O que uma esquerda que quer se reinventar já começou a fazer , considerando que as eleições passarão e a propagação de ideias antidemocráticas, excludentes, falso moralistas e odientas tendem a aumentar.
Não considerar as eleições como
um fim em si mesmo, mas como um espaço privilegiado para discutir e apresentar
saídas ou alternativas contrárias a
barbárie.
Realizar um processo coletivo pedagógico
de discussão das idéias contrárias a barbárie,
durante a construção dos programas e plataformas , antes, durante e após o periodo da campanha
eleitoral.
Buscar conhecer os diferentes modelos ou formatos de mandatos coletivos, no sentido de fortalecer esse tipo de proposta, a qual leva em consideração o anseio de milhares de pessoas, em especial boa parte dos milhões de jovens que foram as ruas em 2013, os que cansaram do velho modo de escolher candidatos para cargos eletivos, fazer campanhas eleitorais e exercer mandatos.
Considerar a necessidade de
apoiar as iniciativas culturais da juventude, em especial dos jovens da
periferia, iniciativas como grupos culturais, oficinas artísticas, saraus,
slams, cineclubes, ocupações culturais de espaços públicos como praças ,
atividades culturais nas escolas no contra turno e finais de semana, iniciativas
de comunicação alternativa no território e na internet. Um papel para indivíduos,
mas também para organizações e instituições como sindicatos, religiosos
progressistas, mandatos parlamentares progressistas, secretarias da cultura, da
educação, da assistência social, saúde, segurança pública e etc., nestes casos,
sempre que possível, de forma integrada ou conjunta.
Nos casos de organizações e
instituições acima, sempre que possível,
financiar atividades por meio da criação
de um fundo de apoio, mediante a criação de editais democráticos e transparentes.
Inclusive sindicatos e mandatos parlamentares, podem se valer desse instrumento, mesmo que seja
para disponibilizar recursos para baixíssimo orçamento, o que podemos definir
como valores situados entre R$1.000 e R$5.000. No caso dos mandatos parlamentares,também é importante escolher assessores que possam contribuir com o apoio técnico e politico, na discussão e implementação de estratégias visando a sustentabilidade dos empreendimentos culturais e/ou comunitários, em especial os que trabalham com o conceito de economia solidária. Essa sugestão se aplica também a outros espaços, organizações e instituições que disponham de estrutura para fazer isso.
Da parte das organizações ou
instituições citadas acima, também se faz necessário buscar um diálogo com os
agentes sociais e culturais que atuam em favor de uma sociedade mais justa e
democrática, buscando conhecer suas histórias e demandas, sempre que for
proposto programa, projeto ou ações
que envolvam estes agentes e os públicos como os quais eles atuam. Fundamental
para isso, começar com um diagnóstico
participativo, pensado e realizado com
estes atores e sujeitos históricos.
No campo da comunicação, é
urgente e necessário se conhecer os diferentes modos de criar e distribuir conteúdos
com baixo custo, assim como buscar
fortalecer os espaços para a troca de experiências e desenvolvimento de
trabalhos coletivos e destinar recursos financeiros, no caso de organizações e
instituições e participar das campanhas de financiamento colaborativo , no caso
de pessoa física.
Incentivar a realização de pesquisas,
rodas de conversa, seminários, oficinas, publicações e etc., com agentes sociais e culturais que atuam nos
territórios, formadores de opinião e
lideres que atuam nos poderes públicos, iniciativa privada e sociedade civil. Junto e misturado e junto e separado. As
universidades tem um papel crucial nisso.
Buscar retomar os estudos de
pensadores ou intelectuais que ficaram “fora de moda”, mas que refletiram e
buscaram agir em tempos semelhantes ao que estamos vivendo. Como é o caso do italiano Antônio Gramsci e
dos brasileiros Paulo Freire, Darcy
Ribeiro, Manoel Bomfim e Abdias do Nascimento, entre outros.
Para saber mais....
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