terça-feira, 28 de agosto de 2018

Grande expectativa para o Seminário sobre os 50 anos de Medellín,

 
As atenções da Arquidiocese de Aracaju e das dioceses de Estância e Propriá estarão concentradas, esta semana, na realização de um grande seminário sobre os 50 anos da Conferência de Medellín, nos dias 31 de agosto e 1 de setembro (sexta e sábado), no antigo Seminário Menor (Bairro Industrial). Organizado pela Cáritas de Sergipe, esse evento tem o objetivo de "fazer memória agradecida, reconstruindo historicamente e celebrando comunitariamente, a importância da Conferência de Medellín – sua preparação, seu desenrolar e suas consequências – para a caminhada do Povo de Deus na América Latina e seu futuro".

O seminário é destinado a lideranças pastorais, padres, diáconos, religiosos, religiosas, seminaristas, animadores de comunidade e ao público em geral.

Foram convidados, como palestrantes, dois professores com profundo conhecimento sobre Medellín: Ney de Souza, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), e  Luiz Carlos Luz Marques, da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), Doutor em Histórias das Religiões e presidente da Comissão Histórica para a causa arquidiocesana da beatificação e canonização de Dom Helder Câmara.

A inscrição tem o valor de 30 reais, incluindo alimentação e hospedagem (para quem precisar), e pode ser feita clicando aqui







"Três foram os grandes temas de Medellín: Promoção humana; Evangelização e crescimento na fé; Igreja visível e suas estruturas. Foram produzidos 16 documentos, no horizonte dos três grandes temas citados: I) Justiça, Paz, Família, Demografia, Educação, Juventude. II) Pastoral popular, Pastoral de elites, Catequese, Liturgia. III) Movimentos de Leigos, Sacerdotes, Religiosos, Formação do Clero, Pobreza da Igreja, Pastoral de Conjunto, Meios de Comunicação. 

Ganharam grande repercussão os documentos sobre a Justiça, a Paz e a Pobreza da Igreja. Diante da relevância e impacto desses documentos, elementos característicos de Medellín foram as reflexões sobre pobreza e libertação. 

“O Episcopado Latino-Americano não pode ficar indiferente ante as tremendas injustiças sociais existentes na América Latina, que mantêm a maioria de nossos povos numa dolorosa pobreza, que em muitos casos chega a ser miséria humana(…) para nossa verdadeira libertação, todos os homens necessitam de profunda conversão para que chegue a nós o “Reino de justiça, de amor e de paz”. A origem de todo desprezo ao homem, de toda injustiça, deve ser procurada no desequilíbrio interior da liberdade humana, que necessita sempre, na história, de um permanente esforço de retificação. A originalidade da mensagem cristã não consiste tanto na afirmação da necessidade de uma mudança de estruturas, quanto na insistência que devemos pôr na conversão do homem. Não teremos um continente novo sem novas e renovadas estruturas, mas sobretudo não haverá continente novo sem homens novos, que à luz do Evangelho saibam ser verdadeiramente livres e responsáveis.” 

Sobre a concepção cristã da paz, os bispos apontam três características: a paz, primeiramente, é obra da justiça, pois “supõe e exige a instauração de uma ordem justa na qual todos os homens possam realizar-se como homens, onde sua dignidade seja respeitada, suas legítimas aspirações satisfeitas, seu acesso à verdade reconhecido e sua liberdade pessoal garantida”. 

Em segundo lugar, a paz é uma tarefa permanente, pois “a paz não se acha, há que construí-la”, e o “cristão é um artesão da paz”. Em terceiro lugar, a paz é fruto do amor, ou seja, “expressão de uma real fraternidade entre os homens”, fraternidade essa “trazida por Cristo, príncipe da paz, ao reconciliar todos os homens com o Pai”. 

Diante do quadro de injustiça e pobreza, os bispos afirmam que a missão pastoral da Igreja “é essencialmente serviço de inspiração e de educação das consciências dos fiéis, para ajudá-los a perceberem as exigências e responsabilidades de sua fé, em sua vida pessoal e social”. 

Já na Introdução das Conclusões de Medellín os bispos afirmam que “a Igreja latino-americana, reunida na II Conferência Geral de seu Episcopado, situou no centro de sua atenção o homem desde continente, que vive em um momento decisivo de seu processo histórico”. 

“Nessa transformação, por trás da qual se anuncia o desejo de passar do conjunto de condições menos humanas para a totalidade de condições plenamente humanas e de integrar toda a escala de valores temporais na visão global da fé cristã, tomamos consciência da vocação original” da América Latina: “a vocação de unir em uma síntese nova e genial o antigo e o moderno, o espiritual e o temporal, o que outros nos legaram e nossa própria originalidade.”

Leia mais:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Confer%C3%AAncia_Geral_do_Episcopado_Latino-Americano

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  Início Congresso "Medellín 50 anos: profecia, comunhão, participação"


Dom Tobón: “Renovar o compromisso de trabalhar pela promoção da pessoa humana e dos povos, promovendo os valores da verdade, justiça e paz e da solidariedade. Tudo dentro da opção preferencial pelos pobres e necessitados”.

Cidade do Vaticano

Teve início esta quinta-feira (23/08), no Seminário menor de Medellín, o Congresso eclesial organizado para celebrar o 50º aniversário da segunda assembleia geral dos bispos da América Latina, inaugurada pelo Papa Paulo VI em 24 de agosto de 1968, realizado nesta cidade colombiana.

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