Sergipe receberá investimento de R$ 22,5 milhões do Programa
de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas (PAC Cidades
Históricas). Serão seis obras em São Cristóvão e uma em Aracaju com foco
na revitalização do patrimônio histórico e cultural em solo sergipano. O
anúncio foi feito pela presidenta Dilma Rousseff na manhã de
terça-feira, 20 de agosto, durante solenidade em São João del-Rei (MG).
Em São Cristóvão, através do PAC Cidades Históricas, será possível
restaurar: a antiga casa de Câmara e Cadeia; o Museu de Arte Sacra; os
prédios da Estação ferroviária e Capelinha e requalificação urbanística
de sua esplanada; o Convento de São Francisco; e as igrejas Nossa
Senhora do Amparo e Nossa Senhora do Rosário. O valor total destas ações
na quarta cidade mais antiga do país é de R$ 11,1 milhões.
Já em Aracaju, será viabilizada a revitalização do Complexo
Ferroviário, localizado na zona norte da capital sergipana, a um custo
de R$ 11,4 milhões.
Grande conquista
A vitória é fruto da soma de esforços da superintendência da
Secretaria de Estado da Cultura (Secult), do Instituto do Patrimônio
Histórico Nacional em Sergipe (Iphan/SE), da Subsecretaria de Estado do
Patrimônio Histórico e Cultural (Subpac) e da Prefeitura de São
Cristóvão. Representantes dessas instituições prepararam juntos uma
apresentação à comissão de avaliação do PAC Cidades históricas em março.
No mês de junho, a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino,
reforçou o pleito junto à ministra da Cultura, Marta Suplicy.
“Essa é mais uma grande conquista para a preservação do nosso
patrimônio, e um feito que reuniu esforços das três esferas de poder, o
que a torna ainda mais significativa”, diz a secretária Eloísa Galdino.
“Só na gestão do governador Marcelo Déda já foram investidos mais de R$
40 milhões na área. Esses recursos chegam para dar continuidade a essa
política de recuperação de monumentos importantíssimos para a história
de Sergipe e do Brasil”, lembra.
Sobre o PAC Cidades Históricas
O PAC Cidades Históricas é uma ação intergovernamental articulada com
a sociedade para preservar o patrimônio brasileiro, valorizar a cultura
nacional e promover o desenvolvimento econômico e social com
sustentabilidade e qualidade de vida para os cidadãos.
Ao todo, serão investidos R$ 1,6 bilhão em ações distribuídas por 44
cidades. Ainda serão disponibilizados outros R$ 300 milhões para
financiamento de reformas em propriedades privadas. Para a presidenta,
esses locais são parte do cenário em que foi forjada a identidade do
Brasil.
“Ainda vive e pulsa nessas cidades, parte do cenário em que foi
forjada nossa identidade como povo e como nação. Onde nós aprendemos o
sentido da liberdade, o sentido do desenvolvimento, da soberania e da
justiça social. (…) Conhecer, preservar e respeitar esse passado é
requisito para construirmos um futuro como nação democrática, como nação
civilizada e como nação capaz de se erguer sobre seus próprios pés e
construir o seu destino histórico”, afirmou Dilma.
(Com informações do Blog do Planalto)
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Sergipe receberá investimento de R$
22,5 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento das Cidades
Históricas (PAC Cidades Históricas). Serão oito obras em São Cristóvão e
uma em Aracaju com foco na revitalização do patrimônio histórico e
cultural em solo sergipano. O anúncio foi feito pela presidenta Dilma
Rousseff na manhã de terça-feira, 20 de agosto, durante solenidade em
São João del-Rei (MG).
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Ótima noticia! E muito importante, o dinheiro ser investido em obras e ações estruturantes, considerando sobretudo a necessidade de superação de alguns modelos arcaicos de formulação e execução de ações culturais na primeira capital de Sergipe Del Rey, como no caso do antigo FASC, fico até feliz com o discurso de gestores mais tradicionais, agora, alinhados com os principios e diretrizes do governo federal e da secult, torço mesmo para que a prática seja coerente com a fala. Os frutos da coerência falarão por si.
Zezito de Oliveira - Educador e Produtor Cultural
FASC: A participação da comunidade é fundamental
“Quem produz cultura é a sociedade e não o Estado”. Uma frase/conceito que não esqueci, uma das idéias-chave contidas na carta do encontro preparatório, realizado em Aracaju (SE), do primeiro seminário sobre cultura, promovido depois pela SUDENE na cidade do Recife (PE), em meados dos anos 80, tempos da nova república e de esperanças renovadas com a retomada das liberdades democráticas, subtraídas pela ditadura civil-militar instalada no fatídico ano de 1964.
E, a partir de então, vai se afirmando, gradualmente, nas iniciativas culturais das quais tomei parte, a convicção de não fazer sentido alijar as comunidades dos processo de elaboração, formulação, implementação, monitoramento e avaliação de politicas públicas culturais. O que está conforme um dos tópicos apresentados nas páginas 23 e 24 da apostila da disciplina política e gestão cultural do Programa de Capacitação em Projetos Culturais, de iniciativa da Fundação Getúlio Vargas Online e do Ministério da Cultura, do qual sou participante.
Contudo, este modo de propor e fazer cultura nem sempre é considerado. Por esta razão, muitas iniciativas culturais vinculadas às instancias de governo e, às vezes, no âmbito das organizações não governamentais, em um dado momento, não encontra fontes de vitalidade para prosseguirem a contento ou gerar iniciativas autossustentáveis.
Um exemplo que corrobora o que está escrito acima é a mobilização da qual faço parte e que objetiva a formação de uma espécie de comitê gestor formado por representantes dos poderes público municipal, estadual, federal e da sociedade civil organizada para a retomada e continuidade do Festival de Arte de São Cristóvão (FASC).
Esse festival foi idealizado e realizado pela Universidade Federal de Sergipe de 1972 a 1993 em grande estilo e, desde então, até 2006, foi organizado pela Prefeitura Municipal de São Cristóvão, com altos e baixos, (mais baixos do que altos, diga-se de passagem) com a sequência de realizações interrompida em 2006.
Durante o período do festival, que variava de 3 a 8 dias, a cidade de São Cristóvão era tomada por uma multidão de pessoas, composta de artistas, mestres e brincantes, intelectuais, jornalistas, estudantes, professores, funcionários públicos e trabalhadores em geral, integrantes de diversas tribos que apresentavam e/ou assistiam diferentes tipos de espetáculos, além de comercializarem variados bens culturais.
Todavia, conforme consta de uma dissertação de mestrado em que o FASC foi um dos eventos culturais estudados, “O município e sua população participam do evento apenas como cenário e na qualidade de figurantes”(1).
Dentre alguns problemas gerados por essa postura dos organizadores, têm-se registros de oposição ao FASC de parcela da população mais identificada com o pensamento católico conservador, em especial nos primeiros anos.
Para entender isso, não podemos esquecer que a pacata e centenária cidade recebia mutos artistas, estudantes universitários, jornalistas, intelectuais e hippies que, em muitos casos, com suas vestes diferentes, adereços, comportamentos e valores eram algo bem diverso daquilo a que a população estava acostumada no seu dia a dia.
Também percebemos o pouco investimento em ações mais consistentes e permanentes de extensão cultural, como cursos, oficinas, palestras e seminários, inclusive no campo do empreendedorismo cultural, a fim de “empoderar” os moradores, em especial a juventude.
Caso isso tivesse ocorrido, certamente haveria nos dias de hoje inúmeras iniciativas culturais na cidade de São Cristóvão e municípios adjacentes. Tal fato levaria a iniciativa da organização do festival por parte das organizações da sociedade civil sancristovense, aproveitando o vácuo deixado pelo poder publico federal, estadual e municipal.
Por isso, as demandas apresentadas pelo movimento PRÓ-FASC têm como bases conceituais a parceria, a participação popular, a formação cultural continuada e o empreendedorismo cultural.
Dessa maneira, estarão asseguradas as estruturas vitais para a retomada de um processo cultural cujos alicerces, dentro das comunidades, estarão bem firmados e capazes de garantir uma conquista mais ampla do que um festival de arte apenas por alguns dias.
Para garantir que estamos no caminho certo, deixaremos como conclusão desse texto, um outro registro que consta na página 25 da apostila disciplina política e gestão cultural do Programa de Capacitação em Projetos Culturais já citado, da autoria de Garcia Canclini(2)
(,,,)a política cultural tem um papel que não se limita a ações pontuais, mas que se ocupa da ação cultural com um sentido contínuo, ao longo de toda a vida e em todos os espaços sociais. A política cultural não reduz a cultura ao discursivo ou o estético, já que procura estimular a ação organizada, autogestionária, reunindo iniciativas mais diversas de todos os grupos, na área política, social, recreativa... A política cultural – além de transmitir conhecimentos e desenvolver a sensibilidade – tenta melhorar as condições sociais para descobrir a criatividade coletiva. A política cultural procura que os próprios sujeitos produzam a arte e a cultura necessárias para resolver seus problemas e afirmar e renovar sua identidade (...).
P.S.: De março a maio de 2011, a comissão de articulação do Movimento PRÓ-FASC realizou várias reuniões com a comunidade e com diversos interlocutores que tiveram papel relevante na realização do FASC.
Tendo em vista que desde 1996 a prefeitura é a instância pública encarregada de realizar o festival, foi solicitado ao prefeito, e aceito por ele, a edição de um decreto municipal para oficializar a criação de uma comissão oficial de organização do FASC, composta por representantes do governo federal (UFS e IPHAN), governo do estado (SECULT e SETUR), governo municipal (secretaria de governo e secretaria de cultura) e da sociedade civil (ACASC e Movimento PRÓ-FASC).
Até o momento aguardamos essa providência do prefeito e da secretária municipal de Cultura, professora Aglaé Fontes de Alencar, tradicional pesquisadora e gestora cultural.
Também foi solicitado ao prefeito a contratação de um produtor cultural, com capacidade técnica comprovada, para a (re) elaboração de projeto e captação de recursos para o festival, levando em consideração os novos pressupostos de gestão compartilhada e a atual realidade orçamentária do país.
(1) FILHO, José Ribeiro. Festival de Arte de São Cristóvão: Projeção Nacional e Declinio. In: FILHO, José Ribeiro. Eventos públicos e privados: a elaboração de politicas culturais voltadas para a elaboração da festa. 2008. 145f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal de Sergipe. Cap.4.p.78
(2)GARCIA CANCLINI, Néstor (ed.) Políticas culturales en América Latina. México,
Grijalbo, 1987.p.51
Esse texto foi publicado originalmente na edicao impressa do Jornal do Dia - edicao de 15 de julho de 2001 e esta tambem disponivel no formato web do jornal, aqui.
Para saber mais sobre o significado da palavra empoderar, recomendo a leitura aqui.
Leia o manifesto PRÓ-FASC, aqui
Assista reportagem da TV Aperipe (abril 2011)sobre o movimento PRO-FASC.
Assine o abaixo assinado PRÓ-FASC, aqui
Memórias estéticas/afetivas PRÓ-FASC. Outra maneira de colaborar é elaborar um depoimento para ser publicado no blog PRO-FASC.
depoimento do Zezito de Oliveira
depoimento do agente cultural Hora Reis
depoimento do poeta Araripe Coutinho
depoimento do gestor público Marcos Santana
depoimento do músico Antônio Vieira (Brasinha)
Confira opiniao PRO-FASC emitida pelo entao ministro da cultura, Juca Ferreira, no ano de 2010.
Confira uma noticia ruim referente a relacao juventude de Sao Cristovao e a sua tradicao cultural.
Confira uma boa noticia referente a relacao juventude de Sao Cristovao e a diversidade cultural.
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