Nos dias em que viajo para uma cidade de interior, entre 18 e 19 horas,
  a emissora sintonizada pelo motorista da  Topic, nunca deixa de tocar  
duas músicas que colam no ouvido como chiclete.
Uma delas, Como
 A Culpa É Minha? (Oi Nego), é interpretada por  Devinho Novaes, jovem  
oriundo de  um bairro da periferia de Aracaju, produzido por um 
empresário e politico sergipano , cuja carreira cresceu em meio a 
combinação rentável  e devastadora em termos culturais, de uma teia de 
interesse e negócios que envolvem concessões de rádios para deputados e 
senadores , obtidas em troca de apoio politico ao governo federal de 
plantão, cobrança de dinheiro para que as emissoras de rádio de 
propriedade desses politicos, embora formalmente sejam uma concessão 
pública,  toquem determinados cantores e bandas  e o apoio dos patrões 
desses artistas as campanhas de prefeitos e  governadores, em troca da 
exclusividade para a contratação das suas empresas nas festas das 
cidades , quando financiadas com dinheiro público e/ou  quando contam  
com as estruturas de apoio das prefeituras e governos estaduais.
O
 fato de ouvir as duas músicas sempre neste horário, é parte daquilo que
 conhecemos como “jabá” , que é justamente a cobrança de dinheiro para 
tocar as músicas citadas, entre outras, o que coloca a música tocada no 
rádio, em uma situação semelhante a propaganda do sabonete, do 
refrigerante ou do biscoito.
Por essa razão, a maioria dos 
brasileiros, deixam de ter acesso a uma rica produção musical  de 
artistas que não tem patrocinadores com capital suficiente para investir
 na divulgação de suas canções,  ou que não querem   se submeter a 
esquemas “cabulosos”, os quais contribuem para eleger cada vez mais, um
  tipo de politico  que está destruindo, inclusive culturalmente,  as 
cidades, os estados e o nosso país, semelhante a uma praga de cupins ou 
de insetos.
Isso me faz lembrar uma situação que vivi na 
adolescência quando residi no Rio de Janeiro na década de 1970. Devia 
ter por volta dos treze ou quatorze anos, quando fui abordado, junto com
 alguns  colegas  pelo  repórter  de uma emissora, o qual  munido  de 
uma prancheta com uma relação de canções, propunha  que escolhêssemos 
uma delas para que fosse tocada.  As mais pedidas fariam parte de uma 
sequência das mais, mais. Perguntei se não poderia escolher livremente, 
fora da lista, a informação que recebi foi negativa. Então fiz a  
escolha, mesmo que limitada. Naquela época, não fazia idéia da 
existência do tal “jabá”, a razão pela qual, umas canções faziam parte 
da lista e outras não.
Essa situação toda me faz lembrar as 
tentativas dos ricos brasileiros  em querer a não participação de Lula 
na disputa eleitoral em 2018, nos oferecendo uma lista de escolha, mas 
sem a presença de uma das maiores  lideranças politicas que essa país já 
teve, reconhecida como tal, também por  outras grandes lideranças 
politicas de outros países.
Assim também é com a música 
brasileira, sem negar o valor sentimental e afetivo, atribuído por milhões de brasileiros  as  canções que tocam várias vezes  
durante dia e noite,  nas emissoras de rádio de grande audiência, é 
bom que saibamos que muitas outras canções ficam desconhecidas e sem essa oportunidade,  porque 
seus artistas não tem dinheiro ou mesmo que tenham algum, não querem 
fazer parte desse verdadeiro esquema de corrupção cultural que é o 
“jabá”, combinado com outras “sacanagens”, reiterando o que já afirmei 
acima.
A situação é semelhante aos motivos da prisão de Lula e da
 sua interdição como candidato a presidente em 2018, pois como afirmado 
por ele, se eleito pretende revogar todas as leis injustas e criminosas 
aprovadas pelo governo dos golpistas, assim também como finalmente, 
combater o monopólio dos meios de comunicação que impede termos acesso a
 diversidade do melhor que o Brasil produz em todas as artes, assim como
 os espaços  democráticos para a noticia, afim de que possamos ouvir as diversas versões de um mesmo acontecimento.
 Devinho Novaes - Como A Culpa É Minha? (Oi Nego)
A segunda canção é esta:
LARGADO ÀS TRAÇAS - Zé Neto e Cristiano Acústico
ZdO
Para saber mais:
O que é Jabá ou Jabaculê, na propaganda disfarçada de músicas e outros produtos, inclusive politicos.
O cuidado com o "Jabá" para quem é jornalista cultural e para quem não é.
parte do livro Jornalismo Cultural
Emissoras de rádio que não utilizam "jabá".
Rádio Brasil Atual
Rádio Brasil de Fato
Rádio Cultura Brasil
E mais......
Leia/ouça/assista também:
segunda-feira, 28 de maio de 2018
          
        
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