Dias de FASC, 15 a 18 de novembro de 2018, casa alugada na rua do cemitério para cinco dias ao custo de R$800.00. Dez jovens dividem o local. Duas dessas jovens, Leticia e Lara, estudantes de jornalismo, vieram de Alagoas só para assistir ao show das bandas Eddie e Bayana System. Não poderiam ficar mais por conta de compromissos com a produção acadêmica. Para o próximo ano planejam ficar na cidade todos os dias. Coisa boa para quem mora na cidade e para visitantes!
Na curta temporada em que permaneceram em São Cristóvão, tomaram café na padaria colonial, foram na
famosa casa da queijadinha para provar e levaram umas para a mãe.
Visitaram a oficina de xilogravura que abriu
excepcionalmente para elas, pois o responsável estava ocupado com uma oficina
para jovens e adultos interessados em aprender o oficio. O que não foi mau negócio abrir exceção, Leticia e Lara compraram
alguns objetos na loja da oficina.
A menina de cabelo cacheado é Letícia e a de trança é a Lara.
E como as meninas de Alagoas
ficaram sabendo do FASC? O começo foram fotografias de lambe sujo postada por elas no Instagram,
após visitarem a também centenária cidade de Laranjeiras para conhecer e se divertir com a brincadeira. Daí, um amigo comenta, outro também, o amigo do
amigo e eis que um desses avisa sobre o FASC, as meninas pedem o link da programação...
E daí uma rede espontânea de comunicação cria ou amplia uma rede
interpessoal de jovens, sedentos por um conjunto de atividades culturais diferente do que é oferecido
pelo mercado de consumo. Leticia e Lara neste sentido, tem Olinda como
referência, lembrada pela caminhada que as meninas fizeram em São Cristóvão, da praça São Francisco de Assis até o caminho que as levaram até a praça da igreja matriz de Nossa Senhora da Vitória.
O FASC também foi bom para quem fez “bate e volta”, transporte fretado por meio de Vans para espetáculos ou shows. Felipe Freire um agente cultural já experiente nesse tipo de viagem, inclusive com regularidade para outros estados, ficou bastante satisfeito com os resultados.
Em comparação com o ano de 2017, primeiro FASC desse ciclo de retomada, houve um crescimento de 150% das viagens bate e volta organizadas por Felipe Freire no FASC 2018.
E melhor será se governantes, gestores, empresários, comerciantes, parlamentares, intelectuais, artistas , religiosos e moradores da cidade em geral, compreenderem o potencial da economia do turismo, da economia da cultura, dentro de um contexto econômico e político muito complicado nestes próximos anos, tempos em que não teremos muito espaço para essa compreensão por parte dos novos governantes que tomarão posse no planalto central.
E aqui não é preconceito, ave de mau agouro, ou revanche de perdedor. É que o ministério da cultura não mais existirá a partir de janeiro de 2019 e o Sr. Osmar Terra, o escolhido para cuidar do balaio de políticas sociais no qual meteram a gestão da cultura disse, em se tratando do assunto: " sei apenas “tocar berimbau”.
Entrevistar jovens que vieram a São Cristóvão nas duas
edições do FASC, não é uma má idéia para UFS, prefeitura, Sebrae e etc. Felipe Freire me relatou algumas sugestões.
Da nossa parte, lembro das missões técnicas realizada pelo Sebrae-SE, estas podem ser formadas por técnicos, empreendedores e agentes culturais da cidade, formadas para conhecer modelos de negócios culturais aplicados em cidades como Olinda, Paraty, Ouro Preto e etc., da mesma maneira, trazer especialistas destas cidades até São Cristóvão, para transferir conhecimentos no campo da experiência acumulada, me parece uma boa maneira de fugir dos riscos da excessiva dependência do poder central.
Conforme nos disse Felipe Freire, é perceptível a melhoria da capacidade que a prefeitura de São Cristóvão está demonstrando em comparação com a organização do FASC 2017. Como exemplo, ele lembra quando enfrentou a resistência de uma funcionária da prefeitura local por ter utilizado a logomarca do FASC para divulgar o seu bate volta. O que foi contra argumentado como um absurdo e falta de bom senso, o que prevaleceu ao final, o bom senso, felizmente.
Mas para Felipe Freire é perceptível também a necessidade de buscar aprimoramento, em especial fortalecendo o papel do micro e do pequeno empreendedor cultural.
Da nossa parte, lembro das missões técnicas realizada pelo Sebrae-SE, estas podem ser formadas por técnicos, empreendedores e agentes culturais da cidade, formadas para conhecer modelos de negócios culturais aplicados em cidades como Olinda, Paraty, Ouro Preto e etc., da mesma maneira, trazer especialistas destas cidades até São Cristóvão, para transferir conhecimentos no campo da experiência acumulada, me parece uma boa maneira de fugir dos riscos da excessiva dependência do poder central.
Conforme nos disse Felipe Freire, é perceptível a melhoria da capacidade que a prefeitura de São Cristóvão está demonstrando em comparação com a organização do FASC 2017. Como exemplo, ele lembra quando enfrentou a resistência de uma funcionária da prefeitura local por ter utilizado a logomarca do FASC para divulgar o seu bate volta. O que foi contra argumentado como um absurdo e falta de bom senso, o que prevaleceu ao final, o bom senso, felizmente.
Mas para Felipe Freire é perceptível também a necessidade de buscar aprimoramento, em especial fortalecendo o papel do micro e do pequeno empreendedor cultural.
P.S.: Após a conclusão desse texto, tomo conhecimento de mais uma declaração infeliz do presidente eleito Jair Bolsonaro, acerca do "desperdicio" do patrocínio de empresas estatais a atividades culturais. Nessa quarta-feira (26), o presidente eleito em sua conta no tuite afirmou: “Há claro desperdício rotineiro de recursos que podem ser aplicados em áreas essenciais”.
Essa declaração lamentavelmente, também corroborada por muita gente do povo, precisa ser enfrentada com a realização e divulgação de pesquisas e estudos analíticos sobre os impactos culturais, econômicos e sociais de iniciativas culturais como o FASC.
Com a palavra a Universidade Federal de Sergipe, parceira master da prefeitura de São Cristóvão na realização do FASC.
P.S.: As fotos são de Davi Cavalcante, publicitário e responsável pelas informações sobre a vinda de Lara e Leticia até o FASC 2018. Nossos agradecimentos a ele e a Felipe Freire pelos depoimentos.
Essa declaração lamentavelmente, também corroborada por muita gente do povo, precisa ser enfrentada com a realização e divulgação de pesquisas e estudos analíticos sobre os impactos culturais, econômicos e sociais de iniciativas culturais como o FASC.
Com a palavra a Universidade Federal de Sergipe, parceira master da prefeitura de São Cristóvão na realização do FASC.
P.S.: As fotos são de Davi Cavalcante, publicitário e responsável pelas informações sobre a vinda de Lara e Leticia até o FASC 2018. Nossos agradecimentos a ele e a Felipe Freire pelos depoimentos.
Zezito de Oliveira
2 comentários:
Que reverbere esta postagem do Blog e chegue a amplitude de debate que bem merece o assunto. Parabéns ao Blog Ação Cultural por esta abordagem que, se devidamente levada a sério como bem merece, pode intervir positivamente na História desta Histórica Cidade de São Cristóvão. Estive esta semana em Maceió e fiquei encantado com conjuntos de iniciativas da Economia Criativa local. Uma delas foi Piscinas Naturais da Pajuçara. Começa com uma passeio de Jangada... estranhei o jangadeiro jogando àgua na "vela da jangada", ele explicou que estando molhada potencializa a ação do vento que, seca, atravessaria parcialmente o tecido. Entra aí a importância dos saberes populares. Ao chegar no local, presencio a alegria das pessoas que ficam dentro da água que em alguns lugares atinge a cintura de adultos, em outro chega à altura do peito. Um barco bar tem garçons que servem comidas e bebidas em mini pranchas de isopor. Um caiaque aluga óculos submarinos para quem quiser submergir e ver os peixes que convivem harmoniosamente com toda aquela agitação. Um vendedor ambulante oferece picolé, outro vende capinhas de plástico para proteger o celular... um fotógrafo oferece equipamentos submarinos para quem quiser que ele tire fotos submersas... Tudo isto forma um clima fascinante onde formou se um segmento comercial que se inter relacionam e todos lucram, inclusive o turista que desfruta de todo o conforto e satisfação de suas necessidades que o próprio local proporciona. Eu não previ proteger meu celular da água, mas os comerciantes dali perceberam esta necessidade e alí estão para resolver. Penso que é disto que estamos falando para São Cristóvão. Este olhar de quem queira proporcionar conforto e bem estar para quem por ali está de passagem atraído pelo passado mas que precisa de suas necessidades presentes plenamente satisfeitas. Espero ter contribuído para o debate. Sou Eduardo Freitas - Arte Educador paulistano residente em Aracaju - sollacirco@yahoo.com.br
Excelente contribuição Eduardo Freitas!! Gratidão!!
Postar um comentário