segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Ecos do Enecult 2018 - Encontro Multidisciplinar de Cultura na UFBA, na semana passada.



São mais possantes e vibrantes, as  apresentações dos pesquisadores que vivenciaram na pele ou que tiveram/tem uma  experiência mais próxima com o objeto de estudo.


Mais adiante lembrarei outros trabalhos. O primeiro que faço nesse post, chama-se:  O RAP E A EDUCAÇÃO: QUANDO APRENDER FAZ SENTIDO,  apresentado pelo mestrando em educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF,) Flávio Eduardo da Silva Assis, ou rapper Dudu de Morro Agudo (bairro de Nova Iguaçu), município da baixada fluminense, região onde residi quando era criança/adolescente/jovem, de 1969 até meados dos anos de 1980, mais precisamente no município de São João de Meriti.


Duas razões que me fazem lembrar  primeiramente o trabalho apresentado por Dudu. O local de moradia e a forma de atuação, além da semelhança com a oficina de Rap na escola , da qual participamos aqui em Sergipe, junto com os companheiros, David dos Santos, Van Brown e Wilian dos Santos,  do grupo Filosofia de Loucos,  e o fato de Flávio Eduardo/Dudu ser um educador popular, artista, produtor e pesquisador, junto e misturado.




Quem quiser conhecer mais sobre a proposta de trabalho, pode entrar nesse endereço:
O trabalho apresentado por Dudu tem como referência principal no plano teórico, o pensamento do mestre Paulo Freire. 

A lamentar, a pouca presença de Paulo Freire nos estudos e práticas educacionais no Brasil, o que é uma contradição, basta perceber o quanto o seu pensamento e práticas influenciam as experiência mais democráticas e inovadoras no campo da educação, como é o caso do  exitoso sistema finlandês de educação e a metodologia utilizada na Escola da Ponte em Portugal, também presente em escola de outros continentes, inclusive no Brasil.

A pergunta e resposta que fiz no comentário após a apresentação do trabalho acima. No Brasil, onde perdemos Paulo Freire e onde nos perdemos?

O indicador da nossa perda é o grande  contingente de estudantes com idéias conservadoras ou fascistas. 

o grito dos estudantes que organizaram as ocupações das escolas, pode ser a pista para o lugar onde poderemos nos reencontrar com Paulo Freira, já que o grito foi/é realizado por mais escolas democráticas(1), dialógicas, participativas, inseridas no cotidiano dos estudantes e das comunidades do entorno das escolas.


O que é o ENECULT

O Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura - ENECULT realiza sua décima quarta edição entre os dias 07 e 10 de agosto de 2018, em Salvador-Bahia. Maior evento de estudos em cultura realizado no país, o encontro é uma iniciativa criada com o intuito de consolidar e avançar em um espaço de discussão sobre temas relacionados à cultura, numa perspectiva transversal e multidisciplinar.

Este ano, a programação do ENECULT inclui a realização de simpósios, grupos de trabalho (com comunicações livres), minicursos, relatos de experiência, lançamento de livros sobre estudos e pesquisas em cultura, além de apresentações culturais e feira de artesanatos e produtos da agricultura familiar instalada durante todos os dias do encontro. 


Os simpósios reúnem especialistas, que terão duas manhãs para aprofundar e qualificar a discussão de um tema específico. A discussão será iniciada por convidados expositores e alimentada por convidados debatedores. Os minicursos, por sua vez, têm duração de quatro horas e são de caráter formativo. Os relatos de experiência são espaços de conciliação entre ciência e comunidade, trazendo para dentro de um evento acadêmico, vivências de agentes culturais expressivos na realidade brasileira. 

As comunicações livres, os tradicionais Grupos de Trabalho, por sua vez, serão agrupadas em sessões temáticas de duas horas, nas quais serão apresentados quatro trabalhos, sendo destinados 20 minutos para cada expositor e 40 minutos para o debate. Todos os trabalhos selecionados para apresentação serão publicados na íntegra em versão digital e disponibilizados nos anais do evento.

No intuito de ampliar nossas discussões, além dos 14 eixos já estabelecidos na edição anterior, este ano contaremos com dois novos eixos temáticos nos Grupos de Trabalho: “Cultura e Semiótica” e “Culturas e Juventudes”, totalizando 16 eixos que perpassam a multidisciplinaridade do saber cultural.

O XIV ENECULT é realizado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), por meio do Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (CULT), Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Pós-Cultura) do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC) e Faculdade de Comunicação (Facom).


 Para mais informações, acesse: www.cult.ufba.br/enecult


Quando os textos das apresentações estiverem disponíveis, traremos para cá. 
(1) As escolas estão cheias de gestões democráticas fake, limitada, relativa, como simulacro. Não é disso que estamos tratando.

leia também: 

'Brasil nunca aplicou Paulo Freire', diz pesquisador



Zezito de Oliveira  

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