segunda-feira, 27 de outubro de 2025

VLADO VIVE PORQUE NÃO SE MATA UM PAÍS!

 

Por Jacques Gruman. 

Dizem que em algum lugar, parece que lá no Brasil, existe um homem feliz. Assim escreveu o poeta russo Maiakóvski. Pois hoje, posso dizer que sou este homem. Acabo de ler a reportagem do ato em homenagem ao jornalista e militante do PCB, Vladimir Herzog, morto sob tortura há 50 anos, nas dependências do DOI-CODI em São Paulo.

O ato aconteceu ontem, 25/10, na mesma catedral da Sé que, há meio século, enfrentou a ditadura para contestar a versão fabricada pelos torturadores, de que Vlado havia se suicidado. Naquela ocasião, conduziram os trabalhos o arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Soberl, e o pastor presbiteriano Jaime Wright.

Ontem, para uma catedral lotada e muito comovida, o trio original foi representado pelo atual arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, o rabino da Congregação Israelita Beth-El, Uri Lam, e pela pastora Anita Wright, filha de Jaime Wright.

Acompanhando o Coro Martin Luther King, o público cantou o Bêbado e o Equilibrista, hino informal da anistia aos perseguidos pela ditadura. 

Sim, o ato de ontem na Catedral da Sé me fez feliz. E mais esperançoso neste Brasil tão desigual, tão machucado pela herança sombria dos golpistas de 64, tão enlutado pelos que morrem pela injustiça da fome, do preconceito e do abandono. Por 24 horas serei maiakovskiano, sem dar bola para os filhos de uma que ronca e fuça saudosos da tirania verde-oliva e seus cúmplices.

Ato Inter-religioso “50 Anos por Vlado” na Catedral da Sé – São Paulo




Instituto Vladimir Herzog recria cerimônia histórica em memória do jornalista



Catedral da Sé canta O Bêbado e o Equilibrista em homenagem a Vladimir Herzog





O assassinato de Vladimir Herzog, 50 anos depois | O ASSUNTO



"A ordem de execução do Vlado veio de Brasília, dos irmãos Geisel", afirma Adriano Diogo














Nenhum comentário: