sábado, 26 de setembro de 2020

15 de Outubro de 2020 – (Quinta-Feira), 20 horas. Anisio Teixeira, Paulo Freire e Ginásio Vocacional. A educação no Brasil que pode dar certo.

 Eixo: Educação Básica, Universidade Pública e Educação Popular.

Com a participação dos Professores  Romero Venâncio (UFS), Daniel Ferraz Chiozzini (PUC-SP) e  Luigy Marks (ex-aluno do Ginásio Vocacional e advogado).  

A transmissão da Live será através da página da Ação Cultura no Facebook.  https://www.facebook.com/acaocultur


BRASIL ARCAICO E SUBMISSO x BRASIL PROGRESSISTA E SOBERANO.

"Houve um tempo, diz-nos Roberto Schwarz, em que o país estava  irreconhecivelmente inteligente. “Política externa independente”,  “reformas estruturais”, “libertação nacional”, “combate ao imperialismo e ao latifúndio”: um novo vocabulário – inegavelmente avançado para uma sociedade marcada pelo autoritarismo  e  pelo  fantasma da imaturidade de seu povo – ganhava a cena, expressando um momento de intensa movimentação na vida brasileira."  HOLLANDA, Heloisa e GONÇALVES, Marcos. Cultura e participação nos anos 60. São Paulo: Brasiliense, 1982. p.8

Esse tempo foi antes de 1964, e começou pós ditadura de Getúlio Vargas, a partir de 1946, atingindo o ápice nos últimos anos da década de 1950 até 1964. Mas aí,   como  bem descrito por Chico Buarque na canção Roda Viva, sendo esse termo uma metáfora para ditadura civil-militar  “ A gente quer ter voz ativa. No nosso destino mandar. Mas eis que chega a roda-viva. E carrega o destino pra lá.”

E no decorrer desse período, 1964 à 1985, muitos brasileiros que participaram das tentativas de  construção desse país "irreconhecivelmente inteligente"  passaram a sofrer violações, incluído torturas e desaparecimentos,  por defender a democracia e a liberdade, por desejar um país mais justo.

Todavia, após 21 anos de luta e resistência  contra a nova ditadura estabelecida em 1964, inclusive mediada com a canção e com o teatro, como foi o caso da peça e canção Roda Viva, o sol das liberdades democráticas recomeça a raiar no ano de 1985. Um sol ainda tímido, encoberto pelas nuvens do chamado entulho autoritário, 

(...) A denúncia do “entulho autoritário” pelo pmdb (ou pelo grupo de “oposição autêntica” liderada por Fernando Lyra) e pela oab (presidida por Raymundo Faoro) apontava que, apesar da revogação dos atos institucionais, persistiam na ordem jurídica leis e instituições com a tônica autoritária da ditadura militar. (...) Era o caso da Lei de Segurança Nacional (...)  

Mas “irreconhecivelmente inteligente”, além dos exemplos citados pelo critico literário  Roberto Schwarz, também era o Brasil pré 1964, no campo da educação e da cultura,  com muitas iniciativas educativas e culturais inovadoras e inclusivas, algumas mais conhecidas e outras menos, as quais sofreram uma ferrenha perseguição por parte dos “ridículos tiranos” que assumiram o comando da nação. 

Dentre as iniciativas educativas e culturais mais conhecidas, podemos citar o Movimento de Cultura Popular do Recife, o Centro Popular de Cultura, o Movimento de Educação de Base, o Sistema Paulo Freire de Educação de Adultos e etc.

Quanto as iniciativas pouco conhecidas, destacamos o  Sistema de Ginásios Vocacionais, um dos objetos de nossa Live, juntamente com a memória dos educadores e  escritores Anisio Teixeira e Paulo Freire.

A memória dos três,  são marcados pelo tempo e pelos acontecimentos que tiveram lugar no Brasil durante a década de 1960/1970, em especial o asfixiamento do Sistema dos Ginásios Vocacionais provocado pela ditadura, assim como o exilio de Paulo Freire e a morte suspeita  de Anisio Teixeira.

Entretanto, nem sempre pós 1985,   tiveram seu legado suficientemente reconhecido à altura da importância necessária para a  retomada e  consolidação da democracia, em especial dentro da escola pública, considerada por Anisio Teixeira como verdadeiras máquinas de democracia.

Até que ponto isso não colaborou para o neoatraso bolsonarista que repete o clima de 1964?, como afirmou   Roberto Schwarz,  em entrevista ao jornal Folha de São Paulo de 15 de Novembro de 2019.  

Zezito de Oliveira

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Ensino Vocacional em 9 minutos

Memória Viva PAULO FREIRE




E na semana seguinte........

22 de Outubro (Quinta-Feira) 20 horas
Paulo Freire no chão da Escola. A luta entre o sonho e a realidade.
Com as Professoras Maíra Magno e Rosângela Meirelles Grabes e o Professor Dennis Portela.
Eixo: Educação Básica, Universidade Pública e Educação Popular.
‏ jornalista @LEANDROBEGUOCI - "Um certo candidato e seus apoiadores dizem que vão acabar com o método Paulo Freire nas escolas. Para fazer isso, eles vão ter de garantir que todas as escolas brasileiras apliquem as ideias do Freire, o que está longe de acontecer."15:56 - 29 de ago de 2018









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