sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Foi bonita a festa de reencontro da velha guarda do PT sergipano! Fiquei contente!


O PT surgiu como agente promotor de mudanças na vida de trabalhadores da cidade e do campo, militantes de esquerda, intelectuais e artistas. Foi oficializado partido político em 10 de fevereiro de 1980, pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral. [Foto: Juca Martins / Olharimagem / Acervo CSBH-FPA]

Ontem, 04/11/2021,  foi mais um dia de revisitação dos anos de 1980. O que se deu através  de um encontro de confraternização com os petistas que construíram o partido nessa época. Revisitação  que venho fazendo desde 2018,  quando comecei  a fazer pesquisas, leituras e entrevistas para a trilogia Livro AMABA/Projeto Reculturarte.

Tivemos a presença de gente que dedicou um bom tempo da sua vida ao partido, muitos até os dias de hoje. Gente que se afastou, gente que entrou depois. Gente que se aproximou antes, se afastou e agora retorna. Tivemos até duas refiliações. Edmilson Rodrigues, ex-presidente da CUT  e Clóvis Barbosa, ex-presidente do TCE /SE. 

No meu caso, frequentei a sede do PT ativamente de 1982 a 1985, depois fui me afastando gradativamente para me dedicar ao trabalho de base no bairro América. Provavelmente me filiei no ano de 1986, porém, já não era tão assíduo. E com o tempo fui me afastando por completo, mas não me filiei a nenhum outro partido, mesmo recebendo convites do PV, no final da década de 1980 e recentemente de companheiros do PSOL. Em virtude do tempo, a filiação ao PT deve ter caducado.

Os motivos para o meu afastamento do PT, foi principalmente o abandono da proposta de nucleação, porque sempre considerei os núcleos como fundamentais para o enraizamento e capilarização do partido junto as massas, as periferias. 

Fosse assim, certamente o domínio dos corações e mentes de amplas parcelas da população  pela indústria cultural, pelo neo-pentecostalismo  e pelo  tráfico de drogas não estaria tão intenso como  agora.

E, se a festa foi bonita, se fiquei contente e coisa e tal, não gostaria que ficasse só nisso.

Até porque , a sequência dos depoimentos que se estenderam das 18 às 22 horas, deixa  claro o quanto de histórias de vida, carregadas de sonhos rebeldes e generosidade revolucionária, precisam ser conhecidas e socializadas, em especial para as atuais e futuras gerações.

Diante disso, pode ser criado um fundo financeiro com a  contribuição de parlamentares, filiados e simpatizantes afim de  viabilizar a tomada de depoimentos dos militantes históricos ou da velha guarda.

A Fundação Perseu Abramo já fez isso em nível nacional, mas defendo que isso seja ampliado a partir dos estados e dos municípios, inclusive com suporte técnico e financeiro da Perseu Abramo.

Assista abaixo:  

História Oral – PT 40 anos

Outra sugestão é prosseguir  os encontros visando apresentar diagnósticos e prognósticos para enfrentarmos a barra da reconstrução de um pais destroçado e dilacerado,  alternando com encontros virtuais, até porque temos companheiros e companheiras com limites de saúde.

A proposta é encontros com a geração de 1980 e 1990 também para reconstruir o futuro. Porque o neofascismo e o neoliberalismo, não nos roubam apenas o presente, mas o futuro também. E ainda querem  reescrever o passado na perspectiva da classe dominante, como se não bastasse o que fizeram com a nossa história  ao longo do tempo. 

Concomitante a isso, pode se realizar encontros com as gerações mais novas e depois  um grande seminário  para alinhar as propostas. 

Quem sabe o partido educador, proposto por Gramsci,  Paulo Freire e tanta gente boa lá atrás não retorna. Afinal, os sonhos não podem ou nao deveriam envelhecer...

Quem concordar e desejar  reforçar estas demandas junto as instâncias dirigentes e parlamentares do partido, é só marcar outros militantes e dirigentes do PT nas redes sociais com essa postagem. 

Zezito de Oliveira

A HISTÓRIA DA TRANSFORMAÇÃO CONTINUA!
Acompanhe aqui junto com o senador Rogério Carvalho este encontro de gerações do maior partido de esquerda da América Latina - PT!

Clique aqui para assistir: https://www.facebook.com/SenadorRogerio/videos/565085271262024

A experiência civilizatória mais relevante do século XXI foram os governos petistas no Brasil, notadamente, o período em que Lula foi presidente do Brasil para o mundo. Ela foi a maior porque ela foi a mais plural, ela foi a maior porque ela se baseou na defesa da vida, ela foi a maior porque se espelhou na garantia da riqueza das pessoas ao nascer com direitos.


P.S.: Não encontrei imagens do PT sergipano na década de 1980 para ilustrar este artigo.  Logo, mais uma sugestão, solicitar imagens  de militantes e simpatizantes e criar um site na internet para postar. 

P.S.: 2  ( 06/11/2021) Nas décadas de 1980 e 1990, os  militantes ou simpatizantes do PT que defendiam o pensamento que priorizava a nucleação e o reconhecimento de fato e de direito do papel estratégico dos núcleos,  eram tachados pejorativamente de "igrejeiros" e "basistas". 
O que que queria dizer: Militantes que tinham origem na igreja, em especial nas comunidades eclesiais de base, o que não existia em Aracaju e em muitos municipios, a exceção dos municipios que pertenciam a região do sertão e do baixo São Francisco que era jurisdição da Diocese de Propriá.
Embora nem todos os "basistas" eram de origem na igreja católica.  Na verdade, nunca fui tão "basista" assim, porque reconhecia como ainda hoje, o papel da politica institucional e da politica de alianças, mas com critério e respaldada por um amplo consenso partidário e com o respaldo na organização popular.
Mas situado esse desafio historicamente, a partir do olhar de pesquisador nos tempos de hoje, reconheço não ser fácil, conciliar as duas pontas. Em especial para um partido que teve um crescimento eleitoral formidável e em um país cheio de desafios e contradições no campo econômico, politico , social e cultural. 
Mas como diz uma canção dos anos de 1980.
O que foi feito, amigo, de tudo que a gente sonhou
O que foi feito da vida, o que foi feito do amor
Quisera encontrar aquele verso menino
Que escrevi há tantos anos atrás
Falo assim sem saudade, falo assim por saber
Se muito vale o já feito, mais vale o que será
Mas vale o que será
E o que foi feito é preciso conhecer para melhor prosseguir
Falo assim sem tristeza, falo por acreditar
Que é cobrando o que fomos que nós iremos crescer
Nós iremos crescer, outros outubros virão
Outras manhãs, plenas de sol e de luz
Alertem todos alarmas que o homem que eu era voltou
A tribo toda reunida, ração dividida ao sol
E nossa Vera Cruz, quando o descanso era luta pelo pão
E aventura sem par
Quando o cansaço era rio e rio qualquer dava pé
E a cabeça rolava num gira-girar de amor
E até mesmo a fé não era cega nem nada
Era só nuvem no céu e raiz
Hoje essa vida só cabe na palma da minha paixão
Devera nunca se acabe, abelha fazendo o seu mel
No pranto que criei, nem vá dormir como pedra e esquecer
O que foi feito de nós


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