sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Mensagem para o advento e o natal. Ou natal com o compromisso e o sentido da estrela que guiou pastores e reis magos.

 Texto que começou a ser escrita sem essa intenção.

Deputados despreparados, hilários, “folclóricos”, "surreais". Um, não eleito para a Assembléia Legislativa de Sergipe, por diferença de votos que não chega a uma dezena e um outro , eleito para a câmara federal, mas com candidatura, “sub judice”, sendo objeto de disputa judicial. Este assunto dominou a conversa com os professores na topic que transporta-os de volta pra casa, na noite do dia 27/11, além do caso de políticos com mandato envolvidos com o tráfico de drogas, conforme noticiário da imprensa. 

Uma canção para lembrar a fonte disso tudo. Dias e noites SUPER, pessoas SUPERFICIAIS. Alimentadas neste sentido por um sistema de comunicação, por um sistema religioso e por um sistema educacional, que a despeito dos esforços de muitos educadores e gestores abnegados, precisa avançar , e muito. Mesmo com parlamentares despreparados, hilários e “folclóricos”, apresentando e defendendo projetos de lei tipo “escola sem partido.” ou “escola com censura”.

Para o sistema de comunicação avançar, precisamos dar mais audiência aos veículos independentes, críticos e éticos. No campo religioso, o Papa Francisco tem muito a oferecer.

Por uma vida mais preenchida com sonhos, desejos e realizações no campo da liberdade, igualdade, alegria, solidariedade, respeito, fé e esperança.

Isso refletirá em nossas escolhas, incluindo os candidatos a cargos eletivos. Podemos começar trabalhando em favor disso, buscando fazer um Natal diferente, ocasião muito propicia para pensarmos sobre o que tratamos acima. Um bom começo pode ser escolher uma boa trilha sonora, que aponte para o SENTIDO do argumento defendido acima.

O mesmo SENTIDO da estrela que guiou os pastores e reis magos, em direção a Belém e a manjedoura onde o menino Deus nasceu. O menino que nos traz as melhores recordações e os melhores presentes de VIDA. Que nesse Natal ele renasça ainda com mais força dentro de nossos corações, para que a vida na terra possa ser um testemunho sempre renovador e reinventado da sua presença verdadeira.

E mesmo quem não tem fé, pode fazer como o nosso grande professor Darcy Ribeiro, que pediu próximo ao seu leito de morte para ser abençoado por Deus, com a mediação de Frei Leonardo Boff. Sobre o menino Deus, Darcy Ribeiro, afirmou gostar de um Deus que renasce sempre uma vez a cada ano. Afirmando isso, ele quis afirmar gostar do símbolo e da poesia que significa o verdadeiro natal, o que é próprio de quem tem um coração de criança.

Outras canções, com SENTIDO e bom para serem ouvidas no tempo do advento e no tempo do natal, estão disponíveis abaixo: 
Zezito de Oliveira








Advento como um tempo de delicadeza.
 "Pretendo descobrir no último momento, um tempo que refaz o que desfez , que recolhe todo o sentimento. E bota no corpo uma outra vez."





Mais canções e textos

Play list - Natal com este tipo de arte é tudo o que eu quero.

 Evocações do Natal na Literatura Brasileira







Nascimento de Jesus está presente na lírica nacional

Tema é encontrado em poemas de Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade e Jorge de Lima


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800 horas rezando sem parar na igreja para evitar uma deportação.

Paroquianos de um templo da Holanda tentam evitar a expulsão de um casal armênio e seus três filhos. A polícia não pode entrar no local para prendê-los durante o serviço religioso

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Acho que já contei isso uma vez, mas no tempo em que eu trabalhava em uma grande multinacional eu ouvi no elevador uma conversa entre dois publicitários:
"Graças a Deus" o Natal é cada vez mais Papai Noel, e menos Jesus Cristo !!!
Acho que é hora de inverter isso !  José Ricardo Oliveira




Poema do Menino Jesus

Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
(...)

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

(...)

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

(...)

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?
Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)




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