sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Dialogando através de canções com quem prefere lutar e com quem prefere esperar.


Quem está de amarelo no centro é o autor desse artigo.

No segundo dia de paralisação contra os ataques dos perversos e predadores à  educação pública, dialogando com dois jovens colegas professores. Um através do whatzapp,  e ouvindo o  outro,  pós ato de ocupação ao gabinete do secretário da educação de Sergipe. 

Duas situações que ocorreram no dia de ontem,  03 de Outubro de 2019.

Dois jovens  professores pelo qual tenho grande afeição. Em comum o gosto pelo conhecimento profundo, pelo diálogo, pela arte, comprometidos de corpo e alma com uma educação melhor para nossos alunos. Um também é músico, o outro dançarino/brincante  ligado às culturas populares.

Dois jovens professores, diferentes sob  o ponto de vista da esperança, um acreditando  que vale a pena continuar lutando. Se o tempo não para como afirmou Cazuza em uma canção,a luta também não. Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas, aprendendo a jogar e a lutar, como ouvimos em outra canção na voz de Elis Regina ou de Maria Rita, composta por Guilherme Arantes.

Já outro,  resignado,  não acredita na luta, prefere acreditar que os perversos e predadores venceram e  continuarão vencendo por muito tempo.  Prefere acreditar porque o sinal agora está fechado para nós, jovens e/ou trabalhadores pobres ou classe média, devemos  esperar que seja aberto novamente. Como  o Pedro Pedreiro que esperava, esperava. Aqui lembrando outras duas canções, da autoria de Belchior e Chico Buarque.

O primeiro ,  o que tem esperança, do verbo esperançar, ocupou o gabinete do  secretário da educação, e revelou já ter vivido  essa experiência , pois quando estudante ocupou  o gabinete  da reitoria,  no tempo em que o  atual secretário da educação  foi reitor da Universidade Federal de Sergipe.

Ao ouvir isso, me lembrei do quanto é importante favorecer o acesso e participação de crianças, adolescentes e jovens a locais e a  situações que vicejem e frutifiquem  arte, cultura e luta em favor de dias melhores para todos, sempre que possível, combinando as duas coisas. 

Foi por ter tido essa convivência desde adolescente,  que estou sempre atento a isso, investindo tempo e energias para o crescimento e evolução psico-espiritual-cultural , tanto próprio, como de outros, na medida do possível.  O  que resulta em  mais comprometimento  cívico,  cidadão e critico  com as causas necessárias do nosso tempo, incluindo as causas ligadas ao campo da economia e do trabalho .

Porque, se o sonho acabou, há àqueles que nem sequer sonharam, já que  não dormiram em saco de dormir no acampamento ou na escola, que às vezes serve de alojamento para os congressos, encontros de formação extra curricular e etc...   Ou, dizendo de maneira mais direta,  quem não participou de organizações ou coletivos juvenis ligados às causas culturais, estudantis,  identitárias, comunitárias,  ecológicas, de comunicação e etc., enfrentará dificuldades para compreender e participar de movimentos e das lutas coletivas quando adulto.

E quem compôs uma canção com o titulo de “O sonho acabou”, e que sonhou,  foi o líder de uma equipe ministerial,  responsável   por algumas das  politicas públicas culturais  mais criativas, inclusivas e democráticas do planeta. Sendo, no caso do Programa Cultura Viva, fonte de inspiração para outros países, principalmente da América Latina.  

Me refiro a Gilberto Gil, que realizou ,  apesar de tudo que passou em matéria de censura, perseguição, exílio em Londres, ´preconceitos e  etc.. Isso porque sonhou e buscou reviver ou reavivá-lo  como Ministro da Cultura do presidente Lula, o  sonho da juventude tropicalista,  rebelde e criativa. A  que se renova , sempre que nasce uma criança ou sempre que encontra possibilidades para renascer, possibilidades que criamos juntos, mesmo que nem sempre possamos vivenciar em plenitude seus resultados.

O que é esperançar?

Segundo Paulo Freire:
“É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar.
E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…”

Esperançar é não desistir e ter fé na vida.





Zezito de Oliveira





Escrito antes do texto acima e publicado no face, ontem a noite, pós final da manifestação contra os perversos e predadores da educação e da nação brasileira.


Na fala realizada pós ocupação da sede da secretaria de educação de Sergipe, um dos jovens colegas participantes da ocupação , recorda a experiência de ter realizado algo semelhante quando era estudante da UFS.
O que me tocou profundamente e me lembrou o quanto é importante a participação de crianças, adolescentes e jovens,  em espaços de formação, tanto politica, como cultural.
Daí porque, a necessidade das centrais sindicais e frentes progressistas darem mais atenção a organização da juventude.
Do contrário a luta ficará enfraquecida, porque o trabalho sistemático das instituições é afastar os infantes e juvenis, das experiências de participação, formação e mobilização cultural e politica.
isso também ajuda a explicar o porque de tantos outros jovens colegas afastados da luta, sem acreditar nos processos de organização e muitos votando em candidatos anti democráticos e anti direitos humanos.
Enquanto os setores fundamentalistas religiosos mercenários, estão a todo vapor, o tráfico de drogas também busca manter e ampliar seu mercado de trabalho e consumo, completando com o que faz a indústria cultural.
Quanto a compreensão do que escrevi acima, percebi que a Frente Povo Sem Medo já atua da maneira proposta acima.

O colega Manoel Pedro, o qual se refere o texto acima.



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