segunda-feira, 27 de outubro de 2025

A ideologia da vergonha. Sobre o clero católico no Brasil 2025

 


"A Ideologia da Vergonha e o clero do Brasil" é um livro do autor William Cesar Castilho Pereira que investiga como a formação de seminaristas no Brasil pode ser moldada por um processo de ocultamento das origens socioeconômicas, levando a uma tensão entre espiritualidade e poder. Essa "ideologia da vergonha" estaria ligada a uma negação de si mesmo, que pode se manifestar no que o autor chama de "consumo do sagrado" (culto à imagem, apego a símbolos de poder) e em dinâmicas de culpa e submissão. 
Formação clerical: A obra analisa como os seminários podem, em alguns casos, criar uma formação que leva ao distanciamento das origens populares dos seminaristas.
"Consumo do sagrado": O autor sugere que a negação das origens pode levar ao fascínio por padres influenciadores e ao apego excessivo a símbolos externos de poder, como uma versão narcisista da "caverna de Platão".
Mecanismos de poder e culpa: O livro busca expor as estruturas de poder e culpa que, na visão do autor, confinam a fé a uma experiência de medo e submissão, em vez de uma experiência de acolhimento.
Objetivo da obra: O livro visa provocar reflexão sobre a formação e a autenticidade dentro da Igreja Católica, incentivando um diálogo mais aberto sobre os desafios internos.
Recepção: A obra é considerada provocativa e necessária para religiosos e leigos e foi discutida em debates com a participação de figuras como o cardeal Dom Leonardo Ulrich Steiner e o psicanalista Jurandir Freire Costa. 

Eliseu Wisniewski 

 A presença de um novo perfil de clero brasileiro revela uma tendência clericalista visível a olho nu que ganha seu lugar cada vez mais comum e, por conseguinte, mais legítimo nas mídias católicas e nas comunidades eclesiais. Não deixa de ser desconcertante o perfil predominante dos ministros ordenados, em especial do presbítero, nas últimas décadas, em perspectiva oposta a uma Igreja sinodal. Grande parte dos denominados "padres novos" normalmente: tomam distância do Vaticano II e do magistério do Papa Francisco; gostam de se autodenominar "sacerdotes" e de exercer seu ministério em torno ao culto e à administração dos sacramentos; devotam especial esmero ao uso de paramentos e outros utensílios da liturgia pré-conciliar; dizem-se zelosos da doutrina e defensores da tradição; vestem-se com trajes clericais, demarcando o espaço "sagrado" em relação ao dito ambiente "mundano"; não hesitam em demonstrar sua superioridade e sua distância em relação aos leigos e leigas (estes considerados de segunda categoria); são pouco sensíveis às questões sociais, preferindo o centro às periferias; estão atrelados a uma Igreja autorreferencial e pouco missionária; fazem pontes com ideologias conservadoras.

 O novo rosto do clero: perfil dos “padres novos” no Brasil


"Diante da complexidade do perfil dos “padres novos” na Igreja do Brasil - esta obra é um convite para pensar o ministério presbiteral e seu exercício na Igreja e no mundo de hoje", escreve Eliseu Wisniewski, presbítero da Congregação da Missão (padres vicentinos) Província do Sul e mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), ao comentar o livro O novo rosto do clero: perfil dos padres novos no Brasil (Vozes, 2021, 304 p.), de autoria de Dr. Agenor Brighenti  e coautoria de Alzirinha Rocha de SouzaAndrea Damacena MartinsAntônio José de AlmeidaAntônio ManzattoBrenda CarranzaFernando Altemeyer JuniorJoão Décio Passos e Manoel José de Godoy.

Leia reportagem completa AQUI 

Três temas que precisam serem  intensificados na formação dos seminaristas e na formação continuada do clero. 

1 - A questão da relação com o dinheiro, a audiência pública com os dizimistas para discutir as prioridades como uma espécie de orçamento participativo , o controle social por parte dos conselhos internos e a transparência interna e mesmo pública, quando for o caso. 

2- A dimensão da sexualidade em uma perspectiva inclusiva, coerente com os valores cristãos, mas considerando os avanços no campo da ciência e da cultura. Mesmo com alguns anacronismos da legislação intraeclesial , como o catecismo e o código do direito canônico, acredito que dê para avançar. Pode render  um bom debate para uma série de lives do canal Não é Heresia, por exemplo. A editora Vozes, por exemplo, nos surpreende com a publicação de um livro da psicóloga e comunicadora Laura Muller, especializada na discussão do tema sexualidade sob uma ótica mais contextualizada na realidade do tempo presente, com suas alegrias e percalços neste campo.

3- A questão da cultura também precisa ser abordada sob uma ótica inclusiva, decolonial e considerando o conceito da alteridade, que também é valor. A importância  da inculturacao, bastante evidente nos documentos de  São Domingos e Aparecida, precisa ser retomada com o vigor que teve antes da pentecostalização da igreja católica, desde os anos 1990. A  Tv Aparecida pode ajudar nessa formação, como já vem fazendo , assim como os canais progressistas católicos, além do Não é Heresia, já citado, o Causas da Vida, o qual já fez bons programas sobre o tema Cultura.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Crime de lesa cultura: atentado contra a pintura mural da Igreja Matriz de Porto da Folha.


Gilberto Gil processa padre que debochou de orixás após morte de Preta Gil
Oito membros da família ajuizaram uma ação com pedido de indenização de R$ 370 mil devido ao discurso proferido pelo sacerdote. Leia mais  AQUI 

 Também é importante citar o vigoroso trabalho do professor Romero Venâncio (UFS) nas redes digitais abordando de forma brilhante temas como Cultura e a Guerra Cultural da extrema direita católica, também não menos   vigoroso e brilhante, o trabalho do canal Paz e Bem. Todavia, o cerne ou âmago da questão trazida aqui é a formação nos seminários e de forma contínua do clero. Tudo que está escrito acima foi motivado , não somente, mas fortemente pela briga transmitida ao vivo do padre de uma pequena cidade do interior de Minas com um radialista de nome Jesus. Ou, quando alguma ou algumas coisas estão fora de ordem, aqui lembrando Caetano Veloso.

Zezito de Oliveira

PADRE INVADE RÁDIO E AGR1D4 JESUS, O RADIALISTA, DURANTE PROGRAMA AO VIVO EM MINAS GERAIS | PLANTÃO

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