Excelente!
Não tem comparação! Haddad é um dos melhores candidatos a presidente
que tivemos. O nível intelectual e ético é incomparável. Não precisa ter ou ser muito, para compreender isso.
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A BESTIALIDADE REPETIDA PELAS RÁDIOS...
A desinformação se alastra com o vento nas pueris informações de nossas rádios, todas elas.
Hoje pela manhã, insisto e ligo na 94FM, quando Netão lê algo que um ouvinte envia para a rádio e ele endossa. Repete a mentira como se verdade fosse.
Lê e se indigna pelo fato de Fernando Haddad estar passando férias nos EUA. Diz em tom jocoso, "deveria estar passando férias na Venezuela".
Nem uma coisa, nem outra. Haddad não está de férias e esteve sim nos EUA, mais precisamente em Nova York e por um motivo dos mais auspiciosos, o de participar a convite, da criação de uma Frente Progressista Internacional, idealizada pelo senador norte-americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis.
A coalização tem o objetivo de se contrapor ao avanço da extrema-direita "por toda parte", segundo Varoufakis. Seu lançamento ocorreu em Nova York no dia 1º de dezembro. Netão e a turma da manhã da 94FM fingiu desconhecer o fato, mas fez questão de passar adiante a visão conservadora do mundo, uma distorcendo os fatos e os passa ao ouvintes da pior forma possível.
Assim se dá a informação pelos meios da mídia massiva brasileira. Incontestáveis reis da grosseria e da mentira. Escrevo para restabelecer a verdade dos fatos e para dar mais um toque na bestial informação que chega aos ouvidos dos ouvintes. Será que ainda vale a pena e eles se sentirão tocados para mudar de rumo?
Tudo bem, o que poderia ter dito e não o fez é que, João Pedro Stedile e Guilherme Boulos poderiam representar o país até com mais desenvoltura na tal frente, mas preferem seguir pelo caminho da desinformação. Tudo dominado.
Por Henrique Perazzi de Aquino.
---------------------------------------------------A desinformação se alastra com o vento nas pueris informações de nossas rádios, todas elas.
Hoje pela manhã, insisto e ligo na 94FM, quando Netão lê algo que um ouvinte envia para a rádio e ele endossa. Repete a mentira como se verdade fosse.
Lê e se indigna pelo fato de Fernando Haddad estar passando férias nos EUA. Diz em tom jocoso, "deveria estar passando férias na Venezuela".
Nem uma coisa, nem outra. Haddad não está de férias e esteve sim nos EUA, mais precisamente em Nova York e por um motivo dos mais auspiciosos, o de participar a convite, da criação de uma Frente Progressista Internacional, idealizada pelo senador norte-americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis.
A coalização tem o objetivo de se contrapor ao avanço da extrema-direita "por toda parte", segundo Varoufakis. Seu lançamento ocorreu em Nova York no dia 1º de dezembro. Netão e a turma da manhã da 94FM fingiu desconhecer o fato, mas fez questão de passar adiante a visão conservadora do mundo, uma distorcendo os fatos e os passa ao ouvintes da pior forma possível.
Assim se dá a informação pelos meios da mídia massiva brasileira. Incontestáveis reis da grosseria e da mentira. Escrevo para restabelecer a verdade dos fatos e para dar mais um toque na bestial informação que chega aos ouvidos dos ouvintes. Será que ainda vale a pena e eles se sentirão tocados para mudar de rumo?
Tudo bem, o que poderia ter dito e não o fez é que, João Pedro Stedile e Guilherme Boulos poderiam representar o país até com mais desenvoltura na tal frente, mas preferem seguir pelo caminho da desinformação. Tudo dominado.
Por Henrique Perazzi de Aquino.
Evento no People’s Forum em Nova York: O que deu errado quando o Brasil foi para a direita?
Clique AQUI para assistir a segunda participação.
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Haddad critica submissão de Bolsonaro a Trump: 'acoplamento cego'
Ex-prefeito de São Paulo está nos Estados Unidos para lançamento de uma coalizão internacional progressista
por Redação RBA
publicado
29/11/2018 12h13
REPRODUÇÃO/FACEBOOK
Fernando Haddad anunciou que, nesta viagem aos Estados Unidas, ingressará com uma ação judicial contra o WhatsApp
São Paulo – O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) criticou a submissão do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) às ideias do líder americano Donald Trump. Durante o evento "Brazil Talk: O Brasil após as Eleições", na Universidade de Columbia-EUA, ele classificou o direcionamento da política externa como "cego e sem mediação".
"Esse movimento do Brasil em direção aos Estados Unidos, de um acoplamento quase que sem mediação, cego – esse movimento 'vamos fazer tudo o que os EUA quiserem, os Estados Unidos de Trump' –, vai moldando uma nova ordem, vai comprometer conquistas que são caras do que a gente chama de Ocidente", disse ele, durante a palestra.
Haddad também falou sobre a utilização das redes sociais, em diversos países, como plataforma de disseminação de mentiras que interferem no pleito eleitoral. Segundo ele, o PT não estava preparado para os ataques na última semana do primeiro turno, quando foram disparadas diversas notícias falsas em massa, via WhatsApp, contra o petista, alavancando sua taxa de rejeição em 20%.
"Aquilo definiu a eleição. A gente não tinha como reparar por completo aquele prejuízo", afirma ele, que critica a falta de investigação contra o aplicativo de troca de mensagens. "Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e Itália vivem no mesmo fenômeno de operação de rede. As ações do Facebook caíram e no WhatsApp, que possui um sistema de pessoa para pessoa, não há como rastrear, ou seja, podem fazer milhões de disparos com notícias falsas, mas sem identificar quem enviou", finaliza.
No último dia 21, Fernando Haddad anunciou que, nesta viagem aos Estados Unidos, ingressará com uma ação judicial contra o WhatsApp no país-sede da empresa – o aplicativo pertence ao Facebook. O objetivo, de acordo com ele, é forçar a empresa a esclarecer como o aplicativo de rede social foi utilizado no Brasil para a disseminação em massa de notícias falsas durante o período eleitoral.
Ainda neste mês, o WhatsApp informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que não teria sido contratado pela campanha de Bolsonaro para fornecer "serviços de impulsionamento de conteúdo na rede mundial de computadores", mas não informou nada sobre as empresas que prestaram serviço e fizeram uma avalanche de mentiras pelo aplicativo, como foi denunciado pelo jornal Folha de S.Paulo.
O ex-candidato à Presidência pelo PT está nos Estados Unidos para o lançamento de uma coalizão internacional progressista idealizada pelo senador americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis, no próximo sábado (1º), em Nova Iorque.
Na agenda de Haddad ainda também estão previstas conversas com a centro-esquerda europeia, também ameaçada pela onda conservadora. De acordo com ele, o Podemos da Espanha, a Geringonça, de Portugal e partidos progressistas da Itália, França e Alemanha, também preocupados com a ameaça de cortes de direitos sociais em seus países.
"Esse movimento do Brasil em direção aos Estados Unidos, de um acoplamento quase que sem mediação, cego – esse movimento 'vamos fazer tudo o que os EUA quiserem, os Estados Unidos de Trump' –, vai moldando uma nova ordem, vai comprometer conquistas que são caras do que a gente chama de Ocidente", disse ele, durante a palestra.
Haddad também falou sobre a utilização das redes sociais, em diversos países, como plataforma de disseminação de mentiras que interferem no pleito eleitoral. Segundo ele, o PT não estava preparado para os ataques na última semana do primeiro turno, quando foram disparadas diversas notícias falsas em massa, via WhatsApp, contra o petista, alavancando sua taxa de rejeição em 20%.
"Aquilo definiu a eleição. A gente não tinha como reparar por completo aquele prejuízo", afirma ele, que critica a falta de investigação contra o aplicativo de troca de mensagens. "Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e Itália vivem no mesmo fenômeno de operação de rede. As ações do Facebook caíram e no WhatsApp, que possui um sistema de pessoa para pessoa, não há como rastrear, ou seja, podem fazer milhões de disparos com notícias falsas, mas sem identificar quem enviou", finaliza.
No último dia 21, Fernando Haddad anunciou que, nesta viagem aos Estados Unidos, ingressará com uma ação judicial contra o WhatsApp no país-sede da empresa – o aplicativo pertence ao Facebook. O objetivo, de acordo com ele, é forçar a empresa a esclarecer como o aplicativo de rede social foi utilizado no Brasil para a disseminação em massa de notícias falsas durante o período eleitoral.
Ainda neste mês, o WhatsApp informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que não teria sido contratado pela campanha de Bolsonaro para fornecer "serviços de impulsionamento de conteúdo na rede mundial de computadores", mas não informou nada sobre as empresas que prestaram serviço e fizeram uma avalanche de mentiras pelo aplicativo, como foi denunciado pelo jornal Folha de S.Paulo.
O ex-candidato à Presidência pelo PT está nos Estados Unidos para o lançamento de uma coalizão internacional progressista idealizada pelo senador americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis, no próximo sábado (1º), em Nova Iorque.
Na agenda de Haddad ainda também estão previstas conversas com a centro-esquerda europeia, também ameaçada pela onda conservadora. De acordo com ele, o Podemos da Espanha, a Geringonça, de Portugal e partidos progressistas da Itália, França e Alemanha, também preocupados com a ameaça de cortes de direitos sociais em seus países.
registrado em:
fernando hadd
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Não pode torcer contra governo Bolsonaro para “ganhar o poder”, diz Haddad
Por Mirthyani Bezerra, do UOL, em São Paulo
28/11/2018 22h22
28/11/2018 22h22
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP), que perdeu o
segundo turno da eleição presidencial para Jair Bolsonaro (PSL), disse
nesta quarta-feira (28) acreditar que, se o futuro governo “der errado”,
o PT pode vir a ganhar uma eleição, fazendo referência ao pleito de
2022. Mas ressaltou que não se deve torcer para que o governo do seu
adversário falhe para “ganhar o poder”.
“Você não pode ficar torcendo para um governo dar errado para você
ganhar o poder. A melhor coisa do mundo é você ganhar de quem está indo
bem, porque mostra que você foi melhor na sua mensagem”, disse o petista
durante palestra na Universidade de Columbia, em Nova York, nos Estados
Unidos.
E completou: “Se der errado, é possível que o PT possa ganhar uma
eleição, mas não é assim que a gente deve trabalhar, a gente deve
trabalhar com a hipótese de eles darem certo e de a gente dar mais certo
do que eles”.
Haddad está em viagem pelos Estados Unidos anunciada por ele na
semana passada. O ex-prefeito foi convidado a participar do lançamento
de uma coalizão internacional progressista idealizada pelo senador
americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis
Varoufakis, dia 1º de dezembro, em Nova York. Nesta quinta, ele fará
nova palestra na cidade americana.
Durante o evento “Brazil Talk: O Brasil após as Eleições”, na
Universidade de Columbia, Haddad evitou fazer críticas diretas a
Bolsonaro, centrando sua palestra nos desafios da esquerda como um todo
diante do crescimento de “governo fascistas ou de extrema-direita”.
Chegou a afirmar entender o que o futuro ministro da Relações
Exteriores, Ernesto Araújo, quis dizer quando mencionou a relação entre
marxismo e Revolução Francesa, o que causou polêmica pelo anacronismo,
dado que Karl Marx nasceu anos depois do episódio.
“Nosso futuro chanceler está dizendo que o ocidente que ele preza não
é o da Revolução Francesa, que ele classifica como uma revolução
marxista, que aconteceu algumas décadas antes de o Marx nascer. Fora a
brincadeira, eu até entendo o que ele quis dizer, porque o socialismo se
apropriou de ideias da revolução francesa: igualdade, liberdade e
fraternidade. Então ele está fazendo uma confusão anacrônica, mas que
faz algum sentido”, disse.
Fazendo referência ao ensaio “Trump e o Ocidente” publicado por
Araújo em uma revista do centro de estudos do Itamaraty, Haddad diz que o
futuro chanceler fala “coisas interessantes”, mas que o discurso dele é
contra a visão moderna de democracia.
“Por que ele fala da Grécia? Porque na Grécia a democracia era direta
e era uma democracia da maioria, não tem esse negócio de direito de
minoria. Na democracia antiga, não existe esse conceito. Se uma tribo
resolvesse adorar um deus e dissesse ’em nome da minha liberdade vou
desrespeitar esse deus [o deus adorado pela comunidade] (…), não podia
fazer isso”, disse.
E completa: “democracia grega e romana não dialoga com a liberdade moderna, com os direitos civis e políticos”, diz.
Moral, bons costumes e religião
Durante sua palestra, Haddad tocou diversas vezes na temática da religião e de como o discurso da moral e dos bons costumes influenciou, segundo ele, o resultado das eleições no Brasil.
Durante sua palestra, Haddad tocou diversas vezes na temática da religião e de como o discurso da moral e dos bons costumes influenciou, segundo ele, o resultado das eleições no Brasil.
“O discurso da moral e bons costumes teve um peso muito
significativo, tanto que as fake news versavam na sua grande maioria
sobre isso. Certamente havia alguém monitorando e vendo que dava certo,
porque ninguém gasta dinheiro sem saber se estava dando certo ou não”,
disse fazendo referência velada à reportagem da Folha de S. Paulo que
denunciou esquema de disparos em massa de mensagens contra o PT via
WhatsApp.
Para ele, assim como aconteceu com as jornadas de 2013, quando
milhões de pessoas foram às ruas em protestos motivados inicialmente
contra o aumento da tarifa do transporte público, o PT não estava
preparado para o que aconteceu na última semana antes do 1º turno. “Ele
não tinha uma experiência para aquela ofensiva que definiu a eleição.
Tentamos recuperar o prejuízo, conseguimos em parte no segundo turno,
mas o resultado já estava dado”, disse.
“O PT tem que se preparar para esses novos tempos e não falo só do PT, falo da esquerda em geral”, diz.
Questionado sobre a importância do voto dos evangélicos nas eleições
deste ano, Haddad afirmou que o casamento entre igreja e política “é
complexo”. “Hoje tem um fenômeno de crescimento no neopentecostalismo no
Brasil. Um dos erros é imaginar a incompatibilidade disso com projeto
generoso de sociedade”, disse completando que “não é verdade que o
diálogo é impossível”
-----------------------------------Entrevista de Haddad concedida a jornalista Monica Bergamo da Folha de São Paulo,em 26 de novembro de 2018, antes da viagem aos EUA.
Elite econômica abriu mão de seu verniz ao eleger Bolsonaro, diz Haddad
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Livro
'A Nova Direita' disseca a atuação de fundações conservadoras e ultraliberais
Think-tanks atrelados aos
interesses capitalistas internacionais lançam "cortina de fumaça"
moralista para encobrir agenda impopular de "reformas", predação das
riquezas e destruição de direitos
por Redação RBA
publicado
29/11/2018 15h28
Marcelo Camargo/Ag Brasil
São Paulo – A ascensão de políticos populistas e de extrema-direita,
como Donald Trump, nos Estados Unidos, e mais recentemente, Jair
Bolsonaro, no Brasil, é consequência da crise do capitalismo que eclodiu
há uma década em todo o mundo. Mas também é resultado da capacidade de
organização dos mesmos agentes que produziram a crise que conseguiram
espalhar pelo mundo a ideologia neoliberal que serve para sequestrar o
Estado.
A partir de uma rede de organizações, fundações e institutos, as forças do capital conseguiram imprimir nas sociedades a ideia que o inimigo a ser combatido é o Estado. Mais do que isso, conseguiram também difundir valores morais conservadores que tem servido como "cortina de fumaça" para encobrir os verdadeiros interesses econômicos desses grupos, que estimulam e se beneficiam da crise da democracia.
É sobre a ação desses grupos responsáveis por propagar o ideário ultraliberal e conservador que trata o livro A Nova Direita: Aparelhos de ação política e ideológica no Brasil contemporâneo (Expressão Popular), escrito por Flávio Henrique Calheiros Casimiro, que é doutor em história social pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pró-reitor do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Casimiro diz que, pelo menos desde os anos 1980, a direita brasileira, como no resto do mundo, vem se organizando a partir desse modus operandi. "Mais do que pensar o que a esquerda deixou de representar nos espaços, o importante é entender como a direita assume essa estratégia como fundamental para continuação e atualização da dominação de classe. No Brasil, houve um aumento das organizações de esquerda, mas houve substancialmente um avanço da direita nesses espaços."
O lançamento do livro, nessa quarta-feira (28), no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, contou com um debate com a participação da professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Esther Solano, que também estuda a ascensão da direita no Brasil, e da coordenadora nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Kelli Maffort, com mediação da coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli.
"O que se tem na verdade é uma sofisticação do capital internacional, que se organiza aqui no Brasil através de think-tanks, como o Instituto Millenium, o Lide, Estudantes pela Liberdade, Instituto Von Mises etc. para promover valores ultraliberais e conservadores", afirma Esther Solano. Segundo ela, o governo Bolsonaro é a representação desse casamento do pensamento neoliberal – liderado pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, com uma ideologia fundamentalista e conservadora, encarnado nos nomes que vão comandar as pautas de Educação e Relações Exteriores.
Esther diz que os representantes do capital, cientes de que suas pautas "reformistas" são de difícil aceitação pela maioria da população – como as ditas "reformas" trabalhista e da Previdência –, mobilizam setores da classe média a partir de pautas moralistas. "Na campanha do Bolsonaro, quase não se falou de reforma da Previdência, mesmo se sabendo que é a principal proposta que ele deve adotar. Se falou basicamente de Escola Sem Partido, sexualização das crianças, Foro de São Paulo, comunismo. Eles têm todo um conjunto de simbologias, termos e conceitos que estão sendo jogados na esfera pública, para criar uma moralização do debate."
Para a coordenadora do MST, A Nova Direita serve para entender como as forças do capital se articulam internacionalmente. Ela diz que, diferentemente das outras, dessa vez não se trata de uma crise conjuntural do capitalismo, mas de uma "civilizatória e estrutural", e que a derrota eleitoral para a esquerda também traz lições e oportunidades.
"Se a classe dominante se apresenta de forma tão explícita, os trabalhadores também estão sendo chamados a se apresentarem como classe. Esse é o ponto que nós temos que seguir nas nossas diferentes trincheiras, no movimento popular, na academia, na militância partidária, no movimento sindical", afirmou.
A partir de uma rede de organizações, fundações e institutos, as forças do capital conseguiram imprimir nas sociedades a ideia que o inimigo a ser combatido é o Estado. Mais do que isso, conseguiram também difundir valores morais conservadores que tem servido como "cortina de fumaça" para encobrir os verdadeiros interesses econômicos desses grupos, que estimulam e se beneficiam da crise da democracia.
É sobre a ação desses grupos responsáveis por propagar o ideário ultraliberal e conservador que trata o livro A Nova Direita: Aparelhos de ação política e ideológica no Brasil contemporâneo (Expressão Popular), escrito por Flávio Henrique Calheiros Casimiro, que é doutor em história social pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pró-reitor do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Casimiro diz que, pelo menos desde os anos 1980, a direita brasileira, como no resto do mundo, vem se organizando a partir desse modus operandi. "Mais do que pensar o que a esquerda deixou de representar nos espaços, o importante é entender como a direita assume essa estratégia como fundamental para continuação e atualização da dominação de classe. No Brasil, houve um aumento das organizações de esquerda, mas houve substancialmente um avanço da direita nesses espaços."
O lançamento do livro, nessa quarta-feira (28), no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, contou com um debate com a participação da professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Esther Solano, que também estuda a ascensão da direita no Brasil, e da coordenadora nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Kelli Maffort, com mediação da coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli.
"O que se tem na verdade é uma sofisticação do capital internacional, que se organiza aqui no Brasil através de think-tanks, como o Instituto Millenium, o Lide, Estudantes pela Liberdade, Instituto Von Mises etc. para promover valores ultraliberais e conservadores", afirma Esther Solano. Segundo ela, o governo Bolsonaro é a representação desse casamento do pensamento neoliberal – liderado pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, com uma ideologia fundamentalista e conservadora, encarnado nos nomes que vão comandar as pautas de Educação e Relações Exteriores.
Esther diz que os representantes do capital, cientes de que suas pautas "reformistas" são de difícil aceitação pela maioria da população – como as ditas "reformas" trabalhista e da Previdência –, mobilizam setores da classe média a partir de pautas moralistas. "Na campanha do Bolsonaro, quase não se falou de reforma da Previdência, mesmo se sabendo que é a principal proposta que ele deve adotar. Se falou basicamente de Escola Sem Partido, sexualização das crianças, Foro de São Paulo, comunismo. Eles têm todo um conjunto de simbologias, termos e conceitos que estão sendo jogados na esfera pública, para criar uma moralização do debate."
Para a coordenadora do MST, A Nova Direita serve para entender como as forças do capital se articulam internacionalmente. Ela diz que, diferentemente das outras, dessa vez não se trata de uma crise conjuntural do capitalismo, mas de uma "civilizatória e estrutural", e que a derrota eleitoral para a esquerda também traz lições e oportunidades.
"Se a classe dominante se apresenta de forma tão explícita, os trabalhadores também estão sendo chamados a se apresentarem como classe. Esse é o ponto que nós temos que seguir nas nossas diferentes trincheiras, no movimento popular, na academia, na militância partidária, no movimento sindical", afirmou.
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