domingo, 26 de outubro de 2025

Play List para entrar em clima e sintonia com a COP 30 em Belém na Amazônia. Nilson Chaves, Fafá de Belém, Teddy Max, Celso Viáfora, Valdemar Henrique, Zé Miguel, Jaloo, Zaynara, Banda Calypso e Gaby Amarantos.

 A Notícia

Nilson Chaves

O "New York Times" não deu uma linha

A "BBC"de Londres nenhuma palavra

Mas ontem no Xingu um índio se afogou

E um guarda-marinha

Se atirou nas águas

Pra salvar a sua vida


Na mesma hora um favelado da Rocinha

Que tinha sete filhos arrumou mais um:

Era menino loiro de olho azul

Que tinha sido abandonado nu

Numa avenida


Gente má,

Gente linda

Dia vem, noite finda

Em todo lugar

Destino Marajoara

Nilson Chaves



Quando me dei conta

Eu cantava Amazônia

Era um rio de beleza

Navegando em minha voz

O céu do Marajó

O canto do curió

Baía do Sol, quando dei por mim

Um curumim vibrava aqui

O coração de cantador, sorrir, assim, aqui

Destino Marajoara

Destino Marajoara


Destino

Sina, sina, sina

Ajuruteua, Salinas

Tudo que aprendo me ensina

O prazer de te cantar

Sina, sina, sina

Luar de Mosqueiro fascina

A marujada me anima

Adoro o teu siriá


Quando fiz as malas

Pra correr o mundo

Mergulhei meus olhos

No fogo do teu calor

O límpido igarapé

O Círio de Nazaré

Alter do Chão, não fique distante

Não te esqueci nenhum segundo

Teu amuleto está no mundo

Em mim, aqui, assim


Destino Marajoara

Destino Marajoara

Destino

Da Minha Terra

Composição: Jamil Damous / Nilson Chaves. 




Te trago da minha terra

O que ela tem de melhor

Um doce de bacuri

Um curió cantador

Trago da minha cidade

Tudo o que lá deixei

Dentro do bolso a saudade

E na mala o que sei


E eu sei tão pouco menina

Desse planeta azul

Sei por exemplo que o norte

Fica pros lados do sul

Sei que o Rio de Janeiro

Deságua em Turiaçú

Sei que você é pra mim

O que o ar é pro urubu


Te trago da minha terra

O que ela tem de melhor

Tigela de açaí

Bumba-meu-boi dançador

Trago da minha cidade

Tudo o que lá deixei

Numa das mãos a vontade

E na outra o que sonhei


E eu sonhei tanto menina

Londres, Estocolmo, Stambul

Sonhei New York, Caracas

Roma, Paris e Seul

Mas hoje o Rio de Janeiro

Ainda é Turiaçú

Só você pra mim já é

Leste, Oeste, Norte, Sul

Fafá de Belém - Ao Pôr Do Sol


Ao Pôr do Sol - Teddy Max

Ao pôr do Sol

Eu vou te dizer

Que o nosso amor

Não pode morrer


Quando as estrelas

No céu despontarem vão dizer

Que a Lua, eu fiz pra você


E então eu serei amor

O sereno e o luar será você

Ardente de paixão

Que raia no meu coração

E então eu serei amor

O sereno e o luar será você

Ardente de paixão

Que raia no meu coração



Para conhecer a história do cantor e compositor Theddy Max, falecimento precocemente quando cantava em um show na cidade de Macapá, leia aqui

Olhando Belém

Composição: Celso Viáfora.

detalhe importante: Esta canção é da autoria de um compositor que nasceu em São Paulo mas que nutre por Belém e  pela Amazónia um sentimento de profunda conexão. Para conhecer mais sobre Celso Viáfora clique aqui


O Sol da manhã rasga o céu da Amazônia

Eu olho Belém da janela do hotel

As aves que passam fazendo uma zona

Mostrando pra mim que a Amazônia sou eu


E tudo é muito lindo

É branco, é negro, é índio


No rio Tietê mora a minha verdade

Sou caipira, sede urbana dos matos

Um caipora que nasceu na cidade

Um curupira de gravata e sapatos

Sem nome e sem dinheiro

Sou mais um brasileiro


Olhando Belém enquanto uma canoa desce um rio

E o curumim assiste da canoa um Boeing riscando o vazio

Eu posso acreditar que ainda dá pra gente viver numa boa

Os rios da minha aldeia são maiores do que os de Fernando Pessoa


Olhando Belém enquanto uma canoa desce um rio

E o curumim assiste da canoa um Boeing riscando o vazio

Eu posso acreditar que ainda dá pra gente viver numa boa

Os rios da minha aldeia são maiores do que os de Fernando Pessoa


Olhando os meus olhos de verde e floresta

Sentindo na pele o que disse o poeta

Eu olho o futuro e pergunto pra insônia

Será que o Brasil nunca viu a Amazônia?


E vou dormir com isso

Será que é tão difícil


Olhando Belém enquanto uma canoa desce um rio

E o curumim assiste da canoa um Boeing riscando o vazio

Eu posso acreditar que ainda dá pra gente viver numa boa

Os rios da minha aldeia são maiores do que os de Fernando Pessoa


Olhando Belém enquanto uma canoa desce um rio

E o curumim assiste da canoa um Boeing riscando o vazio

Eu posso acreditar que ainda dá pra gente viver numa boa

Os rios da minha aldeia são maiores do que os de Fernando Pessoa

O Brasil não conhece a Amazônia


Certa vez de montaria

Eu descia o Paraná

O caboclo que remava

Não parava de falar, ah, ah

Não parava de falar, ah, ah

Que caboclo falador


Me contou do lobisomem

Da mãe-d'água, do tajá

Disse do Jurutai

Que se ri pro luar, ah, ah

Que se ri pro luar, ah, ah

Que caboclo falador!


Que mangava de visagem

Que matou surucucú

E jurou com pavulagem

Que pegou uirapuru, ah, ah

Que pegou uirapuru, ah, ah

Que caboclo tentador!


Caboclinho, meu amor

Arranja um pra mim

Ando roxo pra pegar

Unzinho assim


O diabo foi-se embora

Não quis me dar

Vou juntar meu dinheirinho

Pra poder comprar


Mas no dia que eu comprar

O caboclo vai sofrer

Eu vou desassossegar

O seu bem querer, ah, ah

O seu bem querer, ah, ah

Ora deixa ele pra lá!

Waldemar Henrique da Costa Pereira (Belém do Pará, 15 de fevereiro de 1905 — Belém, 29 de março de 1995) foi um maestro, pianista, escritor e compositor brasileiro. Artista símbolo do Pará, a cidade de Belém possui uma praça e um teatro que levam seu nome. Leia mais aqui

“Eu olho o futuro e pergunto pra insônia: será que o Brasil nunca viu a Amazônia?”

Aldenor Ferreira

Publicado em: 10/02/2024 às 00:37 | Atualizado em: 10/02/2024 às 00:37

Celso Viáfora, em sua emocionante obra musical “Olhando Belém”, interpretada por Nilson Chaves, traz uma questão provocadora: “eu olho o futuro e pergunto pra insônia: será que o Brasil nunca viu a Amazônia?”, argumenta. 

De fato, é uma questão pertinente. Infelizmente, parte da sociedade brasileira desconhece a Amazônia. E, lamentavelmente, o que se conhece da região, muitas vezes, é atravessado por preconceitos.

Conforme observado pelo sociólogo Antônio Carlos Witkoski, a Amazônia é uma formação socioeconômica moldada desde sua origem pela dinâmica do capitalismo. Ela nasce de costas para o Brasil, mas de frente para a Europa e para a exploração capitalista que esta dinâmica sempre propiciou.

Ainda segundo o sociólogo, “no curso do processo civilizatório ocidental, desde as grandes navegações – uma das primeiras manifestações de intensa globalização das relações econômicas, sociais, políticas e culturais no novo mundo –, a Amazônia se destaca mais pela lembrança/presença do que pelo esquecimento/isolamento”. 

A dinâmica de exploração predatória dos recursos naturais da Amazônia passou por diversas fases. No século XX, a Ditadura Militar (1964-1985), ao tomar posse definitiva deste território com o lema “integrar para não entregar”, manteve a exploração capitalista predatória. Mesmo nos governos progressistas e democráticos, a região foi submetida à lógica do neodesenvolvimentismo. 

A ignorância é conveniente

Portanto, o desinteresse, o preconceito e a negligência do “Brasil litorâneo” e das regiões metropolitanas mais ricas em relação à Amazônia são prejudiciais para o nosso país, mas benéficos para a exploração predatória promovida pelo capital nacional e internacional.

A ignorância é a causa de nossa tragédia em relação a este magnífico território. Todavia, é uma dádiva para aqueles que enxergam a Amazônia apenas como um meio para seus fins privados, visando somente ao lucro, em detrimento de toda a vida presente neste bioma.

Talvez seja por isto que o compositor se inquiete. Ele questiona: “eu olho o futuro e pergunto pra insônia: será que o Brasil nunca viu a Amazônia?” E conclui: “e vou dormir com isto: será que é tão difícil?”

Os rios de nossa aldeia

Eu posso acreditar que ainda dá pra gente viver numa boa

A conclusão do compositor coincide com a minha. Ele observa: “olhando Belém, enquanto uma canoa desce um rio e o curumim assiste da canoa um Boeing riscando o vazio, eu posso acreditar que ainda dá pra gente viver numa boa; os rios da minha aldeia são maiores do que os de Fernando Pessoa”.

Certamente, é possível viver bem, viver numa boa. Os nossos rios são os mais majestosos do mundo. E eles são muitos, uma miríade. São eles os principais responsáveis pela renovação da vida na Amazônia a cada ciclo. Vida no sentido amplo da palavra: vida da ictiofauna, vida botânica, vida vinda da agricultura, vida vinda da fé de cada homem, de cada mulher.

Uma nova vida é possível. Basta que tenhamos a capacidade e os investimentos necessários para o desenvolvimento de projetos endógenos, que levem em consideração as singularidades e especificidades biossocioculturais deste mosaico de “terras, florestas e águas”, para citar novamente o sociólogo Antônio Carlos Witkoski. 

Conclusão

O Brasil pode não conhecer a Amazônia, mas nós que a conhecemos bem seremos os defensores dela. Nós, amazônidas, que vivemos nesta região, temos a missão de protegê-la de todas as formas possíveis.

Nós que navegamos em seus rios, que exploramos suas florestas e nos banhamos em suas cachoeiras e igarapés. Nós que cultivamos suas várzeas, que pescamos seus peixes, que apreciamos seus sabores, que celebramos as suas festas folclóricas e suas cores, seremos os fervorosos defensores de sua preservação e da busca incansável pelo seu desenvolvimento sustentável.

*Sociólogo

Amazônia

Nilson Chaves



Sim, eu tenho a cara do saci, o sabor do tucumã

Tenho as asas do curió, e namoro cunhatã

Tenho o cheiro do patchouli e o gosto do taperebá

Eu sou açaí e cobra grande


O curupira sim, saiu de mim, saiu de mim, saiu de mim


Sei cantar o tár do carimbó, do siriá e do lundú

O caboclo lá de Cametá e o índio do Xingu

Tenho a força do muiraquitã


Sou pipira das manhãs

Sou o boto, igarapé

Sou rio Negro e Tocantins


Samaúma da floresta, peixe-boi e jabuti

Mururé filho da selva

A boiúna está em mim


Sou curumim, sou Guajará ou Valdemar, o Marajó, cunhã

A pororoca sim, nasceu em mim, nasceu em mim, nasceu em mim


Sim

Eu tenho a cara do Pará, o calor do tarubá

Um uirapuru que sonha

Sou muito mais

Eu sou, Amazônia!



Já aprendi voar dentro de você
Ancorar no espaço ao sentir cansaço
Ossos da jornada

Já aprendi viver como vive nu
Um cacique arara cultivando aurora
Luz de sua tiara

Eu amo você terra minha amada
Minha oca meu iglu, minha casa
Eu amo você pérola azulada conta
No colar de deus, pendurada
A benção minha mãe

Já aprendi nadar em seu mar azul
Adorar água, homem peixe, água
Fonte iluminada

Já aprendi a ser parte de você
Respeitar a vida em sua barriga
Quantos mais vão aprender

Eu amo você...

Terra, terra por mais distante o errante
Navegante quem jamais te esqueceria




Ar quente vai subir
Ar frio vai descer
Vapor que vem do mar
Geleiras vão derreter

O vento vai soprar
Tudo pode acontecer
As nuvens vão se condensar
E, depois, vão dissolver

Porque quando o sol aquece a Terra
Muita água se libera
E a gravidade da atmosfera
Faz pressão que nem panela

Quando vai chover bem muito
Você vem para o meu mundo
E eu te conto como acontece a chuva
E eu te conto como acontece a chuva

Chuva molha, molha, cai
Chuva chove, chove, sai
Chuva molha, molha, vem
Chuva, chuva

Chuva molha, molha, cai
Chuva chove, chove, sai
Chuva molha, molha, vem
Chuva, chuva

O ciclo d’agua é uma dança eterna!

Oh, lua lua luar
Me leva contigo pra passear


EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL

QUERIDA AMAZONIA

DO SANTO PADRE
FRANCISCO

AO POVO DE DEUS E A TODAS AS PESSOAS DE BOA VONTADE


1A Amazónia querida apresenta-se aos olhos do mundo com todo o seu esplendor, o seu drama e o seu mistério. Deus concedeu-nos a graça de a termos presente de modo especial no Sínodo que se realizou em Roma de 6 a 27 de outubro de 2019, concluindo com o Documento Amazónia: Novos Caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral.

O sentido desta Exortação

2. Ouvi as intervenções ao longo do Sínodo e li, com interesse, as contribuições dos Círculos Menores. Com esta Exortação, quero expressar as ressonâncias que provocou em mim este percurso de diálogo e discernimento. Aqui, não vou desenvolver todas as questões amplamente tratadas no Documento conclusivo; não pretendo substitui-lo nem repeti-lo. Desejo apenas oferecer um breve quadro de reflexão que encarne na realidade amazónica uma síntese de algumas grandes preocupações já manifestadas por mim em documentos anteriores, que ajude e oriente para uma receção harmoniosa, criativa e frutuosa de todo o caminho sinodal.

3. Ao mesmo tempo, quero apresentar de maneira oficial o citado Documento, que nos oferece as conclusões do Sínodo e no qual colaboraram muitas pessoas que conhecem melhor do que eu e do que a Cúria Romana a problemática da Amazónia, porque vivem lá, por ela sofrem e a amam apaixonadamente. Nesta Exortação, preferi não citar o Documento, convidando a lê-lo integralmente.

4. Deus queira que toda a Igreja se deixe enriquecer e interpelar por este trabalho, que os pastores, os consagrados, as consagradas e os fiéis-leigos da Amazónia se empenhem na sua aplicação e que, de alguma forma, possa inspirar todas as pessoas de boa vontade.

Sonhos para a Amazónia

5. A Amazónia é um todo plurinacional interligado, um grande bioma partilhado por nove países: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Perú, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa. Todavia dirijo esta Exortação ao mundo inteiro. Faço-o, por um lado, para ajudar a despertar a estima e solicitude por esta terra, que também é «nossa», convidando-o a admirá-la e reconhecê-la como um mistério sagrado; e, por outro, porque a atenção da Igreja às problemáticas deste território obriga-nos a retomar brevemente algumas questões que não devemos esquecer e que podem servir de inspiração para outras regiões da terra enfrentarem os seus próprios desafios.


Sou do Norte (Videoclipe Oficial) - Zaynara 
Composição: Dj Bispo Junior. 



Onde eu me criei
Sou do Norte
Viva o povo Tupinambá
Minha pele é minha roupa
Me criei na mata solta
Quero que você veja quem eu sou
Meu gosto vai além da boca
Meus caminhos são os rios
Vem do som, vem do Sol
Meu sorriso
Sou castanheira
E os meus pés são raízes

Onde eu me criei
Foi no Norte
No meu sangue tem tacacá
Onde eu me criei
Sou do Norte
Viva o povo Tupinambá
Açaí, tucupi, mapará
Eu sou daqui do Pará
Iobaô iobaiô iobá
Viva o povo Tupinambá

Banda Calypso - Canto De Carimbó (DVD Na Amazônia - Ao Vivo / 2004)



Canto de Carimbó
Banda Calypso

Em Marapanim
Quando a Lua se levanta
Traz junto com ela
O suor da multidão

E na amplidão
Ressoa forte o pé
Que, levantando o pó do chão
Põe no meu coração o carimbó

E eu tão só, morena
E eu tão só
Tomara que tu me venhas
Num canto de carimbó

E eu tão só, morena
E eu tão só
Tomara que tu me venhas
Num canto de carimbó

Vi tua anágua voando pelo céu
Rasguei, morena, meu sonho de papel
Seremos como linha e carretel
Giramos como gira o carrossel

E eu tão só, morena
E eu tão só
Tomara que tu me venhas
Num canto de carimbó

E eu tão só, morena
E eu tão só
Tomara que tu me venhas
Num canto de carimbó


Gaby Amarantos | Mejor Álbum de Música de Raíces en Lengua Portuguesa



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