segunda-feira, 9 de julho de 2018

O QUE REDESCOBRIR PARA VOLTAR A ACREDITAR QUE OUTROS MUNDOS SÃO POSSÍVEIS? Na companhia do genial Gonzaguinha.


Escreveu Dora Monteiro no facebook “Antes de ser covardemente assassinado, o pastor,  líder humanitário,  pacifista  e ativista negro, Martin Luther King eternizou belas e sábias palavras em falas. Uma delas diz - e ensina que - "O que mais me incomoda, não é o grito dos maus, e sim o silêncio dos bons." Se não foi isso, foi por aí. Eis algo que também muito nos incomoda, neste momento crítico da história da nossa democracia  e soberania nacional , os bons estão apenas assistindo mudos e perplexos, indignados, para daqui há tantos anos perdidos em um país arruinado, dizerem que sabiam, mas...

Como chegamos a esse ponto. Para mim, um dos fatores  são os vírus da alienação que  agora comprova o efeito deletério que tanto temíamos. O ápice dessa minha percepção, aconteceu há  cerca de 30 anos. Já alí observava  como a cultura midiática alienante, cujo base era/é, o sistema de comunicação pertencente às classes  dominante, estava criando uma geração bastante desconectada com o senso de pertencimento a nação e com baixo ou nenhum compromisso com valores fundamentais de solidariedade, participação e cidadania.

Conversava com uma amiga em certa ocasião e chegamos a comparar a  uma situação de verdadeiro zumbis, ou mortos-vivos. Daí a forma como o golpe sai vitorioso. Não precisaram atacar com armas letais e nem fazer guerra quimica. Bastou investir em verdadeiras bactérias ou virus ideológicos que estão sendo inoculados há tempos. E o mais interessante, não são bactérias ou virus estritamente "politicos", muitas vezes é a interdição do próprio debate sobre politica, ocupado freneticamente por palavras e imagens carregadas de romantismo exagerado ou de  pornografia e pornofonia.
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Por outro lado, como citado por um amigo, "tem também a culpa das lideranças, que se afastaram das bases - como denunciado agora pela militância, mas só agora..." Leia mais sobre isso aqui e aqui.

Nesse sentido, considero que teremos que recomeçar tudo outra vez, ou melhor, tudo é exagero, mas há que recomeçar muita coisa. Há uma canção do  Gonzaguinha que já coloca isso, mesmo em tom romântico e pessoal,  mas que podemos trazer para a esfera coletiva e politica. Eu apenas queria que você soubesse, que aquela alegria ainda está comigo, e que a minha ternura não ficou na estrada(...).” .

E para não ficarmos muito pra baixo, seguindo a linha da canção acima, vamos com amizade, textos, música, dança, poesias, filmes, vinho, caminhadas, viagens ,  erotismo e  etc., o menos virtual possível, pois  como afirma o filósofo italiano Franco Berardi “A solidariedade é a maior ameaça para o capitalismo financeiro. A solidariedade é o lado político da empatia, do prazer de estarmos juntos. E quando as pessoas gostam mais de estar juntas do que de competir entre si, isso significa que o capitalismo financeiro está condenado. Por isso a dimensão da empatia, da amizade, está sendo destruída pelo capitalismo financeiro. Mas atenção, não acredito numa vontade maléfica. O que me parece é que os processos tecnológico e econômico geraram, simultaneamente, o capitalismo financeiro e a aniquilação tecnológica digital da presença do outro. Nós desaparecemos do campo da comunicação porque quanto mais comunicamos menos presentes estamos – física, erótica e socialmente falando – na esfera da comunicação. No fundo, o capitalismo financeiro se assenta no fim da amizade. Ora, a tecnologia digital é o substituto da amizade física, erótica e social através do Facebook, que representa a permanente virtualização da amizade.

Dessa maneira, por meio do trabalho cotidiano em pequenos grupos, conseguiremos a mobilização de muitas pessoas em momentos críticos. Como as classes dominantes sabem disso, o investimento na "crise" da educação e o baixo nível da programação midiática será mantido e ampliado. "Mas nós estamos por aí, eu acredito é na rapaziada, que vai em frente e segura o rojão(...)"
Zezito de Oliveira

P.S.: - 1 - Escrito produzido na noite do dia 07 de julho, dia em que a ditadura de toga mostrou o quão estado  lamentável e ridiculo nos encontramos enquanto país, enquanto nação. Uma situação que seria comica, se não fosse trágica.
 Leia também:

2 - “A crise da Educação no Brasil não é uma crise, é um projeto.”
Darcy Ribeiro

A crise na educação do Brasil nos traz limites, mas também nos permite possibilidades. Os limites estão no sistema educacional, que ainda é arcaico e ultrapassado e não consegue acompanhar as transformações da atual sociedade (conhecida como “sociedade da informação”), deixando a escola numa situação delicada diante das exigências do mundo globalizado. Continua aqui


3 - E por falar em solidariedade, em termos mais práticos e comunitários, curto  relato de uma conversa presencial neste mesmo domingo.

"As drogas, incluindo o álcool, e seu efeito devastador no seio das familias pobres. Por outro lado, a lamentável inexistência de uma vigorosa rede comunitária de solidariedade, envolvendo a igreja católica, evangélicas e grupos comunitários, como clube de mães e grupos de jovens. O que diga-se de passagem, colaboramos com a existência destes dois últimos, nos anos de 1990. O convite para conversar comigo é um rescaldo desse trabalho.
Conclusão a partir de uma conversa presencial com a mãe de uma das crianças, hoje adulto, participante do projeto Reculturarte, no bairro américa em Aracaju (SE).
Esse projeto foi uma Iniciativa sociocultural e educativa. Inspirada em principios, valores e práticas das comunidades eclesiais de base.
O papa Francisco e seu programa Schola Ocurrentes (escola de encontros) pensa e age na mesma perspectiva que a nossa.
Fortalecer os laços comunitários de amizade e de solidariedade é o remédio mais eficaz para enfrentarmos os muitos flagelos de nosso tempo, incluindo a drogadição."

Sobre o programa Schola Ocurrentes no Brasil. Leia aqui

4 - A rapaziada de luta, mas que se diverte, brinca, goza, buscando ser feliz aqui e agora, sem esquecer o futuro. Aqui quando quebra queima, coletivA ocupação: explosão, levante político-artístico e revolução do cotidiano
 

 

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