RESUMO
O presente
artigo relata como foi implementado o cineclube na Escola Júlia
Teles, localizada no Conjunto Jardim, município de Nossa Senhora do Socorro,
por meio de parceria com o Ponto de Cultura Juventude e Cidadania, o qual
teve como objetivo proporcionar diálogo entre os jovens ligados às oficinas dos
ponto de cultura e os de outras realidade semelhantes, moradores de
outros territórios, por meio do suporte fílmico. Apresentar o trabalho
realizado pelo Cineclube Realidade é colaborar para inspirar novas iniciativas
com propósitos semelhantes ou ampliá-las, bem como apontar possibilidades para
a experiência democrática e inclusiva do audiovisual; e aqui, no caso
específico do cineclube, permitir aos seus participantes uma saída dos
limites condicionantes do território e das condições econômicas e
socioculturais por meio do audiovisual.
Palavras-chave: juventudes; cineclube;
ação cultural; periferia; hip-hop.
1 INTRODUÇÃO
"Milhares de casas
amontoadas
Periferia é periferia.
"Vacilou, ficou pequeno. Pode acreditar
Periferia é periferia.
"Em qualquer lugar. Gente pobre
Periferia é periferia.
"Vários botecos abertos. Várias escolas vazias.
Periferia é periferia.
"E a maioria por aqui se parece comigo
Periferia é periferia.
"Mães chorando. Irmãos se matando. Até quando?
Periferia é periferia.
"Em qualquer lugar. É gente pobre.
Periferia é periferia.
"Aqui, meu irmão, é cada um por si
Periferia é periferia.
"Molecada sem futuro eu já consigo ver
Periferia é periferia.
"Aliados, drogados, então...
Periferia é periferia.”
Periferia é periferia.
"Vacilou, ficou pequeno. Pode acreditar
Periferia é periferia.
"Em qualquer lugar. Gente pobre
Periferia é periferia.
"Vários botecos abertos. Várias escolas vazias.
Periferia é periferia.
"E a maioria por aqui se parece comigo
Periferia é periferia.
"Mães chorando. Irmãos se matando. Até quando?
Periferia é periferia.
"Em qualquer lugar. É gente pobre.
Periferia é periferia.
"Aqui, meu irmão, é cada um por si
Periferia é periferia.
"Molecada sem futuro eu já consigo ver
Periferia é periferia.
"Aliados, drogados, então...
Periferia é periferia.”
Periferia é Periferia (Em Qualquer Lugar),
Racionais MC's[2]
O Cineclube Realidade teve início em agosto de
2015 na Escola Estadual Júlia Teles, tendo as suas atividades encerradas em outubro
de 2017. Estreou com o filme Uma onda no ar (2008) e encerrou com o
filme Quando sinto que já sei (2014).
O início da atividade se deu a partir da oficina-rap
Identidade Cultural, fruto de proposta realizada por ex-alunos da escola que
formaram os grupos de rap Filosofia de Loucos e Resistentes da Favela. Com essa
proposta foi apresentada a Ação Cultural/Ponto de Cultura Juventude e
Cidadania, que àquela altura integrava a rede estadual e nacional do programa
Cultura Viva[3],
realizando oficinas culturais (audiovisual e dança moderna), com apoio
financeiro do Ministério da Cultura e supervisão da Secretaria de Estado da
Cultura.
Sobre o hip-hop, Moura (2015, p. 41) afirma:
O hip hop é um movimento juvenil urbano, artístico-cultural e
sociopolítico que reúne quatro elementos artísticos e um quinto elemento
político denominado conhecimento e sabedoria, que perpassa os demais.
A proposta trazida para ser discutida com o
Ponto de Cultura inicialmente não considerava o cineclube, porém, como este
oferece uma importante contribuição para o desenvolvimento do quinto elemento,
conhecimento e sabedoria, foi proposto e
aceito pelos criadores da oficina de rap Identidade Cultural. Sobre a importância
de um cineclube, de acordo com a descrição contida no blog da Cecisp – Associação Centro Cineclubista de São Paulo[4]:
Um cineclube se organiza antes de tudo pela vontade do convívio comunitário, pelo desejo de reunir os
amigos, de participar de alguma atividade diferente da existente, de exercer a
cidadania. Cineclube é antes de tudo uma atitude cidadã!
Nesse
sentido, trabalhar a questão do conhecimento por meio do cineclube significou o
oferecimento de subsídios e condições para que adolescentes e jovens pudessem acessar
outras fontes de informação e de referências no campo dos valores humanos,
sociais, políticos e culturais, considerando a qualidade duvidosa e pouco
diversa da “ração diária” de informação e cultura fornecida pelo sistema – meios
de comunicação, igrejas, escolas e outros meios de socialização e educação nos
quais se inserem as juventudes das periferias.
Em termos de números de
participação, na sessão de estreia, em agosto de 2015, a quantidade em horário de pico chegou perto da meta pretendida
de 20 pessoas, considerando que alguns participantes chegaram mais tarde e outros
saíram mais cedo. Em geral, a meta esperada sempre foi essa, porém, poucas
vezes chegamos a esse número. A média de participação ficou em 10 pessoas. Já a
sessão que obteve maior número de participantes abarcou cinquenta pessoas, durante
a exibição do filme Jardim documentário
(2016), evento realizado por uma moradora da comunidade como trabalho de
conclusão do curso de Audiovisual da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Outra
sessão com grande expressividade de participantes reuniu 30 pessoas para
assistir ao filme Quando sinto que já sei (2014).
2 METODOLOGIA
Em
termos de princípios filosóficos-metodológicos, a proposta do Cineclube
Realidade está embasada na teoria freiriana. A começar pelo nome realidade,
o qual serviu como tema gerador ou norteador para a escolha dos filmes. As
obras foram escolhidas com base nessa palavra e nas preocupações recorrentes em
nossos diálogos iniciais com os integrantes do grupo de rap.
De
acordo com Passos (2008, p. 388), o tema gerador para Paulo Freire
[…] busca no grupo de cultura resgatar o sentido de unidade e síntese
entre conhecimento e vida que antes fora amordaçada e estilhaçada pela cultura
do capital, procurando no universo de palavras da comunidade temas geradores,
isto é, “lugares” repletos de sentidos de experiências nucleares para a
existência que imantam sentido cotidiano às vivências.
A curadoria também foi
realizada de forma dialógica, acatando sugestões de filmes, assim como
submetendo títulos à escolha dos participantes, além de títulos escolhidos pelo
curador, sempre baseados no tema gerador – juventudes residentes nas
periferias, inseridas em situações de vulnerabilidade econômica, social e
cultural –, mas exercitando seu protagonismo crítico e criativo na superação
dessa realidade.
Da mesma maneira, o
debate final sempre foi organizado como um círculo de cultura, de modo que fosse
conduzido com perguntas problematizadoras, de forma mais aberta, sem formulação
prévia, relacionadas ao(s) filmes(s) em diálogo com a realidade local, tanto a
individual quanto a coletiva.
Para Brandão (2008), a
proposta do círculo de cultura apresentada por Paulo Freire é
algo que bebe em uma tradição educativa presente em iniciativas práticas
grupais de uso comunitário ou pedagógico, diferente do modelo tradicional, definido como “educação bancária”. No caso do círculo
de cultura, as pessoas são dispostas de modo que ninguém ocupe um lugar de
destaque.
No circulo de cultura o diálogo deixa de ser uma simples metodologia ou
uma técnica de ação grupal e passa a ser a própria diretriz de uma ação
didática centrada no suposto de que aprender é aprender a “dizer a sua palavra”
Brandão (2008, p.69)
A
seleção dos filmes foi realizada com base na temática de abordagem da realidade
das periferias e as sessões foram programadas mensalmente, sem a necessidade de
os filmes estarem ligados ao universo
estrito da cultura hip-hop, mas desde que trouxessem o universo dos territórios onde residem a maioria dos que
se identificam com o movimento hip-hop, filmes que contribuíssem com olhares
críticos, comprometidos e afetuosos ligados ao cotidiano, às necessidades, às
realizações, à potência e aos anseios comuns dos participantes.
Na
sessão do Cineclube Realidade que exibiu o filme Maré – Nossa História de
Amor
(2008), por exemplo, um dos presentes disse que o nome do filme até poderia ser
mudado para Conjunto Jardim – Nossa História de Amor; segundo
ele, a realidade diária do Conjunto Jardim estava bem presente naquela
história.
As
escolhas dos filmes buscaram recair sobre aqueles que pudessem colaborar para
informar e divertir ao mesmo tempo. O que significou evitar filmes
muito intelectualizados, herméticos ou cult. O que dificilmente
aconteceria, porque, como já citado, a curadoria contava com a participação dos
próprios participantes da oficina de rap e/ou do cineclube.
A esse respeito, Maíra
Ramos, jovem secretária do Ponto de Cultura e assistente da oficina de
audiovisual, afirmou em artigo publicado no Informativo da Ação Cultural (2016):
Os filmes apresentados
tem como contexto, a realidade que os jovens de periferia enfrentam no dia
a dia, incluindo a dança, o rap, as rádios comunitárias, e teatro, entre outros
elementos que podem mudar a vida desses jovens. O Cine-Realidade não vem apenas
para mostrar uma coisa óbvia,
ele vem pra gerar um dialogo entre os jovens sobre o valor de um trabalho
educativo e cultural dentro dessas periferias.
3 RELAÇÃO E
CLASSIFICAÇÃO TEMÁTICA DOS FILMES EXIBIDOS
Abaixo, uma lista dos filmes
exibidos no Cine Realidade, além de uma classificação por temas principais
abordados. Vale lembrar que, na maioria das vezes, os filmes podem ser
agrupados em duas ou mais classificações. E, às vezes, uma segunda temática
pode ser escolhida como principal. Todavia, a classificação do filme dentro de
uma temática não invalida incluí-lo em outras.
Imagem 1 - Sessão inaugural do Cine Realidade, exibição da obra Uma onda no ar
(2008).
Foto: Maíra Ramos
No total, foram 18 sessões e 25
filmes, sendo 9 curtas-metragens e dois episódios da série global Cidade dos
Homens (2002).
Tabela 1 -
Classificação dos filmes por temas
Tema
|
Quantidade
|
Comunicação de base
comunitária
|
1
filme
|
Iniciativas culturais
de base comunitária
|
7
filmes
|
Conjunto Jardim
|
5
curtas-metragens
|
Temática musical principal (rap e
rock)
|
2 filmes
|
Escolas inovadoras,
rebeldes, críticas
|
4 filmes
|
Situações
de vulnerabilidade e conflitos sociais envolvendo adolescentes e jovens
(prisão, prostituição, meninos de rua, sequestro de ônibus/assassinato etc.)
|
6 filmes
|
Temática
histórica de fundo, mas com interpretação livre e dialogando com o presente
|
1 filme
|
Filmes exibidos no ano
de 2015
Uma
onda no ar, 2008 (Helvécio Ratton)
Na Quebrada, 2014 (Fernando Grostein Andrade)
Flores do Jardim, 2014, curta-metragem (produção coletiva)
Entre a luz e a sombra, 2009 (Luciana Burlamaqui)
Maré – nossa história de amor, 2008
(Lúcia Murat)
Sessão especial somente com curtas - O Muro é o Meio, 2014 (Eudaldo
Júnior); A eterna maldição do cacique Serigy, 2009 (Alessandro Santana,
Bruno Monteiro e Mauro Luciano); Ponto de Cultura - RECAP, 2012 (produção
coletiva); Incultura, 2015 (Juan
Carlos
Gutiérrez e Didier Molina).
Sabotage – Nós 2013 (Guilherme Xavier Ribeiro)
Filmes
exibidos no ano de 2016
Sonhos Roubados, 2011 (Sandra Werneck)
Capitães de Areia,
2011 (Cecília Amado)
Cidade dos Homens,
2002 – série apresentada pela Rede Globo de Televisão no período compreendido
entre 2002 e 2005, episódios A Coroa do Imperador (Cesar Charlone) e O
Cunhado do Cara (Kátia Lund e Paulo Lins).
Somos tão jovens,
2013 (Antônio Carlos da Fontoura)
Cidade Cinza, 2013 (Marcelo Mesquita e Guilherme Valiengo)
Escritores da Liberdade, 2007 (Richard LaGravenese)
Alma da Gente,
2013 (Helena Solberg e David Meye)
Vocacional – uma aventura humana, 2011 (Toni Venturi)
Ônibus 174, 2002
(José Padilha)
Jardim documentário,
2016 (Fernanda Almeida)
Filmes
exibidos no ano de 2017
A mostra temática "O audiovisual como
janela para olhar a escola que queremos” foi criada para auxiliar na ampliação
do olhar de alunos, professores e gestores acerca da necessidade de mudar a
maneira de pensar e organizar a escola. Os dois filmes longa-metragem
escolhidos para o evento, Quanto sinto que já sei (2014) e Nunca me sonharam
(2017) são distribuídos pela plataforma Video Camp[5].
Boca Loca, O sanfoneiro do Jardim, 2017 (produção coletiva)
Nunca me sonharam,
2017 (Cacau Rhoden)
Ocupação Portela!
E se todas as escolas fossem ponto de cultura?, 2017, em primeira exibição
pública (produção coletiva) –
Videoclipe Voa Passarinho, Mc. César Levine’s, 2017
–
O filme
de maior plateia: Jardim documentário
O filme Jardim Documentário (2016), dentre as obras
exibidas, obteve maior audiência, a razão principal é o fato de ter sido
produzido por Fernanda Almeida, moradora da comunidade e por ter como tema como
é viver no Conjunto Jardim. Para obter o produto final, Fernanda Almeida
entrevistou alguns moradores, com ênfase para os mais antigos e com vínculos
fortes com a comunidade, para contar como é viver em um dos bairros da Região Metropolitana
de Aracaju mais estigmatizados pela violência
e pelo preconceito, mesmo que, como todos os bairros nessa situação, sejam
locais de muita criação e recriação de sujeitos e práticas de solidariedade e
de identidade(s) cultural(is).
Escreveu
Fernanda Almeida, na página do
filme no facebook, no post de divulgação da estreia do filme no próprio bairro,
em 15 de Outubro de 2016, após a primeira
exibição na UFS:
Eu sempre almejei o melhor para comunidade, tenho as
melhores recordações, mas também tenho indagações que me ocorreram ao longo dos
anos. O preconceito de ser morador foi uma das primeiras impressões que senti,
a violência no Conjunto é intermitente, alguns já vivenciaram e outros não, e por conta disso foi atribuído ao filme a
fala direta dos moradores, para os que não moram aqui e que ficarão sabendo
através do discurso deles, o que de fato acontece.
Já no texto após a exibição, Fernanda Almeida assim se expressa:
Boa tarde Conjunto
Jardim, estamos imensamente felizes com exibição do filme Jardim ontem. A
recepção do filme foi calorosa e emocionante. O cineclube Realidade estava
repleto de olhares atentos a cada cena do filme; em alguns momentos risos
quando alguém era reconhecido na tela, em outros emoções instantâneas ao verem
os depoimentos dos moradores.
Ao final do filme
tivemos uma roda de conversa e ao ouvir todos os comentários só aumentou a
certeza que o projeto do filme só engrandece a história do conjunto.
Foi gratificante
ter essa tão esperada exibição na comunidade e por todo o apoio que tivemos.
4 CONCLUSÕES PRELIMINARES
Assim como fazíamos na roda de
conversa após a exibição dos filmes no Cine Realidade, a palavra será aberta
para Willians Oliveira poder ser expressar. Jovem rapper, residente no Conjunto
Jardim no período em que existiu o Cine Realidade (2015-2017), foi um dos mais
assíduos e entusiastas da proposta. Atualmente, reside na cidade de Santos
(SP).
Minha melhor recordação
é lembrar o brilho no olhar de cada um que fez parte do Cine Realidade, e da alegria
por ter participado de um projeto simples mas de grande valor, de muita
dedicação e comprometimento. Dos filmes que trago melhor recordação destaco,
entre outros, Maré, Entre a Luz e a Sombra e Jardim. A temática dos filmes que assisti no Cine
Realidade abrangem assuntos bastantes parecidos, todos voltados ao que é
considerando como classe C, filmes que mostram a realidade das favelas no Brasil,
em que o convívio é difícil, mas que dá para vencer em meio a tudo isso. Dos
filmes, o que mais chamou minha atenção foi o "Maré", o qual conta a
história de uma menina que é filha de um dos chefes do tráfico de drogas, e a
briga do pai pelo poder de controle do tráfico na favela da Maré. Separados pelo apartheid entre as facções
rivais, mas amenizado por um grupo de dança na comunidade, o qual serve como
uma espécie de refúgio para os jovens se encontrarem. E isso é muito legal, com
cada um explorando a sua própria vida de modo tão inspirador. O que eu mais gostava no Cine Realidade eram
as perguntas no final de cada filme apresentado, isso passa uma confiança e uma
referência muito legal, perguntas e respostas, saber o que realmente seu amigo
do lado pensou do filme, isso é sem igual. O maior aprendizado que trago comigo
é saber respeitar a opinião de cada um, todos temos pontos de vistas diferentes
e devemos nos por no lugar de cada um. Isso eu vou carregar sempre comigo. Do
que eu gostaria que melhorasse, gostaria primeiramente que fosse um ambiente
mais amplo e com uma visualização bem maior em termos de localização, para que
assim pudesse chamar mais a atenção e trazer mais pessoas para conhecerem o
nosso projeto.
Então é isso. Que todos
que lerem meu depoimento tome a iniciativa de participar, porque com certeza
não irão se arrepender.
Temos aqui palavras cheias de
compromisso, entusiasmo e de esperança, confirmando todo o percurso
argumentativo realizado neste artigo. Palavras e atitudes necessárias nestes tempos
de ataques aos avanços conquistados recentemente em nosso país, ataques ao
campo da educação, da cultura e aos direitos políticos, sociais e culturais em
geral. Destaca-se na fala de Willians Oliveira o conceito de alteridade, expresso
no momento da fala, imprescindível para superarmos as dificuldades de
convivência e respeito pela diferença, pela diversidade, muito em alta no
Brasil nesse momento de disseminação dos preconceitos e da cultura do ódio:
O maior aprendizado que
trago comigo é saber respeitar a opinião de cada um, todos temos pontos de
vistas diferentes e devemos nos colocar no lugar de cada um.
Assim é
um cineclube, escolas de aprendizagem para o diálogo cidadão, para a formação
de outros olhares, diferente do “mais do mesmo” das televisões e cinemas de
shopping, para a formação de uma cultura cinematográfica intercultural e para o
enriquecimento humano, social, político e cultural, oportunidade para a
ampliação do público frequentador dos cinemas de rua, dos cinemas
de arte, oportunidade do despertar de talentos profissionais para o campo das
carreiras ligadas à produção audiovisual, dentre outras possibilidades.
Seguindo
a linha do que propõe Renato Russo na canção Vamos fazer um filme (1993)[6], vale a pena também
pensar na hipótese de criarmos cineclubes. Assim como apoiar os já existentes
com a nossa presença frequente, assim como os cinemas de rua, o cinema
de arte. Afinal, trazendo mais versos da canção citada do Renato Russo (Legião Urbana)
para fortalecer ainda mais as razões: “[...]
O sistema é mau, mas minha turma é legal/
Viver é foda, morrer é difícil [...]”.
Viver é foda, morrer é difícil [...]”.
Os
nossos agradecimentos a todos que responderam de forma positiva aos dois
convites acima. Ao convite para fazer os filmes curtas-metragens produzidos
pela Ação Cultural/Ponto de Cultura Juventude e Cidadania; Ponto de Cultura
RECAP; Boca Louca – O sanfoneiro do Jardim; Ocupação Portela! E se todas as
escolas fossem Ponto de Cultura?; Voa Passarinho e Flores do Jardim, o filme-carta
gerado na oficina do projeto Inventar com a Diferença na Escola Júlia Teles, assim
como pela colaboração na produção e/ou como expectadores dos filmes exibidos no
Cineclube Realidade.
REFERÊNCIAS
A REALIDADE das periferias em tela de cinema. Informativo Ação Cultural,
n.10, Aracaju, 2016, p. 01.
ALMEIDA, Fernanda.
Jardim documentário. 2016. Disponível
em:
>. Acesso em: 20 maio 2019.
BRANDÃO, Carlos
Rodrigues. Círculo de Cultura. In: ZITKOSKI, Jaime José; REDIN, Euclides;
STRECK, Danilo R. (Orgs.). Dicionário
Paulo Freire. 3ª ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2008.
MOURA, Renata Paulo dos
Santos. Novos olhares, novas costuras...
O Movimento hip-hop e suas práticas
educativas na escola. 2015. Dissertação (Mestrado em Educação). Programa
de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco, Recife,
2015.
O DESCOBRIMENTO DO
BRASIL (ÁLBUM). In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2019. Disponível em:
.
Acesso em: 20 maio 2019.
O QUE é um cineclube? Cultura
Digital. Disponível em: <http://www.culturadigital.br/cineclubes/cineclube/rtigos/o-que-e-um-cineclube/>. Acesso em: 20 maio 2019.
PASSOS, Luiz Augusto.
Tema Gerador. In: ZITKOSKI, Jaime José; REDIN, Euclides; STRECK, Danilo R.
(Orgs.). Dicionário Paulo Freire. 3ª ed. Belo Horizonte: Autêntica,
2008.
POLÍTICA
NACIONAL DE CULTURA VIVA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida:
Wikimedia Foundation, 2019. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pol%C3%ADtica_Nacional_de_Cultura_Viva&oldid=55140039>. Acesso em: 21 abr. 2019.
SOBREVIVENDO
NO INFERNO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation,
2019. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sobrevivendo_no_Inferno&oldid=54446371>. Acesso em: 15 maio 2019.
[1] Professor de História na rede
pública estadual, agente/produtor cultural de iniciativas culturais de base
comunitária, integrante do Núcleo Interdisciplinar de Cinema (Nice) – UFS.
[2] Rap que integra a lista de
composições do segundo álbum dos Racionais MC’s, Sobrevivendo no Inferno,
lançado em 1997. Vendeu 500 mil cópias e é considerado um dos melhores
trabalhos do grupo. Está situado dentre os de maior repercussão na trajetória
dos Racionais.
[3] O Cultura Viva é um programa do
governo federal brasileiro, criado em 2004. Em 2014, passou a ser uma Política
de Estado com a sanção da Lei 13.018, que instituiu a Política Nacional de
Cultura Viva, que simplifica e busca desburocratizar os processos de
reconhecimento, prestação de contas e o repasse de recursos para as
organizações da sociedade civil.
[5]
A plataforma de distribuição de filmes online
Video Camp permite o acesso gratuito a filmes com temáticas sociais e culturais.
[6] A canção Vamos fazer um filme
integra o álbum Descobrimento do Brasil, o sexto álbum de estúdio da
banda brasileira de rock Legião Urbana, lançado em 1993 pela gravadora EMI.
O artigo acima, foi apresentado no II Seminário Interdisciplinar de Cinema e em seguida debatido pelos participantes do GT Cinema e Educaçao.
https://sicufs.files.wordpress.com/2020/03/ii-sic-anais-completos-ebook-2019-1.pdf
3 comentários:
Uma proposta de educação/formação de Base, importante e necessária. A juventude precisa de nós e nós precisamos dela. Hoje mais do que nunca, nesse processo de violência extrema imposto pelo capitalismo que destrói: práticas culturais locais, sonhos, projetos e vidas humanas, e vidas de outros seres. Parabéns pelo trabalho forte e impactante.Conte comigo para recomeçar.
Muito bom Sandra!! Estamos aguardando uma resposta do Josenilson (Neném)o qual está buscando articular um grupo no bairro Santa Maria para iniciarmos um ciclo de exibição no local..
Zezito de Oliveira
Espetacular. Fiz parte de modo indireto desse projeto. Orgulho, alegria...
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