Em termos gerais, o percurso aqui
em Sergipe foi legal, embora um pouco tenso, considerando as expectativas de nos
reunirmos com o governador Belivaldo Chagas, depois com o secretário da casa
civil, José Carlos Felizola Filho e por último realizado com um assessor
especial ligado ao gabinete da casa
civil, o Sr. Geofrancio Reis, com
designação do secretario da casa civil para essa finalidade.
Diga-se de passagem, o Sr. Geofrancio Reis se portou de forma muito atenciosa, gentil e claramente afinado com os ideais e gestos do autor do programa “Scholas Ocurrentes” (1) , o Papa Francisco. Por ter formação religiosa, ele nos informou que isso foi uma das razões da escolha do seu nome para nos recebermos.
Segundo informações extra-oficial,
o governador precisou viajar a Brasilia
para tratar de liberação de recursos. Já no palácio do governador fomos
informados que o secretário da casa
civil precisou se ausentar , em decorrência
de precisar acompanhar uma pessoa
da família para consulta médica em outro estado, remarcada em cima da hora.
Outra razão de tensão, mas logo
resolvida, quando contamos a presença de quatorze pessoas, pois fizemos o convite dirigido a lideranças da sociedade
civil, mas sem termos muito
clareza, quais agentes culturais e sociais afinados interessaria a proposta da roda de conversa,
além do dia e horário que dificultava a participação de alguns que mostraram
interesse previamente.
Ao contrário do previsto,
realizamos primeiro a reunião com os agentes da sociedade civil, em razão da
transferência para o horário do final da tarde, da audiência com a secretaria da civil, programada para acontecer pela manhã. De tal
maneira que as duas atividades ficaram encadeadas no turno da tarde.
No caso dessa primeira tivemos uma boa quantidade e qualidade em
termos representação, como já foi dito, éramos quatorze pessoas da seguinte maneira. Da Assembléia
Legislativa de Sergipe (Alese), deputada Ana Lúcia. Do campo ligado as igrejas
e as organizações e movimentos socais, contamos com a presença de
Frei Rutivalter; do Centro Ecumênico de Estudos Biblicos (CEBI),
Irene Smith, entre outros (as); da
Pastoral da Criança e MTST, Leyla Menezes; do Sindicatos dos Professores
(SINTESE), Ana Luzia; da Comunidade Bom
Pastor, Moisés da Silva; da Ação Cultural/Ponto de Cultura Juventude e
Cidadania, Zezito de Oliveira, Maíra Ramos, Jéssica Santos, César Levines e Sandyele
Ferreira como acompanhante; do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA),
Itamar Peregrino. Do coletivo Juventude Unida do Santa Maria (Jussama),
Lucivânia Ferreira.
Desses (as), podemos afirmar como Milton Nascimento e
Fernando Brant, são pessoas com vieram com a roupa encharcada e a alma repleta
de chão. Educadores que buscam contribuir para que milhares de pessoas,
incluindo elas mesmos, construam uma
vida menos superficial e mais cheia de significados, como diz a canção Muros e
Grades dos Engenheiros do Hawaí. , Uma gente que trabalha com uma população que muitas vezes não vive, apenas aguenta. Mas que tem gana e
sonhos sempre. Como afirma outra canção da dupla dos artistas citados. Esses
educadores e agentes de transformação da sociedade, vivem aprendendo e
ensinando , “andando a pé pelas estradas do sertão e das periferias, vendo
coisa a grané.” Tal qual relata uma
canção do saudoso Gonzagão
Nessa reunião nos foi colocado
duas questões de muita valia para a audiência a ser realizada logo após. A primeira questão diz respeito
ao complemento da informação que Célio
Turino trazia, acerca de Sergipe ser o
segundo estado em homicídios no Brasil. Segundo Ana Lúcia este número diminuiu,
passando Sergipe para a sétima posição (2),
ainda permanecendo porém com um número alto. Outra informação complementada
por Lucivânia do Jussama, a qual acrescentou a o índice de mortalidade
de jovens em Sergipe, com um numero bastante expressivo.
Outra informação importante
conversada na roda de conversa ,
trata-se da questão acerca da fonte de receita para atender ao montante
financeiro mínimo, que o estado de
Sergipe deve dispor para integrar a rede do programa “Scholas Ocurrentes”. Como sucedeu-se com o Ceará na conversa com autoridade ligada ao governo desse estado. A sugestão é utilizar-se de recursos do fundo estadual de combate a pobreza no sentido de
suprimento da receita para a adesão ao programa. (3)
Sobre esta reunião o relato de Irene Smith, representante do CEBI foi o
seguinte:
Roda de conversa com Célio
Turino sobre "Scholas Ocurrentes"
Uma proposta do Papa Francisco
para contribuir no despertar, protagonizar e fortalecer o potencial criativo e
cultural da juventude.
Apesar da fala muito boa sobre os
meandros técnicos da proposta, eu não consegui anotar quase nada.
Alguns itens me chamaram atenção:
1- a proposta que surge em
contraponto a preocupação da ida de jovens para servir a pátria no exército
brasileiro... Então pode ser feito o mesmo processo na direção de vivenciar
fazeres culturais, dentro das várias linguagens da cultura e
ancestralidade, contribuindo para
emergir potenciais de beleza, alegria e de paz. Isso tudo sempre dentro da
proposta de iluminar/ potencializar o que já existe na comunidade e na
juventude.
2. De ter iniciado as conversas e
escutas pelo nordeste, nesse momento que
precisamos ser juntados, animados e fortalecidos.
Fiquei feliz em poder ter
participado desse momento. Atraves das pessoas que puderam se fazer presente,
pôde ser feito um retrato de quem somos, o que pensamos e o que fazemos por
essas bandas daqui. Essa proposta certamente
nos fortalecerá por demais.
Salve Francisco!!!!
Já na conversa com o interlocutor do governador Belivaldo Chagas , a
qual fomos acompanhados pelo Sr. João Francisco dos Santos, Célio Turino
colocou as seguintes questões:
Quando aconteceu em 1994 um atentado a associação mutual
israelense, o então cardeal Bergholio
resolveu reunir jovens de diversas religiões, os quais deveriam se encontrar para encontrar
soluções para problemas comuns.
Já no ano 2000, a Argentina mergulha na crise do governo Menem
e o cardeal Berghólio sugere a escolas católicas de elite apoiarem escolas da periferia.
Novamente os jovens devem se
juntar, buscar alternativas a problemas comuns e procurar as autoridade locais,
afim de levar suas reinvindicações. Sem deixar de realizar o que puder ser
feito, que está ao alcance deles.
Ao mesmo tempo em que isso
acontecia, o programa Cultura Viva iniciado no Brasil durante o o governo Lula,
foi adotado na Argentina em termos de
grande escala. O que fez a proposta
chegar ao conhecimento do Papa Francisco,
que também leu o livro do Célio Turino,
sobre os primeiros tempos do programa no Brasil.
Essa situação contribuiu para o
Papa Francisco chamá-lo com a finalidade
de colaborar com uma fundação que tinha sido criada por Francisco, quando ainda arcebispo de Buenos Aires, chamada
de “Scholas Ocurrentes” criada para fortalecer a proposta do Papa Francisco em
favor da cultura do encontro. O Papa
buscou e busca fortalecer a cultura do encontro, considerando a necessidade de fazer
com que cada vez mais, seja possível unirmos
mente, o que pensamos, coração, o
que sentimos, e mão, o que fazemos. Ao
chegar ao Vaticano, “Scholas Ocurrentes” foi transformada em fundação de
direito pontifício.
Em termos de atividades dessa escola
em escala internacional, temos o exemplo de uma ação reunindo jovens
palestinos e israelenses apoiados pela
Universidade de Jerusalém , o objetivo neste caso é buscar soluções e
alternativas para melhorar a convivência entre os dois povos e diminuir o sofrimento gerado pelo conflito milenar.
Outra iniciativa do Papa
Francisco foi transformar o palácio de verão, o castelgandolfo, em espaço de
formação e de acolhimento, para os
envolvidos no programa “Scholas Ocurrentes”
e outras iniciativas humanitárias do Vaticano, como a questão dos imigrantes.
Após um seminário no Vaticano que contou com a participação do
Célio Turino, foi criado um programa internacional que reúne o conceito e
experiências das duas iniciativas,
Scholas e Ocurrente e Cultura.
Daí, unindo pensamento e ação, surge o
programa o UNI+ON, proposta para escala internacional.
O programa UNI+ON toma como ponto
de partida a seguinte questão: Se os
jovens recebem um soldo para fazer formação militar durante um ano, porque não
pode receber o mesmo para desenvolver ações solidárias e cidadãs?
Nesse sentido, o UNI+ON propõe atender 10 milhões de jovens no mundo inteiro, acompanhados por 200 mil Pontos de Encontro. A proposta é que esses jovens recebam 150 dólares durante 9 meses.
Sergipe poderia ser um estado a
participar de forma pioneira dessa
iniciativa tão inovadora quanto
necessária, em especial por conta do alto índice de homicídios que
acometem adultos e jovens no seu
território. Na ocasião foi lembrado
outro agravante, o grande número de suicídios, isso foi realizado por Francisco José dos Santos,
diretor de programas e projetos do
Instituto Banese , o qual nos acompanhada, juntamente com Maíra Ramos, da Ação
Cultural/Ponto de Cultura Juventude e Cidadania, a qual fez a cobertura
fotográfica e Ivanda Cristina Santos,
turismologa e estudante de administração pública na UFS.
Em termos de vantagens, foi citado o fato de Sergipe ser um estado de pequena dimensão territorial, o que facilita a
articulação, o acompanhamento e o monitoramento
do programa, caso aceito.
O governo do estado poderia
contratar 1000 bolsas mensais com 20 Pontos de Encontro, para investir em
locais com baixo IDH.
Em fevereiro, haverá um encontro no Vaticano para reunir
colaboradores, agentes e parceiros do projeto UNI+ON e o governador de Sergipe,
Sr. Belivado Chagas poderia anunciar a adesão de Sergipe, se fazendo presente
ao Vaticano para isso.
O Sr. Geofrancio Reis informou que faria o repasse de tudo que foi
conversado para o secretário da casa civil, por isso foram trocados cartões de visita para ajudar no prosseguimento das conversações.
Em razão da futura vice governadora e atual vice prefeita de Aracaju, Eliane Aquino, ficar responsável pela coordenação da área social do futuro governo, conforme declarações públicas do governador Belivaldo Chagas, solicitamos na chegada a Sergipe, audiência com a mesma, ou conversa com pessoa autorizada, o que foi realizada com a Sra. Ivaneide Nascimento, chefe de gabinete da vice-prefeita, no dia seguinte a audiência com o representante da casa civil e com lideranças da sociedade civil, como descrito acima.
Em razão da futura vice governadora e atual vice prefeita de Aracaju, Eliane Aquino, ficar responsável pela coordenação da área social do futuro governo, conforme declarações públicas do governador Belivaldo Chagas, solicitamos na chegada a Sergipe, audiência com a mesma, ou conversa com pessoa autorizada, o que foi realizada com a Sra. Ivaneide Nascimento, chefe de gabinete da vice-prefeita, no dia seguinte a audiência com o representante da casa civil e com lideranças da sociedade civil, como descrito acima.
Perspectivas de nossa parte
Realizarmos uma reunião na segunda quinzena de janeiro, ou primeira de fevereiro, para fazermos socialização dos resultados da
primeira jornada de apresentação do “Scholas Ocurrentes” em Sergipe, avaliação
e planejamento de maneiras de fortalecermos a defesa da proposta do Papa Francisco no seio
do governo e da sociedade. Análise sobre as perspectivas do que podemos aprender
com a proposta, afim de utilizarmos em
nossas atividades e projetos. Também discutiremos sobre questões da nossa mutualidade, das relações
de solidariedade entre nós, inclusive no plano do escambo, da economia
solidaria. Consideramos os tempos difíceis que nos aguardam, tempo de inverno
ou tempo de seca. A depender da imagem climática que preferirmos escolher.
Um aspecto importante a destacar
da presença de Célio Turino em Aracaju, um olhar positivo com relação a
Aracaju, no plano urbanístico (limpeza, paisagem, asfalto e etc.) Muito Legal o olhar de quem vem de fora, pois
afirma um modo de perceber a nossa cidade
que nem sempre enxergamos.
O que pedimos a Deus para o ano de 2019? Que a
proposta do programa da cultura do encontro, uma maneira concreta e imediata de
investimento na construção da cultura da paz, apresentado pelo Papa Francisco,
com a contribuição de pessoas e organizações de diversos países, possa ser
acolhida por àqueles que estão recebendo o convite para aderir, inclusive aqui
em Sergipe.
Penso ser uma grande contribuição para a tão propalada necessidade de nos reinventarmos, de nos rejuvenescermos, de nos recriarmos, como pessoas, profissionais, organizações, parlamentares e governos progressistas.
Penso ser uma grande contribuição para a tão propalada necessidade de nos reinventarmos, de nos rejuvenescermos, de nos recriarmos, como pessoas, profissionais, organizações, parlamentares e governos progressistas.
(2)- Esta e outras informações sobre a
segurança pública no estado do Sergipe podem se ser conferidas no Anuário
Brasileiro de Segurança Pública 2014 a 2017
Edição especial 2018 – Fórum Brasileiro
de Segurança Pública.
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