quarta-feira, 18 de julho de 2018

Vai ter mais documentários sobre o Festival de Arte de São Cristóvão (FASC).

Formidável! Nos sentimos  bastantes contemplados. Importante deixar emergir as vozes da população, inclusive daqueles que tiveram ou tem uma visão critica sobre o Fasc. Assim também como daqueles que participaram do movimento de retomada do FASC, vozes que os poderes sempre buscam silenciar.Nesse particular, vale a pena registrar o doc., produzido por  Romário Carlos que abriu espaço para que representantes do Movimento PROFASC se manifestassem (abaixo). E mais, quando falo aqui das vozes contrárias ao modelo mas tradicional do FASC, também me refiro as vozes da população, não necessariamente com o pensamento mais rebuscado e progressista, e que criticam as atrações artisticas escolhidas, o gasto que julgam como excessivo e etc, vozes até conservadoras, mas que podem proporcionar um trabalho mais polifônico e diverso, possibilitando uma abertura para o reconhecimento de outros atores e outros olhares, os que comumente não tomam parte na discussão.
Zezito de Oliveira

 

A Fina Malha do Tempo [Documentário]

São Cristóvão, 1972. A quarta cidade mais antiga do Brasil — ou a cidade dormitório — acorda graças à cultura através do primeiro Festival de Arte de São Cristóvão (FASC). Promovido pela Universidade Federal de Sergipe e tendo como pano de fundo uma “política cultural” da ditadura civil-militar, o Festival parece ter tomado outros rumos com as relações entre a Universidade, agentes da ditadura, agentes culturais e, é claro, a população sancristovense. Uma produção do coletivo Visagem Audiovisual.

 quinta-feira, 17 de março de 2011

MANIFESTO PROFASC



Durante mais de vinte anos ininterruptos, a cidade de São Cristóvão foi palco de um dos festivais de artes mais importantes do país: O Festival de Arte de São Cristóvão ou FASC, como também ficou conhecido, que teve a sua primeira edição realizada no ano de 1972, ocasião em que foi aguardado como o momento maior das comemorações do sesquicentenário da independência brasileira em solo sergipano. 

O Festival prosseguiu até 1993, quando foi encerrado por decisão da Universidade Federal de Sergipe, instituição que idealizou e foi a responsável pela organização do evento até aquele ano. Em 1996 e 2006, por exemplo, a prefeitura de São Cristóvão tomou a iniciativa de realizá-lo, sem contudo assegurar a sua continuidade

Durante todo o tempo de sua existência, o festival favoreceu o intercâmbio de uma parcela importante da produção cultural sergipana e brasileira, tanto daquelas de caráter erudito, como das manifestações ligadas às culturas populares ou baseadas no imenso potencial de inspiração que estas proporcionam a poetas, teatrólogos, coreógrafos, músicos, artistas plásticos, cineastas e demais atores culturais. 

O FASC também foi um espaço para a descoberta e incentivo de novos talentos artísticos, proporcionando a geração de renda para artistas, intelectuais, técnicos, produtores e para o setor de serviços e comércio, que se beneficiaram dos investimentos governamentais dispendidos para a realização do evento. 

Outro aspecto importante foi a divulgação positiva do estado de Sergipe em todo o território nacional, por meio do material institucional e/ou promocional distribuído principalmente para universidades federais, órgãos públicos de cultura e turismo, assim como entidades de representação de artistas e de intelectuais, grupos culturais, órgãos de comunicação etc.. 

Por tudo isso, a população de São Cristóvão tem se manifestado pelo retorno do Festival de Arte, o que ocorreu especialmente por ocasião da realização das duas primeiras conferências municipais de cultura, a primeira em 2005 e a segunda em 2009 e, ainda, na formulação do diagnóstico cultural elaborado em 2010, a partir da iniciativa GT – Economia da Cultura São Cristóvão (GT-Ecult), sob a liderança da Secretaria de Estado da Cultura e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Turismo. 

Para fortalecer esta demanda em relação a todos os atores sociais e políticos que contribuíram para o sucesso do FASC (UFS, Prefeitura e Governo do Estado, artistas, intelectuais, imprensa e empresas privadas e estatais etc.) está sendo criada uma comissão da sociedade civil, denominada PROFASC, que tem por objetivo reunir cidadãos de São Cristóvão e dos municípios adjacentes para proporem alternativas e sugestões que tornem possível a retomada da realização do FASC com a participação da comunidade, incluindo-o como evento permanente do calendário cultural de nosso Estado. 

Esta necessidade foi apontada pelo pesquisador Ribeiro Filho, em dissertação de mestrado, intitulada “Eventos públicos e privados: a elaboração de politicas culturais voltadas para a elaboração da festa. 2008 (UFS)”, na qual afirma que: “O município e a sua população participam do evento apenas como cenário e na qualidade de figurantes”.
É na perspectiva do exercício da cidadania cultural que conclamamos todos os cidadãos sergipanos, especialmente os residentes em São Cristóvão, para somar fileiras visando inaugurarmos uma nova era, no tocante à participação da comunidade nas discussões e decisões relativas ao FASC. 

À Prefeitura de São Cristóvão e ao Governo do Estado, solicitamos e esperamos que a mesma postura exitosa da parceria firmada entre a Prefeitura de Laranjeiras e o Governo do Estado, que garantiram a realização ininterrupta e bem sucedida do Encontro Cultural de Laranjeiras, independentemente das alianças partidárias e diferenças políticas, seja também assumida entre aqueles entes governamentais em favor da retomada e continuidade do FASC. 

Ao Governo do Estado solicitamos que o conhecimento técnico, os recursos humanos e materiais, bem como possíveis incentivos fiscais, que garantem o patrocínio da iniciativa privada ao Festival Sergipe Verão, aos festejos juninos e ao PRECAJU, sejam também utilizados em favor da realização do FASC.

À Universidade Federal de Sergipe solicitamos que disponibilize o conhecimento técnico e os recursos humanos, materiais e financeiros necessários para a obtenção do patrocínio dos Ministérios da Educação, Cultura e Turismo e empresas estatais.

Comissão da Sociedade Civil PROFASC – São Cristóvão, 12 de Março de 2011

 Sobre a imagem que fiz agorinha para esse Manifesto: Inspirei-me na vontadee guardada no peito de todos nós sancristovense, pronto pra explodir!!
http://gladstonbarroso.blogspot.com/2011/04/manifesto-profasc.html

  
3/8/2010

A emoção é sempre algo vacilante, faz-nos sentir crianças e ao mesmo tempo grandes. Emoção está cada vez mais rara nos dias de hoje. "Tempo  de partido, tempo de homens partidos" - diria nosso poeta de Itabira, Drummond.
 
Ao receber o título de Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a Praça de São Francisco na cidade de São Cristóvão, 4ª cidade mais antiga do Brasil, é elevada ao grau de importância para o mundo que ela sempre, na verdade, teve, independente do título ou não. Agora, evidente, de fato e de direito.

A Praça de São Francisco está  localizada no centro da cidade e é cercada pelas também históricas igreja de São Francisco, Convento de  São Francisco, Capela da Ordem Terceira - atualmente sede do Museu de  Arte Sacra -, Santa Casa, Igreja da Misericórdia e Palácio  Provincial. 


A praça é a única no Brasil com um traçado urbanístico de origem tipicamente da colônia espanhola. Sua construção é do período  conhecido como União Ibérica (1580-1640), quando os reinos de Portugal e Espanha tiveram como único soberano os reis Felipe II, Felipe III e  Felipe IV da Casa da Áustria.

Tirando os dados históricos , a Praça São Francisco, na verdade, guarda uma peculiaridade belíssima para o povo de Sergipe. Foi nela que vi mais de dez festivais de Arte de São Cristóvão, organizados  pela Universidade Federal de Sergipe, quando não era, como hoje, oficiosa. Ali, se apresentaram centenas de grupos nacionais e internacionais sob a batuta de intelectuais e mestres como Albertina Brasil, João Cardoso do Nascimento, então reitor e Luiz Bispo que fora nomeado pelo Presidente Médici para ser o novo magnífico, sob a idéia de Núbia Marques, já professora da UFS e poeta consagrada. Isso em 1972. De la pra cá a Praça São Francisco, hoje patrimônio da Humanidade, recebeu vários grupos do Brasil inteiro, alunos e artistas consagrados que fizeram aquele espaço se imortalizar. Foram emoções  grandes, espetáculos inesquecíveis de balé, dança contemporânea,  música, circo, folclore, literatura e cinema, oficinas de artesanato, mostra de livros, recitais, teatro, gastronomia e festa, muita festa.

Da formação do Fasc até quando ele conseguiu resistir, porque o atual reitor, Josué Modesto dos Passos Subrinho, fez a proeza de enterrá-lo,  passaram nomes gloriosos da UFS. 

O Fasc mais rico foi sem dúvida, o que tinha Maria da Glória Santana de Almeida, a professora Glorinha, à  frente. 

Ela era Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários e  conseguiu junto aos Ministérios uma fábula em dinheiro, prestigiando todos os artistas e grupos importantes. Foi a glória! De vários  reitores me lembro de Aloísio de Campos, Gilson Cajueiro de Holanda, Eduardo Antonio Conde Garcia, Clodoaldo Alencar Filho (um apaixonado  pelo Fasc), além de nomes como José Carlos Teixeira, Thétis Nunes, Luiz Fernando Ribeiro Soutelo, Lu Spinelli, Maria Nely dos Santos,  Terezinha Oliva, Francisco José Alves, Luiz Antônio Barreto e Aglaé  Fontes de Alencar, Luiz Eduardo Oliva, João Costa, Tereza Prado, Eluzia Carvalho, Gizelda Moraes, José Costa, Fernando Lins, Jorge lins e tantos outros.

Ali naquela praça não está faltando ele, porque passaram Grupos como Corpo, Balé de Belo Horizonte, Ilê Ayê (Salvador), Companhia dos Homens(Recife), Alejandro Moro jazz Quarteto (Buenos Aires), Wagner Tiso, Nando Reis, Paulinho da Viola, Alceu Valença, Otto e tantos  inesquecíveis nomes.
 
A arte de Sergipe na música também foi destaque sempre, ali na praça, de Nino Karva à reação, de Amorosa à Joésia Ramos, Naurea ao quinteto de cordas, orquestras, Antonio Carlos Du Aracaju a Chico e Antonio Rogério, Patrícia Polayne e Crys Emmel, além de tantos que incendiaram o palco com seus talentos. A Praça São Francisco guarda em si a grande glória de tudo isso. Dos  bracelets, que as freiras fazem iguais na suissa, à queijada de dona Geninha que, quando viva, enrolava-as em papel cor de rosa e verde, aquele velho papel de pão; de Vesta Viana endeusada por Jorge Amado e  Zelia Gati por sua obra - tudo ali é mágico, é poético, é deslumbrante.

Mas o mais divino e ambicioso prêmio da Praça São Francisco, além de sua gente, sua arte e seu significado, é o Museu Histórico de São Cristóvão, localizado ali, na Praça São Francisco, que guarda a mais bela obra "Ceci e Peri",de Horácio Hora, o pintor sergipano que morreu  em Paris, enterrado no Père-Lachaise, onde estão nomes como Honoré de Balzac, Paul Éluard, Oscar Wilde, La Fontaine, Piaf, Chopin, Allan Cardec, Molière, Marcel Proust, Raymond Roussel e foi erroneamente transladado para Laranjeiras, sua terra natal, estando servindo de esterco para cavalos amarrados ao seu monumento. Ele que estava  enterrado no mais nobre cemitério da França ao lado também de Victor Hugo. Mas nada disso tira a imagem de Ceci e Peri, imortalizada por Horácio, inspirada na obra de José de Alencar, uma das mais belas  páginas da literatura mundial. Ceci e Peri, por si só, já remete à Praça São Francisco ao título de patrimônio da humanidade. Isso falo porque é impossível não chorar diante da tela. A moça branca deitada no barco, protegida pelo índio, como num filme de Visconti, uma ópera de Villa Lobos. Atentamos também para o Museu de Arte e Sacra que guarda as mais belas imagens já vistas no país, depois de Ouro Preto, onde um dia, Clodovil, chorou ao visitar.


Por tudo isso, diante da janela do museu, que dá para o pátio do convento, vendo as folhas verdes dos antúrios entremear o espaço cortando a tarde, cujo sol é lilás e a brisa verde, é que a Praça São Francisco, tão bem cultuada pelo historiador Thiago Fragata, é hoje um portal vivo de lágrimas e riqueza. Riqueza eterna, essa que o tempo não corrói.


Araripe Coutinho Poeta e escritor. Dentre suas poesias estão: O Amor Jaz, Face Morta e De avelãs e Mortes. Autor de vários livros, Coutinho é conhecido no Estado por sua produção cultural e pelo seu programa de entrevistas, quando apresentou novos e antigos talentos da literatura sergipana.
--------------------------------------
Eu tinha apenas 12 anos de idade quando aconteceu o 1º Festival de Arte de São Cristóvão - FASC. A nossa pequena cidade ficou cheia de gente. De repente uma trupe invadiu nossas ruas e vielas; homens e mulheres, muitos cabeludos, armaram suas barracas nas nossas praças. Foram três dias de magia. Depois deste primeiro FASC, muitos outros aconteceram. Até alguns que se apoderaram dessa denominação (FASC) mas que da idéia original nada tinham. O último FASC aconteceu em 2005 e eu já tinha 46 anos e pude reviver deliciosamente os dias de magia que vivi na minha adolescência. Que venha de novo o FASC. E que venha pra nunca mais ir embora. Viva o FASC, viva São Cristóvão, viva João Bebe Água. 
 Marcos Santana- atualmente prefeito da cidade de São Cristóvão. Na época em que escreveu esse depoimento, 2011, era funcionário do estado e estava a frente da ong Ação Social João Bebe Àgua.

 


Amigo e Irmão Zezito,

Muito boa tarde!  Muito obrigado pela atenção e informação. Parabéns pela iniciativa,  Vi o cortejo PRÓ-FASC realizado em São Cristóvão, no SE TV 2ª edição, do último sábado.  Parabéns pela iniciativa e espero ver o sonho realizado.

Estive no primeiro dia do curso de projetos culturais (birô cultural), realizado pela Secult, ótimo e com pessoas de alto nível cultural, tanto os instrutores como os alunos. Estou amando. Acredito que quem fizer esse curso sem nenhuma falta e tiver paciência e vontade, verá os resultados aparecerem                             

Ademilson Santos Silva - agente cultural ligado ao setor da produção cultural


Olá!! Amigos, estou  recebendo seus e-mails e quero agradecer pela a tenção e estou acompanhado tudo com  relação ao FASC,  ainda não pude ir as reuniões por motivo de trabalho,  mas quem sabe na próxima eu vou.

Um abraço,

La Cierva  - agente cultural ligado ao setor do audiovisual.
  
O FASC (Festival de Arte de São Cristovão), jamais dveria ter sofrido solução de continuidade
 
O FASC (Festival de Arte de São Cristovão), jamais dveria ter sofrido solução de continuidade. Foi, enquanto durou, um dos maiores encontros de arte e cultura do nordeste brasileiro. Participei de 03 festivais na categoria arte musical, cantando ao lado do saudoso Hilton Lopes, e tocando/cantando com o grupo Repente. Torço pelo retorno do Festival, neste momento em que a juventude necessita rever valores, e nada melhor do que a arte, para servir de instrumento neste sentido. Sucesso ao pessoal da comissão pró-FASC. Um abraço!
Antônio Vieira - cantor e músico
  
sexta-feira, 27 de maio de 2011

Vocês estão de parabéns!!


Vocês estão de parabéns. Vivemos há um bom tempo um período de aculturação no comportamento social perante aos valores e tradições culturais.

As transformações levam ao empobrecimento ou até mesmo, a erradicação dos movimentos sócio-culturais do Estado de Sergipe. Infelizmente a quarta cidade mais antiga do País está passando por tal processo.

Torço para vocês alcançarem os objetivos e proporcionar uma maior dimensão cultural de grande valia para os cidadãos locais, sergipanos e brasileiros.

Carlos Fabrício R. da Cruz
 

A adesão do Sr. Milton Coelho a campanha PRÓ-FASC

Um dos ícones da luta contra a ditadura militar em Sergipe e no Brasil.

Conheça e se julgar significativo os esforços que estão
sendo desenvolvidos por agentes e grupos culturais organizados e pessoas determinadas a apoiar ações voltadas para o crescimento da cultura em nosso estado, participe e divulgue os trabalhos para a realização do FASC - Festival de Arte de São Cristóvão.
 
Contando com a colaboração dos profissionais de imprensa, a
reintrodução com renovação do FASC, estarão garantidos o sucesso e a consolidação de uma iniciativa que marcará a presença de Sergipe no cenário cultural do país.
       De
           Milton Coelho

O agradecimento sincero e fratenal do MOVIMENTO PRÓ-FASC pelo fato da grande visão de futuro que o Sr. Milton Coelho sempre teve com relação aos cuidados governamentais com a maioria do povo brasileiro, em especial no campo da reforma agrária, educação e cultura.

E que,  lamentavelmente,  em razão disso, perdeu a visão em decorrência das torturas sofridas na operação Cajueiro em 1976.

Nossas reverências ao Sr. Milton Coelho e a todos brasileiros que não fugiram e nem foge da luta.

Parabens, a todos da ONG AÇÃO CULTURAL, por promover o Movimento PROFASC, mesmo ainda não alcançando o resultado satisfatório, fez uma apresentação do objetivo principal. Pelo que foi comentado, pressupõe-se uma reavaliação da estrutura do projeto, mas a demonstração e preocupação de instituições e orgãos publicos é positiva.
  Jadson Sá - agente cultural e trabalhador autonômo no segmento de administração e contabilidade. (via e-mail) 


Olha lá gente, a campanha em prol do FASC, está muito boa, muito bonita, até aí, tudo bem, mas, os colegas precisa se conscientizar de uma coisa: Como será o formato dos futuros editais, caso o FASC retorne? Estão pensando nisso? Porque se os artistas não participarem dessa construção, isso tem tudo para acabar como é hoje o Pré Caju, um gigantesco evento que até dizem que faz parte da cultura de nosso estado mas, só beneficia artistas de fora, os de Sergipe ficam fora do bolo. Entendeu? Vai acontecer a mesma coisa com o FASC, se deixar a coisa rolar por conta de sei lá quem, quer dizer: Por quem não tem compromisso com os artistas da terra, nem com a nossa cultura. ENTENDEU?  
 La Cierva. agente cultural e cineasta (de Aracaju, via e-mail) 
     

De fato, o manifesto PROFASC aguçou a sensibilidade de artistas e profissionais presentes no dia em que foi entregue a artistas de teatro, dança e circo que estavam reunidos no Teatro Lourival Batista em 20 de março. Foi perceptível a vontade e a lembrança de alguns e a nostalgia de períodos anteriores e hj perceber que está negligenciado. A demonstração escrita do manifesto se expôs e mostrou uma relação de causa-consequência da cultura sergipana. Foi interessante.  
Jadson Cerqueira, Aracaju, através de e-mail
  

Que felicidade saber que no estado do Sergipe existe um projeto de evento de artes tão antigo. Meu nome é Laura Chaves, sou formada em teatro pela UNIRIO, hoje trabalho na Universidade Estadual de Maringá e adquiri um sitio na cidade de Estancia, e dentro de alguns anos estarei morando definitivamente em Aracaju. Tenho andado bem atenta com a política cultural desse estado. Em junho estarei passando o mês inteiro por aí, e se tiver condições de conhecer pessoas da área cultural ficarei muito contente. Parabéns a todos que estão na luta pelas questões culturais.
 Laura Chaves


Sem querer entrei para ver este blog e que agradavel ler estes relatos.
Um abracao a todos e que retorne o fasc, sem eu mesmo ter conhecido, heheheh.

Tigu Guimaraes, desde madrid.

 -----------------------
Eu, Lucia do Posto, lembro do FASC do ano 1972 a 1993, foi o período dos grande festivais de arte. Eu via a cidade cheia de pessoas de todas raças e situacões social e econômica diferente, mas , falando a mesma lingua cultural. O manifesto vem trazendo a vontade do povo da cidade pela volta do FASC.

--------------------------------------------------------------
Nos dias em que se realizava o Festival de Artes de São Cristovão, o FASC, eram marcados por  um clima de liberdade e magia que decorriam da união de artistas e visitantes na procura da beleza estética nas suas mais diferentes manifestações populares, nascidas das entranhas do povo simples de nossa terra. 

Entretanto, a beleza que marcava o FASC não estava apenas nas apresentações artísticas e culturais, mas também na multifacetada aparência do público que para lá afluía de todo o Estado de Sergipe e além fronteiras: eram “bichos-grilos”, hippies, estudantes de “aparência comportada”, intelectuais, artistas consagrados e outros em busca de seu lugar ao sol, artesões e vendedores de doces e petiscos. 

Como nunca fui de hábitos noturnos, voltava cedo para casa, em Aracaju, o que me fazia perder os espetáculos e atrações que iam noite a dentro. Mas, pela manhã, logo cedo,  no sábado e no domingo, retornava à quarta cidade mais antiga do Brasil para respirar aquele ar de alegria e beleza, apreciando as barracas de dormir armadas nas praças ou  próximo às igrejas. Completava o cenário as barracas dos vendedores montadas no passeio que circundava as praças e mesmo em um dos lados de algumas  ruas mais largas.

Sentia-me culturalmente iluminado, na feliz expressão cunhada pelo professor Zezito. Violência, se havia, nunca presenciei. Mas via a solicitude com que a população local acolhia os visitantes e artistas populares. 

No começa da tarde, os grupos folclóricos começavam seu desfile pelas ruas estreitas da velha capital. 

Os brincantes, muitos deles idosos, esbanjavam uma vitalidade de nos dar inveja, a nós, os jovens de então: dançar samba de coco, de pareia, naquelas centenárias ruas de calçamento irregular,  sob um sol escaldante e  trajes que muitas vezes aumentava o calor, não era para qualquer um. Só quem via sentido para sua vida naquelas brincadeiras era capaz de suportar o cansaço com um sorriso de satisfação estampado no rosto: era um momento de glória ser visto  por milhares de visitantes que apreciavam o espetáculo proporcionado por aquelas pessoas simples, do povo de São Cristovão, e de outras cidades sergipanas e nordestinas. 

Havia muito mais a ser visto, mas a lente de meu interesse mirou apenas o que havia de mais popular naquele que foi um dos maiores festivais de artes do País. 

Que o FASC retorne, “para o bem de todos e felicidade geral da nação” !

Hora Reis - funcionário público



terça-feira, 12 de abril de 2011


 

O FASC EM MINHA VIDA

          Em meados da década de 80, um pai de família sergipano, que residia no Rio de Janeiro, decidiu retornar com a família ao seu Estado de origem. O seu filho mais velho, um menino que amava os Beatles, Chico Buarque/Caetano Veloso e a Cor do Som, sentiu-se muito inquieto em retornar para um “deserto cultural” onde prevalecia um modo de fazer política fundamentado nos valores e atitudes  típicos do mau e velho sistema do coronelismo.

Para chegar a estas conclusões, o menino partiu dos assuntos dominantes nas rodas de conversas das tias e tios, que às vezes visitavam seus pais, das leituras dos jornais alternativos, a exemplo do Pasquim e outros, e ainda dos jornalões (O Globo e o JB).

Mas, quando tudo está ou parece perdido, sempre existe uma luz, como disse pouco depois um jovem compositor, e o menino se deparou com o Festival de Arte de São Cristóvão, conhecido também como FASC, e aí, quando era tempo do festival, o menino se sentia bastante iluminado culturalmente.

Isso ocorria pelo fato de o FASC lhe recordar as temporadas populares de teatro (vamos comer teatro), os projetos de acesso à música popular (seis e meia), àmúsica clássica (projeto aquarius), os cineclubes da zona sul, eventos e ambientes culturais frequentados pelo ousado menino suburbano

E no FASC o menino pode encontrar um pouco de tudo isso, e ainda melhor, concentrado em um mesmo local, em dias consecutivos, e na antiga cidade onde o menino nasceu, cenário bem propício para uma ação cultural comprometida com a qualidade, a diversidade e a democratização do acesso da população às mais diversas manifestações culturais e artísticas.

Além de curtir as atrações artísticas, nessa ocasião o menino era hóspede da sua querida vó Nanã (Sara), que residia em um casarão próximo à igreja do Rosário, local onde o menino viveu até os sete anos, quando se mudou com a família para Aracaju e, logo depois, para o Rio de Janeiro.

Das atrações artísticas do FASC, o menino tinha uma especial predileção pelas apresentações dos grupos de teatro no auditório do Colégio Paulo Sarazate, em razão da temática regionalista que predominava nos textos encenados. Por ter vivido distante do nordeste por  longos anos, precisava disso para se banhar e mergulhar nas fontes culturais de sua terra natal. 

Outro momento inesquecível eram os cortejos dos grupos folclóricos, trazendo-lhe uma das poucas recordações que o tempo não apagou: a homenagem aos Santos Reis, cuja data é celebrada em janeiro.

Neste ano de 2011, o menino, agora homem feito, colabora com um grupo de moradores da cidade com o objetivo de obter dos poderes públicos o compromisso efetivo com a retomada e continuidade do FASC, suspenso em 1993 por decisão da Universidade Federal de Sergipe e retomado, de forma descontínua e em proporção reduzida, pelas administrações municipais que se sucederam desde então.

          O menino, e agora homem feito, sou eu, que depois de tantas andanças por outros lugares, sempre buscando contribuir “para a felicidade geral da nação”, agora acrescenta sua experiência de agente e educador cultural em favor da cidade que o viu nascer.

Zezito de Oliveira
filho de Maria Marlene e de José de Deus



O FASC É NOSSO

Antônia Amorosa

A iniciativa da comunidade de São Cristóvão em realizar uma mobilização pública em torno do retorno do Festival de Arte de São Cristóvão vem pontuar a importância de um investimento imediato deste evento que ultrapassa as fronteiras de Sergipe, e credencia o povo Sãocristovense como legítimos defensores desta bandeira que tem sido até então ignorada pelos poderes públicos. 

Criado  pela Universidade Federal de Sergipe em 1972, o Festival de Arte de São Cristóvão foi palco de importantes referências nacionais e locais abrangendo num cenário aberto e acessível expressões da música, dança, teatro, literatura e representatividades folclóricas. A arte em sua mais qualitativa expressão confluía encontros de grupos que nos dias de hoje são de referências internacionais. 
  Sendo conduzido pela UFS até meados de 1992, o FASC passou a receber investimentos geridos pelo governo, ora coordenado por setores específicos ou pela administração municipal como ocorreu no ano de 2005 na gestão do ex prefeito, Zezinho da Everest, porém, por falta de recursos suficientes veio a perder na qualidade da sua programação, retirando o Festival de Arte de São Cristóvão de um espaço que lhe fora conferido por merecimento, vindo ocupar projetos em papéis e discursos ainda não cumpridos.
  Passado sete anos, sabe-se que há por parte da Secretaria de Cultura na gestão de Eloísa Galdino um projeto direcionado para este fim, contudo, a comunidade de São Cristóvão pleiteia uma ação que reúna não apenas o desejo, mas o compromisso do seu retorno ainda este ano, assim como a garantia da sua continuidade, observando a importância de não utilizar a população de São Cristóvão como mero figurantes do processo, mas como importantes colaboradores da sua realização.
  E para que isto aconteça organizações de vários segmentos culturais tem se manifestado no intuito de ampliar a força deste movimento em prol do retorno do FASC, dada a sua importância no contexto histórico e cultural do Estado de Sergipe. O que esperamos é que ocorra um apoio substancial e permanente, estabelecendo a pauta como uma prioridade na cultura do Estado. 

Que se observe da necessidade de não permitir que referências já estabelecidas sejam dadas ao esquecimento, sendo substituídas por eventos que são comandados pelos modismos e influência midiática.  

Já está em andamento a realização de um seminário idealizado pela comissão de São Cristóvão, assim como a realização de um evento aberto com o apoio dos artistas e da sociedade, como forma de chamar atenção do povo sergipano para que o FASC não venha se tornar um ponto da história Cultural de Sergipe que fora implodida pela falta de compromisso com as mais importantes realizações já empreendidas em nossa terra.
  Esperamos uma ação conjunta por parte de todos aqueles que reconhecem a importância do retorno do Festival, para que possamos festejar uma programação alicerçada na qualidade, no bom gosto, vindo a ocupar o pódio de um dos mais cobiçados festivais de arte do Brasil
  
Cantora, jornalista.
Leia também:
 segunda-feira, 11 de julho de 2011
 

Nenhum comentário: