quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Tem muita gente com fome, também de poesia.




Andando pelas ruas de nossa cidade, não tem como passar despercebido o aumento da quantidade de pessoas pedindo dinheiro ou revirando o lixo das ruas.

Ontem a noite encontrei dois homens nesse tipo de situação, depois me pediram dinheiro. Logo após, passando por um  ponto de ônibus,  um jovem me pede dinheiro para a passagem e hoje cedo na caminhada matinal próximo a uma padaria, um trabalhador desce de sua bicicleta e me pergunta  se não tenho R$0,50.  Detalhe: Aqui não estamos trataNdo de pedintes profissionais, a exceção dos dois primeiros citados.

Ao  mesmo  tempo,  vejo isso  e me recordo do noticiário da imprensa que denuncia o retorno do Brasil ao mapa da fome, trazendo a recordação  de uma situação que deveria  ter ficado para trás, apenas como uma lembrança de "páginas  infelizes da nossa história".  Essa realidade também  me fez recordar   poemas de   Solano Trindade e Manuel  Bandeira. 


O segundo: O BICHO (Manuel Bandeira) - 1947
 Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.”

Se a fome aumenta , também aumenta o violência gerada pelo tráfico de drogas e a prostituição, assim também como um maior controle e dominação por parte dos velhos politicos e empresários de “bens”, pois um povo esfomeado fica mais sujeito as pressões para votar nos candidatos indicados pelos patrões,  e ser submetido  aos salários degradantes e em  condições de trabalho que beira ao tipo escravo.

Daí,  a importância dos programas de transferência de renda, incluindo o bolsa familia e  aumento real do salário minimo. Sem isso,  uma parte significativa da população fica mais carente e dependente da “caridade de quem os detesta”.

Como apenas três candidaturas a presidente tem  real compromisso com o fortalecimento do papel do estado e  investimento no mercado de produção e  consumo, por meio das medidas citadas acima, entre outras, vale a  pena acompanhar as campanhas de Lula-Haddad-Manuela, Guilherme Boulos e Ciro Gomes, bem como buscar escolher candidatos aos governos do estado, ao congresso e as assembleias estaduais, comprometidas com um projeto de nação realmente democrático, desenvolvimentista e sustentável. Uma página no facebook para acompanhar este debate.

Essas escolhas são fundamentais, porque o terceiro e o quarto poder, o judiciário e a imprensa, não darão trégua àqueles que desejam a  retomada de um país que possa fazer jus ao que diz uma  passagem de nosso  hino nacional.
“Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!”

E como apesar disso tudo, não podemos deixar de  acreditar e agir, que tal lembrar a nossa fé e resistência secular, que nos fez chegar até aqui? Mesmo com tantos golpes, roubos e traições.  A que nos faz insistir e re-existir.
"Credo" de   Milton Nascimento e Fernando Brant.(1978)

2 comentários:

Mariângela disse...

Boa tarde!

Triste realidade, mas excelente texto sob forma de alerta e despertar de consciência política, parabéns!
Mariângela

AÇÃO CULTURAL disse...

Grato Mariângela. Abraço!!
Zezito de Oliveira