Cena do filme "Tranças de Maria"
Cena do sarau arte na garagem. Realização Ação Cultural
Percebo uma grande dose de
ressentimento e recalque, quando converso com pessoas que votaram em Bolsonaro,
tanto nas redes, até quando foi possível, e agora presencialmente.
Muitas vezes nem tratamos de
Bolsonaro, mas percebo pelo enfoque temático e escolha das palavras predominantes do debate no campo
social, politico e cultural, o quanto de ressentimento e recalque está presente no fundo das mentes e dos corações de muitos brasileiros
(as). Sem esquecermos que isso foi estudado e fomentado pelos estrategistas e operadores
da guerra psicológica em curso contra o Brasil e contra os brasileiros.
Segundo
o site https://www.significados.com.br/ressentimento/
“O ressentimento é a ação de ressentir, ou seja, de
sentir de novo ou sentir repetidamente as emoções negativas que foram
provocadas a partir de uma atitude que foi mal recebida pela pessoa ressentida.”
Segundo a Wikipédia, Recalque [1] é um dos conceitos fundamentais
da psicanálise, tendo
sido desenvolvido por Sigmund Freud.
Denota um mecanismo mental de defesa contra ideias que sejam incompatíveis com
o eu. Freud dividiu a repressão psicológica em
dois tipos: a repressão primária, na qual o inconsciente é constituído; e a
repressão secundária, que envolve a rejeição de representações inconscientes.
A repressão é o processo psíquico através do qual o sujeito rejeita
determinadas representações, ideias, pensamentos, lembranças ou desejos,
submergindo-os na negação inconsciente, no esquecimento, bloqueando,
assim, os conflitos geradores de angústia.
Conforme argumento que apresento no texto, "O Brasil não é um paraíso gay. Mas quem quiser vir pra cá fazer sexo com mulher, fique à vontade". (Bolsonaro), todo esse ressentimento e recalque tem bases históricas e sociológicas, assim também como dos campos do conhecimento ligados a antropologia e a psicologia.
Nesse sentido, os aspectos da subjetividade e da cultura, combinado com os
aspectos das explicações no campo da economia, da história e da sociologia, precisa
encontrar lugar, e um bom lugar, em nossas
discussões e ações estruturantes no
campo do enfrentamento às tentativas de
retomar o Brasil a condição de colônia e dos brasileiros a condição de escravizados,
no campo mental. Porque em sociedades mais complexas, a dominação das mentes e
dos corações, precede a dominação dos corpos e a tomada do território e das riquezas.
No texto A união da religião, da ciência e da arte como apoio terapêutico preventivo às neuroses e às paranoias, faço alusão ao Reculturarte, iniciativa socio-cultural-educativa da
qual participei em Aracaju (SE), na década de 1990, assim como ao projeto 4 varas, experiência exitosa que tem lugar
em Fortaleza, Ceará, e referência para muitas iniciativas Brasil afora, incluindo no
campo das politicas públicas, como práticas integrativas e complementares no campo
da saúde e os serviços de fortalecimento de vínculos no campo da assistência
social.
A Caravana Cultural Arcoiris por La Paz, com a qual interagi durante um bom tempo, embora não lembrada no texto abaixo, também merece reconhecimento como fonte de aprendizagem para lidarmos com pensamentos, sentimentos e desejos negativos.
A Caravana Cultural Arcoiris por La Paz, com a qual interagi durante um bom tempo, embora não lembrada no texto abaixo, também merece reconhecimento como fonte de aprendizagem para lidarmos com pensamentos, sentimentos e desejos negativos.
Em uma iniciativa atual, participo de
um grupo denominado Cantinho do Afeto, formado por professores, artistas, funcionários
públicos, pessoas da área da saúde. Buscamos enquanto coletivo, fazer algo semelhante ao que
está apresentado acima.
O que fazer? Onde aprender ou reaprender? Onde agregar mais conhecimentos e vivência ao que temos?
Do Ceará nos chegam dois convites. O qual estendo a quem leu e concorda com o que escrevi acima.
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