” (CASALDÁLIGA , 2006). Porém, apesar de parecer à primeira vista uma atitude da Igreja Católica de retratação oficial perante a sociedade, a Missa foi vetada pelo vaticano, sendo proibida a sua celebração durante quase uma década. Esse caráter “subversivo” da Missa reflete a fala de Walter Benjamin sobre os interesses do capitalismo de supressão da produção artística do proletariado. Ele inicia seu ensaio “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica” citando as análises de Marx sobre o capitalismo, feitas em uma época onde esse modo de produção ainda estava em seus primórdios. “(Marx) concluiu que se podia esperar desse sistema não somente uma exploração crescente do proletariado, mas também, em última análise, a criação de condições para sua própria supressão” (BENJAMIN, 1994, p.165). Não só a Missa dos Quilombos se constituiu (em sua primeira versão) um produto cultural sem fins lucrativos, mas seu caráter sincrético também foi um dos motivos que ajudaram a fomentar uma idéia de celebração subversiva, ainda mais em tempos de ditadura militar. O apoio da Teologia da Libertação não era algo muito favorável – na época, “um documento do departamento de estado americano considera a Teologia da Libertação mais perigosa que o comunismo”. (TEIXEIRA, 1998, p.2) Para Benjamin, a forma mais primitiva de se tratar a arte, baseava-se no culto e na religiosidade. “O valor único da obra de arte “autêntica” tem sempre um fundamento teológico, por mais remoto que seja” (BENJAMIN, 1994, p.171). Quando a reprodução técnica se faz possível, ela se liberta dessas relações que ele chama “rituais”, e passa a fundar-se na política. Depois, ele compara dois valores que podem ser pensados para obras de arte: o valor de culto e o valor de exposição. O valor de culto estava ligado ao uso da magia, posteriormente ao uso religioso, onde as obras eram produzidas para “os espíritos”, ou deuses, e não necessitavam serem expostas. Estas obras, porém, são pensadas para lugares estáticos, e não podem ser transportadas de nenhuma forma, diferente das obras de menor porte e maior valor de exposição, que são produzidas (e reproduzidas) de modo a facilitar seu deslocamento.
Ao tratar desses valores, ele diz que “se a exponibilidade de uma missa, por sua própria natureza, não era talvez menor que a de uma sinfonia, esta surgiu num momento em que sua exponibilidade prometia ser maior que a da missa” (BENJAMIN, 1994, p.173). Este momento era onde começava a se pensar sobre a reprodutibilidade técnica, mas não é esta a questão. O que Benjamin chama da “própria natureza” da missa, concerne ao seu caráter tanto ritual quanto político e cultural, e aos múltiplos valores que emanam de sua prática. O aspecto ritual circunscreve toda a celebração, pensada para atingir seu ápice no momento em que é recriado o momento da Santa Ceia, onde Cristo repartiu o pão (metáfora de seu corpo) e o vinho (metáfora de seu sangue) com os apóstolos. Já o aspecto político é consequência direta da presença de uma camada considerável da sociedade, pertencentes às mais diversas classes sociais. Como consequência desses aspectos, a missa inevitavelmente passa a fazer parte de um “todo cultural” que permeia as práticas destas sociedades. O que é chegado ao público consumidor que adquire suas reproduções (na época, o disco de vinil, hoje em dia, CDs, DVDs, documentários e textos sobre a missa) são pedaços da obra totalmente destituídos de sua “aura”, como chama Benjamin a respeito daquilo que só é inerente ao objeto original. Fernando Brant, no documentário “Missa dos Quilombos”, feito pela TV Câmara em 2006, fala da sensação de participar e vislumbrar a Missa ao vivo, da força que emana do momento exato de sua concepção: Novembro de 1981. Eu estava lá no Recife, vendo e ouvindo tudo. Pele e pelos arrepiados. Dom Helder, Dom Pedro e Dom Zumbi denunciando os crimes cometidos contra os negros do Brasil e conclamando a todos a criar uma nova história. A música de Milton Nascimento ganhava a praça, as pedras, as pessoas. O povo estava alí inventariando o passado para fazer presente o futuro mais justos. No dia Nacional do Negro e aniversário da morte de Zumbi, brasileiros se uniam em torno de música, palavras, crenças e idéias. Éramos todos participantes de um acontecimento inesquecível.(...) Debaixo do abrigo carinhoso das irmãs Carvalhinho e Escobar convivemos três dias com gente que, do Brasil inteiro vinha assistir a missa e transmitir sua experiência de vida. Mais uma vez o clima de amizade e comunhão tomou conta de nós. E o resultado foi este que eu estava falando. O que se viu e ouviu foi de arrepiar. Celebrantes, músicos, coro, maestro e povo compuseram, juntos, um espetáculo que comoveu até as pedras da praça do Recife. (BRANT, 2006). No momento em que vira produto, a obra deixa de ser missa, pois esta última depende dos sacramentos e da participação dos fieis, principalmente no ritual da comunhão, onde todos compartilham do sangue e do corpo de Cristo. Porém, na Missa dos Quilombos, as figuras que são costumamente evocadas nas tradições católicas se misturam à figuras de outras de religiões e cultos afro-descendentes, como explica Selma Suely Teixeira:
A Missa dos Quilombos, tal qual uma assembléia convocada para a celebração de um pacto, divide-se também em 10 partes: “A de Ó” (Estamos chegando), espécie de procissão de entrada, onde o negro conta a história de seus sofrimentos e a negação de sua raça; “Em nome do Deus”, onde de dentro do nome de Deus, o negro pede em nome do seu Povo à Santíssima Trindade; “Rito Penitencial (Kyrie)”, onde o negro suplica pela sua dignidade usurpada; “Aleluia”, onde o negro rejubila-se com a sua Ressurreição, anunciada pela palavra de Jesus; “Ofertório”, onde o negro traz seu corpo castigado e o produto do seu trabalho escravo para ser acolhido pelo Senhor; “O Senhor é Santo”, onde o negro dirige os apelos da comunidade a Cristo, o Rei Salvador; “Rito da Paz”, onde o negro faz um paralelo entre a Redenção de seu Povo e a Paz, comunhão de respeito e do trabalho sem escravidão; “Comunhão”, onde o negro comunga com seus irmãos um mesmo ideal de Libertação; “Ladainha”, onde o negro pede a intervenção da mulher humilde que gerou o Rei Salvador, pela causa de seu Povo e a “Marcha Final (de banzo e esperança)”, onde o negro expõe o banzo, a esperança no novo Quilombo que virá. (TEIXEIRA, 1998). Os valores ritual e valor político compõem um inevitável amálgama de significações do sentido maior da Missa dos Quilombos; afinal, levar ao público em plena ditadura militar uma obra como essa, tinha como intenção fundadora aproximar a igreja das pessoas, ao modo do que faziam tendências cristãs como a Teologia da Libertação. Dom José Maria Pires, na época membro da arquidiocese da Paraíba, comenta o fato no documentário “Missa dos Quilombos”, de 2006: Falar de responsabilidade e de alegria não soa bem para aqueles que estão dominando. Então, eles tem que encontrar uma maneira de deturpar essas intenções. Deturparam de uma forma quando tomaram a própria imagem (a capa do disco “Missa dos Quilombos”) e a transformaram em uma imagem de marxismo: foice e martelo (no lugar da cruz). Como se aqueles que promoviam a Missa e todo este movimento fossem pessoas que estivessem esperando o marxismo. (PIRES, 2006). De acordo com Pires, jornais da época juntaram materiais sobre a Missa dos Quilombos e enviaram como denúncia para a Santa Sé, mas não antes de forjarem, nos materiais, elementos que poderiam sugerir tendências comunistas. Uma carta de Roma foi enviada para a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dizendo que a Missa dos Quilombos “não correspondia ao sentido da eucaristia”. Dom José Lamartine, que era Bispo Auxiliar do Recife e membro da Comissão de Liturgia, foi um dos participantes e concelebrantes da Missa, ao lado de Dom Helder Câmara, e reuniu a Comissão para responder à carta, alegando que os elementos agregados à Missa, como danças e cânticos adicionais, não feriam as normas da igreja. Entretanto, a resposta do Vaticano foi que a celebração da Missa dos Quilombos estava proibida, sem oferecer maiores detalhes. Passada quase uma década de proibição da Missa, houve então um acontecimento que iria resignificar as questões acerca do debate sobre a igreja católica e as manifestações religiosas adjacentes à ela. Realizou-se, na cidade de Santo Domingo, República Dominicana,
a 4ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, de 12 a 28 de Outubro de 1992. As principais autoridades da Igreja Católica se reuniram para discutir o tema “Nova evangelização, Promoção humana, Cultura cristã”, além de celebrar o quinto centenário da descoberta das Américas e os quinhentos anos de evangelização do continente. A Santa Sé propôs não só o tema, mas também um roteiro de discussão que deveria ser rigorosamente seguido ao longo da Conferência. Dos 356 bispos presentes, os representantes brasileiros, que formam o maior episcopado da América Latina, questionaram esta imposição de um roteiro, alegando que tal atitude cerceava as possibilidades de discussão. Conseguiram uma abertura por parte do Papa e do alto clero, que os permitiu abordar o tema da cultura sem a obrigação de seguir o até então indispensável roteiro. No fim da Conferência, as discussões levaram à um questionamento: O que a Igreja Católica tem a dizer para as múltiplas culturas dos locais onde ela está presente, principalmente no Brasil, país que abriga uma série de culturas indígenas, negras e populares? A solução teórica girou em torno de uma espécie de “canonização” do conceito de inculturação, que Dom José Maria Pires define como o fato de que a fé e o evangelho devem ser praticados de acordo com os dados da cultura de determinado local. Assim, a mistura dos rituais indígenas e afros dentro do padrão da missa católica, como o que aconteceu na Missa dos Quilombos e Missa da Terra Sem Males, se tornou oficialmente permitida. Néstor García Canclini fala sobre o conceito de “Hibridismo”, um termo tomado emprestado da biologia que ajuda a dar conta de “formas particulares de conflito geradas da interculturalidade recente em meio à decadência de projetos nacionais de modernização na América Latina” (CANCLINI, 2008, p.18). O “híbrido” seria similar ao que alguns tratam como o “sincretismo em questões religiosas”, ou a “mestiçagem em história e antropologia” (CANCLINI, 2008. p.19). Da mesma forma, é possível pensar em como a Missa dos Quilombos ofereceu uma releitura da hibridização das religiões brasileiras e africanas, na medida em que uma manifestação religiosa majoritária agregou, ou se fundiu, à uma outra em busca de reconhecimento. No processo de hibridização, “busca-se reconverter um patrimônio (...) para reinseri-lo em novas condições de produção e mercado (...). A hibridização interessa tanto aos setores hegemônicos como aos populares que querem apropriar-se dos benefícios da modernidade” (CANCLINI, 2008, p.22). Assim, não só a Igreja Católica se fortalece sua imagem de órgão comprometido com a liberdade e aceitação das diferenças culturais, mas também os movimentos negros se fortalecem em sua busca de espaços políticos, culturais e sociais da modernidade.
O frei Leonardo Boff é outro que também se utiliza das metáforas emprestadas da biologia para pensar sobre a necessidade de respeito à diversidade de religiões, em uma entrevista concedida ao site IHU Online em 2007: O desafio primeiro é reconhecer o fato do pluralismo religioso. Isso não constitui uma patologia ou decadência, mas um dado positivo de realidade. É mais ou menos como a biodiversidade. Terrível seria se, na natureza, houvesse apenas pinus eliotis ou baratas. A riqueza está na biodiversidade ecológica analogamente ao valor da diversidade religiosa. Cada expressão religiosa revela algo do Mistério de Deus e nenhuma pode pretender possuir qualquer monopólio, nem da revelação nem dos meios de salvação. A graça e o propósito salvador de Deus perpassam toda a realidade e são oferecidos a todos. (BOFF, 2007). No caso específico dos negros, uma estatística apresentada pela revista Sem Fronteiras em 1995 dizia que “dos cerca de 14 mil sacerdotes (da igreja católica), uns duzentos são negros” (CASALDÁLIGA, 1995). Dom José Maria Pires acredita que a Igreja Católica está se despertando para a questão da cultura negra, com o crescimento da participação de seminaristas e religiosos como agentes de pastoral negros, e Dom Pedro Casaldáliga cita o padre Antônio Aparecido da Silva, professor de teologia da PUC de São Paulo, na afirmação de que “a população negra é hoje tema de relatórios e estudos pastorais e prioridade na maioria dos planos diocesanos de pastoral das grandes cidades” (CASALDÁLIGA, 1995). Jesus Martin Barbero traça, em sua obra “Dos Meios às Mediações”, todo um histórico de como as culturas negras foram aceitas e incorporadas pelo mercado: A “abertura ao mercado”, isto é, a criação de um mercado nacional, implica a ruptura do isolamento em que viviam os latifúndios, trazendo à luz, ao torná-la social no plano nacional, a produtividade do gesto negro. Foi quando se chegou à seguinte conclusão: se o negro produz tanto quanto o imigrante, então que se reconheça o valor do negro. (BARBERO, 2008, p.242, 243). Eduardo Hoornaert, em um artigo escrito para a revista Tempo e Presença em 1982, na mesma época da celebração da Missa, faz importantes considerações sobre a atualidade do tema dos quilombos: Em primeiro lugar, celebrar a Missa do Quilombo não significa apenas comemorar o passado, significa antes de tudo intuir o presente. Quilombo no Brasil é atualidade, não passado. Pois os bairros populares das grandes metrópoles brasileiras são na verdade quilombos, onde os negros se sentem em casa (quilombo ou mocambo significa casa). O mundo do trabalho é adverso ao trabalhador, o mundo do bairro lhe é familiar. Ali ele se refaz, conversa, anda no meio da rua, transforma a rua em campo improvisado de futebol, distingue entre os “quilombolas” (os maloqueiros) e forasteiros, se sente aceito (HOORNAERT, 1982, p.12). Depois, ele compara o caráter de resistência dos velhos e “novos” quilombos:
A especulação imobiliária que ameaça os bairros populares encontra nesse “caráter quilombola” dos mesmos um impedimento. No dia em que esses bairros perderem este caráter, eles não terão muita resistência diante da invasão burguesa. Desta forma, preservar o quilombo é preservar uma raiz importante do povo de descendência africana. Haveria muita coisa a dizer sobre os quilombos urbanos e seu significado. Basta recordar quantos nomes de bairros suburbanos lembram a “denegrida África”. Só para falar em Rio de Janeiro: Catete, Catumbi, Gamboa, Calabouço, Livramento, Morro do Desterro, etc. (HOORNAERT, 1982, p.13). Hoornaert comenta, em outro momento de seu artigo, se há indícios de que a Missa dos Quilombos pode vir a ter desdobramentos no nível das práticas eclesiais de base, e cita a perspectiva que permeia a lógica católica, calcada no iluminismo: Influenciados por uma já longa tradição ocidental que remonta ao iluminismo (século XVIII), os agentes de pastoral mal percebem a relevância da luta cultural. Eles compreendem a importância da luta pela libertação nos níveis econômicos, sociais e políticos, mas fazem com dificuldade a passagem entre estes “níveis” e a luta cultural. Esquecem que cada símbolo, cada discurso, cada expressão cultural é uma arma, a favor ou contra o povo. As ciências, da forma em que foram praticadas na Europa e na América do Norte, acreditam demais nos esquemas de progresso e desenvolvimento para darem a devida atenção às experiências de luta e resistência dos povos oprimidos codificadas, celebradas e vivificadas pela religião (HOORNAERT, 1982, p.13). As perspectivas de identidades pós-modernas, onde o sujeito não se ampara em um “centro” regulador que funciona como uma verdade universal e inquestionável, estão na contramão da tradição iluminista que algumas camadas da Igreja Católica insistem em assumir. Para se manter hegemônica enquanto instituição religiosa, seus pilares conceituais permanecem inabaláveis na idéia de uma razão universal, exceto pelos movimentos que promovem uma cisão interna no próprio catolicismo, como a Teologia da Libertação. Apesar disso, as discussões na atualidade parecem seguir por uma direção mais flexível. Prova disso são os já comentados avanços que amparam as práxis da Igreja contemporânea, como, por exemplo, o termo “Nova Evangelização”, que diferencia a evangelização tradicional, realizada nos quinhentos anos da história da América Latina, e os novos caminhos que devem nortear essa evangelização. Na já citada Quarta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano de Santo Domingo, os bispos definiram a “nova evangelização” como o conjunto de meios, ações e atitudes aptos para pôr o Evangelho em diálogo ativo com a modernidade e o pós-moderno, seja para interpretá-los, seja para deixar-se interpelar por eles. Também é o esforço por inculturar o Evangelho na situação atual das culturas de nosso Continente (1992).
Pedro Tierra, poeta e co-autor das letras e discursos da Missa dos Quilombos, avalia de forma muito positiva a contribuição que a Igreja Católica brasileira ofereceu ao panorama social do país. Nenhuma igreja, ou nenhuma face da igreja católica no mundo viveu a experiência que a Igreja Católica viveu no Brasil nos anos da ditadura, nenhuma. Se formos comparar a igreja do México, a igreja da Argentina, a igreja do Chile, a igreja do Paraguai... Essas igrejas, elas não desempenharam o papel que a Igreja Católica no Brasil desempenhou na resistência aos anos de chumbo, a repressão, e na reconstrução (do movimento popular). E é aí que eu acho que foi o papel mais fecundo que ela desempenhou ao longo dos quinhentos anos da história, não tenho dúvida de dizer isso muito tranquilamente. Em nenhum momento, em quinhentos anos de história, a Igreja Católica no Brasil estabeleceu uma tão profunda identificação com os movimentos sociais, com os oprimidos do país (TIERRA, 2006). Apesar de Tierra falar da participação da Igreja Católica nesse período histórico, ele certamente está se referindo à uma ala menos conservadora da instituição, a Teologia da Libertação. Este movimento surgiu na década de 70 em todo o mundo, mas teve uma força especial na América Latina, muito provavelmente pelo caráter de resistência aos regimes militares que governavam vários países do continente. Enquanto grande parte da Igreja apoiava a ditadura, na medida em que sua hegemonia religiosa permanecesse intacta, a Teologia promovia uma cisão com a própria Igreja, ao mesclar o compromisso do evangelho com a militância política, além de influências marxistas. Os idealizadores e autores da Missa dos Quilombos, como Dom Helder Câmara e Dom Pedro Casaldáliga, eram adeptos da Teologia da Libertação, e tanto os atritos políticos quanto religiosos foram uma constante em suas vidas. Conclusão Obras como a Missa dos Quilombos, e seu múltiplo caráter tanto de culto, quanto de produto cultural, incorporação de classes sociais e símbolo de resistência, fazem parte de um importante legado deixado por estes homens para a cultura brasileira. Outro aspecto relevante da Missa é sua atualidade temática, se pensarmos que a raça negra ainda sofre de discriminação e preconceito por parte da sociedade brasileira. Tanto é que ela continua sendo celebrada de diferentes maneiras, mas preservando sua essência e sua mensagem de integração de raças e povos. Isso acontece graças à tantas pessoas que preferem o grito ao silêncio, que preferem por o dedo na ferida à viver na dor da hipocrisia.
Assim, pensar no que significa a Missa dos Quilombos em todas as suas camadas de influência no tecido social, além da semente de mudança que ela promoveu no paradigma da Igreja Católica, é uma tarefa nada simplória, e sim permeada de variadas possibilidades de reflexão, ainda relevantes. ABSTRACT: This article aims to analyse the “Missa dos Quilombos”, by Dom Pedro Casaldáliga, Pedro Tierra and Milton Nascimento, thinking in the multiple caracther of this religious celebration, as a cultural product and of political act of resistence. Key-words: Missa dos Quilombos; Milton Nascimento; Dom Pedro Casaldáliga; Pedro Tierra; Walter Benjamin. Referências Bibliográficas BENJAMIM, Walter. Obras escolhidas. São Paulo: Brasiliense, 1994. CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Edusp, 4º ed. 2008. HOORNAERT, Eduardo. A Missa dos Quilombos Chegou Tarde Demais? – Revista Tempo e Presença, nº 173. 1982. LÖWY, Michael. O capitalismo como religião. Folha de São Paulo, Caderno Mais, domingo, 18 de setembro de 2005. MARTIN-BARBERO, Jesus. Os meios e as mediações. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2008. Missa dos Quilombos. Texto informativo, discursos e letras das músicas. Boletim do CIMI, n.º 76 – Dezembro/1981 PETERS, Michael. Pós-estruturalismo e filosofia das diferenças: uma introdução. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. Textos da Internet CASALDÁLIGA, Pedro. Missa dos Quilombos. Disponível em Ensaio Aberto: http://www.ensaioaberto.com/missa_textos_programa.htm#tonelada Eleição “o brasileiro do século” – Categoria Religião: Dom Pedro Casaldáliga. Disponível em Revista ISTOÉ Independente: http://terra.com.br/istoe/biblioteca/brasileiro/religiao/relig13.htm. Especial Missa dos Quilombos, 25 anos. Disponível em Jornal do Senado, Edição de segunda-feira, 13/11/2006:
http://www.senado.gov.br/jornal/noticia.asp?codEditoria=41&dataEdicaoVer=20061113&dataEdicaoAtual=20061113&nomeEditoria=Especial&codNoticia=52044 FIGUEIRA, Padre Ricardo Resende. A Missa dos Quilombos e a escravidão contemporânea. Disponível em Ensaio aberto: http://www.ensaioaberto.com/missa_textos_programa.htm#tonelada LOBO, Luis Fernando. Uma tonelada por dia. Disponível em Ensaio Aberto: http://www.ensaioaberto.com/missa_textos_programa.htm#tonelada Quarta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano. Disponível em Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Quarta_Confer%C3%AAncia_Geral_do_Episcopado_Latino-Americano Teologia da Libertação. Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teologia_da_liberta%C3%A7%C3%A3o Roma está perdendo a batalha contra a Teologia da Libertação - Entrevista com Leonardo Boff. Disponível em IHU On-Line, 13/04/2007: http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?action=forum&board=atualidades&op=display&num=1243 TEIXEIRA, Selma Suely. Missa dos Quilombos - Um canto de Axé. 1998. Disponível em http://www.geocities.com/pwpercio/cantodeaxe.html . Áudio e Vídeo A missa dos quilombos. Documentário. Direção: Liloye Boubli. Produção: Cláudia Rangel. TV Senado, 2006. NASCIMENTO, Milton. Missa dos Quilombos. BMG Ariola, 1982.
Com
imagens do acervo da Avatar Produções de Altay Veloso, edição original
de Bárbara Veloso e finalização de vídeo de Filó Filho, Cultne apresenta
a Ópera Alabê de Jerusalém onde fundem-se os matizes de tinturas
extarídas de diferentes raízes para assim tornar possível uma pintura
nova, original, fecunda e arrojada. Assim é o Alabê de Jerusalém, a
saga de africano de Daomé, contemporâneo e amigo de Jesus Cristo, que
hoje, 2.000 anos depois retorna a Terra para nos contar a sua história. A
riqueza musical e poética.,a primorosa construção cênica, os 250
figurinos, aliados a um corpo de baile com 24 bailarinos, um coral de 15
cantores embalados pela trilha musical gravada por uma orquestra de 86
músicos, dão origem a uma obra brasileira para esses temos de
globalização da consciência e acima de tudo materializam um
espetáculo-celebração da tolerância e do amor. O Alabê de
Jerusalém estreou no mais importante palco do Brasil, Theatro Municipal
no Rio de Janeiro, lotou o Canecão, Citibank Hall e Vivo Rio e foi,
calorosamente, aplaudido, de pé, por mais de 11.000 pessoas. Entre
elas: o Governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, Sr. André Mingas,
Ministro da Cultura de Angola, Ministra Matilde, a EX-Governadora
benedita da Silva, Ana Botafogo, maitê Proença, Reinaldo Gianechini,
Taís Araujo, Paulo Bettti, Luis Carlod barreto, Alcione, Ângela Leal,
marcos Paulo e mais algumas dezenas de ilustres. A Ópera Alabê
de Jerusalém se propõe a emocionar e provocar uma reflexão sobre os
temas da toler6ancia e da convivência pacífica entre as diferentes
crenças e raças. Publicado em 10 de fev de 2013
Foi escolhido o samba que representará a Unidos do Viradouro no Carnaval
de 2016. Enredo: Alabê de Jerusalém, a saga de Ogundana.
Compositores: Paulo César Feital, Zé Gloria, Felipe Filósofo, Maria Preta e Fabio Borges William
Carnavalesco: Max Lopes
Samba Campeão - Viradouro Carnaval 2016
VIRADOURO NO COURO DO TAMBOR
PEDIU A OXUM E XANGÔ (ORA YÊ, YÊ, KAWÔ)
E A OLODUMARÉ, NO IFÉ
QUE O AFRICANO CAMINHEIRO
DESÇA EM SOLO BRASILEIRO
PRA FALAR DA LUZ DE NAZARÉ
O PORTA-VOZ DA HARMONIA E DA PAZ
O MENSAGEIRO DOS ORIXÁS
ENFIM, JÁ BAIXOU NA ALDEIA
QUE APARECIDA CLAREIA
COM A BENÇÃO DO CRISTO REDENTOR
E A SAPUCAÍ INCENDEIA NA CHAMA DA SUA CANDEIA... INCORPOROU
MEU NOME É ALABÊ DE JERUSALÉM
VOLTEI A TERRA PRA MATAR SAUDADE
VIM FALAR DE AMOR, DE TOLERÂNCIA E IGUALDADE
CRUZEI EGITO, ROMA E JUDEIA
AMEI JUDITH, A FLOR DE CESAREIA
O REI DOS REIS QUE CONHECI SE ESPANTA E CHORA
COM ESSA GUERRA SANTA
QUE SANGRA ESSE PLANETA AZUL
Ó MEU BRASIL, CUIDADO COM A INTOLERÂNCIA
TU ÉS A PÁTRIA DA ESPERANÇA
À LUZ DO CRUZEIRO DO SUL
UM PAÍS QUE TEM COROA ASSIM TÃO FORTE
NÃO PODE ABUSAR DA SORTE
QUE LHE DEDICOU OLORUM
KAWÓ KABIESILÉ XANGÔ
ORA YÊ YÊ, MAMÃE OXUM DO OURO
SÃO JOÃO BATISTA QUE ME BATIZOU
É O PROTETOR DA MINHA VIRADOURO
Aclamada ópera popular brasileira do conceituado compositor Altay Veloso
sobre a trajetória de Jesus Cristo contada a partir do ponto de vista
de um negro africano de Daomé contemporâneo do mestre, que conta com a
participação de Bibi Ferreira, Lucinha Lins, Elba Ramalho, Alcione,
Lenine, Jorge Vercillo, Fafá de Belém, Ivan Lins, entre outros talentos
da MPB. Este Edição Especial em DVD duplo traz o filme, que mostra a
emocionante gravação da ópera em estúdio, e o espetáculo encenado no
Theatro Municipal do Rio de Janeiro, além de mais de duas horas de
vídeos extras.
Aos vinte e um anos faz suas primeiras composições e graças a elas é
convidado a integrar algumas das bandas de grande prestígio do Rio de
Janeiro, entre elas, “O Rancho” de onde saíram vários músicos que
hoje integram o elenco que acompanha notáveis intérpretes da MPB e a
“Bando do Bando”, que deu origem à notória banda formada por músicos do
primeiro escalão "Black Rio".
Na convivência com esses primorosos instrumentistas, Altay aprimora
seu oficio de compor até que, em 1980, participa do MPB Shell e,
produzido pelo guitarrista e compositor Durval Ferreira,
grava pela RCA (hoje BMG) seu primeiro disco autoral, “O cantador”. O
segundo e o terceiro disco vêm em 1983 e 1985, respectivamente, pela
extinta Polygram, (hoje Universal) em 1987 e 1988, o disco “Sedução” e “Paixão de d'Artagnan” pela Warner Continental.
Durante esse tempo tem algumas de suas canções fazendo parte das trilhas sonoras de telenovelas da Rede Globo, é convidado por três anos consecutivos a tocar no festival de jazz de Montreal, tendo a honra de contar como integrante de sua banda formada por músicos brasileiros, o saxofonista de jazz mais importante do Canadá, Jean Pierre Zanella.
Composições
No ano de 1994
Altay, estrategicamente, devido às imposições do mercado fonográfico,
interrompe temporariamente sua carreira de cantor para se dedicar por
tempo integral à sua vitoriosa carreira de compositor.
Em 1998, Altay Veloso monta seu próprio selo e estúdio de gravação e
retorna ao cenário artístico como cantor gravando o disco “Nascido em 22
de abril”. Nesse disco com todas as canções dedicadas ao Brasil, Altay
Veloso é o único arranjador e instrumentista em todas as canções.
No ano 2000, sem interromper seu trabalho de composição e com os
recursos adquiridos através dele, Altay inicia suas viagens de pesquisa
para realizar o sonho ao qual, silenciosamente, se dedica há mais de
duas décadas, escrever, em poesia, a saga do africano de Daomé que conheceu Jesus Cristo, Ogundana, O Alabê de Jerusalém.
Investe com paixão nessa sua primeira empreitada no universo da
literatura indo a Israel por duas vezes, ao território de Ifé na
Nigéria, Angola, Bahia e buscando contatos com líderes religiosos das
diversas influências presentes na obra e termina o livro que tem bases
no tripé afro-judaico-cristão, onde, baseado num fato histórico, A Vida
de Jesus Cristo, Altay mergulha na humanidade de alguns personagens
bíblicos e cria outros tantos contemporâneos de Jesus, revelando, pela
ótica de um homem africano, o lado mais pessoal e íntimo de cada um, em
“Ogundana, O Alabê de Jerusalém”.
O Alabê de Jerusalém
Entre 2002 e 2006, ao mesmo tempo em que integra o corpo de jurados
do Prêmio Sharp e Tim, compõe para vários artistas, faz vinhetas para
publicidade, trilhas sonoras para curtas-metragens, Altay encontra tempo
para extrair do livro “Ogundana, O Alabê de Jerusalém” uma bela e
inspirada construção musical, a ópera “O Alabê de Jerusalém”, onde
consegue unir todas as influências populares e eruditas que apreendeu no
seu exercício com a música, ao que lhe foi dado, ainda no berço, o
legado trazido pelos sons dos tambores da África,
pois a ópera “O Alabê de Jerusalém” trata da história do africano
Ogundana, que viveu há mais de 2000 anos, contada em nossos dias por ele
mesmo, que hoje é uma entidade espiritual chamada “Alabê de Jerusalém” e
que, num dia de festa, num templo de religião de matriz africana,
retorna à Terra para contar sua história.
Altay achou por bem, antes de realizar a ópera em espetáculo cênico,
dado que seu melhor trânsito é pelos caminhos da música, registrá-la em
CD e em DVD as gravações feitas em estúdio, o que fez com esmerado
capricho e eloquência.
Essa obra de Altay Veloso, “O Alabê de Jerusalém” tem tido, com
unanimidade, o honroso apoio de todos os setores da comunidade artística
brasileira, das instituições que trabalham para a efetiva inclusão
social daqueles a quem, historicamente, tem sido negada uma participação
digna na vida do país e por conta do seu conteúdo, que busca o mais
profundo sentimento de amor, respeito e tolerância entre as diferentes
culturas, tem recebido um afetuoso abraço de entidades como a Unesco
“Além de ser uma celebração cultural de alto nível, se propõe a
emocionar e provocar uma reflexão sobre os temas da tolerância e da
convivência pacífica entre as diferentes crenças e raças...”. Esta obra
levou mais de 20 anos de pesquisa, inclusive com viagens a Jerusalém, à Nigéria, a Angola e à Bahia[2] .