O filme 1817 – A Revolução Esquecida, da cineasta Tizuka 
Yamasaki, foi lançado no Recife neste domingo, 3, com a presença do 
ministro da Educação, Mendonça Filho. A estreia aconteceu com sucesso no
 tradicional Cine São Luiz, que lotou para assistir a primeira exibição 
da obra. Este docudrama abre a série História da TV Escola e foi 
produzido em comemoração ao bicentenário da Revolução Pernambucana, 
tendo como base a obra literária A Noiva da Revolução, de Paulo Santos de Oliveira. A maioria das cenas foi gravada no estado palco desse movimento emancipacionista.
“Pernambuco tem uma tradição enorme no cinema brasileiro e com este 
filme a gente resgata um momento histórico dos mais ricos. Pouco 
difundido nacionalmente, mas extremamente relevante em termos de 
afirmação dos valores consagrados na democracia como a liberdade, a 
pluralidade, a liberdade de expressão e a representatividade popular”, 
disse o ministro.
Ainda de acordo com Mendonça Filho, “1817 – A Revolução Esquecida”
 “é um elo entre cultura, história e educação”, algo que pode ser 
percebido ao fim da exibição, quando os integrantes do Maracatu Leão 
Coroado, que participa do filme, se apresentou envolvendo o público em 
um batuque típico de Pernambuco. O grupo é um dos maracatus mais antigos
 em atividade no Brasil. Ele é considerado patrimônio Vivo de Pernambuco
 desde 2005.
Diferentemente de outros relatos, 1817 – A Revolução Esquecida,
 de Tizuka Yamasaki, traz a história sob um prisma feminino. Para isso 
ela leva o público a viver aquele momento sob o olhar da jovem 
pernambucana Maria Teodora da Costa, que, de acordo com a literatura, 
viveu um caso de amor impossível com o líder revolucionário Domingos 
José Martins. São os personagens principais, interpretados pelos atores 
Klara Castanho e Bruno Ferrari. 
“Toda a equipe envolvida neste projeto fez de tudo para ter um filme à
 altura desta história grandiosa”, comentou a cineasta ao discursar 
antes da estreia. Tizuka falou ainda que “uma história de amor dentro de
 uma revolução é tudo o que um cineasta quer para fazer um bom filme” e 
destacou que a exibição deste filme na TV Escola é positiva para levar 
ao conhecimento dos estudantes brasileiros aquele momento. “Eu me sinto 
muito gratificada de poder colaborar com isso, fazer um audiovisual que 
vai estar na TV escola e vai servir para milhares de estudantes e 
professores. É genial.”
O filme tem duração de 50 minutos e foi aprovado pelo banco de 
projetos da TV Escola, sendo produzido mediante termo de cooperação 
entre a produtora Rio de Cinema Produções Culturais, a TV Escola e o 
Ministério da Educação. O filme estreia em 15 de dezembro, às 21h, na TV
 Escola.
De acordo com o diretor geral da TV Escola, Fernando Veloso, o filme 
de Tizuka é importante porque apresenta a Revolução Pernambucana a 
muitos brasileiros. "A revolução separatista pernambucana de 1817 é um 
fato histórico de grande relevância e que, ainda hoje, é desconhecido 
por boa parte da população brasileira, em especial os mais jovens. A TV 
Escola tem a honra de ser o veículo de divulgação de uma obra que tem a 
assinatura de Tizuka Yamasaki, mas tem principalmente as digitais da 
história de Pernambuco e do Brasil", disse. Durante a estreia, resumiu: 
“não foi uma missão, foi um presente a convivência com esta equipe”.
A Revolução Pernambucana, ou Revolução dos Padres, eclodiu em 6 de 
março de 1817 e foi o único movimento separatista do período colonial 
que se concretizou, tendo ultrapassado a fase conspiratória. Entre os 
motivos estão as enormes quantias que o governo de Pernambuco era 
obrigado a enviar para o Rio de Janeiro para custear os gastos da Corte 
portuguesa.
Produção – 1817 – A Revolução Esquecida mescla a 
dramaturgia com outros materiais captados de forma documental e 
entrevistas de historiadores. Dos integrantes do elenco e equipe, 80% 
são pernambucanos. Além do Grupo de Maracatu Leão Coroado é possível 
citar a Cavalaria e Banda Militar da PM de Pernambuco entre as 
participações especiais.
Já na escolha das locações, o cineasta pernambucano Claudio Assis foi
 de fundamental importância. Ocorreram gravações no Forte do Brun, Forte
 5 Pontas, Porto do Recife, Marco Zero, Palácio das Princesas e Terreiro
 Pai Adão, entre outros locais. Armas reais da época foram emprestadas 
por colecionadores, inclusive a mesma espada com a qual o Leão Coroado, 
personagem de Paulo Vieira, matou o brigadeiro português. Para 
reproduzir os tiros de canhão, por outro lado, a escolha foi por um 
fogueteiro local das festas juninas.
Tizuka Yamazaki é gaúcha, nascida em Porto Alegre, e trabalha como 
diretora e produtora de cinema desde 1977. Além do audiovisual, 
destacou-se como diretora de novelas, minisséries para TV e óperas. 
Desde 1988, ministra cursos livres para atores e realizadores, além de 
palestras no Brasil e no exterior.
Assessoria de Comunicação Social
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário