"Este livro oferece argumentos e dados empíricos para contestar a visão tão frequente de que o crescimento econômico na Amazônia supõe a substituição de áreas florestais (em geral ocupadas por populações indígenas e ribeirinhas) por atividades agropecuárias tradicionais como a soja e a pecuária", escreve o filósofo e economista Ricardo Abramovay no início de Amazônia: por uma economia do conhecimento da natureza, que a Elefante lança entre outubro e novembro, em parceria com o Outras Palavras e a Terceira Via, e com apoio da Abong e do Iser.
"O livro mostra também que a destruição florestal, além de privar o Brasil e o mundo de serviços ecossistêmicos indispensáveis à própria vida, apoia-se em atividades ilegais e, com muita frequência, no banditismo", continua o autor, que é professor sênior do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), onde pesquisa as intersecções entre natureza e tecnologia.
"As consequências do avanço do desmatamento são desastrosas para a economia da Amazônia e para a própria democracia brasileira. No lugar dos laços de confiança que poderiam emergir como resultado da exploração sustentável da floresta em pé, o atual modelo de ocupação da Amazônia fortalece a criminalidade e dissemina a insegurança por toda a região."
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O prefácio de Amazônia: por uma economia do conhecimento da natureza é de Ivo Lebauspin, para quem o atual modelo de desenvolvimento, produtivista-consumista, levará muito provavelmente a humanidade à autodestruição. "Precisamos denunciar o processo de degradação em curso e construir uma outra forma de organização social e econômica que nos permita viver e conviver harmoniosamente com a natureza, da qual fazemos parte. A Amazônia está no centro do debate sobre a crise ambiental, não apenas para o nosso país, mas para todo o mundo."
O estudo de Ricardo Abramovay, apoiado nas pesquisas mais recentes sobre a região, oferece dados e análises preciosos para interrompermos a “economia de destruição da natureza” e possibilitarmos a emergência de uma “economia do conhecimento da natureza”. O livro mostra, entre outras coisas, que, até 1960, apenas 1% do território da Amazônia havia sido desmatado, e hoje são 20%. Entre 2004 e 2012, houve significativa redução do desmatamento, mas, depois, voltou a crescer.
"Em 2016, o Brasil foi o sétimo emissor mundial de gases de efeito estufa: deste total, 51% foram causados pelo desmatamento. No início do governo de Jair Bolsonaro, tem havido um verdadeiro descontrole por parte das autoridades em favor de um processo que corre o risco de levar à savanização e desertificação da Amazônia", continua Lebauspin no prefácio de Amazônia: por uma economia do conhecimento da natureza.
"É possível, demonstra o autor, com apoio em práticas que já ocorrem na Amazônia, mudar a situação, reverter o quadro negativo, valorizar a experiência e a vida dos povos tradicionais, combinar a sua cultura com os avanços da ciência e da tecnologia, apoiar e ampliar as unidades de conservação. Dando o devido valor à maior área de biodiversidade do planeta, o Brasil tem condições de oferecer uma contribuição global fundamental na luta contra as mudanças climáticas."
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Amazônia: por uma economia do conhecimento da natureza
Autor: Ricardo Abramovay
Prefácio: Ivo Lesbaupin
Orelha: Antonio Martins
Coedição: Elefante, Outras Palavras, Abong, Iser & Terceira Via
Edição: Tadeu Breda
Preparação: Raquel Catalani
Projeto gráfico: Alessandra S. O. de Proença & Bianca Oliveira
Capa: Bianca Oliveira
Páginas: 112
Dimensões: 13 x 21 cm |
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