sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

LIve-Formação - Por que a Teologia da Libertação é tão atacada?

 

UMA RESPOSTA À MOÇA QUE DISTRIBUIU INVERDADES CONTRA A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

Está é uma resposta que fiz em razão do vídeo que uma moça, que parece ser ligada à Canção Nova, falando sobre uma suposta PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA contra a Igreja Católica, na figura da entidade privada, chamada Canção Nova! 

Ontem, fiz uma explicação por escrito, hoje, respondo mais diretamente a essa pessoa que me pareceu uma profunda desconhecedora do que é a Igreja Católica e sua maravilhosa diversidade!!

Em razão do tamanho do vídeo, não consegui colocar diretamente no canal, mas estão nas plataformas do WhatsApp, YouTube, Facebook e Instagram!

NO WHATSAPP

https://whatsapp.com/channel/0029VaqaqgkGk1FyaNL9171G

NO YOUTUBE https://youtu.be/Sv5cFBCLrqY?si=vg4s_HxLsJrBJbvI

NO FACEBOOK

https://www.facebook.com/share/v/1D7aPQZMMY/

NO INSTAGRAM

https://www.instagram.com/reel/DFeTWUmsXoR/?igsh=MmthdzB3bDFtZDJy 

"A Teologia da Libertação é oportuna, útil e necessária"  São João Paulo II 

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/letters/1986/documents/hf_jp-ii_let_19860409_conf-episcopale-brasile.html

Papa Francisco e a Teologia da Libertação

https://www.ihu.unisinos.br/noticias/519635-papa-francisco-e-a-teologia-da-libertacao

 | Frei Sérgio fala dos problemas da Canção Nova com a Justiça e demonstra como a Teologia da Libertação, o Padre Lancellotti e o Santuário de Aparecida nada tem a ver com derrapada administrativa da Canção Nova.

https://www.instagram.com/reel/DFfjbU3xivW

Igreja no Pará esconde homenagem a Dorothy Stang, 20 anos após execução

Pintura em tributo à missionária norte-americana está ocultada por um pano em paróquia de Anapu (PA), município onde Dorothy foi executada por bater de frente com latifundiários e desmatadores. Duas décadas após o crime que chocou o mundo, só um dos cinco condenados permanece preso

https://reporterbrasil.org.br/2025/01/igreja-no-para-esconde-homenagem-a-dorothy-stang-20-anos-apos-execucao/

CARTA DE SÃO JOÃO PAULO II AOS BISPOS DA CNBB (09/4/1986):

"Outros desafios são de natureza cultural, sócio-política ou econômica, [...] o desafio do contraste entre dois Brasis: um, altamente desenvolvido, pujante, lançado rumo ao progresso e à opulência: outro, que se reflete em desmesuradas zonas de pobreza, de doença, de analfabetismo, de marginalização. Ora, este contraste penaliza com seus tremendos desequilíbrios e desigualdades grandes massas populares condenadas a toda sorte de misérias.

[...] a Igreja [...] não hesita em defender com intrepidez a justa e nobre causa dos direitos humanos e em apoiar reformas corajosas, em vista da melhor distribuição dos bens, inclusive da terra, em vista da educação, da saúde, da habitação etc., ela goza da estima e da confiança de amplos setores da sociedade brasileira.

[...] são os numerosos documentos publicados ultimamente, entre os quais as duas recentes Instruções emanadas pela Congregação para a Doutrina da Fé, com a minha explícita aprovação: uma, sobre alguns aspectos da teologia da libertação; outra, sobre a liberdade crista e a libertação. Estas últimas, endereçadas à Igreja Universal, tem, para o Brasil, uma inegável relevância pastoral.

[...] estamos convencidos, nós e os Senhores, de que a teologia da libertação é não só oportuna mas útil e necessária. Ela deve constituir uma nova etapa em estreita conexão com as anteriores daquela reflexão teológica iniciada com a Tradição apostólica e continuada com os grandes Padres e Doutores, com o Magistério ordinário e extraordinário e, na época mais recente, com o rico património da Doutrina Social da Igreja."

Texto completo:

AQUI 


quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

SOBRE A QUESTÃO DA SUPOSTA PERSEGUIÇÃO CONTRA A CANÇÃO NOVA! Por: Toninho Kalunga*


 O Ministério Público solicita uma intervenção na fundação e o afastamento de membros do conselho deliberativo, alegando “nítido desvio de funcionalidade” por parte da entidade.

O Ministério Público, em nenhum momento, propõe fechar a Canção Nova, impedir cultos ou interferir em sua doutrina religiosa.

O que está sendo questionado é a gestão financeira da Fundação João Paulo II, que é a mantenedora da Canção Nova.

 CONCLUSÃO: NÃO HÁ PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA POR PARTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO 

Ao contrário do que dizem os parlamentares de extrema direita, o Ministério Público não está perseguindo a Canção Nova ou a fé católica. O que está sendo cobrado é transparência no uso das doações feitas pelos fiéis.


O que é a Comunidade Canção Nova?

 Entidade é alvo de ação do Ministério Público 

A Comunidade Canção Nova foi fundada oficialmente em fevereiro de 1978 pelo padre Monsenhor Jonas Abib (1936-2022) e reconhecida pela Santa Sé da Igreja Católica em outubro de 2008 como uma “Associação Internacional Privada de Fiéis”. (Guardem essa informação, pois ela é importante).

A Canção Nova é um corpo associativo de fiéis, portanto, de natureza privada. No entanto, ela é vinculada a uma fundação que, do ponto de vista canônico, não possui ligação direta com a Igreja, mas é reconhecida como uma sociedade católica de direito privado, dada sua importância e sua obra de evangelização.


 Fundação João Paulo II 

Já a Fundação João Paulo II é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Criada em 1982 pelo padre Jonas Abib, ela atua como mantenedora da Comunidade Canção Nova.

Segundo informações divulgadas pela própria instituição:

> “A Fundação João Paulo II é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, que mantém a Rede de Desenvolvimento Social Canção Nova e o Sistema Canção Nova de Comunicação por meio de doações de pessoas e parceiros que acreditam no trabalho de colaboradores, voluntários e missionários, na formação de Homens Novos para o Mundo Novo.”


 Ação do Ministério Público 

Uma ação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) contra a Canção Nova e a Fundação João Paulo II tornou-se alvo de diversos parlamentares, como Cleitinho Azevedo (Republicanos) e Nikolas Ferreira (PL). Esse envolvimento levanta suspeitas sobre interesses políticos e da extrema direita nessa questão, especialmente porque a própria Canção Nova afirma não ter vínculos políticos com nenhuma ideologia. Mas será?

O Ministério Público solicita uma intervenção na fundação e o afastamento de membros do conselho deliberativo, alegando “nítido desvio de funcionalidade” por parte da entidade.

Essa acusação gera uma dúvida legítima: se a fundação é filantrópica, por que haveria problemas com o uso de seus recursos?

Os parlamentares de extrema direita alegam que o MPSP pretende acabar com a entidade religiosa. Entretanto, essa afirmação é uma mentira descarada, típica das fake news amplamente utilizadas por esses políticos — vale lembrar que eles são evangélicos!

O Ministério Público, em nenhum momento, propõe fechar a Canção Nova, impedir cultos ou interferir em sua doutrina religiosa.

O que está sendo questionado é a gestão financeira da Fundação João Paulo II, que é a mantenedora da Canção Nova.

 O que o MP realmente quer? 

O MP quer transparência no uso das doações feitas pelos fiéis, muitas vezes senhoras idosas, que colocam seu dinheiro na caixa de ofertas da Canção Nova com fé e devoção.

O pedido de intervenção na fundação inclui o afastamento do padre Wagner, atual presidente da fundação, e de outros cinco membros do conselho deliberativo.

 Por que o MP entrou nessa questão? 

A lei define de forma clara o que pode e o que não pode ser feito por uma fundação.

 E o que a Fundação João Paulo II está fazendo que não poderia fazer? 

Segundo o Ministério Público, há um desvio da finalidade filantrópica da fundação, que estaria sendo usada para financiar as atividades da Canção Nova, o que não é permitido pela legislação vigente.

Mas a Canção Nova e a Fundação João Paulo II não são a mesma coisa?

Não!

Como diria Maguila, “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.

 Aqui entram três questões fundamentais: 

1. A Lei: A legislação que rege fundações filantrópicas estabelece limites para a destinação de seus recursos.

2. A Boa-Fé dos Fiéis: As pessoas que fazem doações acreditam que seus recursos serão usados para projetos assistenciais e não para o financiamento de uma entidade privada.

3. A Legalidade: A fundação não pode repassar dinheiro diretamente para a Canção Nova, pois isso não está previsto na lei.

Portanto, não, não é a mesma coisa!

 O perigo dessa confusão 

Embora seja uma das entidades católicas mais conhecidas do Brasil, a Canção Nova é uma instituição particular.

Já a Fundação João Paulo II segue as normas da Lei das Fundações (Lei nº 9.790/1999) e recebe benefícios públicos e privados por ser uma entidade sem fins lucrativos. Isso significa que ela não pode ser usada como um canal de financiamento para a Canção Nova.

Se há transparência, por que não apresentar a contabilidade?

O afastamento da atual diretoria visa proteger a própria fundação e seus dirigentes e, por consequência, a própria Canção Nova.

 CONCLUSÃO: NÃO HÁ PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA POR PARTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO 

Ao contrário do que dizem os parlamentares de extrema direita, o Ministério Público não está perseguindo a Canção Nova ou a fé católica. O que está sendo cobrado é transparência no uso das doações feitas pelos fiéis.

Se não há irregularidades, todos retornarão aos seus cargos e os fiéis continuarão contribuindo com a mesma fé e alegria.

 Sugestões à Canção Nova 

1. Afastem-se da extrema direita
A Canção Nova deve se distanciar da aliança hipócrita e farisaica com políticos como Nikolas Ferreira e Cleitinho Azevedo. São moralistas sem moral! Essa associação distorce os princípios da evangelização e afasta a Canção Nova do legado de Padre Jonas Abib.


2. Sejam coerentes com o que pregam
A Canção Nova exige transparência dos políticos no uso do dinheiro público. Mas será que não deveria demonstrar ainda mais transparência com o dinheiro dos fiéis que recebe diariamente?

 Uma reflexão final 

Sou um irmão na fé e falo a partir da Teologia da Libertação. Diferente do que andam espalhando, não queremos dominar nada, muito menos o Santuário de Nossa Senhora Aparecida!

Somos católicos como vocês, apenas com um olhar mais atento para a opção preferencial pelos pobres, ensinamento de Jesus Cristo e princípio central da Doutrina Social da Igreja, que está presente em encíclicas desde a Rerum Novarum até a Dilexit Nos, passando por Mater et Magistra, Laudato Si e Fratelli Tutti.

Nossa fé é a mesma. A diferença talvez seja que não carregamos uma régua para medir a fé alheia.

Que a Divina Ruah sopre amor, que a paz de Jesus, o Ressuscitado de Nazaré, esteja e permaneça com todos os irmãos e irmãs da Canção Nova!

Toninho Kalunga*
Núcleo Nacional da Teologia da Libertação – Política e Religião

Para ter acesso ao processo do MP para quem tem perfil no facebook. AQUI Ou,


Explicação a respeito da intervenção na Canção Nova 
(Padres da Caminhada, 28/01/25)
A Fundação João Paulo II é um instrumento jurídico que tem a finalidade de gerir a Organização Religiosa Canção Nova. Este instrumento jurídico, como organismo da Sociedade Civil, tem lei própria e é fiscalizado diretamente pelo Ministério Público Estadual, que tem até uma Curadoria de Fundações, especializada neste acompanhamento.
Até o Acordo da Santa Sé com o Estado Brasileiro e a mudança do Código Civil para implementar o Acordo, criando a figura jurídica das Organizações Religiosas (OR), havia uma tolerância neste sentido, pois havia um vácuo jurídico.
Depois disto houve maior rigor, e as Dioceses, Ordens e Congregações se adaptaram.  Parece que a Canção Nova não. Para o Ministério Público de São Paulo entrar com uma ação judicial, deve ser porque muitas advertências e notificações tenham sido desprezadas. Não tem nada a ver com perseguição. É respeito à legislação. A Fundação não é OR e não pode agir como tal. Todos se adaptaram, inclusive Mosteiros. Foi a Igreja do Brasil e a Santa Sé, no Pontificado do Papa Bento XVI, quem pediu e implementou o Acordo. Quem não se adaptou, vai ter que se adaptar.








terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Entenda o que está acontecendo com o cataclisma gerado pela entrada da China no desenvolvimento e comércio da Inteligência Artificial (IA)>

 Demori: DeepSeek derrubou ações de empresas de tecnologia dos EUA por fazer mais com muito menos


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Análise: Empresas americanas são maiores vítimas de IA chinesa | WW


IA é uma oportunidade, mas o homem pode se tornar escravo das máquinas

Foi publicada a Nota sobre a relação entre Inteligência Artificial e inteligência humana dos Dicastérios para a Doutrina da Fé e para a Cultura e Educação: “A IA não é uma forma artificial de inteligência, mas um dos seus produtos”. São destacadas as potencialidades e os desafios nos campos da educação, economia, trabalho, saúde, relações humanas e internacionais, bem como em contextos de guerra.
https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2025-01/documento-antiqua-et-nova-inteligencia-artificial-vaticano.html
CHINA MUDA TUDO COM NOVA IA | PLANTÃO
DeepSeek: a nova corrida espacial do século 21 | O ASSUNTO
DeepSeek: como inteligência artificial chinesa esquenta 'nova corrida espacial'

Chico Alencar no facebook
Em um único dia, a inteligência artificial chinesa DeepSeek superou em downloads sua concorrente dos EUA, derrubou suas ações e provou que não é preciso gastar bilhões para ser eficiente.
E mais: fez tudo isso com uma plataforma gratuita e de código aberto. O mundo agora não depende mais de 'big techs' norte-americanas, qualquer um pode utilizar o código e aprimorá-lo para seus interesses.
Nem inteligente nem artificial: IA nasceu como jogada de marketing, diz Nicolelis


Como COMBATER as BIG TECHS e LIBERTAR a TECNOLOGIA do CAPITALISMO

Sérgio Amadeu - DeepSeek: o que você precisa saber sobre a IA chinesa - programa 20 Minutos
EDUARDO MOREIRA ALERTA QUE O IMPACTO DA IA CHINESA DEEPSEEK SERÁ MAIOR | PLANTÃO

A AGU (Advocacia Geral da União) realizou audiência pública na 4ª feira (22.jan.2025) para discutir as novas políticas de moderação de conteúdo implementadas por plataformas digitais no Brasil. 


Guerras Culturais e a ilusão da Política sem Cultura

Outras Palavras  - por Ricardo Queiroz Pinheiro - Publicado em 24/01/2025 

Arte: Sarah Mazzetti

Muitos enxergam a guerra cultural – termo popularizado para descrever disputas ideológicas que se manifestam em valores, costumes e narrativas sociais -, como algo superficial, um truque, uma distração que desvia a atenção da sociedade das chamadas “questões reais” — econômicas e institucionais. Contudo, essa perspectiva chega com um vício subjacente: subestima o papel central da cultura na disputa pelo poder. A cultura nunca foi um detalhe: ela estrutura os valores de uma sociedade, delimita o que é aceitável e enquadra o que deve ser combatido. Em toda disputa política, a cultura é o ponto de partida e o terreno onde as percepções de realidade são definidas, elaboradas, reelaboradas e questionadas.

A guerra cultural não se resume a um embate de ideias; ela é um método projetado para desarticular o debate público. Seu objetivo não é persuadir pelo argumento, mas transformar discordâncias em ameaças existenciais. Nesse contexto, a identidade ocupa o lugar do pensamento crítico, e o ódio substitui a argumentação. Nada disso ocorre por acaso: trata-se de uma estratégia deliberada, que prospera na radicalização e na simplificação dos problemas, inviabilizando qualquer possibilidade de mediação.

( ... )

Conclusão

A guerra cultural não é um desvio da política real, mas uma de suas formas mais sofisticadas de disputa pelo poder. Ela opera no longo prazo, reconfigurando percepções, deslocando os termos do debate público e redefinindo o que é socialmente aceitável ou inaceitável. Enquanto a direita utilizou esse mecanismo para consolidar sua influência, a esquerda demorou a reconhecer a cultura como um território central na luta política.

O resultado é um cenário onde o debate público foi capturado por discursos que naturalizam desigualdades, reforçam hierarquias e deslegitimam o pensamento crítico. Nesse ambiente, toda oposição é transformada em inimiga e todo questionamento, em ameaça. O apelo moral, frequentemente mobilizado, não se apresenta apenas como uma justificativa conservadora, mas como um recurso eficaz para interditar debates, deslocar o foco de questões estruturais e fortalecer narrativas reacionárias. A guerra cultural não se limita ao enfrentamento direto de ideias políticas; ela transforma valores e comportamentos em campos de batalha permanentes, onde o que está em disputa não é apenas a argumentação, mas os próprios limites do que pode ser imaginado, dito e aceito na sociedade.

Se a guerra cultural consegue deslocar a política para onde lhe convém, enfrentá-la exige mais do que reações pontuais ou denúncias. É necessário ocupar o campo cultural de maneira propositiva e estrutural, disputando valores, símbolos e espaços de influência. Isso demanda pensar a longo prazo, evitando o imediatismo que apenas responde às condições impostas pela própria guerra cultural.

A força da guerra cultural não reside apenas no que ela impõe, mas no que ela torna invisível ou impensável. Ela não precisa censurar ideias diretamente — basta torná-las irrelevantes, ridículas ou impossíveis de serem levadas a sério. Seu impacto não se mede apenas pelo que é dito, mas também pelo que é silenciado. consolidado.

A política não acontece exclusivamente no parlamento ou nas urnas. Ela se constrói na cultura, nos afetos, nas memórias e na forma como as pessoas percebem o mundo ao seu redor. Como a hegemonia se  na cultura, qualquer resistência efetiva deve emergir a partir dela. O erro da esquerda foi tratar a cultura como algo secundário, permitindo que a direita ocupasse esse espaço estratégico.

Texto completo.  https://outraspalavras.net/direita-assanhada/guerras-culturais-e-a-ilusao-de-politica-sem-cultura/

domingo, 26 de janeiro de 2025

"Lá no lugar que se diz América." A poesia de Célio Turino




Lá no lugar que se diz América

o espírito do tempo chega, 

estranho, 

com promessas que arrebentam sonhos

e erguem pesadelos.


A história insiste em repetir-se, 

dizem, 

e vem outra vez 

com suas máscaras de ferro, 

seus gritos de guerra, 

seus fantasmas ressuscitados. 


Alguns homens 

-mulheres também-

erguem a voz,

prometem a verdade única 

e o que trazem é sombra, 

rancor e silêncio.


Tempos obscuros 

dobram a esquina 

com palavras 

que se vestem de vazio, 

como escudo, 

dividem o chão 

em fronteiras e muros,

ódio e dor. 


Tempo de luta

vem por aí.


Verdade, a primeira a ruir

Vejo sombras de gente uniformizada 

marchando em seu eterno retorno ao ódio.

Tempo de olhos fechados 

e punhos cerrados. 


É o Espírito do Tempo que assombra novamente.

Zeitgeist, 

depois da farsa, a tragédia, 

agora lúgubre.


Tempo de erguer muro 

e cavar poço.

Nesse nosso tempo 

a verdade é a primeira a ruir.


Quem semeará um ponto de luz? 

A história vai e volta,

recomeça como farsa,

como se nunca tivesse sido outra coisa,

vira tragédia

e se repete.


2025,

o mundo em expectativa.


Nós estamos aqui!  

Presos na tela, 

a um botão que nunca desliga

aguardando um ponto de luz.


Da tela, avistamos o muro, 

um eco, 

uma sombra, 

uma arma...


Da tela, escutamos o grito,

um estrondo, 

um espectro... 

Que inferno! 


A promessa de deportação:

“- Façam as malas e saiam enquanto é tempo!”

A promessa de retaliação:

“- Uma bomba virá!”


Quantos escombros!

E nós estamos aqui.


Não há verso para o genocídio 

transmitido na tela,

a palavra vira pedra,

a pedra vira mapa

de gente que não tem mais chão.


E nós continuamos aqui!

Na tela.

 

É o espírito do tempo 

que volta como farsa e tragédia,

um passado sombrio 

que se torna presente,

um vento que sopra 

e faz tudo virar cinza.


Quem semeará um ponto de luz 

em meio a esse mundo lôbrego? 


Criação de Célio Turino  nos remetendo aos poemas de  Carlos Drummond de Andrade no   livro Rosa do Povo escrito na década de 1940, tempos de poucas luzes como o presente, tempo que ruge. 
Zezito de Oliveira - editor do blog da cultura

sábado, 25 de janeiro de 2025

Com Lei Paulo Gustavo, R$ 3,9 bilhões são investidos na cultura pelo Governo Federal

 Estados, municípios e DF executaram quase 100% dos recursos repassados pelo MinC.

O que torna uma comunidade única? Nessa série documental vamos explorar o bairro América em Aracaju, revelando a trajetória de uma das comunidades mais autênticas da cidade, narrada por quem a vive e constrói. Inspirada no livro *AMABA: o esquecido círculo de cultura da Aracaju dos anos 1980*, de Zezito de Oliveira, cada episódio mergulha na história, arte, religiosidade e na força coletiva de uma associação comunitária que marcou a juventude do bairro. Assim como suas ruas e altos que carregam memórias e legados que fortalecem as raízes aracajuanas.

Esta série é uma produção da Clip Filmes, dirigida por Joyce Vieira e Marco Vieira e foi contemplada no Edital 08/2023 da Lei Paulo Gustavo do Governo Federal, operacionalizado pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (FUNCAJU). 

Fonte: Instagram   https://www.instagram.com/p/DCDTvObpONt/

A Lei Paulo Gustavo (LPG) representa o maior valor investido diretamente em cultura na história do Brasil. Balanço do Ministério da Cultura (MinC) mostra que estados, Distrito Federal e municípios executaram 95% dos recursos que receberam, o que corresponde a R$ 3,9 bilhões. O alto percentual demonstra a eficiência da política pública que surgiu durante a pandemia e se tornou um poderoso instrumento de impulsionamento da atividade cultural em todo o país

O valor repassado pelo MinC foi de R$ 3,8 bilhões, com os rendimentos bancários chegou a R$ 4,1 bilhões, desses, R$ 3,9 bilhões foram usados como investimento para o setor cultural. A região Nordeste foi a que mais executou recursos da LPG: 96% dos mais de R$1 bilhão repassados pelo Governo Federal. Clique aqui e acesse todas as informações no Painel de Dados da LPG.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, comemora os resultados: "É compromisso do Ministério e do governo do presidente Lula investir, valorizar e reforçar o fazer cultural. A cultura está diariamente na vida de todos os brasileiros, por isso, as leis de incentivo, como a LPG, são muito importantes para contribuir com as políticas públicas de fomento cultural, fazendo chegar em todo território nacional e evidenciar a diversidade cultural da nossa gente e as diferentes formas de se fazer cultura. Além disso, a lei também é responsável pelo desenvolvimento econômico, social e artístico ao injetar recursos financeiros nos municípios e estados, gerando emprego, renda e dignidade para o nosso povo”.

Os recursos da LPG foram repassados pelo Governo Federal aos estados, municípios e Distrito Federal que fizeram adesão à política. Coube aos entes o trabalho de mapear, com a participação da sociedade civil, as principais demandas da comunidade local, e distribuir os recursos por meio de editais de projetos ou premiações, por exemplo.

Para o secretário-executivo do MinC, Márcio Tavares, os resultados refletem a boa fase do segmento cultural. "Estamos num momento de colheita, o que significa dizer sobre o potencial abundante do investimento em cultura para o Brasil. Os projetos que estão sendo viabilizados via Lei Paulo Gustavo em todo país resultam numa efervescência cultural que beneficia toda sociedade, com fortalecimento da economia e da nossa identidade enquanto nação", afirma.

Nacionalização dos investimentos

Em 2023, o MinC trabalhou para que a adesão à Lei fosse a máxima possível e a Pasta garantiu que 100% dos estados e 98% das cidades se tornassem aptas a receber os recursos. Já em 2024, o Ministério atuou para que os entes federados executassem os valores até 31 de dezembro do ano passado, prazo final para utilização do montante recebido. O balanço positivo mostra que quase todas as regiões do país têm índice de execução acima dos 90%:

Região Sudeste: R$ 1,45 bilhão recebido e 95,6% executados;

Região Sul: R$ 523 milhões recebidos e 95,1% executados;

Região Centro-Oeste: R$ 298,3 milhões recebidos e 93% executados;

Região Norte: R$ 424 milhões recebidos e 89,8% executados.

Entre os estados que mais executaram os recursos, o Piauí e o Amazonas ocupam o topo do ranking com a execução de 99,8% do montante repassado. Em seguida aparece o Ceará, com 99,7% de execução, e o Rio Grande do Norte, com 99,6%.

Na esfera municipal, 4.396 cidades brasileiras (79%) utilizaram mais de 80% dos recursos da Lei Paulo Gustavo. Ao realizar a segmentação por porte de município, constata-se que cidades com até 20 mil habitantes aplicaram em média R$ 310,1 milhões; e cidades acima de 900 mil habitantes investiram mais de R$ 368 milhões.

“O sucesso dessa política se revela não apenas pelo montante de recursos investidos, mas também pela capilaridade que alcançamos. A LPG está em praticamente todo o território nacional — um feito impressionante em um país tão extenso e diverso como o Brasil. O resultado reforça a importância de políticas culturais que permitem a nacionalização do fomento e fortalecem as expressões culturais de todas as regiões”, avaliou a secretária dos Comitês de Cultura, Roberta Martins.

Após o encerramento do prazo para a execução dos recursos, o saldo remanescente das contas criadas para receber as transferências e gerir os recursos teve que ser restituído até 15 de janeiro de 2025. Os entes federativos terão até agosto para a concluir o relatório de gestão final e apresentar o documento de prestação de contas.

Retorno do investimento em cultura

Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre a Lei Paulo Gustavo (LPG) no Rio de Janeiro revelou o impacto significativo da política no setor cultural. Para cada R$ 1 investido pela Lei, o retorno é de R$ 6,51, demonstrando a capacidade do setor cultural e de economia criativa de impulsionar a atividade econômica local.

Para o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes, os resultados refletem o impacto transformador dos investimentos culturais no País. “A LPG demonstra, mais uma vez, que é possível aplicar políticas de investimento ao setor produtivo cultural que cheguem em todas as regiões, mesmo em um País de dimensões continentais. O investimento permitiu não somente apoiar, mas permitiu a recuperação e fortalecimento de um motor econômico e social vital para o Brasil”, afirmou.

Outras informações

Assessoria de Imprensa MinC

Sheila de Oliveira

(31) 99246-2687

imprensa.minc@cultura.gov.br

segunda-feira, 6 de maio de 2024

#FrutosLPG Com a Lei Paulo Gustavo o Brasil redescobre o Brasil.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

FRUTOS DA LEI PAULO GUSTAVO (2) Apesar de todos os percalços, temos a Lei Paulo Gustavo (LPG) e a Politica Nacional de Cultura Aldir Blanc (PNAB).


Um dos melhores filmes dos que estão disponibilizados na postagem acima.

Antigamente Tudo Era Diferente é um curta-metragem documental que transporta o espectador para o recôncavo baiano, mais especificamente para São Gonçalo dos Campos, cidade rica em histórias e tradições. A produção é inteiramente rodada na própria cidade e conta com a participação de artistas, técnicos, diretores e produtores nascidos e/ou radicados na região, trazendo uma visão autêntica e verdadeira da cultura local.
O filme acompanha o mestre griô Antônio de Abécio, uma figura central na preservação da memória da cidade, que compartilha suas lembranças e casos sobre a fundação, as origens e as festas populares de São Gonçalo dos Campos. Com o auxílio de dramaturgia, passagens pitorescas como as lendas sobre o santo São Gonçalo e a fonte da Gameleira, a festa da Lavagem, a tradição das rezadeiras e parteiras são recriadas, revivendo momentos mágicos e únicos que marcam a história do lugar.
Além de resgatar as tradições e a convivência harmônica entre as manifestações religiosas da cidade, Antigamente Tudo Era Diferente celebra a diversidade cultural do povo sangonçalense e a importância da preservação da memória oral e das raízes históricas.
Este projeto tem a particularidade de ser uma produção de artistas e profissionais locais, com total apoio financeiro pela Lei Paulo Gustavo, garantindo uma obra genuinamente representativa da cidade e da região. A obra não só resgata o passado, mas também fortalece a cultura local ao empoderar aqueles que vivem e respiram essa história todos os dias.

Direção: Osvan Costa Oliver
Roteiro: Osvan e Livia Castro
Produção: Lívia Castro / PACE
Ano: 2024
Duração: 25 min
Classificação indicativa: Livre
Financiamento: LPG BAHIA Edital Audiovisual





O poderoso investimento da extrema direita católica em formação por meio da tecnologia digital. O caso do Centro Dom Bosco (RJ).


 

O CENTRO DOM BOSCO E SUA CONCEPÇÃO DE FORMAÇÃO. NOTA

Acabo de ver mais uma (cansativa) live do grupo de extrema direita católico chamado Centro Dom Bosco. Faz parte de um projeto de pesquisa  e estudo sobre a extrema direita católica nas redes digitais. O curso em questão é Sobre: "A História da Igreja como você nunca viu!" - Live de lançamento. A propaganda do curso:

"Do início da Igreja até os dias atuais, você embarcará em uma jornada de conhecimento, explorando personagens marcantes, aspectos geográficos e culturais, sempre com fontes bibliográficas seguras e amparado na Sagrada Tradição.

* Aulas semanais para um aprendizado consistente;

* Indicação de leituras para aprofundar o conteúdo;

* Professor com 20 anos de experiência;

* Estrutura inovadora, diferente de tudo o que já fizemos."

Da catequese de crianças aos adultos, a ideia é formar uma "igreja militante tradicionalista". Toda uma bibliografia particular, integrista e tradicionalista em história da Igreja. Nitidamente, percebemos uma retomada do projeto do Cardeal Leme de uma "Igreja militante". Para "recatolicizar o Brasil, o centro acredita e investe em formação continuada, sistemática e de "base" (a base deles, obviamente). Com estas redes digitais, a coisa se torna mais ampla e o alcance é bem maior.

O Centro Dom Bosco anunciou a compra de uma espaço físico e a montagem de um estúdio para cursos e base para fazer "filmes católicos". Eles já têm uma produtora e uma sede no centro do Rio de Janeiro. Eles nasceram em 2016! e em menos de 10 anos já montam um pequeno império que tem atuação cotidiana nas redes digitais. Impressionante! Desde 2013, nenhum grupo de direita dentro da Igreja Católica cresceu tanto em número de pessoas e de estruturas como este Centro Dom Bosco. Eles começam a influenciar padres e bispos. Já forma um número grande de leigos/leigas e procuram construir uma aliança dos diversos grupos de direita dentro do catolicismo a partir de um movimento chamado "liga Cristo rei".  

A CNBB e todo um setor progressista da Igreja no Brasil procura fazer de conta que não existem enquanto organização católica ou procuram ignorar o ampla avanço deste centro dom Bosco. As duas estratégias são as mais equivocadas. paciência. Mesmo em grupos nas redes digitais, vemos uma série de católicos de esquerda tentando convencer ou se convencer de que esses grupos de direita no catolicismo não existem ou são apenas idiotas tradicionalistas. Esse é o pior caminho. Não conhecer o que se pretender criticar é luta em vão. Paciência.

Independente das imensas discordâncias com a prática pastoral desses grupos (e, em particular, o centro dom Bosco), temos que reconhecer que o crescimento vertiginoso de uma extrema direita católica nos últimos 20 anos dentro da Igreja Católica no Brasil é um dos fenômenos mais relevantes em qualquer estudo sobre religião no país. Uma coisa é certa de observar: o abandono completo por parte dos setores progressistas da Igreja dos projetos de formação do laicato, foi fatal. O despreparo em média de um amplo setor do catolicismo, os tornam presa fácil desses grupos tradicionalistas e ainda mais rápido por conta do uso competente das redes digitais por estes grupos extremistas. Paciência.

Romero Venâncio (UFS)

Uma campanha da fraternidade sobre comunicação e novas tecnologias pode ajudar...Mesmo insuficiente. Ô Cride, fala pro Dom Joaquim Mol, Dom Walmor, Dom Vicente, Dom João Justino, Dom José Ionilton, Dom Paulo Jackson, Dom Lúcio Nicoletto e etc. Agora não é só a televisão que está me deixando muito burro, burro demais.....

"É que a televisão me deixou burro

Muito burro demais

E agora eu vivo dentro dessa jaula

Junto dos animais

Ô Cride, fala pra mãe

Que tudo que a antena captar meu coração captura

Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura

Ô Cride, fala pra mãe"   

Zezito de Oliveira (blog da cultura)

Televisão é o segundo álbum de estúdio da banda brasileira de rock Titãs. Foi produzido por Lulu Santos e lançado em junho de 1985 pela WEA. É o primeiro álbum da banda com o baterista Charles Gavin, que substituiu André Jung. - Fontes: Wikipédia e Letras.mus


‘Ô Cride, fala prá mãe…!’ ganha homenagem dos Titãs em São Carlos.


Papa no Jubileu dos Comunicadores: comunicar é divino e requer sabedoria

Realiza-se no Vaticano o primeiro dos Jubileus temáticos programados para este Ano Santo. São milhares os jornalistas que vieram a Roma participar de três dias intensos de programação. Francisco deixou o discurso de lado e preferiu dirigir algumas palavras improvisadas aos presentes na Sala Paulo VI. Leia reportagem completa aqui
Jubileu da Comunicação - Encontro cultural e Audiência, 25 de janeiro de 2025 - Papa Francisco




sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Orientações de Brasilia (MINC), Ceará e São Paulo para organizações e coletivos culturais que estão ou que pretendem participar dos editais da Politica Nacional de Cultura Aldir Blanc.



PNAB - Live: Tudo sobre o Guia de Acessibilidade Cultural

Live Tira dúvidas sobre Plano de Ação com Vinícius Nascimento