Cena do Pré-Caju 2012 (foto Maxwell Corrêa)
Em 21 anos o Pré-Caju deixa um saldo extremamente positivo para as
bandas baianas e nada de representativo para o artista sergipano. O
palco aberto nas avenidas de Aracaju foi espaço de lançamento para
artistas baianos como: Netinho, Pimenta Nativa, Gil da Banda Beijo,
Timbalada, Durval Lelis, Psirico e tantos outros que receberam muitos
cachês e se profissionalizaram graças as verbas públicas do nosso
estado.
Foram tantos artistas que fizeram e fazem carreira a partir
do Pré-Caju, pois o evento é a principal porta de entrada para os
baianos, que depois se apresentam em todas as festas de padroeiras e
outras do calendário das cidades do interior sergipano. Todos esses
shows são agendados e produzidos pela ASBT de Fabiano Oliveira e
Lourival Oliveira. Os blocos que tinha um pouco de referência com nosso
estado, pois eram produzidos por empresários sergipanos como o:
Papagaio, Brilho, Fascinação, Dino, Tricolor da Vila e Canguru, desapareceram.
Na
verdade tudo foi muito bem orquestrado, cada bloco por sua estrutura
financeira e social e posição ocupada por seus dirigentes na sociedade
Aracajuana buscava atrair o público de cada clube da cidade para a
prévia, e isso se consolidava a cada ano que o Pré-Caju avançava.
Contudo, os dirigentes de clubes e blocos não percebiam que a medida que
o Pré-Caju crescia, os clubes e seus carnavais entravam em decadência
na mesma proporção inversa.
Hoje só participam da prévia os blocos
que pertencem a Fabiano Oliveira e os blocos ligados aos trios da Bahia,
como o Chiclete, Eva, Cerveja & Cia etc. Mesmo sendo uma festa da
Indústria Cultural e com fins lucrativos, o Pré-Caju recebe apoio e
recursos da Prefeitura de Aracaju e do Governo do Estado, além de verbas
de gabinetes de nossos Deputados Federais e Senadores.
A nossa
prévia carnavalesca funciona também como principal vitrine e divulgação
do que vai acontecer no carnaval de Salvador. Portanto, o evento além de
não ter revelado nenhum artista sergipano nesses 21 anos, ainda
contribuiu significativamente para o esvaziamento dos carnavais de
Clubes e do carnaval de Rua de Aracaju.
Os governantes para estarem
em evidência nos camarotes da prévia carnavalesca, passaram a investir
somente nesse evento e foram abandonando aos poucos, o pouco que ainda
restava do nosso carnaval, dos Blocos e Escolas de Samba que desfilavam
no centro da cidade. O que tínhamos de tradição carnavalesca foi sendo
apagada a medida que o Pré-Caju crescia.
Nosso carnaval foi sendo
transferido para as ruas de Salvador, Recife e Olinda. Neópolis se
tornou o único ponto de resistência e preservação do nosso carnaval,
mesmo assim, porque quase não depende em nada dos gestores públicos, a
cultura é mantida aos trancos e barrancos por pessoas que teimam em
manter vivo o carnaval em Sergipe.
Não importa se temos ou não a
dimensão dos carnavais das cidades acima citadas, o que importa é que
precisamos preservar nossas tradições do tamanho que elas são e repassar
para as novas gerações, senão corremos o risco de estar escrevendo a
história da música baiana em nosso estado. Pior ainda, o que a ASBT traz
para Sergipe nunca é o melhor da produção musical baiana, ao contrário,
recebemos apenas o “bota a mão no joelho dá uma baixadinha”, a ridícula
“dança da manivela”, a bafônica trupe de “chicleteiros”, o arrocha de
Pablo e Silvano Sales e músicas de quebradeira que já estão invadindo nossas ruas e lares com canções que na Bahia foram proibidas por conter letras
que desqualificam as mulheres.
Será que precisamos mesmo desse
evento e da produção da segunda Secretaria de Cultura do Estado, a ASBT?
Fica aqui nossa reflexão...
Ribeiro Filho
Bel em Comunicação Social
Mestre em Sociologia
Ontem (26/01/2013),
após a reunião da Ação Cultural, fiquei conversando com um dos
participantes da mesma sobre as polêmicas que envolve o Pré-Caju. O
ponto de vista que expressei em concordância com o dele, é que não
temos nada contra o gosto musical/estético daqueles
que preferem o Pré-Caju, a questão são os investimentos
públicos massivos, os altos indices de poluição sonora e os transtornos no trânsito , decorrente do local em
que o evento acontece e etc. Nesta perspectiva, se insere outros formatos de
estimulos a propagação da cultura de massa, não apenas a baiana, me
refiro ao modelo politico de concessões dos meios de comunicação e a quantidade
de capital estatal investido em publicidade nas emissoras comerciais.
Outra questão é o financiamento de campanhas politicas. Como é do
conhecimento público, muitos prefeitos acabam ficando reféns de empresários ligados aos ritmos da cultura de massa, em razão das "contribuições" financeiras que estes
empresários oferecem para a campanha eleitoral, as quais indiretamente
saem de nossos bolsos, já que encontram-se embutidas nos preços dos cachês e de outros serviços ligados ao evento , pagos pelo poder público, de forma direta ou indireta como no exemplo do Pré-Caju. E o
pior, como é realizado um trabalho de formação do gosto massificado por
parte destes empresários em conluio com as emissoras de rádio, ai do
prefeito que não coloque os artistas e bandas famosas na programação,
bem como seus covers, já que a juventude , em sua maioria, desconhece outros estilos musicais.
Em
resumo, as questões relevantes na discussão, são mais de natureza
econômica e politica e menos de natureza estética, sob o nosso ponto de vista,
multicutural , podemos assim dizer. O que que não desmerece a contribuição de Ribeiro
Filho, o qual de certa maneira apresenta alguns aspectos de natureza econômica e politicos interessantes, porém, sem poder aprofundá-los. Em razão desta necessidade, deixo a sugestão para que estudantes e
professores da graduação e da pós-graduação em Sergipe, realizem e disponibilizem estudos e pesquisas sobre o Pré-Caju e outros
megaeventos patrocinados pelo poder público, tanto no âmbito municipal, como no
estadual e federal, na linha de quem ganha e quem perde com a realização da
prévia e de outros eventos, tanto em termos quantitativos, com base no viés
econômico, como em termos qualitativos, com base no viés das politicas de
democratização cultural, bem como a respeito de como estes investimento influenciam ou interferem na qualidade das
produções artísticas em nosso estado e na identidade
e diversidade cultural.
Zezito de Oliveira
Educador e Produtor Cultural
JOSÉ FIRMO - Direto do Facebook
O jornalista Ivan Valença (dando uma de Mãe Diná) já havia escrito no Jornal da Cidade, edição
12.160, de domingo e segunda, 20 e 21/01/13, página A-5:
O PRÉ-CAJU
FICA NO MESMO LOCAL: Impossível não falar do Pré-Caju. Foi o que
movimentou esta semana a cidade. Uma pena que os quatro dias desta folia
passem tão rápido. Daqui a pouco chega o Carnaval e são mais quatro ou
cinco dias para fazer da vida uma fuzarca a céu aberto. Todo o ano,
porém, a história se repete. Basta se aproximar o Pré-Caju para os que
são do contra voltarem com essa história de mudar o local do percurso.
Este ano teve até manifestação neste sentido ali no pontilhão que leva à
Coroa do Meio. Tudo isso, porém, não incomoda o ex-deputado e hoje
somente empresário de eventos, Fabiano Oliveira: As pesquisas demonstram
que a festa tem a aprovação do povo e mais de 95% dos moradores da 13
de Julho. Todos aprovam a festa na Avenida Beira-Mar. Já mudamos a
prévia para a área dos mercados e não deu certo. Na
Orla da Atalaia é completamente inviável por causa da segurança. É só
observar o carnaval do Rio de Janeiro, onde as orlas dos bairros Leblon,
Ipanema e Copacabana são fechadas. Aqui mais perto, o Corredor da
Vitória é o PIB de Salvador, local que concentra os mais importantes
prédios da cidade. Durante o Carnaval fica interditado por conta dos
desfiles dos trios.
Fabiano vai mais longe: “O Pré-Caju é a voz do
povo, e a voz do povo é a voz de deus. A festa é de domínio público e
atende o coletivo. Mais de um milhão de pessoas brincam gratuitamente”,
garante ele.
Ex-secretário da Cultura e Turismo do Estado, Fabiano
reconhece que é impossível realizar uma festa como o Pré-Caju sem contar
com a ajuda do Poder Público, principalmente com relação à segurança,
trânsito, etc. “Sem esse apoio logístico seria impossível realizar um
evento como o Pré-Caju. Mas, vale ressaltar que tanto o Governo do
Estado quanto a Prefeitura não são responsáveis pela contratação de
nenhuma banda, atração ou trio elétrico da festa. Quem viabiliza essa
grandiosidade são os patrocinadores. Essa é parceria pública privada
onde o Estado e o Município arrecadam os impostos”
Revela Fabiano
que Aracaju recebe cerca de 50 mil turistas de todo o País durante o
Pré-Caju. O número maior vem de Alagoas, Pernambuco, São Pulo e,
principalmente, da Bahia. Fabiano exibe outro orgulho: “O Pré-Caju gera
mais de 20 mil empregos diretos e indiretos, em pelo menos 70 setores da
economia. É uma festa que além de trazer diversão, gera empregos e
renda para a cidade”.
Em
resumo, as questões relevantes na discussão, são mais de natureza
econômica e politica e menos de natureza estética, sob o nosso ponto de vista,
multicutural , podemos assim dizer. O que que não desmerece a contribuição de Ribeiro
Filho, o qual de certa maneira apresenta alguns aspectos de natureza econômica e politicos interessantes, porém, sem poder aprofundá-los. Em razão desta necessidade, deixo a sugestão para que estudantes e
professores da graduação e da pós-graduação em Sergipe, realizem e disponibilizem estudos e pesquisas sobre o Pré-Caju e outros
megaeventos patrocinados pelo poder público, tanto no âmbito municipal, como no
estadual e federal, na linha de quem ganha e quem perde com a realização da
prévia e de outros eventos, tanto em termos quantitativos, com base no viés
econômico, como em termos qualitativos, com base no viés das politicas de
democratização cultural, bem como a respeito de como estes investimento influenciam ou interferem na qualidade das
produções artísticas em nosso estado e na identidade
e diversidade cultural.
Zezito de Oliveira
Educador e Produtor Cultural
JOSÉ FIRMO - Direto do Facebook
JOSÉ FIRMO - Direto do Facebook
O jornalista Ivan Valença (dando uma de Mãe Diná) já havia escrito no Jornal da Cidade, edição
12.160, de domingo e segunda, 20 e 21/01/13, página A-5:
O PRÉ-CAJU
FICA NO MESMO LOCAL: Impossível não falar do Pré-Caju. Foi o que
movimentou esta semana a cidade. Uma pena que os quatro dias desta folia
passem tão rápido. Daqui a pouco chega o Carnaval e são mais quatro ou
cinco dias para fazer da vida uma fuzarca a céu aberto. Todo o ano,
porém, a história se repete. Basta se aproximar o Pré-Caju para os que
são do contra voltarem com essa história de mudar o local do percurso.
Este ano teve até manifestação neste sentido ali no pontilhão que leva à
Coroa do Meio. Tudo isso, porém, não incomoda o ex-deputado e hoje
somente empresário de eventos, Fabiano Oliveira: As pesquisas demonstram
que a festa tem a aprovação do povo e mais de 95% dos moradores da 13
de Julho. Todos aprovam a festa na Avenida Beira-Mar. Já mudamos a
prévia para a área dos mercados e não deu certo. Na
Orla da Atalaia é completamente inviável por causa da segurança. É só
observar o carnaval do Rio de Janeiro, onde as orlas dos bairros Leblon,
Ipanema e Copacabana são fechadas. Aqui mais perto, o Corredor da
Vitória é o PIB de Salvador, local que concentra os mais importantes
prédios da cidade. Durante o Carnaval fica interditado por conta dos
desfiles dos trios.
Fabiano vai mais longe: “O Pré-Caju é a voz do
povo, e a voz do povo é a voz de deus. A festa é de domínio público e
atende o coletivo. Mais de um milhão de pessoas brincam gratuitamente”,
garante ele.
Ex-secretário da Cultura e Turismo do Estado, Fabiano
reconhece que é impossível realizar uma festa como o Pré-Caju sem contar
com a ajuda do Poder Público, principalmente com relação à segurança,
trânsito, etc. “Sem esse apoio logístico seria impossível realizar um
evento como o Pré-Caju. Mas, vale ressaltar que tanto o Governo do
Estado quanto a Prefeitura não são responsáveis pela contratação de
nenhuma banda, atração ou trio elétrico da festa. Quem viabiliza essa
grandiosidade são os patrocinadores. Essa é parceria pública privada
onde o Estado e o Município arrecadam os impostos”
Revela Fabiano
que Aracaju recebe cerca de 50 mil turistas de todo o País durante o
Pré-Caju. O número maior vem de Alagoas, Pernambuco, São Pulo e,
principalmente, da Bahia. Fabiano exibe outro orgulho: “O Pré-Caju gera
mais de 20 mil empregos diretos e indiretos, em pelo menos 70 setores da
economia. É uma festa que além de trazer diversão, gera empregos e
renda para a cidade”.
O jornalista Ivan Valença (dando uma de Mãe Diná) já havia escrito no Jornal da Cidade, edição
12.160, de domingo e segunda, 20 e 21/01/13, página A-5:
O PRÉ-CAJU
FICA NO MESMO LOCAL: Impossível não falar do Pré-Caju. Foi o que
movimentou esta semana a cidade. Uma pena que os quatro dias desta folia
passem tão rápido. Daqui a pouco chega o Carnaval e são mais quatro ou
cinco dias para fazer da vida uma fuzarca a céu aberto. Todo o ano,
porém, a história se repete. Basta se aproximar o Pré-Caju para os que
são do contra voltarem com essa história de mudar o local do percurso.
Este ano teve até manifestação neste sentido ali no pontilhão que leva à
Coroa do Meio. Tudo isso, porém, não incomoda o ex-deputado e hoje
somente empresário de eventos, Fabiano Oliveira: As pesquisas demonstram
que a festa tem a aprovação do povo e mais de 95% dos moradores da 13
de Julho. Todos aprovam a festa na Avenida Beira-Mar. Já mudamos a
prévia para a área dos mercados e não deu certo. Na
Orla da Atalaia é completamente inviável por causa da segurança. É só
observar o carnaval do Rio de Janeiro, onde as orlas dos bairros Leblon,
Ipanema e Copacabana são fechadas. Aqui mais perto, o Corredor da
Vitória é o PIB de Salvador, local que concentra os mais importantes
prédios da cidade. Durante o Carnaval fica interditado por conta dos
desfiles dos trios.
Fabiano vai mais longe: “O Pré-Caju é a voz do
povo, e a voz do povo é a voz de deus. A festa é de domínio público e
atende o coletivo. Mais de um milhão de pessoas brincam gratuitamente”,
garante ele.
Ex-secretário da Cultura e Turismo do Estado, Fabiano
reconhece que é impossível realizar uma festa como o Pré-Caju sem contar
com a ajuda do Poder Público, principalmente com relação à segurança,
trânsito, etc. “Sem esse apoio logístico seria impossível realizar um
evento como o Pré-Caju. Mas, vale ressaltar que tanto o Governo do
Estado quanto a Prefeitura não são responsáveis pela contratação de
nenhuma banda, atração ou trio elétrico da festa. Quem viabiliza essa
grandiosidade são os patrocinadores. Essa é parceria pública privada
onde o Estado e o Município arrecadam os impostos”
Revela Fabiano
que Aracaju recebe cerca de 50 mil turistas de todo o País durante o
Pré-Caju. O número maior vem de Alagoas, Pernambuco, São Pulo e,
principalmente, da Bahia. Fabiano exibe outro orgulho: “O Pré-Caju gera
mais de 20 mil empregos diretos e indiretos, em pelo menos 70 setores da
economia. É uma festa que além de trazer diversão, gera empregos e
renda para a cidade”.
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